TERAPIA ABA: O ENSINO POR TENTATIVAS DISCRETAS A CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

ABA THERAPY: TEACHING BY DISCRETE TRIALS TO CAREGIVERS OF CHILDREN WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411211403


 Pâmella Suyly Gomes Lopes1
André Ribeiro da Silva2


RESUMO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação e na interação social e, ainda, pela presença de padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Considerando a necessidade de intervenção, a escassez constante de profissionais nessa área e a baixa disponibilidade de serviços públicos voltados a esse público, uma intervenção realizada por cuidadores pode ser uma alternativa possível no contexto brasileiro para uma propagação da intervenção analítico comportamental ao transtorno. O presente estudo busca explicar as etapas desenvolvidas no ensino por tentativas discretas e verificar a eficácia da intervenção via cuidadores. A partir dos resultados obtidos com o presente estudo, foi possível verificar a efetividade de programas de ensino por tentativas discretas a cuidadores, evidenciada por dados de estudos realizados no Brasil que apontam a evolução de desempenho de cuidadores em habilidades para as interações e manejo com suas crianças, adquiridas por meio deste programa. Assim como, ficou evidente a importância do treino de cuidadores na manutenção e generalização de habilidades de crianças com autismo para uma maior abrangência da terapêutica nos diversos contextos das vidas das crianças com esse transtorno. Além disso, discute-se a possibilidade da adoção da intervenção via cuidadores baseada no treino de ensino por tentativas discretas por serviços públicos voltados para a atenção ao autismo, como apontado em um dos estudos obtidos como resultado desta pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Análise Aplicada do Comportamento. Transtorno do Espectro Autista. Treino de Cuidadores.

ABSTRACT

Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized by persistent deficits in communication and social interaction, and also by the presence of repetitive behavior patterns and restricted interests. Considering the need for intervention, the constant shortage of professionals in this area and the low availability of public services aimed at this public, an intervention carried out by caregivers may be a possible alternative in the Brazilian context for the propagation of behavioral analytical intervention for the disorder. The present study seeks to explain the stages developed in teaching by discreet attempts and to verify the effectiveness of the intervention via caregivers. From the results obtained with the present study, it was possible to verify the effectiveness of teaching programs by discreet attempts for caregivers, evidenced by data from studies carried out in Brazil that point to the evolution of caregivers’ performance in skills for interactions and management with their children, acquired through this program. Likewise, the importance of training caregivers in the maintenance and generalization of skills of children with autism for a greater range of therapy in the different contexts of the lives of children with this disorder was evident. In addition, the possibility of adopting the intervention via caregivers based on teaching training by discreet attempts by public services focused on autism care is discussed, as pointed out in one of the studies obtained as a result of this research.

KEYWORDS: Autism. Applied Behavior Analysis. Autism Spectrum Disorder. Caregiver Training.

INTRODUÇÃO

Autismo foi descrito pela primeira vez nos Estados Unidos pelo médico austríaco Leo Kanner no ano de 1943. O médico austríaco também percebeu comportamentos como resistência a mudança, ou monotonia insistente, respostas diferentes ao ambiente, movimentos estereotipados, ecolalia na linguagem, inversão nos pronomes e destacou déficits no contato social.

Em 1944, Hans Asperger, descreveu quatro crianças que apresentavam dificuldade em interação social, nomeando-as como Asperger, sugerindo como um transtorno estável de personalidade caracterizado pelo isolamento social.

Em 1978, Michael Rutter, apresentou o autismo através de quatro características: atraso e desvio sociais; problemas de comunicação; comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; e início antes dos trinta meses de idade.  

A classificação de Rutter, junto de outras pesquisas na área de autismo, deu origem ao termo “Transtorno Invasivo do Desenvolvimento” (TID), como era encontrado no DSM-III (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). No DSM-IV o autismo estava localizado em “Transtornos Globais do Desenvolvimento”, onde englobava Transtorno Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno de Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação, e levava em conta uma tríade de sintomas.   

No DSM-V autismo é encontrado em “Transtornos do Espectro do Autismo”, é composto por uma díade de sintomas, déficits persistentes na comunicação e interação social, podendo incluir dificuldades em estabelecer e manter contato visual, atenção compartilhada e interesse por outras pessoas. Algumas crianças apresentam comportamentos não vocais para estabelecerem comunicação e, também, padrões repetitivos e restritivos de comportamentos. E os sintomas devem ser apresentados desde a primeira infância.

A análise aplicada do comportamento vem se destacando, nas últimas décadas, como uma forma de intervenção ao autismo que pode levar a um considerável avanço no desenvolvimento das crianças.

Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis; ABA) é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. É um processo onde princípios da análise do comportamento são aplicados para a melhoria de um comportamento em específico, devendo as mudanças ocorrerem em função da aplicação desses princípios.

O treino por tentativas discretas (Discrete Trial Teaching– DTT) é o arranjo de ensino mais utilizado na ABA, e caracteriza-se por dividir unidades pequenas de instruções em pequenos passos, que são ensinados um de cada vez ao longo de uma série de tentativas. É importante ressaltar que apesar do termo DTTser frequentemente usado como sinônimo de ABA, ele não o é. A ABAé muito mais abrangente e inclui muitos tipos diferentes de intervenções, estratégias de ensino e manejo comportamental. DTTé um método dentro do campo da ABA.

Os estudos com foco em crianças com TEA visam que aos pais e cuidadores seja ensinada uma técnica de intervenção que aborde as competências e estratégias especificas, para que os mesmos possam contribuir com o desenvolvimento, manutenção e generalização dos comportamentos de seus filhos. Uma vez que os mesmos poderiam realizar uma intervenção mais intensiva e com amplo potencial de generalidade.

Considerando que é no contexto familiar onde a criança passa a maior parte do seu tempo, o ensino de cuidadores se torna essencial para o sucesso de uma intervenção ABA. Dessa forma, o treinamento dos pais/cuidadores primários é essencial e contribui para o desenvolvimento e generalização de repertórios.    

Assim, o objetivo deste artigo foi, portanto, realizar uma revisão bibliográfica sobre os resultados obtidos através do treino por tentativas discretas a cuidadores de crianças diagnosticadas com autismo, com o propósito de explicar as etapas desenvolvidas no ensino por tentativas discretas e verificar a eficácia da intervenção via cuidadores.

METODO

Este artigo constitui-se de uma revisão bibliográfica de publicações nacionais e internacionais, realizada entre dezembro de 2014 e janeiro de 2019, na qual se realizou uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Universidade Federal do Pará (UFPA) – campus Belém e por artigos científicos selecionados através de busca nos bancos de dados SciELO, CAPES, Pepsico e Google Acadêmico, e se restringiu a publicações em português e inglês disponíveis nessas bases de dados. Foram escolhidos como descritores: autismo, transtorno do espectro do autismo, análise aplicada do comportamento, treino por tentativas discretas e treino de cuidadores. 

Consideraram-se como critérios para inclusão de artigos: tratar-se de estudo experimental, ter como um dos objetivos avaliar a eficácia do treinamento de pais de crianças com autismo e possuir artigo completo disponível. E como critérios de exclusão: (1) o idioma; (2) o tipo de pesquisa; (3) o tema e os artigos repetidos.

Critérios de inclusão: (1) pesquisas aplicadas; (2) artigos completos; (3) publicação em língua portuguesa e (4) realizadas com pais ou cuidadores de crianças com transtorno do Espectro Autista.

RESULTADOS

A seguir tem-se a Tabela 1, com a descrição dos estudos selecionados para compor a discussão do artigo.

Tabela 1 – Seleção e descrição dos resultados

Título do Artigo – Autor – AnoAutorAno
      1Título: Intervenção ao autismo via cuidadores      Marilu Michelly Cruz De Borba          2014
    2Título do Artigo:   Intervenção via cuidadores para o ensino de tato com autoclítico em crianças com diagnóstico de autismo.    Marilu Michelly Cruz De    Borba, Patricia Caroline Madeira Monteiro, Adriano Alves Barboza, Eduardo Nascimento Trindade, Romariz Da Silva Barros      2014
    3Título do Artigo: Análise de Componentes de um Tutorial Computadorizado para ensinar o Treino com Tentativas Discretas a PaisRobson Brino Faggiani2014
          4Título do Artigo: Aplicação de tentativas discretas por cuidadores para o ensino de habilidades verbais a crianças diagnosticadas com autismoÁlvaro Júnior Melo e Silva2015
          5Título do Artigo: Efeitos de videomodelação instrucional sobre o desempenho de cuidadores na aplicação de programas de ensino a crianças diagnosticadas com autismo          Adriano Alves Barboza ,Álvaro Júnior Melo e Silva, Romariz da Silva Barros e Thomas Sean Higbee          2015
          6  Título do Artigo:  Ensino de aplicação de tentativas discretas a cuidadores de crianças diagnosticadas com autismo    Luciene Afonso Ferreira, Álvaro Júnior Melo e Silva e Romariz da Silva Barros2016

DISCUSSÃO

A partir da metodologia explicitada, os trabalhos encontrados mostraram que, no Brasil, alguns estudos apontam a eficácia da intervenção via ensino de cuidadores (BORBA, 2014; BORBA et al., 2015; BARBOZA, 2015; FERREIRA, 2015). Nesse sentido, os cuidadores não só aprenderam as habilidades ensinadas, como verificou-se um aumento na precisão de desempenho da criança nos programas por eles aplicados.

No estudo de Ferreira (2015, p.106), é apresentado um experimento que verifica o efeito de um procedimento de ensino que consistiu em instruções, role playing e feedback imediato aplicado a cuidadores participantes. Os participantes recebiam treinos em diferentes programas e observou-se que se obteve sucesso no ensino desses programas aos cuidadores participantes, sendo isso verificado na evolução do desempenho desses cuidadores verificado em etapas de pré-teste e pós-teste do procedimento de ensino. Os resultados desse experimento permitiram concluir que o procedimento de treino de ensino por tentativas discretas adotado pelo estudo foi efetivo para os participantes, assim como ocorreu a generalização, para a maioria dos participantes, das habilidades adquiridas durante o treino. (FERREIRA, 2015).

O estudo de Barboza (2015) buscou verificar o efeito de uma videomodelação instrucional sobre a precisão de desempenho de cuidadores de crianças diagnosticadas com autismo na aplicação de procedimentos de intervenção, que possuía as fases de Linha de base, Intervenção e Generalização, e os dados do estudo apontaram que a videomodelação instrucional foi efetiva em relação à precisão de desempenho de todos os cuidadores participantes do estudo.

Além dos que já foram aqui destacados, os outros estudos obtidos como resultado desta pesquisa (BORBA, 2014; BORBA et al., 2015) também demonstram dados semelhantes, corroborando que o treino de ensino por tentativas discretas é efetivo no treino de cuidadores para o manejo com crianças com autismo. Borba et al. (2015) apontam, inclusive, a possibilidade de usar-se efetivamente a tentativa discreta para o ensino de repertórios verbais, assim como a significativa manutenção do repertório adquirido por tentativa discreta apesar da não exposição diária ao programa (BORBA et al, 2015, p. 21). Dessa forma, esses estudos evidenciam a efetividade do treino de ensino por tentativas discretas a cuidadores, assim como a importância da intervenção via cuidadores para a manutenção e generalização de habilidades em crianças com autismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tomando em conjunto os resultados desse trabalho, compreendemos que os estudos publicados no Brasil demonstram uma efetividade nos programas de treino de ensino por tentativas discretas aos cuidadores de crianças com autismo. Os cuidadores apresentam evolução em seus desempenhos de habilidades para lidar com suas crianças. Os resultados dos estudos pesquisados, então, apontaram que o procedimento aqui apresentado é eficaz no ensino a cuidadores e fundamental para a generalização dos comportamentos da criança.

Os cuidadores são considerados importantes agentes de mudanças de comportamentos das crianças diagnosticadas com TEA, e, quando dadas as condições de ensino adequadas, a probabilidade de aprendizagem se torna alta e isso contribui para um aumento do repertório da criança. Dessa forma, com o devido treino, os cuidadores tornam-se agentes que contribuem para a generalização de comportamentos que as crianças com autismo adquirem em settings terapêuticos. O treino de cuidadores revela-se, dessa maneira, um importante agente para a abrangência de todos os contextos da vida da criança com TEA pelo tratamento que esta recebe nos settings clínicos.

Além disso, os estudos aqui pesquisados permitem apontar que um maior foco em uma avaliação minuciosa do desempenho da criança com autismo é possibilitado ao profissional analista do comportamento por meio da fortificação de formas de intervenção ao autismo via cuidadores, assim como sua cuidadosa elaboração de planos de intervenção e acompanhamento da evolução dos repertórios da criança. Outro ponto a se pensar, ainda de acordo com os estudos aqui pesquisados, é a possibilidade de que serviços públicos voltados para a atenção ao autismo possam adotar, dentre outras formas de intervenção, um modelo baseado no treino de cuidadores de ensino por tentativas discretas.

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 1 E-mail: psicologapamellalopes@gmail.com; psicóloga pela Universidade Federal do Pará (UFPA); neuropsicóloga pela faveni; especialista em análise do comportamento aplicada ao autismo pela FaSouza e mestranda em Educação pela UNICID. ORCID iD: 0009-0001-2831-3207

2 E-mail: andreribeiro@unb.br. Pós-doutor em Neurociências.