TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA SAÚDE MENTAL DOS POLICIAIS CIVIS DO AMAZONAS: UM ESTUDO DOCUMENTAL DOS ANOS DE 2020 A 2022

AMAZONAS: UM ESTUDO DOCUMENTAL DOS ANOS DE 2020 A 2022 TRENDS AND CHALLENGES IN THE MENTAL HEALTH OF THE CIVIL POLICE OF AMAZONAS: A DOCUMENTARY STUDY FROM THE YEARS 2020 TO 2022

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10140566


Nahama Maria Farias Mendes1
Andréia Lima de Souza2


RESUMO

A experiência no campo de estágio em Serviço Social permitiu o interesse no tema que relaciona Saúde Mental e Trabalhadores da Segurança Pública, especialmente os policiais civis da Delegacia Geral do Amazonas. A pesquisa também examina as implicações do afastamento desses servidores públicos devido a doenças laborais, entre outras necessidades de saúde mental, revelando a conexão entre o grau de esforço físico e mental e o estresse ocupacional a longo prazo. Diante disso, torna-se crucial a atenção aos trabalhadores da segurança pública, a fim de identificar e enfrentar demandas de saúde mental. Dentro desse contexto de discussão, a pesquisa que fundamentou os resultados postos no presente artigo, propunha analisar a saúde mental dos Policiais Civis do Amazonas por meio de pesquisa documental, com o objetivo de compreender as demandas mais frequentes. Destarte, a pesquisa foi realizada sem acesso a dados pessoais, dispondo apenas do panorama quantitativo acerca dos diagnósticos mais recorrentes no âmbito da saúde mental entre os policiais civis do Amazonas. Desse modo, a pesquisa buscou examinar como o trabalho pode impactar a saúde mental dos policiais civis, destacando o desenvolvimento de estratégias para melhorar a saúde mental dos servidores, particularmente os de segurança pública.

Palavras-chave: Saúde Mental. Ansiedade. Depressão.

1. INTRODUÇÃO

Por meio da vivência no estágio não obrigatório no período de 2022, no Serviço Social da Delegacia Geral do Amazonas, especificamente no Departamento de Controle e Avaliação (DCA), emergiram indícios de fatores recorrentes na área de saúde mental, como a apresentação frequente de atestados com o CID-10 F por parte dos servidores. Essa observação impulsionou o interesse na pesquisa, despertando uma indagação acerca dos CIDs relacionados às demandas de saúde mental, incluindo estresse, ansiedade, depressão, distúrbios do sono, entre outros. Este estudo abordou a interligação entre o trabalho e a saúde mental, evidenciando como essa relação sempre foi uma constante na história humana.

A saúde mental dos policiais civis é um tema de extrema importância, pois esses profissionais desempenham um papel fundamental na segurança pública. No entanto, as demandas e pressões inerentes à profissão podem ter um impacto significativo em sua saúde mental. Diante disso, este artigo tem como objetivo abordar os dados obtidos na pesquisa intitulada “Um Estudo Documental Sobre a Saúde Mental dos Policiais Civis do Amazonas”, cujos dados evidenciaram a saúde mental dos referidos policiais durante o período de 2020 a 2022, com foco nos transtornos de ansiedade e episódios depressivos. Nesse sentido, este estudo se justifica pela escassez de pesquisas específicas sobre a saúde mental dos policiais civis do Amazonas.

Ademais, por meio de uma abordagem cuidadosa e ética, este estudo buscou contribuir para a compreensão da saúde mental dos policiais civis do Amazonas, ao identificar os transtornos de ansiedade e episódios depressivos de forma incidente, sendo possível direcionar esforços para reflexões sobre a implementação de políticas e programas de apoio específicos, visando melhorar o bem-estar desses profissionais. Espera-se que os resultados deste estudo forneçam subsídios para a promoção da saúde mental e para o aprimoramento das condições de trabalho dos policiais civis do Amazonas, contribuindo para sua qualidade de vida no ambiente profissional.

2. TRABALHADORES DA SEGURANÇA PÚBLICA E SAÚDE MENTAL

A relação entre Trabalhadores da Segurança Pública e Saúde Mental traz reflexões relevantes. Autores como Codo et al, (2020) destacam que o trabalho não apenas constrói e expressa a identidade do indivíduo, mas também está profundamente associado à sua existência social. Mudanças significativas no mundo do trabalho, especialmente durante as transformações nas sociedades capitalistas das décadas de 1980 e 1990, trouxeram à tona a intensificação da relação entre Trabalho e Capital. O colapso do modelo de Bem-Estar após a Segunda Guerra Mundial levou a uma nova fase no mercado de trabalho, caracterizada pela precariedade nas condições de vida e trabalho para muitos. Essa relação tensa entre Capital e Trabalho culminou em conflitos, lutas sociais e tem impactado a saúde mental de trabalhadores e trabalhadoras pelo mundo, especialmente quando não há atenção adequada aos cuidados necessários à saúde mental.

No que se refere a saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) a conceitua como completo bem-estar físico, mental e social, não somente a ausência de doenças, enquanto a saúde mental se refere a um estado de bem-estar, sendo o ser humano capaz de usar suas habilidades para recuperar-se do estresse do dia a dia, sendo produtivo na sua vida pessoal e social. A importância da saúde mental não pode ser subestimada, uma vez que ela afeta diretamente o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos. No caso dos policiais civis do Amazonas, a exposição diária a situações de risco, traumas, pressão emocional e demandas intensas de trabalho podem acarretar em consequências para sua saúde mental. Nesse sentido, desafios de saúde são postos em evidência, provocados por diversas condições desfavoráveis inerentes à profissão policial, que levam ao esgotamento tanto físico quanto emocional (Castro et al, 2020).

De acordo com Limeira e Souza (2020), em pesquisa publicada no ano de 2020 sobre o adoecimento psíquico em policiais da Delegacia Geral de Polícia Civil do Amazonas, localizada em Manaus, os seguintes dados chamaram atenção: 50% dos participantes consideraram-se sobrecarregados no trabalho, com 30% do gênero masculino e 20% do gênero feminino, enquanto 36% dos participantes relataram ter quantidade adequada de trabalho em suas jornadas, sendo 26% do gênero masculino e 10% do gênero feminino. Apenas 4% dos participantes alegaram ter bastante tempo para suas tarefas laborais durante a jornada de trabalho, e essa resposta foi identificada apenas no gênero masculino. Além disso, 16% dos participantes do gênero masculino e 14% do gênero feminino relataram desânimo em relação ao trabalho, enquanto 30% dos participantes se consideraram cansados, sendo 12% do gênero masculino e 18% do gênero feminino. Apenas 4% dos participantes, sendo 2% de cada gênero, se consideraram frustrados em relação ao trabalho. Diante disso, é possível afirmar que esses profissionais enfrentam desafios, como o gerenciamento do estresse e a carga de trabalho excessiva, tais ocorrências relacionadas à exposição à violência e criminalidade, podem contribuir para o desenvolvimento de demandas de saúde mental, incluindo transtornos mentais.

Cabe, pois, uma atenção especial aos trabalhadores da segurança pública no sentido de produzir conhecimentos que possam contribuir na identificação de demandas, uma vez identificadas, podem ser enfrentadas. Assim, à medida em que se tem o conhecimento sobre os fatores que podem causar adoecimento, os gestores públicos podem suscitar a criação de medidas ou a atualização das medidas já existentes para melhorias das condições de saúde mental de seus servidores.

3. ANSIEDADE, DEPRESSÃO E SAÚDE MENTAL DOS POLICIAIS CIVIS

Coincidentemente, a ansiedade e a depressão surgiram com frequência nos dados da pesquisa que fundamentou este artigo, por isso, cabem as ressalvas a seguir. Segundo Freud (1926[1925]), o fundador da psicanálise, a ansiedade não está relacionada a situações do meio externo, mas a uma resposta a conflitos internos. De acordo com Knapp e Beck (2008), o predomínio da ansiedade leva à concentração reduzida da atenção em ameaças percebidas, à geração de interpretações catastróficas de estímulos ambíguos e neutros, bem como à adoção de comportamentos de segurança disfuncionais; tal condição impulsiona a busca por mecanismos de fuga. Enquanto no que se refere ao conceito de depressão, para Knapp e Beck (2008), ao se fazer uso de uma abordagem cognitiva, compreendem os fenômenos associados à depressão como resultantes de interpretações tendenciosas das circunstâncias, derivadas da ativação de representações negativas relacionadas ao eu interior, ao âmbito pessoal e ao porvir. No presente artigo, ambos os conceitos são fundamentais para a interpretação dos resultados da pesquisa, nela são evidenciados, sobretudo, os transtornos de ansiedade e os episódios depressivos, duas das condições mais prevalentes entre os Policiais Civis do Estado do Amazonas.

Optou-se por abordar esses códigos CID devido ao resultado da análise dos dados coletados na Delegacia Geral do Amazonas, que revelaram os diagnósticos mais frequentes. No entanto, entre os policiais civis, tais diagnósticos podem ser ainda mais prevalentes devido aos fatores específicos da profissão. Diante do exposto, é possível considerar, enquanto desdobramentos das reflexões desta pesquisa amparada na literatura existente, que a ansiedade pode surgir devido à pressão constante, situações de risco iminente e também devido a incertezas inerentes ao trabalho policial. Por sua vez, a depressão pode se manifestar devido ao desgaste emocional, enfrentamento de eventos traumáticos e também ao estresse crônico, os dados da pesquisa permitem tais reflexões.

Embora a saúde mental seja um tema relevante em diversas áreas, é fundamental compreender os desafios enfrentados por esse segmento em um contexto regional. Ao analisar os dados referentes ao período de 2020 a 2022, foi possível obter insights valiosos sobre a saúde mental desses profissionais e identificar possíveis intervenções, bem como medidas de suporte necessárias.

4. METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido a partir dos relatórios institucionais da Delegacia Geral do Amazonas, produzidos no Departamento de Controle e Avaliação (DCA), registrados pelo setor de Serviço Social, onde a Delegacia Geral do Amazonas disponibilizou os períodos requeridos, especialmente os dados de janeiro a dezembro de 2020 e 2021, e janeiro a junho de 2022.

A pesquisa assumiu uma abordagem quantiqualitativa. De acordo com Minayo (2002), a abordagem qualitativa aborda o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes em uma pesquisa. Na pesquisa qualitativa, portanto, o subjetivismo ganha forma, enquanto no caráter quantitativo se traduz os dados de forma objetiva (GIL, 2002). Desse modo, o aspecto qualitativo da pesquisa pode ser evidenciado em certos fatores tais como a interpretação dos dados coletados e os princípios teóricos que orientaram a pesquisa, bem como o seu aspecto quantitativo pode ser destacado no levantamento das CIDs coletadas.

Destarte, a análise empregada destaca o conceito de saúde mental e a classificação de CID 10-F, bem como a categorização dos diagnósticos mais recorrentes, permitindo a análise interpretativa dos dados obtidos. Nesse contexto, os documentos anuais foram examinados durante o período que compreende de janeiro a dezembro de 2020 e 2021, bem como de janeiro a junho de 2022.

A referida pesquisa foi norteada compreendendo etapas fundamentais tais como a pesquisa bibliográfica a partir da leitura de autores tangíveis à temática proposta. Nesse sentido, a proposta de pesquisa ganhou corpo a partir de pesquisas realizadas sobretudo nas bases Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC). Posteriormente, ocorreu a escolha das referidas referências utilizadas na pesquisa e a anuência da instituição para coleta dos dados da pesquisa documental, resultando na interpretação dos dados a partir da análise de conteúdo. Desse modo, foram exploradas as estatísticas e os relatórios mensais, cuja amostragem foi realizada por meio da seleção do quantitativo dos CIDs mais incidentes. Nesse contexto, a partir da análise dos dados, disponibilizados pela Delegacia Geral do Amazonas, foi possível categorizar as CIDs 10, por meio da técnica de Bardin (2016), tendo em vista que buscou-se analisar o significado contido nos dados nos quais se teve acesso, permitindo a sua interpretação.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID foi aplicada, em específico a CID – 10. A Classificação Internacional de Doenças (CID-10) é um sistema de codificação médica que classifica diversas doenças e condições de saúde. Elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID-10 fornece códigos alfanuméricos para identificar e categorizar doenças, transtornos, lesões e outros diagnósticos de saúde. Cada código CID-10 é composto por uma letra inicial, seguida de um conjunto de números, permitindo que profissionais da saúde e pesquisadores possam comunicar, monitorar e analisar estatísticas de saúde de maneira padronizada em todo o mundo. A categoria CID-10 F, se trata de um diagnóstico de transtorno mental ou comportamental, sendo que a categoria F conta com aproximadamente 100 nomenclaturas onde cada número é uma categoria e subcategoria diferente, compreendendo desde transtornos mentais orgânicos sintomáticos, de F00 a F09, até transtorno mental não especificado, o F99 (CID-10, 2007). Diante disso, a seguir constam os dados coletados.

5.1. CIDS 10 F COM BASE NOS ATESTADOS MÉDICOS RECEBIDOS NO SERVIÇO SOCIAL DA DELEGACIA GERAL DO AMAZONAS

Tabela 1. Distribuição dos dados obtidos por meio do relatório do Serviço Social da Delegacia Geral do Amazonas, com base nos atestados médicos recebidos.

CategoriaSignificado da Classificação202020212022Total
CID 10-F41
Outros transtornos ansiosos

69

19

3

91
CID 10-F41.2Transtorno misto de ansiedade e depressão
0

0

3

3
CID 10-F 41.9Transtorno ansioso não especificado
0

3

0

3
CID 10-F40
Transtorno fóbico-ansioso

6

0

0

6
CID 10-F 41.1
Ansiedade generalizada

0

4

1

5
CID 10-F32
Episódios depressivos

27

19

8

54
CID 10-F00Demência na Doença de Alzheimer
1

0

0

1
CID 10-F03
Demência não especificada

1

0

0

1
CIDTranstornos mentais e2002
10-F10comportamentais devidos ao uso de álcool




CID 10-F14
Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso da cocaína


1



0



0



1
CID 10-F19Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas3003
CID 10-F22Transtornos delirantes persistentes
3

0

0

3
CID 10-F23Transtornos psicóticos agudos e transitórios
1

0

0

1
CID 10-F31
Transtorno afetivo bipolar

9

0

0

9
CID 10-F31.6Transtorno afetivo bipolar, episódio atual misto
0

0

1

1
CID 10-F33Transtorno depressivo recorrente
12

2

0

14

CID 10-F33.1
Transtorno depressivo recorrente, com intensidade moderada


0



0



2



2
CID 10-F34Transtorno de humor ( afetivo ) persistente
2

0

0

2
CID 10-F42Transtorno obsessivo-compulsivo
7

0

0

7
CID 10-F43Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação
41

7

1

49
CID 10-F48Outros Transtornos neuróticos1001

CID 10-F51
Transtornos não-orgânicos do sono devidos a fatores emocionais


4



0



0



4



CID 10-F54
Fatores psicológicos ou comportamentais associados a doença ou a transtornos classificados em outra parte



2




0




0




2

Fonte: Pesquisa Documental com base nos dados disponibilizados pela Delegacia Geral do Amazonas (2023).

Na Tabela 1, é possível verificar as CID 10-F, o significado de cada classificação e o quantitativo de cada CID 10-F nos anos de 2020 a 2022 na Delegacia Geral do Amazonas.

No período de janeiro a dezembro de 2020, foram analisados 192 (cento e noventa e dois) casos das CIDs 10-F. No período de janeiro a dezembro de 2021, foram 54 (cinquenta e quatro) CIDs listadas, e por fim, nos meses de janeiro a junho de 2022, foram 19 (dezenove), totalizando 265 (duzentos e sessenta e cinco ) CIDs identificadas. Nos dados a seguir, foram apresentados os diagnósticos mais recorrentes, observando cada ano separadamente.

Gráfico 1


Sendo assim, destacaram-se as três CIDs 10-F mais incidentes: CID 10-F41 – outros transtornos ansiosos, sendo 69 casos (50,4%%); CID 10-F43 – reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação, com 41 casos (29,9%), e a CID 10-F32 – episódios depressivos, com 27 casos (19,7%). Conclui-se que no ano de 2020 a CID 10-F mais incidente foi a CID 10-F41- outros transtornos ansiosos, com 50,4% dos casos.

Gráfico 2

Durante o período compreendido entre janeiro e dezembro de 2021, foram submetidas a análises as incidências das CIDs 10-F. Os resultados revelaram as seguintes frequências mais significativas: CID 10-F32 – Episódios Depressivos, sendo 19 casos (30,2%); CID 10-F41 – Outros transtornos ansiosos, com 19 casos (30,2%); CID 10-F43 – Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação, com 7 casos (11,1%); CID 10-F41.1- Ansiedade generalizada, com 4 casos (6,3%); CID 10-F41.9 – Transtorno ansioso não especificado, com 3 casos (4,8%), e CID 10-F33 – Transtorno depressivo recorrente, com 2 casos (3,2%). Vale destacar que ao longo desse período, houve a mesma quantidade de diagnósticos entre a CID 10-F32 (episódios depressivos) e a CID 10-F41 (outros transtornos ansiosos) representando 30,2% cada.

Gráfico 3


No ano de 2022, esta análise se limitou ao período de janeiro a junho. Durante esse intervalo, observou-se as seguintes prevalências das CIDs 10-F: CID 10-F32 – Episódios depressivos, sendo 8 casos (42.1%); CID 10-F41 – Outros transtornos ansiosos, com 3 casos (15.8%); CID 10-F41.2 – Transtorno misto de ansiedade e depressão, com 3 casos (15.8%); CID 10-F33.1 – Transtorno depressivo recorrente, com intensidade moderada, com 2 casos (10.5%); CID-10 F41.1 – Ansiedade Generalizada, com 1 caso (5.3%); CID 10-F31.6 – Transtorno afetivo bipolar, episódio atual misto, com 1 caso (5.3%) e CID 10-F43 – Reações ao ‘‘stress” grave e transtornos de adaptação, com 1 caso (5.3%).

A partir desses dados, pode-se concluir que a CID 10-F32 – Episódios depressivos, apresentou a maior incidência, com um total de 42.1%, resultando em 8 casos ao longo de seis meses.

Gráfico 4

Destarte, após a somatória das CIDs que tiveram a maior incidência nos respectivos anos, obteve-se 4 (quatro) categorias de maior destaque, sendo em 1º lugar a CID 10-F41 – Outros transtornos ansiosos, sendo 91 casos, (43,8%); em 2º lugar a CID 10-F32 – Episódios depressivos, com 54 casos (26,0%); em 3º lugar a CID 10-F43 – Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação, com 49 casos (23,6%), e em 4º lugar a CID 10-F33 – Transtorno depressivo recorrente, com 14 casos (6,7%).

Esses dados reforçam a importância de reconhecer os desafios enfrentados pelos policiais civis enquanto servidores que enfrentam desafios únicos e que podem afetar sua saúde mental.

5.2. SAÚDE MENTAL E CIDS 10 F MAIS RECORRENTES NA POLÍTICA CIVIL DO AMAZONAS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Os resultados deste estudo destacam os impactos significativos da pandemia mundial de COVID-19 (SARS-CoV-2) na saúde mental e nas doenças psiquiátricas. No ano de 2020, a declaração da pandemia pela Organização Mundial da Saúde trouxe consigo uma série de desafios sem precedentes. A rápida disseminação do vírus resultou em um número alarmante de vidas perdidas e exigia medidas drásticas, como os lockdowns, que paralisaram a economia global.

Durante esse período, as pessoas enfrentaram o medo do desconhecido e incertezas em relação ao futuro, o distanciamento social foi implementado como uma estratégia para evitar a propagação do vírus, porém, trouxe consigo o medo da solidão, à medida que familiares e amigos se viam separados em decorrência das medidas de proteção. Explorando o cenário pós-pandemia no estado do Amazonas, verifica-se que essa região enfrentou um contexto desafiador após o período crítico da pandemia. O estado enfrentou uma série de desafios sociais, econômicos e de saúde que podem ter contribuído para o aumento da incidência de transtornos relacionados à saúde mental. O cenário de isolamento social prolongado, perdas de entes queridos e incertezas econômicas podem ter influenciado na redução do bem-estar mental da população, agravando suas necessidades de saúde mental no pós-pandemia no estado do Amazonas.

Nesse contexto, os profissionais de saúde e segurança pública assumiram um papel crucial nas ruas, lutando pela sobrevivência em situações críticas, como por exemplo a escassez de oxigênio no Amazonas e trabalhando para conter aglomerações sociais em festas clandestinas.

Conforme afirmado por Afonso (2020), é importante reconhecer que o isolamento prolongado aumenta os riscos de problemas de saúde mental e doenças psiquiátricas. Os efeitos psicológicos adversos dessa crise global podem ser observados nos indivíduos afetados, com possíveis repercussões a longo prazo. Com base nos dados apresentados, notou-se um aumento nos casos de transtornos mentais durante os anos mencionados, compreendendo o período mais alarmante da pandemia de Covid-19.

Como mencionado no gráfico 4, a somatória das CIDs dos respectivos anos analisados, obteve-se 4 (quatro) categorias de maior destaque, sendo a CID 10-F41

– Outros transtornos ansiosos, com 91 casos, (43,8%); a CID 10-F32 – Episodios depressivos, com 54 casos (26,0%); a CID 10-F43 – Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação, com 49 casos (23,6%), e a CID 10-F33 – Transtorno depressivo recorrente, com 14 casos (6,7%).

Compreende-se em primeiro lugar a CID 10-F41, classificada como “Outros transtornos ansiosos”, com 91 casos. Assimila-se esse transtorno a um diagnóstico mais conciso que seria o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), a pessoa com TAG vive em um estado constante de alerta, acreditando que a qualquer momento algo de ruim pode acontecer, é possível que este transtorno esteja associado a fobias, como o transtorno do pânico, ou até mesmo seja causado por doenças, como doenças cardiovasculares, hipertireoidismo, entre outras similares.

Nesse contexto, a ansiedade generalizada pode estar relacionada a situações estressantes, incertas e potencialmente perigosas, podendo contribuir para o agravamento do TAG.

O medo e a ansiedade são fenômenos universais e estão presentes em todos nós, em doses variadas, como resposta a adaptação aos estímulos de ameaça com que nos deparamos em nosso dia a dia. (SILVA, 2011)

O trabalho do policial é caracterizado por ser extremamente desgastante, pelo fato de estar constantemente exposto ao perigo e riscos iminentes; pelo horário irregular de trabalho; pela ausência de folgas; por ter que lidar com crianças maltratadas; por precisar levar a óbito alguém em serviço, ou até mesmo por presenciar a morte de colegas de profissão (Sousa et al, 2021). Tais ocorrências podem influenciar a saúde mental desses profissionais.

O aumento nas incidências de transtornos mentais também pode estar relacionado ao contexto pandêmico, como sugerido por Afonso (2020), uma vez que o isolamento prolongado e o estresse causado pela crise global podem ter contribuído para o surgimento ou agravamento desses transtornos.

Em segundo lugar obteve-se a CID 10-F32 – Episodios depressivos, com 54 casos. A depressão pode causar intenso sofrimento e interferir significativamente no desempenho da pessoa afetada, seja no ambiente de trabalho ou no convívio familiar. Nos casos mais graves, a depressão pode aumentar o risco de suicídio, durante os episódios depressivos severos, é improvável que a pessoa consiga manter suas atividades sociais, profissionais ou domésticas. Nesses momentos, a pessoa experimenta sentimentos de tristeza profunda, perda de interesse e prazer, bem como uma notável diminuição de energia, além disso, muitas pessoas com depressão também enfrentam sintomas como a ansiedade (OMS).

Em terceiro lugar, tem-se a CID 10-F43 – Reações ao “stress’’ e transtornos de adaptação, com 49 casos. Apoiando-se nas considerações expostas pela OMS, esta CID pode estar intrinsecamente ligada à pandemia da COVID-19, devido ao aumento do estresse causado pelas limitações na capacidade de trabalhar, e a dificuldade de buscar apoio de seus entes queridos, interligado aos fatores como solidão, medo de contrair o vírus e aos fatores de convívio social.

Em suma, no quarto lugar está a CID 10-F33 – Transtorno depressivo recorrente, com 14 casos. Segundo os conceitos desenvolvidos pela OMS, este transtorno é caracterizado por episódios depressivos repetidos, tendo os mesmos sintomas já mencionados na CID-10 F32.

Ao considerar a relação entre exigências relacionadas à profissão do policial e condições de trabalho que não favoreçam a saúde mental, pode-se ter sérias consequências. É importante reconhecer e abordar essas questões para promover um ambiente de trabalho mais saudável, apoiando adequadamente os trabalhadores em suas demandas de saúde mental.

No entanto, de modo a aprofundar os estudos sobre o tema ora apresentado, sugere-se o desenvolvimento de pesquisas que possam comparar os dados sobre saúde mental dos policiais civis com períodos anteriores à pandemia e considerar outras variáveis que possam influenciar as incidências de transtornos mentais e demais necessidades relacionadas à saúde mental dos policiais civis do Amazonas. Para atenuar esses impactos é essencial implementar medidas de cuidado e prevenção, como educação e treinamento em saúde mental, programas de resiliência, promoção de um ambiente de trabalho saudável, redução do estigma associado à saúde mental e implementação de sistemas de monitoramento. É importante destacar que a Polícia Civil do Amazonas pode adaptar essas medidas às suas necessidades específicas, buscando a orientação de profissionais especializados.

Posto isso, é necessário reforçar a compreensão sobre a saúde mental e os transtornos mentais. Tendo como referência os conceitos apresentados pela OMS, sendo a saúde um completo bem estar físico, mental e social, não sendo apenas a ausência de doenças, bem como a saúde mental sendo um estado de bem estar no qual o ser humano seja capaz de usar suas habilidades para a recuperação do estresse do dia a dia, mantendo-se produtivo na sua vida pessoal e social, tem-se a convicção de que a saúde mental deva estar ligada à forma como o indivíduo reage às exigências de sua vida, como a liberdade de ideias e emoções frente aos sentimentos de alegria, felicidade, raiva, tristeza, frustração entre outros.

Além disso, é crucial embasar as políticas e cuidados apropriados em evidências científicas, adaptando-os às necessidades individuais e sociais. A abordagem adequada engloba também a integração e colaboração entre diversos setores, como saúde, educação, trabalho e habitação. Em síntese, a implementação de políticas e cuidados adequados desempenha um papel fundamental ao garantir acesso a tratamentos de qualidade e a contribuir na prevenção da manifestação de transtornos mentais (Jorge et. al, 2014). Segundo Marcos Luiz Bretas, existe uma expectativa da sociedade de que o policial tenha um comportamento correto, com as pessoas que estão na posição de vítimas e com aqueles considerados suspeitos, público alvo do trabalho da Polícia (Bretas, 1997). Por isso, o cuidado ao policial pode repercutir diretamente na qualidade de vida, consequentemente o mesmo sentirá mais disposição para enfrentar as demandas postas no dia a dia de seu trabalho.

Os resultados deste estudo evidenciam os impactos substanciais da pandemia global de COVID-19 na saúde mental, nas doenças psiquiátricas e em demais necessidades de saúde mental. É crucial destacar que a saúde mental é um estado de bem-estar completo, envolvendo não apenas a ausência de doenças, mas também a capacidade de lidar com o estresse e ser produtivo. No entanto, embora este conceito seja considerado como uma utopia por alguns especialistas, pois acreditam ser desumano o não alcance de todos os âmbitos sociais, psíquicos e biológicos para que se mantenha uma perfeita harmonia (Segre e Ferraz, 1977), o objetivo não deve ser a perfeição, mas sim a promoção de melhores condições de saúde mental e bem-estar. Isso implica reconhecer que desafios, estresses e conflitos são partes normais da vida, e que as pessoas têm diferentes necessidades e capacidades. Portanto, é possível criar condições sociais e individuais que promovam a saúde mental, a resiliência e a capacidade de enfrentar os desafios.

Com base nos dados obtidos, é viável sugerir o desenvolvimento de políticas e programas voltados para projetos relacionados à promoção da saúde mental entre os policiais civis do Amazonas. Algumas sugestões a serem consideradas incluem:

  • Primeiramente, implementação de programas educativos voltados para a sensibilização e educação em saúde mental. Esses programas têm o propósito de informar os policiais civis sobre os riscos associados às necessidades de saúde mental. É importante enfatizar a relevância de buscar apoio precocemente e reduzir o estigma relacionado a questões de saúde mental.
  • Além disso, seria interessante considerar a criação de treinamentos específicos focados na resiliência e gestão do estresse. Esses treinamentos podem capacitar os policiais a lidar de forma eficaz com o estresse inerente à sua profissão.

Destacar estratégias de resiliência podem auxiliar os policiais a enfrentar os desafios com maior eficiência.

  • A promoção de um ambiente de trabalho saudável também se apresenta como uma sugestão relevante. Isso envolve a adoção de medidas que incentivem o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos policiais civis.
  • A implementação de pausas regulares, o controle das horas extras e a promoção de atividades de bem-estar podem contribuir para um ambiente mais saudável. Também é recomendada a formulação de políticas rigorosas para prevenir o assédio moral no ambiente de trabalho.
  • A implementação de treinamentos que visem evitar situações que possam contribuir para o surgimento de necessidades de saúde mental é uma medida importante a ser considerada. Para situações críticas de saúde mental, é recomendável a formação de uma equipe especializada capaz de identificar e intervir prontamente as demandas identificadas tais como psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, entre outros, desde que tenham especialização em saúde mental. Oferecer suporte imediato e adequado nessas circunstâncias pode ser crucial para a saúde mental dos policiais.
  • Finalmente, propõe-se a implementação de um sistema de monitoramento contínuo para avaliar a eficácia das políticas e programas propostos.

A importância de realizar ajustes conforme seja necessário, baseados nas necessidades identificadas, também é uma recomendação. Todas essas sugestões podem ser adaptadas à realidade específica dos policiais civis do Amazonas.

6. CONCLUSÃO

Este estudo destaca a importância crucial de abordar de forma ampla e sensível a questão da saúde mental dos policiais civis no contexto do estado do Amazonas. As complexidades e desafios inerentes à profissão policial não podem ser ignorados, caso contrário, podem contribuir para a alta prevalência de necessidades de saúde mental, como ansiedade e depressão, entre esses profissionais. As dificuldades enfrentadas pelos policiais civis, desde exposição constante a situações perigosas até o estresse das investigações e o contato com a violência e tragédias, tendem a agravar os sintomas de ansiedade e depressão. Esses fatores não apenas afetam negativamente a saúde mental individual, mas também podem prejudicar as operações policiais e a qualidade do serviço prestado à comunidade. Diante dessa realidade, é fundamental que as instituições policiais reconheçam a urgência de implementar medidas abrangentes para apoiar efetivamente a saúde mental dos policiais civis. Isso inclui programas de treinamento e sensibilização, facilitando o acesso aos serviços especializados em saúde mental e criando um ambiente organizacional que promova o autocuidado e reduza o estigma associado à busca por apoio psicológico, psiquiátrico e social adequados. Além disso, este estudo enfatiza a importância contínua da pesquisa para compreender melhor os fatores específicos que contribuem para a saúde mental dos policiais civis na região amazônica.

Assim, será viável criar abordagens mais eficientes e adequadas à situação local, com o objetivo de evitar e reduzir os efeitos prejudiciais da ansiedade e da depressão. Em última análise, ao reconhecer e abordar ativamente a saúde mental dos policiais civis, o Amazonas não apenas valoriza o bem-estar de seus agentes da lei, mas também fortalece a eficácia de suas forças policiais e demonstra um compromisso firme com a segurança e o bem-estar de toda a comunidade. É crucial ressaltar que este estudo foi baseado em uma pesquisa documental e não levou em consideração fatores como gênero, raça/cor ou idade dos servidores, tratando-se dos dados mais globais dos relatórios institucionais. Os resultados obtidos foram atingidos de acordo com os objetivos estipulados e contribuem para uma melhor compreensão das ocorrências dos transtornos e das necessidades de saúde mental entre os policiais civis do Amazonas, ressaltando a necessidade de atenção especial à saúde mental desses profissionais.

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1 Discente de Graduação do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. E-mail: nahamanendes2001@gmail.com

2 Mestra em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia com graduação em Serviço Social. Docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas. Analista Social de Defensoria na especialidade Serviço Social, no Núcleo de Saúde da Defensoria Pública do Estado do Amazonas. E-mail: andreiasouza@ufam.edu.br