TRENDS AND ADVANCES IN ROBOTIC SURGERY: A SYSTEMATIC REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202507111823
Murilo Spinelli Pinto1
Camila de Almeida Henriques2
Jully Belluzzo Silva Maciel3
Milena Queiroz Ferreira4
RESUMO
A cirurgia robótica (CR) emergiu como uma das mais significativas inovações, caracterizando-se pela precisão, menor invasividade e recuperação mais rápida dos pacientes. Além disso, a convergência da CR com a Inteligência Artificial (IA) promete não apenas aprimorar a técnica cirúrgica, mas também expandir os cuidados médicos de qualidade em regiões que ainda não tenham acesso às mesmas. Objetiva-se com essa revisão sistemática avaliar informações, através da análise de estudos recentes, inerentes ao cenário atual da cirurgia robótica, sobretudo os avanços, tendências, sistemas e aplicação em diversas áreas médicas. Realizou-se pesquisa de artigos científicos indexados nas bases de dados Latindex e MEDLINE/PubMed entre os anos de 2020 e 2025. Os descritores utilizados, segundo o “MeSH Terms”, selecionando 2,247 artigos pertinentes à discussão. A cirurgia minimamente invasiva (CMI) tem se consolidado como uma abordagem fundamental na prática moderna, refletindo um progresso significativo desde suas origens. Na atualidade, as técnicas de CMI são amplamente reconhecidas por reduzir possíveis complicações inerentes à mesma, possibilitando melhor recuperação dos pacientes. O sistema robótico da Vinci (Intuitive Surgical), por exemplo, tem sido amplamente empregado, pela precisão cirúrgica, e por possibilitar melhora na ergonomia, tornando os procedimentos cirúrgicos mais seguros, porém, ainda há desafios relacionados ao custo e à acessibilidade das tecnologias robóticas, que precisam ser abordados. Conclui-se que estudos pertinentes publicados trazem à luz a discussão acerca dos avanços de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, responsáveis por proporcionar abordagens menos agressivas nos tratamentos cirúrgicos, sem impactar os resultados almejados.
Palavras-chave: cirurgia robótica, plataforma robótica, cirurgia minimamente invasiva, cirurgia assistida por robô, novos robôs cirúrgicos.
ABSTRACT
Robotic surgery (CR) emerged as one of the most significant innovations characterized by accuracy, less invasiveness and faster recovery of patients. In addition, CR’s convergence with Artificial Intelligence (IA) promises not only to improve the surgical technique, but also expand quality medical care in regions that do not yet have access to them. It is aimed at this systematic review to evaluate information, through the analysis of recent studies, inherent to the current scenario of robotic surgery, especially the advances, trends, systems and application in various medical areas. Research of scientific articles indexed in the Latindex and Medline/Pubmed databases between 2020 and 2025. The descriptors used, according to “Mesh Terms”, selecting 2,247 articles relevant to the discussion. Minimally invasive surgery (CMI) has been consolidated as a fundamental approach in modern practice, reflecting significant progress since its origins. Currently, CMI techniques are widely recognized by reducing possible complications inherent to it, enabling better recovery from patients. The Vinci (Intuitive Surgical) robotic system, for example, has been widely employed by surgical accuracy, and by enabling improvement in ergonomics, making surgical procedures safer, but there are still challenges related to the cost and accessibility of robotic technologies that need to be approached. It is concluded that pertinent published studies bring to light the discussion about the advances of minimally invasive surgical techniques, responsible for providing less aggressive approaches to surgical treatments, without impacting the desired results.
Keywords: robotic surgery, robotic platform, minimally invasive surgery, robot-assisted surgery, new surgical robots.
1 INTRODUÇÃO
A cirurgia robótica emergiu como uma das mais significativas inovações no campo da medicina moderna, caracterizando-se pela precisão, menor invasividade e recuperação acelerada dos pacientes. Desde a primeira realização de uma cirurgia assistida por robôs na década de 1980, essa tecnologia evoluiu consideravelmente, permitindo que procedimentos complexos fossem realizados com um nível de destreza que supera as limitações das mãos humanas. A integração de sistemas robóticos nas salas de cirurgia não apenas transformou a prática cirúrgica, mas também redefiniu as expectativas em relação aos resultados clínicos, tornando-se um tema central em pesquisas contemporâneas (Huang et al., 2022).
Paralelamente, o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) teve um impacto profundo em diversas áreas, da automação industrial à análise de dados, e seu avanço contínuo está moldando o futuro da medicina. A aplicação de algoritmos de aprendizado de máquina e técnicas de IA em conjunto com a cirurgia robótica está revolucionando a maneira como os cirurgiões se preparam e executam intervenções. Esse casamento entre IA e robótica não apenas melhora a precisão dos procedimentos, mas também permite a personalização das abordagens cirúrgicas, adaptando-se às necessidades individuais de cada paciente. Com o aumento da coleta de dados e a análise preditiva, espera-se que a IA desempenhe um papel cada vez mais crucial na tomada de decisões clínicas, moldando o futuro da prática cirúrgica (Khan et al., 2023).
Além disso, a convergência da cirurgia robótica com a inteligência artificial promete não apenas aprimorar a técnica cirúrgica, mas também expandir o acesso a cuidados médicos de qualidade em regiões sub atendidas. A capacitação de robôs cirúrgicos com sistemas de IA pode possibilitar a realização de procedimentos complexos à distância, com a supervisão de especialistas, superando barreiras geográficas e logísticas. Esse avanço representa uma oportunidade única para democratizar o acesso a tecnologias médicas de ponta, promovendo a equidade na saúde global. À medida que a pesquisa avança, é imperativo que os profissionais da saúde e os engenheiros colaborem para garantir que as inovações sejam aplicadas de forma responsável e eficaz, maximizando os benefícios para os pacientes e a sociedade como um todo (Le et al., 2023).
2 OBJETIVO
O objetivo deste artigo é reunir informações, mediante análise de estudos recentes, acerca dos aspectos inerentes ao cenário atual da cirurgia robótica, sobretudo os avanços, tendências, sistemas e aplicação em diversas áreas médicas.
3 METODOLOGIA
Realizou-se pesquisa de artigos científicos indexados nas bases de dados Latindex e MEDLINE/PubMed entre os anos de 2020 e 2025. Os descritores utilizados, segundo o “MeSH Terms”, foram: robotic surgery, robotic platform, minimally invasive surgery, robot-assisted surgery, new surgical robots. Foram encontrados 42,083 artigos, segundo os critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos 5 anos, textos completos, gratuitos e tipo de estudo. Papers pagos e com data de publicação em período superior aos últimos 5 anos foram excluídos da análise, selecionando-se 2,247 artigos pertinentes à discussão.
4 DISCUSSÃO
A cirurgia minimamente invasiva (MIS) tem se consolidado como uma abordagem fundamental na prática cirúrgica moderna, refletindo um progresso significativo desde suas origens no início do século XX. A introdução de técnicas laparoscópicas foi inicialmente recebida com ceticismo, devido ao receio de complicações e resultados adversos. Contudo, a evolução tecnológica ao longo das últimas décadas, incluindo a aplicação de câmeras de vídeo e o desenvolvimento de ferramentas especializadas, contribuiu para a aceitação e ampliação do uso da laparoscopia. O trabalho pioneiro do Dr. Camran Nezhat, por exemplo, foi crucial para superar as críticas iniciais e estabelecer a laparoscopia como uma prática viável e segura. Hoje, as técnicas de MIS são amplamente reconhecidas por sua capacidade de melhorar a recuperação dos pacientes e reduzir complicações. (WILLIAMSON; SONG et al., 2022)
Atualmente, a escolha entre técnicas cirúrgicas abertas, laparoscópicas ou robóticas depende de uma série de fatores, incluindo a natureza do procedimento e a experiência do cirurgião. A cirurgia laparoscópica, que se tornou a técnica preferida em muitos casos, exige um conjunto específico de ferramentas, como trocartes e laparoscópios iluminados, que possibilitam a visualização e o acesso à cavidade abdominal. A evolução dos instrumentos, como a introdução de câmeras 3D, melhorou ainda mais a eficácia da cirurgia laparoscópica, permitindo uma visualização mais precisa e reduzindo a curva de aprendizado para novos cirurgiões. Além disso, a adaptação das técnicas de entrada laparoscópica, como a entrada de Hasson e a entrada de Veress, tem se mostrado essencial para maximizar a segurança e a eficácia dos procedimentos. (WILLIAMSON; SONG et al., 2022)
Os avanços nas técnicas cirúrgicas, especialmente com a introdução da cirurgia robótica, têm revolucionado o campo da cirurgia minimamente invasiva. O sistema robótico da Vinci, por exemplo, tem sido amplamente adotado por sua capacidade de melhorar a ergonomia e a precisão cirúrgica. Estudos demonstraram que o uso deste sistema não apenas melhora os resultados clínicos, mas também facilita a transição para estagiários em ambientes de treinamento. Apesar das vantagens, como a redução do tremor do cirurgião, ainda existem desafios relacionados ao custo e à acessibilidade das tecnologias robóticas, que precisam ser abordados. A discussão sobre as aplicações clínicas do da Vinci, especialmente em procedimentos como colecistectomias e histerectomias, evidencia a necessidade contínua de aprimoramento nas técnicas laparoscópicas tradicionais, promovendo um debate necessário para a evolução da prática cirúrgica. (WILLIAMSON; SONG et al., 2022)
5 CIRURGIA ROBÓTICA EM UROLOGIA
A cirurgia robótica em urologia tem revolucionado a prática cirúrgica, proporcionando uma abordagem minimamente invasiva que se traduz em benefícios significativos para os pacientes. A precisão dos movimentos robóticos e a visualização em 3D permitem que os cirurgiões realizem procedimentos complexos com maior controle e segurança. Essa tecnologia é especialmente eficaz em intervenções como prostatectomias radicais e nefrectomias, onde a preservação de estruturas adjacentes é crucial. Com a redução da dor e do tempo de recuperação, os pacientes frequentemente experimentam uma melhora na qualidade de vida e uma rápida reintegração às suas atividades cotidianas. Além disso, a diminuição das complicações pós-operatórias, como sangramentos e infecções, contribui para um melhor desfecho clínico. (BRASSETTI et al., 2023)
Os desafios associados à implementação da cirurgia robótica não podem ser ignorados. A curva de aprendizado para os cirurgiões é uma consideração crítica, pois a eficácia dos procedimentos depende da experiência do operador. O treinamento adequado e a familiarização com a tecnologia robótica são essenciais para garantir que os cirurgiões atinjam um nível de proficiência que maximize os benefícios para os pacientes. Além disso, a infraestrutura necessária para a adoção da cirurgia robótica pode ser um obstáculo, especialmente em instituições que carecem de recursos financeiros. A discussão sobre os custos envolvidos na aquisição e manutenção dos sistemas robóticos é relevante, pois deve ser ponderada em relação aos benefícios a longo prazo, como a redução de complicações e internações prolongadas. (BRASSETTI et al., 2023)
A evolução contínua da tecnologia robótica e a incorporação de novas técnicas cirúrgicas são fundamentais para o avanço da urologia. A pesquisa em andamento busca aprimorar as capacidades dos sistemas robóticos, como a integração de inteligência artificial e técnicas de imagem avançadas, que podem melhorar ainda mais os resultados cirúrgicos. A padronização de protocolos cirúrgicos e a coleta de dados de longo prazo também são essenciais para estabelecer a eficácia da cirurgia robótica em comparação com abordagens convencionais. A colaboração entre centros de pesquisa e instituições de saúde pode promover a disseminação de melhores práticas e incentivar a inovação na área, contribuindo para uma prática cirúrgica mais eficaz e centrada no paciente. (BRASSETTI et al., 2023)
6 CIRURGIA ROBÓTICA PEDIÁTRICA
Ao comparar a cirurgia minimamente invasiva com a cirurgia aberta tradicional alguns benefícios são bem reconhecidos. Porém, ao aplicar a cirurgia minimamente invasiva na população pediátrica encontra-se um obstáculo técnico, onde a dissecção é dificultada por instrumentos rígidos e ângulos de trabalho restritivos. Dessa forma, na população pediátrica a cirurgia aberta, principalmente aquelas de grande porte, continua sendo amplamente utilizada. Uma vez que a cirurgia robótica foi criada com o intuito de superar as limitações da cirurgia laparoscópica, ela possibilita vantagens que podem ser benéficas na população pediátrica. (O’BRIEN et al., 2023)
Redução da necessidade de opioides, da dor pós-operatória e do tempo de internação, além do retorno mais rápido das atividades normais são algumas das vantagens da cirurgia laparoscópica quando comparada a cirurgia aberta tradicional, tais vantagens também se aplicam a cirurgia robótica. Os aparelhos robóticos foram projetados com o intuito de igualar a amplitude dos movimentos do pulso humano, se opondo aos instrumentos laparoscópicos longos e rígidos cujo movimento é restrito. Tal característica pode ser vantajosa se tratando de pacientes pediátricos menores, visto que facilita a execução de sutura intracorpórea e anastomose, etapas que podem ser extremamente desafiadoras quando realizadas com instrumentos laparoscópicos. Uma vez que os movimentos dos instrumentos robóticos são simétricos com os movimentos das mãos do cirurgião, sugere-se uma curva de aprendizado mais suave quando comparado aos movimentos realizados na laparoscopia que requer movimentos invertidos. Além disso, observa-se também uma visualização mais estável e precisa com uma percepção de profundidade mais aprimorada. (O’BRIEN et al., 2023)
Entretanto, custo elevado e tempo operatório aumentado em relação a cirurgia laparoscopia tradicional, são pontos presentes também na cirurgia pediátrica. O tempo gasto com a configuração da plataforma robótica é um fator contribuinte importante para o maior tempo cirúrgico, no entanto, este tende a diminuir conforme o tempo e experiência. Na pediatria, encontra-se uma desvantagem específica em relação ao tamanho das plataformas cirúrgicas e instrumentos utilizados. Tendo em vista que os instrumentos robóticos aprovados para o uso pediátrico estão disponíveis em apenas dois tamanhos e ambos os maiores que os equipamentos utilizados em procedimentos laparoscópicos. (O’BRIEN et al., 2023)
A aplicação da cirurgia robótica na população pediátrica se mostra como um desenvolvimento promissor. Em procedimentos que envolvem sutura intracorpórea e anastomose, as técnicas robóticas provam ser vantajosas, de modo que se mostrou um interesse particular nas áreas de urologia pediátrica e cirurgia geral. Observa-se uma necessidade de realização de estudos prospectivos maiores e mais robustos, para assim aferir os benefícios e as limitações desta técnica quando comparada a cirurgia aberta e laparoscópica. Contudo, a cirurgia robótica pediátrica oferece um grande potencial para possibilitar que pacientes jovens e vulneráveis se beneficiem das vantagens da cirurgia minimamente invasiva, sustentada pela ergonomia e destreza aprimorada pela robótica. (O’BRIEN et al., 2023)
7 CIRURGIA ROBÓTICA EM EMERGÊNCIA
A cirurgia robótica se fez como uma das mais significativas inovações na área da medicina, sendo estabelecida principalmente em cirurgias eletivas. Uma vez que a laparoscopia é largamente utilizada na cirurgia geral urgente, viu-se uma importância em explorar a utilização da robótica nesse cenário. Em doenças agudas urgentes dos órgãos abdominais, como colecistite e apendicite aguda, a cirurgia laparoscópica é o padrão de cuidado. Tendo em vista a ampla utilização da cirurgia robótica na cirurgia geral ao longo das últimas décadas, levanta sua importância na cirurgia de urgência. No entanto, até o presente momento há apenas pesquisas limitadas sobre cirurgia robótica urgentes, mostrando que sua utilização na cirurgia geral urgente não chegou a uma escala maior. (REINISCH et al., 2022)
Cirurgia de vesícula biliar, hérnia, gastrointestinal e apendicectomia são as principais indicações para intervenções robóticas de emergência. Porém, alguns pontos devem ser considerados, como um custo supostamente mais alto quando comparado com a cirurgia laparoscópica. Visto que até o presente momento não há evidências que demonstrem uma amortização dos custos extras por uma redução no tempo de internação ou complicações resultantes do uso de cirurgia robótica. Além disso, o reembolso por taxas adicionais devido ao uso de cirurgia robótica não é possível em nenhum sistema de saúde. Outro ponto a ser considerado é o aumento das exigências de tempo devido a tempos de preparação e operação mais longos. (REINISCH et al., 2022)
Embora haja poucos estudos abordando a utilização da cirurgia robótica na apendicectomia, ela se faz de extremo interesse, uma vez que é uma doença extremamente comum e que fez significativa contribuição para o desenvolvimento da laparoscopia. Porém, tendo em vista que se trata de uma cirurgia frequentemente simples e sem preparação complexa, as vantagens apresentadas não são consideradas suficientes para utilização da cirurgia robótica.
Nas colecistectomias de urgência as vantagens e desvantagens se apresentaram de forma muito heterogêneas, não permitindo a avaliação adequada. Entretanto, não foi encontrada nenhuma contraindicação clara para o uso de robôs nessa situação. (REINISCH et al., 2022)
Em condições agudas do trato gastrointestinal a utilização da cirurgia robótica mostra-se eficiente, uma vez que fornece uma vantagem significativa para suturar e dar nós, permitindo assim, que perfurações e rupturas sejam fechadas com excelência. Embora não haja dados disponíveis em operações urgentes, os relatos/séries de casos listados mostram que seria possível sua realização em um ambiente de urgência. Como desvantagem cita-se novamente uma elevação do custo, tendo em vista que dispositivos de selagem, além de drapeados, tesouras, trazem um custo significativo. A cirurgia robótica tem sido utilizada nas hérnias como opção minimamente invasiva, sendo possível sua utilização em hérnias encarceradas e situações urgentes. Embora as complicações tenham sido baixas e comparáveis com procedimentos minimamente invasivos não robóticos, nenhuma vantagem clara da técnica foi apresentada. (REINISCH et al., 2022)
8 MÉTODOS E MODALIDADE DE TREINAMENTO
O sistema cirúrgico da Vinci tem sido o sistema robótico amplamente utilizado nos últimos anos por todo sistema de saúde. Assim, o treinamento tem se concentrado principalmente para esse sistema e consiste, principalmente, em práticas em laboratório seco usando almofadas e tecidos artificiais que oferecem um ambiente de simulação de alta fidelidade, permitindo aos estagiários praticarem e aprimorar suas habilidades técnicas em ambiente seguro de forma controlada. Além disso, os treinadores de caixa permitem o treinamento de habilidades técnicas avançadas com interação visual do tecido. Entretanto, como ponto negativo desse tipo de treinamento há uma ausência do feedback tátil, mas é compensado pelo componente visual das forças de interação do instrumento e do tecido. Ademais, o sistema oferta dicas visuais e de manipulação do tecido, portanto, a ausência de feedback tátil não se torna um grande obstáculo, pois o treinamento em laboratório com biotecido e modelos de tecido impressos em 3D podem ser utilizados em conjunto com métodos de avaliação, como medição de força. Essas técnicas de avaliação se complementam oferecendo informações a respeito da capacidade de quem está sendo avaliado em manusear e manipular o tecido durante a cirurgia, aumentando a precisão da avaliação. (RAHIMI et al., 2024) (BRESLER et al., 2020).
A avaliação no treinamento de caixa geralmente envolve formulários de avaliação subjetiva, como os formulários validados GEARS e OSATS, que embora validados por especialistas e apresentem várias versões modificadas, sua generalização é limitada. Sendo assim necessário à validação contínua para novos procedimentos de treinamento acompanhados de avaliadores presentes ou de avaliação post hoc de um especialista. (RAHIMI et al., 2024)
A segunda modalidade de treinamento mais comumente usada é o Simulador de Habilidades da Vinci (dVSS), em que o treinamento de realidade virtual (RV) permite a melhoria em habilidades técnicas básicas, tarefas de treinamento de procedimentos e familiarização com a interface do usuário, controles e câmeras. Assim como no treinamento em laboratório seco, a desvantagem no dVSS, também, é a ausência de feedback tátil apesar de o treinamento RV fornecer o treinamento das habilidades cirúrgicas de modo mais conveniente e econômico. A tecnologia mais atual de treinamento desse sistema não tem capacidade de ofertar simulação de forças de interação realista de tecidos virtuais e instrumentos, portanto, o feedback e avaliação adicionados em treinadores de RV são limitados a parâmetros de tempo, movimento e erros específicos da tarefa. Além disso, outro ponto negativo desse treinamento é a disponibilidade limitada do console mestre, o que exige que os treinamentos sejam realizados no horário fora do normal de trabalho no hospital. A pontuação na avaliação do dVSS é um método de feedback e avaliação mais utilizados devido à importância desse método. (RAHIMI et al., 2024) (BRESLER et al., 2020).
Uma modalidade de treinamento não deve anular outra devido as suas desvantagens, o ideal é que as modalidades se complementem cobrindo os pontos fracos de cada sistema. Idealmente o currículo deve ser composto por modalidades de treinamento que abrangem, em ordem crescente, técnicas menos invasivas e complexas para técnicas mais complexas, progressivamente elevando o grau de dificuldade. Por exemplo, iniciando a qualificação dos cirurgiões com um treinamento básico teórico, incluindo e-learning, vídeos narrados ou apresentações. Progredindo para um treinamento do sistema conduzido por plataforma de treinamento digital do robô cirúrgico, a fim de se familiarizar com o sistema técnico, interface usuário, controles e câmeras. Posteriormente, iniciar o treinamento de habilidades iniciais como destreza bimanual, percepção de profundidade e manipulação de tecidos, que podem ser aprimoradas no treinador digital. Por fim, ao atingir os benchmarks validados, o laboratório seco, em que sensores objetivos de força e movimento fornecem feedback sobre habilidades técnicas, podem ser iniciados. Ademais, ferramentas de avaliação como o formulário GEARS para habilidades gerais pode ser modificado para procedimentos específicos oferecendo feedback personalizado aos alunos. (RAHIMI et al., 2024)
Após todo esse processo, os cirurgiões estariam aptos a progredirem para treinamentos com avaliações mais complexas e avançadas, treinando suas habilidades e técnicas em tecido animal ex-vivo ou animais vivos, com feedback fornecido pelo GEARS. Além disso, habilidades processuais também podem ser treinadas e avaliadas com laboratório de cadáveres humanos. Por fim, sendo finalizado com sessões de aprendizados com diversos casos clínicos realizados sob supervisão e posterior revisão com discussão de caso e revisão das experiências da curva de aprendizado do robô e avaliação de truques com outros colegas. (RAHIMI et al., 2024) (BRESLER et al., 2020).
O levantamento de diversos estudos demonstrou uma variedade limitada em protocolos e métodos de estudo e que o número de estudos envolvendo dados comparativos de diferentes modalidades de treinamento são escassos. Portanto, as futuras modalidades de treinamento devem incorporar parâmetros objetivos para avaliar a aquisição de habilidades e atingir níveis de proficiência predefinidos. O feedback objetivo deve envolver como parâmetros de avaliação o tempo de execução, movimento realizado, manipulação do tecido, manuseio, força de interação no tecido e avaliação de qualidades específicas como, por exemplo, sutura. Ademais, visando a otimização da eficácia e eficiência do treinamento, modelos de previsão e aprendizado de máquina podem ser usados para prever a carga de treinamento necessária de modo individualizado e, além disso, a avaliação objetiva torna possível a comparação de curvas de aprendizado em diferentes sistemas de cirurgias utilizando o sistema robótico. Por fim, diante do avanço e aumento dos sistemas de cirurgia robótica torna-se essencial a criação de uma plataforma multi-RAS para treinamento e avaliação da proficiência em diferentes sistemas robóticos. (RAHIMI et al., 2024)
9 TREINAMENTO PARA RESIDENTES
As simulações cirúrgicas são estratégias de aprendizado para as habilidades básicas e intervenções complexas, de forma controlada e em ambiente seguro, de modo que se assemelham à realidade, emergindo o aluno na prática e preparando-o melhor para a rotina. Sendo assim, o objetivo das simulações é evitar, tanto quanto possível, que o cirurgião em treinamento e aprendizado inicial de residência ao adquirir uma nova técnica, realize esse primeiro procedimento em um paciente real com todos os riscos que a situação pode acarretar. Por isso, atualmente, foram desenvolvidos diversos programas de treinamento de simulação laparoscópica validados, por exemplo, o curso Fundamental Laparoscopic Skills (FLS) nos EUA, programa de validação que obrigatório para residentes cirúrgicos que desejam fazer seus exames de certificação do conselho de cirurgia e, portanto, poder exercer. (RAHIMI et al., 2024).
Até 2020, não havia programas de aprendizagem de simulação para cirurgia robótica, pois inicialmente o sistema robótico, principalmente o da Vinci, foram muito utilizados pelas áreas de urologia e ginecologia. Contudo, com sua disseminação para outras áreas como digestiva e torácica, tornou-se necessário o desenvolvimento de métodos de treinamento para a aprendizagem dos residentes e capacitação de cirurgiões em geral. Tal treinamento é imprescindível, pois apesar da semelhança com a cirurgia laparoscópica, a robótica possui suas especificidades como, por exemplo, a interface de máquina interposta entre cirurgião e paciente, a posição dos trocartes que é específica para o uso do robô, a atração dos braços do carrinho de instrumentos, uso de pedais que combinam diversas funções, aquisição de novos gestos específicos relacionados à articulação multidimensional dos instrumentos intracorpóreos. Além do aprendizado essencial exigido do assistente operatório cujos gestos são difíceis de serem supervisionados pelo cirurgião não estéril sentado no console de controle, sendo necessário a aprendizagem do treinamento de equipe, que muda de dinâmica, a fim de permitir que a atividade robótica seja implementada de forma segura para pacientes, médicos e equipe. (RAHIMI et al., 2024) (BRESLER et al., 2020).
Durante os primeiros anos para se tornar um cirurgião estão concentrados a maior parcela de erros, pois é o momento em que se está começando a aprendizagem a respeito dessa área. Os modelos de ensino, no geral, são baseados no aprendizado mestre-aprendiz em que o residente observa seus chefes, médicos mais experientes, e assim inicia sua aprendizagem através da observação. No treinamento robótico a aprendizagem se desenvolve da mesma forma, porém para melhorá-lo é preciso a conscientização dos pontos fracos deste modelo de ensino, padrões de qualidade assegurados e acesso a treinamento acessível integrado ao planejamento de trabalho. (CHEN et al., 2020)
Diante do estudo para aprimoramento dessas técnicas de aprendizado, ficou evidente que modelos, por exemplo, de prática deliberada sustentada (SDP) são mais eficientes demonstrando redução de taxas de erro no início da curva de aprendizado. Para o SDP a repetição de habilidades com prática deliberada e métricas definidas devem ser utilizadas e replicadas em diversos cenários. Há diversas evidências de que procedimentos padronizados, é mais fácil identificar sutilezas da técnica para melhorar os resultados do paciente e, também, identificar complicações pós-operatórias. Sendo assim, o estabelecimento de métricas objetivas utilizadas em múltiplos cenários seguros e treinamento desde o e-learning que descreve métricas em procedimentos e protocolos de tele mentoring e registro da auditoria de resultados auxiliam no processo chave para melhoria do treinamento de cirurgiões na robótica. Além disso, a incorporação de modelos de impressão 3D que sangram e são de alta fidelidade e reproduzem de forma mais fiel possível o procedimento, permitindo dissecção, hemostasia e sutura realistas incorpora métricas de desempenho cirúrgico que auxiliam a SDP em tempo real e feedback. ademais, esses modelos são de baixo custo-benefício, pois não exigem instalação em laboratório úmido tornando o treinamento mais acessível. (CHEN et al., 2020) (BRESLER et al., 2020).
Em geral, os currículos de treinamento em cirurgia robótica abrangem avaliação objetiva de habilidades cirúrgicas robóticas básicas ou procedimentos específicos utilizando ferramentas globais de avaliação, como avaliação estruturada robótica – objetiva de habilidades técnicas (R-OSATS), avaliação operatória global de habilidades laparoscópicas (GOALS) e métricas de desempenho automatizadas (AMPs) com potencial para avaliar objetivamente técnicas cirúrgicas fornecendo uma avaliação mais equitativa e quantificável entre as disciplinas. Para a avaliação do aprendizado dos cirurgiões robóticas pode-se valer de mais de um método combinado, como o método de Levin et al. em que estão incluindo três etapas: extração de dados (métodos cinéticos e de visão computacional), métodos automatizados (rastreamento de movimento de ferramentas, mãos, olhos e análise da contração muscular) e análise de aprendizado do robô (aprendizado profundo ou classificação de desempenho). (CHEN et al., 2020)
10 LIMITAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FUTURAS DA ROBÓTICA
A técnica cirúrgica laparoscópica tradicional requer diversos auxiliares, para segurar o endoscópio no lugar, movimentar a câmera na cavidade, realizar a entrega dos materiais necessários, além de ser fisicamente desgastante para o cirurgião. Entretanto, a incorporação da robótica trouxe mais conforto aos cirurgiões que podem operar sentados e é um sistema capaz de operar dentro de um espaço 3D sem exigir assistentes para segurar os instrumentos. A busca pelo procedimento ideal individualizado para cada paciente torna evidente a lacuna entre a laparoscopia tradicional e a robótica devido às funções técnicas e utilização. Contudo, os avanços nos sistemas robóticos podem acarretar melhorias para a laparoscopia tradicional, assim como o Endoeye Flex 3D Videoscope espelhou a capacidade dos sistemas robóticos de visualizar o campo cirúrgico em 3D, os movimentos precisos de um sistema completamente robótico também podem acarretar implicações para aplicação na laparoscopia tradicional, em que um sistema de frenagem é aplicado em cada instrumento cirúrgico. Para preencher a lacuna deve-se adaptar as equipes com um engenheiro e pesquisadores clínicos para trabalhar em um sistema de laparoscopia semi-robótica, a fim não só de melhorar as condições cirúrgicas para paciente e equipe de cirurgia, mas também oferecer o serviço melhor em locais mais carentes, como o SUS, devido ao alto custo de implantação e manutenção do sistema totalmente robótico. (WILLIAMSON; SONG et al., 2022)
Apesar da abundância de literatura comparativa e relatos de caso a respeito da implementação, principalmente, do sistema da Vinci, a principal limitação desta revisão é a dificuldade de buscar artigos acerca da evolução dos sistemas robóticos e da constante atualização e evolução desse sistema que ainda não foram relatados por ser extremamente recente. Ademais, outro obstáculo é, que por se tratar de um sistema recente e de alto custo, está restrito a um pequeno número de cirurgiões em um único ambiente, limitando a busca de dados. (WILLIAMSON; SONG et al., 2022)
11 CONCLUSÃO
As publicações e estudos levantados trazem à luz a discussão acerca dos avanços de técnicas minimamente invasivas no campo cirúrgico que acarretou grandes avanços a fim de melhorar as experiências do cirurgião e do paciente. Diante dessa revisão sistemática e da análise de artigos que revisaram procedimentos cirúrgicos ficou evidente a falta de melhorias na técnica laparoscópica tradicional e a respeito das modalidades de treinamento e métodos de avaliação em cirurgia assistida por robótica, é possível observar a carência em treinamento focado em manuseio de tecidos, manipulação e interação de força, considerando a ausência de feedback tátil. Contudo, a análise de procedimentos laparoscópicos robóticos auxilia no desenvolvimento e melhorias das técnicas laparoscópicas tradicionais diante das vantagens e desvantagens observadas no sistema totalmente robótico. Portanto, futuramente as pesquisas devem se concentrar no desenvolvimento de métodos universais de avaliação e feedback objetivos para abordar essas limitações, acompanhando e melhorando os avanços tecnológicos nessa área. (RAHIMI et al., 2024) (WILLIAMSON; SONG et al., 2022)
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1Médico pela Instituição Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) – Suprema
Endereço: Alameda Salvaterra, nº 200, Salvaterra, Juiz de Fora – MG, 36.033-003
E-mail: murilo.spinellip@gmail.com
2Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) – Suprema
Endereço: Alameda Salvaterra, nº 200, Salvaterra, Juiz de Fora – MG, 36.033-003
E-mail: camilaalmeidahenriques28@gmail.com
3Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) – Suprema
Endereço: Alameda Salvaterra, nº 200, Salvaterra, Juiz de Fora – MG, 36.033-003
E-mail: jbsm.sup@gmail.com
4Graduanda em Medicina
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF) – Suprema
Endereço: Alameda Salvaterra, nº 200, Salvaterra, Juiz de Fora – MG, 36.033-003
E-mail: milenaqferreira@yahoo.com