REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202504281710
Ailton de Souza Ribeiro
Orientador : Prof. Dr. André Felipe Costa Santos
RESUMO
O advento das tecnologias digitais tem promovido transformações significativas nos processos educacionais, especialmente no ensino da Matemática no Ensino Fundamental (EF). A integração de ferramentas tecnológicas no processo de alfabetização matemática oferece novas possibilidades para o desenvolvimento de competências essenciais, como o raciocínio lógico, a resolução de problemas e a compreensão de conceitos abstratos. O presente estudo de pesquisa bibliográfica objetivou analisar os estudos sobre ‘Tecnologias Digitais no Processo de Alfabetização da Matemática no Ensino Fundamental’ em formato de dissertação, tese, por meio do recorte temporal publicados em 2014 a 2024. A metodologia adotada para este estudo, seguiu uma abordagem qualitativa, centrada em uma pesquisa bibliográfica. Ademais, a coleta de dados foi realizada por meio do repositório OASIS. Nesse sentido, o levantamento foi realizado em publicações entre os anos 2014 e 2024. Durante a investigação, foram analisados um total de 70 artigos relacionados ao uso das tecnologias digitais na alfabetização matemática no Ensino Fundamental. Contudo, após um criterioso processo de seleção, 60 artigos foram descartados, pois não atendiam aos critérios estabelecidos para inclusão ou eram duplicados. Dessa forma, restaram 10 artigos, todos selecionados de acordo com os parâmetros definidos previamente, que abordam com profundidade o impacto das tecnologias no ensino da matemática. Conclui-se que este estudo reafirma a importância das tecnologias digitais na inovação do ensino de Matemática e a necessidade de políticas públicas para garantir formação docente, infraestrutura nas escolas e planejamento pedagógico adequado.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais. Alfabetização. Matemática. Ensino Fundamental.
ABSTRACT
The advent of digital technologies has brought significant transformations to educational processes, particularly in teaching Mathematics at the Elementary School level. Integrating technological tools into the mathematics literacy process offers new possibilities for developing essential skills such as logical reasoning, problem-solving, and understanding abstract concepts. This bibliographic research study aimed to analyze dissertations and theses on ‘Digital Technologies in the Process of Mathematics Literacy in Elementary Education’ published between 2014 and 2024. The methodology adopted for this study followed a qualitative approach, centered on bibliographic research. Data collection was conducted through the OASIS repository, covering publications from 2014 to 2024. During the investigation, a total of 70 articles related to the use of digital technologies in mathematics literacy in Elementary Education were analyzed. After a rigorous selection process, 60 articles were excluded for not meeting the established inclusion criteria or due to duplication. Consequently, 10 articles remained, all selected according to predefined parameters, which deeply address the impact of technologies on mathematics teaching. The study concludes by reaffirming the importance of digital technologies in innovating Mathematics teaching and highlights the need for public policies to ensure teacher training, school infrastructure, and adequate pedagogical planning.
Keywords: Digital Technologies, Literacy, Mathematics, Elementary Education.
1. INTRODUÇÃO
O advento das tecnologias digitais tem promovido transformações significativas nos processos educacionais, especialmente no ensino da Matemática no Ensino Fundamental (EF). A integração de ferramentas tecnológicas no processo de alfabetização matemática oferece novas possibilidades para o desenvolvimento de competências essenciais, como o raciocínio lógico, a resolução de problemas e a compreensão de conceitos abstratos. Autores como Almeida (2015) destacam que as Tecnologias Digitais (TDs) permitem a exploração de novas perspectivas nos processos de ensino e aprendizagem, ampliando as oportunidades de interação e expressão matemática dos alunos.
A utilização das TDs no ensino da Matemática também permite uma personalização do aprendizado, adaptando-se às diferentes necessidades e ritmos dos estudantes. Segundo Santos (2023), essas ferramentas oferecem recursos como jogos, simuladores e aplicativos que tornam o aprendizado mais dinâmico e atraente, promovendo uma abordagem mais interativa e prática. Além disso, ao possibilitar o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, as TDs favorecem a construção do conhecimento de forma colaborativa, permitindo que os alunos compartilhem soluções, discutam estratégias e trabalhem em conjunto para resolver problemas. Essa interação, tanto com as tecnologias quanto com os colegas, amplia o repertório dos estudantes e fortalece habilidades de comunicação, essencial para o desenvolvimento do pensamento lógico e matemático.
Nesse contexto, o uso de recursos digitais, como softwares educativos, aplicativos interativos e plataformas on-line, tem se mostrado eficaz na promoção de um aprendizado mais ativo e personalizado. De acordo com Nunes e Santos (2021) o uso de tecnologias digitais pode facilitar a compreensão de conceitos matemáticos, tornando as aulas mais dinâmicas e adaptadas às necessidades individuais dos estudantes. Além disso, a gamificação e o uso de ferramentas interativas têm se mostrado estratégias eficazes para engajar os alunos e estimular o interesse pela Matemática (Silva & Lopes, 2020).
Entretanto, a implementação dessas tecnologias enfrenta desafios significativos. A formação docente adequada é determinante para o uso pedagógico eficiente dessas ferramentas, pois professores bem-preparados são fundamentais para integrar as TDs de forma eficaz no currículo escolar (Moran, 2015). Além disso, questões como o acesso desigual às tecnologias e a necessidade de adaptar metodologias de ensino para promover o pensamento crítico e reflexivo dos alunos são desafios que precisam ser superados (Valente, 2017).
Dessa forma, investigar como as tecnologias digitais podem influenciar o desenvolvimento de competências matemáticas no processo de alfabetização se justifica não apenas pela relevância da Matemática para o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos, mas também pela necessidade de compreender as melhores práticas para integrar essas ferramentas em ambientes educacionais diversos, superando barreiras e aproveitando oportunidades para transformar o ensino e a aprendizagem.
Nesse viés, a questão norteadora deste Trabalho de Conclusão Final (TCF) é: Como as tecnologias digitais podem influenciar o desenvolvimento das competências matemáticas no processo de alfabetização de alunos do Ensino Fundamental, considerando os desafios e oportunidades apresentados pelo uso dessas ferramentas em contextos educacionais diversos?
Assim, a justificativa deste estudo baseou-se na necessidade de compreender o impacto das tecnologias digitais no ensino da Matemática, visando identificar estratégias pedagógicas que favoreçam práticas inclusivas e eficazes. O avanço das tecnologias digitais tem transformado o cenário educacional, ampliando as possibilidades de ensino e aprendizagem.
No contexto da alfabetização matemática no EF, essas ferramentas apresentam potencial para engajar os alunos em práticas interativas e significativas, favorecendo o desenvolvimento de competências fundamentais. A introdução de tecnologias digitais pode proporcionar novas formas de representação de conceitos matemáticos, como visualizações dinâmicas, simulações e jogos educacionais, que facilitam a compreensão e aplicação dos conteúdos (Bento & Belchior, 2016; Mélo, 2021).
Além disso, o uso de TDs no ensino da Matemática no EF possibilita a expansão das metodologias ativas, que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem. Ao utilizar ferramentas digitais, os educadores podem criar ambientes de aprendizagem mais flexíveis e interativos, onde os estudantes têm a oportunidade de construir o conhecimento de forma mais autônoma. A personalização do aprendizado, promovida por essas tecnologias, permite que os alunos avancem conforme seu ritmo e nivelamento, proporcionando feedback imediato, o que é essencial para a fixação de conceitos matemáticos. Com isso, os estudantes não apenas assimilam o conteúdo de maneira mais eficaz, mas também desenvolvem habilidades de autogestão e autonomia, aspectos fundamentais para o aprendizado ao longo da vida (Teijeira, 2016).
Outro ponto relevante é a possibilidade de criação de comunidades de aprendizagem online, onde os alunos podem interagir com colegas e professores de diferentes contextos, favorecendo a troca de experiências e a ampliação do conhecimento coletivo. A utilização de plataformas digitais permite que os estudantes participem de atividades colaborativas, discutam resoluções de problemas e compartilhem estratégias de aprendizagem. Esse ambiente social de aprendizagem, mediado pelas tecnologias digitais, propicia um espaço de troca de saberes, essencial para o desenvolvimento de competências socioemocionais, como o trabalho em equipe, a comunicação e o respeito às diferentes perspectivas. Essas competências, por sua vez, são fundamentais para a formação integral dos alunos e sua preparação para os desafios do mundo contemporâneo (Sturion et al., 2015).
Além disso, o uso de tecnologias digitais possibilita um ensino mais inclusivo, atendendo à diversidade presente nas salas de aula, especialmente em contextos em que há alunos com necessidades educacionais específicas, como transtornos do espectro autista. Recursos multimídia podem ser adaptados para tornar o aprendizado acessível e significativo para esses alunos, ampliando as oportunidades de participação e engajamento (Silva & Lopes, 2020). Assim, a inserção de ferramentas tecnológicas no ensino da Matemática vai além de uma simples modernização do ensino, configurando-se como um meio de promover a equidade e a inclusão educacional.
Outrossim, o presente estudo de pesquisa bibliográfica objetivou-se em analisar os estudos sobre ‘Tecnologias Digitais no Processo de Alfabetização da Matemática no Ensino Fundamental’ em formato de dissertação, tese, por meio do recorte temporal publicados em 2014 a 2024. Investigando como as tecnologias digitais podem influenciar o desenvolvimento das competências matemáticas no processo de alfabetização de alunos do Ensino Fundamental, analisando os desafios e as oportunidades associadas ao uso dessas ferramentas em diferentes contextos educacionais, com vistas a propor estratégias pedagógicas que favoreçam práticas inclusivas e eficazes no ensino da Matemática.
Assim, os objetivos específicos foram organizados da seguinte maneira:
✓ Verificar as tendências teórico e metodológicas dos estudos sobre ‘Tecnologias Digitais no Processo de Alfabetização da Matemática no Ensino Fundamental’ em formato de dissertação, tese, por meio do recorte temporal publicados em 2014 a 2024 .
✓ Analisar o impacto do uso de tecnologias digitais no desenvolvimento de competências matemáticas no processo de alfabetização de alunos do Ensino Fundamental, considerando diferentes abordagens pedagógicas e ferramentas disponíveis.
✓ Identificar os desafios teóricos e metodológicos dos estudos sobre ‘Tecnologias Digitais no Processo de Alfabetização da Matemática no Ensino Fundamental’ em formato de dissertação, tese, por meio do recorte temporal publicados em 2014 a 2024.
Para abordar o problema de pesquisa e alcançar os objetivos estabelecidos, este Trabalho de Conclusão Final (TCF) foi estruturado de forma a proporcionar uma análise detalhada e bem fundamentada sobre o impacto das tecnologias digitais no processo de alfabetização matemática. Inicialmente, a introdução apresentou o contexto do estudo, destacando a relevância da temática e a importância da investigação, além de contextualizar a necessidade de entender como as tecnologias digitais podem ser aliadas no desenvolvimento das competências matemáticas no Ensino Fundamental. Nesse sentido, a introdução foi fundamental para traçar os contornos do trabalho, apresentando o problema de pesquisa e justificando a escolha do tema, com base nas contribuições significativas que o uso dessas tecnologias pode oferecer ao campo educacional.
Na sequência, a metodologia foi apresentada, detalhando os métodos adotados para a revisão bibliográfica e os critérios de seleção das fontes que fundamentaram a pesquisa. Esta seção explicou de forma clara e objetiva como os estudos foram analisados, os recortes temporais estabelecidos e os parâmetros utilizados para identificar as tendências teóricas e metodológicas no campo da alfabetização matemática mediada pelas tecnologias digitais. Além disso, foi adotada a abordagem qualitativa para explorar as diferentes práticas educacionais que envolvem o uso dessas ferramentas no processo de ensino e aprendizagem.
O terceiro capítulo, intitulado ‘Alfabetização Matemática no Ensino Fundamental’, possui dois subcapítulos que contextualizaram e aprofundaram a discussão sobre os principais conceitos e a importância das competências matemáticas no contexto da alfabetização. Primeiramente, o subcapítulo 3.1 abordou os conceitos fundamentais de alfabetização matemática, explorando sua importância para o desenvolvimento cognitivo dos alunos e destacando os aspectos essenciais que envolvem a construção de habilidades matemáticas desde os primeiros anos de escolarização. Já o subcapítulo 3.2 foi dedicado ao desenvolvimento cognitivo no processo de alfabetização matemática, discutindo como as crianças constroem e aprimoram suas competências matemáticas ao longo do tempo, com a possível mediação das tecnologias digitais.
Seguindo, a seção ‘Apresentação e Análise dos Dados’ foi responsável por compilar e apresentar as informações coletadas nas fontes selecionadas, com uma análise crítica sobre os estudos existentes que exploram o uso de tecnologias digitais no ensino da Matemática. Nessa etapa, foi possível perceber a diversidade de abordagens adotadas por diferentes autores e a eficácia de cada uma delas, além de identificar as melhores práticas que podem ser incorporadas ao processo de alfabetização matemática. Finalmente, as considerações finais reforçaram a relevância do estudo, propondo sugestões para futuras pesquisas e indicando práticas pedagógicas que possam contribuir para a melhoria da alfabetização matemática no Ensino Fundamental.
Por fim, o trabalho foi finalizado com as referências bibliográficas, que apresentaram as fontes utilizadas para a construção do TCF, com o intuito de oferecer um respaldo teórico robusto e atualizado sobre o tema em questão. Essa estrutura organizada permitiu uma análise abrangente e bem fundamentada, explorando tanto os aspectos teóricos quanto os práticos do uso de tecnologias digitais na alfabetização matemática, com foco na diversidade de contextos educacionais.
2. METODOLOGIA
2.1 Tipo de Pesquisa
A metodologia adotada para este estudo, com o objetivo de investigar as competências matemáticas no Ensino Fundamental e a influência das tecnologias digitais no processo de alfabetização, seguiu uma abordagem qualitativa, centrada em uma pesquisa bibliográfica. Esse tipo de pesquisa é especialmente indicado para mapear e integrar as contribuições mais recentes e relevantes sobre um determinado tema, oferecendo uma visão abrangente das evidências científicas existentes (Romanowski & Ens, 2006). Ao optar por uma pesquisa bibliográfica, buscou-se garantir que a análise das publicações selecionadas estivesse em sintonia com os avanços mais atuais nas áreas de competência matemática e alfabetização no contexto digital.
2.2 Procedimento de coleta
Outrossim, a coleta de dados foi realizada por meio de uma busca criteriosa em bases de dados acadêmicas reconhecidas, com ênfase no repositório OASIS, que oferece acesso a materiais de alta qualidade. A busca concentrou-se nas seguintes palavras-chave:
“Competências matemáticas no Ensino Fundamental”, “Tecnologias digitais na educação”, “Alfabetização matemática”, “Inclusão educacional e tecnologia” e “Desafios e oportunidades das TICs no ensino de Matemática”. Esses descritores foram cuidadosamente escolhidos para refletir o cerne do problema de pesquisa e permitir a localização de publicações que abordam o impacto das tecnologias digitais nas competências matemáticas e na alfabetização matemática no Ensino Fundamental.
Ademais, o levantamento foi realizado em publicações dos últimos 10 anos (20142024), com o intuito de assegurar a relevância e a atualidade das fontes, especialmente em um campo em constante evolução como o da tecnologia educacional. A delimitação temporal foi pensada para abranger as mais recentes inovações e práticas pedagógicas, refletindo as mudanças nas abordagens educacionais e nos avanços tecnológicos. Para otimizar a pesquisa, foram empregados operadores booleanos, como ‘Competências Matemáticas AND Tecnologias Digitais’ ou ‘Alfabetização Matemática OR Inclusão Educacional AND TICs’, facilitando a obtenção de artigos altamente específicos e pertinentes.
2.3 Análise dos dados
A análise dos dados foi realizada de forma rigorosa e sistemática. Os documentos foram analisados por meio de uma análise narrativa, na qual as informações extraídas de cada estudo foram organizadas, comparadas e discutidas em termos de suas implicações para o ensino da Matemática no Ensino Fundamental, especialmente considerando o papel das tecnologias digitais nesse processo. A análise narrativa permitiu uma abordagem integrada das conclusões encontradas nos artigos selecionados, permitindo identificar as principais tendências, divergências e lacunas nos estudos sobre o uso das tecnologias no desenvolvimento das competências matemáticas. Além disso, foram avaliadas as metodologias adotadas nos estudos, a fim de identificar os mais eficazes e relevantes para a aplicação prática no ensino da Matemática.
2.4 Pressuposto ético da pesquisa científica
O estudo seguiu rigorosos pressupostos éticos da pesquisa científica, conforme estabelecido por Mainardes (2017). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da MUST, garantindo que todos os procedimentos respeitaram os princípios éticos fundamentais. Em todas as fases da pesquisa, foram observados padrões éticos, assegurando que as práticas de coleta, análise e apresentação dos dados estivessem em total conformidade com as normas estabelecidas para a realização de pesquisas acadêmicas. Esse cuidado foi essencial para garantir que a pesquisa não apenas avançasse na compreensão do uso das tecnologias digitais no ensino de Matemática, mas também contribua de forma responsável e ética para o campo educacional.
Em suma, este estudo se dedicou a construir um quadro teórico robusto e atualizado sobre o impacto das tecnologias digitais no ensino de Matemática no Ensino Fundamental, integrando evidências empíricas e teóricas que possibilitem a formulação de práticas pedagógicas inovadoras, fundamentadas em um conhecimento científico sólido e ético. O rigor metodológico e ético da pesquisa garantiu que os resultados obtidos possam contribuir significativamente para a melhoria das práticas educacionais, especialmente no contexto do uso de tecnologias digitais para o desenvolvimento de competências matemáticas e a inclusão educacional.
3. ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
No contexto do ensino fundamental (EF), a alfabetização matemática desempenha um papel determinante no aprendizado contínuo dos estudantes. Silva Júnior & Schutz (2023) ressaltam que esse processo deve ocorrer de maneira progressiva, permitindo que as crianças sejam expostas desde cedo a conceitos matemáticos estruturados, a fim de desenvolverem habilidades sólidas e uma compreensão efetiva dos números, operações e problemas do cotidiano. A alfabetização matemática envolve a capacidade dos alunos de compreender, raciocinar e comunicar conceitos matemáticos de forma eficiente, abrangendo elementos essenciais como numeracia, compreensão numérica, tomada de decisão baseada em dados, resolução de problemas e a aplicação do pensamento matemático em diversas situações diárias. Dessa forma, torna-se imprescindível que a introdução a esses conceitos ocorra de maneira estruturada e gradativa, garantindo um embasamento para os estágios subsequentes do aprendizado.
Dando continuidade a essa perspectiva, Silva Júnior e Schutz (2023) enfatizam que a alfabetização matemática constitui um processo complexo, composto por múltiplas etapas interconectadas. Inicialmente, ocorre a introdução aos conceitos fundamentais, seguida pela construção de relações matemáticas, resolução de problemas mais desafiadores e, por fim, a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Cada uma dessas fases é essencial, pois contribui significativamente para a consolidação da aprendizagem e para a progressão contínua dos estudantes na matemática. Assim, ao organizar o ensino de forma sequencial, propicia-se um aprendizado mais aprofundado e eficaz, preparando os alunos para enfrentar desafios matemáticos de maneira autônoma e confiante. Para que esse processo seja bem-sucedido, torna-se necessário o emprego de estratégias pedagógicas diversificadas e adequadas às diferentes necessidades dos estudantes.
Nesse sentido, a adoção de metodologias de EF. Conforme apontam Silva Júnior & Schutz (2023), é essencial que as abordagens pedagógicas considerem a resolução de problemas, a manipulação de objetos concretos, o uso de jogos e tecnologias educacionais, além da contextualização dos conceitos matemáticos na realidade dos alunos. Tais estratégias desempenham um papel significativo na promoção do interesse e do engajamento dos estudantes, possibilitando uma aprendizagem mais dinâmica e significativa. Dessa maneira, ao utilizar metodologias que dialoguem com a vivência dos alunos, favorece-se a internalização do conhecimento matemático e sua aplicação em diferentes contextos. No entanto, apesar da relevância dessas práticas, os desafios persistem na efetivação da alfabetização matemática, exigindo atenção para superar possíveis obstáculos que dificultam o processo de aprendizagem.
A esse respeito, da Costa e Pompeu (2025) destacam que um dos desafios mais recorrentes na alfabetização matemática consiste na identificação das dificuldades individuais dos alunos, as quais podem ter origem em fatores emocionais, cognitivos ou sociais. Para enfrentar essa questão, torna-se necessário adotar estratégias que contemplem a individualização do ensino, o emprego de materiais concretos e a contextualização dos conteúdos matemáticos, facilitando assim a assimilação dos conceitos por parte dos estudantes. Além disso, a formação continuada dos docentes representa um fator determinante para garantir a eficácia do ensino, uma vez que possibilita a atualização e o aprimoramento das práticas pedagógicas. Dessa forma, a busca constante por capacitação docente reflete diretamente na qualidade da aprendizagem matemática, evidenciando a necessidade de investimentos na qualificação profissional dos educadores. Esse aspecto está intrinsecamente ligado ao papel central do professor na condução do processo educativo.
Nesse contexto, Costa & Pompeu (2025) ressaltam a relevância do professor na alfabetização matemática, considerando sua responsabilidade em despertar o interesse dos alunos pela disciplina e em criar um ambiente de aprendizagem estimulante e acolhedor. Cabe ao docente não apenas identificar as dificuldades individuais dos estudantes, mas também fornecer suporte personalizado, promovendo estratégias de ensino diversificadas e integrando a matemática ao cotidiano escolar. A utilização de recursos tecnológicos e metodologias inovadoras fortalece ainda mais a prática docente, contribuindo para tornar o ensino mais acessível e eficaz. Assim, ao considerar a formação continuada dos professores como um elemento essencial, amplia-se a perspectiva de um ensino matemático mais dinâmico e adaptado às necessidades
No contexto educacional, a alfabetização matemática exerce um impacto significativo no desempenho acadêmico dos estudantes. Quando os alunos desenvolvem uma compreensão concreta dos conceitos matemáticos desde as séries iniciais, tornam-se mais aptos a resolver problemas, interpretar dados e assimilar novos conteúdos. Essa competência está diretamente associada ao desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais, tais como o raciocínio lógico, a capacidade analítica e a resolução estratégica de desafios matemáticos. Dessa maneira, um ensino eficaz da matemática no EF contribui substancialmente para o aprimoramento do desempenho escolar em diversas disciplinas, preparando os alunos para um futuro acadêmico e profissional mais promissor (Zucatto et al., 2023).
Dando continuidade a essa perspectiva, é imperativo reconhecer a importância das políticas públicas e dos investimentos voltados para a alfabetização matemática. A alocação de recursos específicos para a capacitação de professores, a produção de materiais didáticos e a implementação de programas de formação continuada são medidas fundamentais para assegurar um ensino de qualidade. Paralelamente, a formulação de políticas que promovam a equidade no acesso à educação matemática torna-se essencial, garantindo que todas as instituições de ensino, independentemente da localização geográfica ou das condições socioeconômicas, disponham das estruturas necessárias para um aprendizado eficaz (Zucatto et al., 2023).
Nesse sentido, a implementação de metodologias ativas e interdisciplinares, aliada à utilização de jogos educativos, aplicativos interativos e plataformas digitais, revela-se uma estratégia promissora para engajar os estudantes e otimizar sua aprendizagem. Além disso, a criação de ambientes de ensino personalizados e adaptativos ganha destaque, pois permite atender às demandas individuais dos alunos e promover um processo educacional mais inclusivo e eficiente (Zucatto et al., 2023).
3.1. Conceitos e importância das competências matemáticas
As competências matemáticas são habilidades essenciais que englobam a capacidade de compreender, utilizar e aplicar números e conceitos matemáticos em diferentes contextos. Fundamentais tanto no âmbito educacional quanto no mercado de trabalho, essas competências possibilitam o desenvolvimento do raciocínio analítico e crítico, impactando diretamente o crescimento pessoal e profissional (Corso et al., 2023). Dessa forma, sua introdução visa destacar sua relevância e aplicabilidade na vida cotidiana.
O desenvolvimento dessas competências ocorre de maneira progressiva, desde a infância até a idade adulta. Inicialmente, as crianças entram em contato com conceitos numéricos elementares, como contagem e identificação de formas. No ensino fundamental (EF), avançam para habilidades mais complexas, incluindo cálculos, resolução de problemas e compreensão de conceitos abstratos. Na fase adulta, tais competências tornam-se indispensáveis tanto para situações cotidianas quanto para desafios profissionais que exigem análise quantitativa e interpretação de dados (Corso et al., 2023). Assim, percebe-se que a formação matemática acompanha todas as etapas da vida.
No âmbito educacional, a matemática desempenha um papel determinante ao estimular o raciocínio lógico, a resolução de problemas e a tomada de decisões. Ademais, contribui significativamente para o desenvolvimento do pensamento crítico e para a compreensão interdisciplinar. O domínio matemático é categórico para o sucesso acadêmico em áreas como ciências, tecnologia e engenharia, preparando os estudantes para desafios futuros (Paruta & Cardoso, 2022). Assim, sua importância transcende os limites escolares, estendendo-se para diversas esferas da sociedade.
A aplicação dessas competências no cotidiano é vasta, abrangendo desde cálculos financeiros básicos até análises estatísticas e planejamento estratégico. Profissões como engenharia, ciências da computação e economia dependem diretamente dessas habilidades, evidenciando sua ampla relevância (Paruta & Cardoso, 2022). Dessa forma, a matemática se mostra imprescindível em múltiplos contextos profissionais.
No mercado de trabalho, as competências matemáticas são valorizadas, pois demonstram a capacidade analítica e a habilidade de resolução de problemas. Profissões que exigem elevado domínio matemático, como engenharia e estatística, são amplamente demandadas e oferecem remuneração diferenciada. Além disso, até mesmo carreiras que não têm a matemática como foco central, como marketing e administração, se beneficiam dessas habilidades para interpretação de dados e tomada de decisões embasadas (Bellettini, 2024). Assim, o conhecimento matemático influencia diretamente a empregabilidade e o sucesso profissional.
Apesar de sua relevância, o desenvolvimento dessas competências enfrenta desafios. A carência de recursos adequados nas instituições de ensino, a deficiência na qualificação docente, as dificuldades de compreensão dos alunos e a falta de motivação figuram entre os principais entraves. O estigma social associado à dificuldade com a disciplina também contribui para a formação de barreiras na aprendizagem, prejudicando o desempenho acadêmico (Oliveira & Alencar, 2024). Dessa forma, é essencial adotar estratégias pedagógicas inovadoras que tornem o ensino matemático mais atrativo e acessível.
Fatores adicionais, como deficiência na base educacional, desmotivação dos alunos e falta de conexão entre conteúdos matemáticos e aplicações práticas, também dificultam a aquisição dessas competências. Ademais, questões individuais, como ansiedade e crenças limitantes, podem comprometer esse processo (Oliveira & Alencar, 2024). Portanto, torna-se imperioso investir em metodologias inovadoras para garantir uma educação matemática mais eficaz e inclusiva.
3.2 Desenvolvimento cognitivo e alfabetização matemática
O desenvolvimento cognitivo e a alfabetização matemática são aspectos essenciais na educação, uma vez que constituem a base para o progresso acadêmico das crianças. Compreender como as habilidades cognitivas são desenvolvidas e como o conhecimento matemático é adquirido torna-se imprescindível para a elaboração de estratégias pedagógicas eficazes. Nesse sentido, é relevante considerar as contribuições das teorias de Piaget e Vygotsky, que oferecem perspectivas fundamentais sobre o desenvolvimento cognitivo e a aquisição de conceitos matemáticos. Ademais, a incorporação de tecnologias e recursos digitais, aliada a uma avaliação criteriosa do desenvolvimento cognitivo e matemático, favorece a identificação de desafios e aponta perspectivas promissoras para a alfabetização nessa área.
No que tange às concepções teóricas, Piaget (1986), por meio de sua teoria do construtivismo, defende que o conhecimento não é simplesmente transmitido, mas sim construído ativamente pelo indivíduo a partir de suas interações com o meio. Sua abordagem teórica delineia os estágios do desenvolvimento cognitivo, evidenciando que a criança passa por transformações progressivas em sua capacidade de compreender e interpretar a realidade. Assim, Piaget (1986) concebe a aprendizagem como um processo dinâmico e contínuo, no qual o sujeito elabora significados a partir de suas experiências.
Em contrapartida, Vygotsky (2015), ao desenvolver a teoria socioconstrutivista, atribui papel central ao ambiente social e cultural na formação cognitiva. O autor introduz o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, que se refere à distância entre aquilo que a criança consegue realizar de maneira independente e o que pode alcançar com a mediação de indivíduos mais experientes. Sob essa ótica, a interação social e a linguagem assumem função primordial no aprendizado.
Nesse sentido, na infância, a aquisição de conceitos matemáticos ocorre primordialmente por meio de experiências concretas e da manipulação de objetos, o que possibilita a construção gradual de noções fundamentais, tais como espaço, forma, padrão e ordem. A interação com jogos, brinquedos e atividades cotidianas desempenha um papel significativo nesse processo, permitindo que as crianças assimilem conceitos matemáticos de maneira intuitiva e significativa. Dessa forma, o aprendizado matemático torna-se um processo dinâmico e contextualizado, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo e ampliando as possibilidades de compreensão dos fenômenos matemáticos no cotidiano (Porn & Steidel, 2024).
À medida que as crianças exploram o ambiente ao seu redor, elas desenvolvem noções básicas sobre números e quantidades. A contagem, a comparação de tamanhos, a identificação de padrões numéricos e a resolução de problemas simples representam atividades essenciais para a formação do pensamento matemático. Tais práticas são potencializadas por meio do contato com jogos e atividades lúdicas, que tornam a aprendizagem mais acessível e estimulante. Dessa maneira, é possível consolidar os conceitos matemáticos essenciais, garantindo que as crianças estejam devidamente preparadas para avançar na alfabetização matemática (Porn & Steidel, 2024).
No que se refere ao desenvolvimento da linguagem matemática, é imprescindível considerar a importância do vocabulário e dos símbolos matemáticos na compreensão e aplicação dos conceitos. O domínio de termos específicos, como adição, subtração, multiplicação e divisão, é essencial para que as crianças adquiram fluência na linguagem matemática e consigam expressar relações entre quantidades com precisão. Ademais, a familiarização com símbolos matemáticos, tais como +, -, x, ÷ e =, favorece a estruturação do raciocínio matemático, permitindo que os estudantes desenvolvam habilidades de resolução de problemas e comuniquem conceitos matemáticos de maneira eficaz. A consolidação dessas competências é determinante para o progresso na alfabetização matemática e para a ampliação do repertório cognitivo dos aprendizes (Gonsaga, 2022).
Ao considerar estratégias pedagógicas para a alfabetização matemática, faz-se necessário enfatizar a relevância de práticas que integrem a resolução de problemas do cotidiano, a utilização de materiais concretos e atividades que estimulem o raciocínio lógico. Ademais, a introdução de jogos e desafios matemáticos configura-se como um recurso eficiente na assimilação dos conceitos. A implementação de metodologias diversificadas, alinhadas às necessidades individuais dos alunos, também se destaca como um fator determinante para o aprimoramento do raciocínio matemático (Gonsaga, 2022). Dessa forma, a análise de abordagens educacionais se faz indispensável para compreender os caminhos mais eficazes no processo de ensino-aprendizagem.
No que tange às abordagens tradicionais, observa-se uma ênfase na transmissão direta do conhecimento pelo professor, priorizando técnicas de cálculo e resolução de problemas. Por outro lado, as concepções construtivistas privilegiam a participação ativa do aluno na construção do conhecimento, por meio de práticas investigativas e experiências concretas. Ambas as perspectivas apresentam contribuições significativas, sendo a escolha entre elas dependente das particularidades do grupo discente e dos objetivos delineados para a alfabetização matemática (Sebastião & Xavier, 2024). Nesse sentido, compreender os desafios enfrentados no processo de ensino torna-se imprescindível para a formulação de estratégias eficazes.
As dificuldades inerentes à alfabetização matemática podem ter origens diversas, abrangendo desde lacunas na compreensão dos conceitos fundamentais até fatores relacionados à linguagem e transtornos específicos de aprendizagem. Para mitigar esses obstáculos, faz-se essencial a identificação precisa das dificuldades de cada aluno, de modo a possibilitar a aplicação de abordagens diferenciadas, tais como o emprego de materiais manipulativos, jogos educativos e atividades contextualizadas. Ademais, a cooperação entre docentes, psicopedagogos e familiares revela-se imprescindível para a criação de um ambiente que favoreça a superação dessas barreiras e promova uma aprendizagem mais significativa (Merolla et al.,2023). Assim, a compreensão dos transtornos específicos de aprendizagem assume papel central na formulação de estratégias adaptadas às necessidades dos estudantes.
Dentre os transtornos que impactam a aprendizagem matemática, destaca-se a dislexia matemática, caracterizada por dificuldades na compreensão e manipulação de conceitos numéricos, independentemente do nível cognitivo do indivíduo. Alunos que apresentam essa condição podem enfrentar desafios relacionados à interpretação de símbolos matemáticos, ao processamento de informações numéricas e à resolução de problemas. Para auxiliar no desenvolvimento dessas habilidades, recomenda-se a adoção de estratégias específicas, como o uso de cores para facilitar a diferenciação de conceitos, materiais manipulativos e atividades que estimulem múltiplas habilidades cognitivas. Além disso, o suporte de profissionais especializados, como psicopedagogos e psicólogos, mostra-se indispensável para proporcionar um acompanhamento adequado e promover avanços na alfabetização matemática (Merolla et al., 2023). Diante desses desafios, a introdução de tecnologias educacionais surge como um elemento promissor na facilitação do aprendizado.
A integração de aplicativos e ferramentas digitais no processo de alfabetização matemática tem demonstrado resultados positivos, proporcionando aos alunos oportunidades de prática interativa e engajadora. Plataformas on-line, softwares educativos e jogos digitais possibilitam a assimilação de conceitos matemáticos de maneira dinâmica e personalizada, permitindo que cada estudante avance conforme seu próprio ritmo. Entretanto, torna-se fundamental que os educadores possuam um olhar crítico na seleção e aplicação dessas tecnologias, garantindo que seu uso esteja alinhado aos objetivos pedagógicos e maximize a eficácia da aprendizagem (Silva & Mantovani, 2023). Dessa forma, a combinação entre metodologias inovadoras e recursos tecnológicos pode contribuir significativamente para a evolução do ensino da matemática, favorecendo um aprendizado mais inclusivo e eficaz.
Portanto, a alfabetização matemática no ensino fundamental revela-se um processo indispensável para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, possibilitando a construção progressiva do raciocínio lógico e a aplicação prática dos conceitos matemáticos no cotidiano.
Nesse sentido, as contribuições teóricas de Piaget e Vygotsky evidenciam que a aprendizagem matemática deve ser estruturada gradualmente, considerando tanto a interação ativa com o ambiente quanto a mediação social como elementos fundamentais. Além disso, a implementação de metodologias inovadoras, como o uso de jogos, materiais concretos e recursos tecnológicos, demonstra-se uma estratégia eficaz para fomentar o engajamento dos estudantes, garantindo um ensino mais dinâmico e contextualizado.
Não obstante, a matemática, enquanto componente essencial da formação humana, transcende sua função meramente instrumental e assume um papel estruturante no desenvolvimento do pensamento lógico, crítico e abstrato. No entanto, o ensino tradicional, muitas vezes pautado na memorização mecânica de regras e fórmulas, negligência a construção significativa do conhecimento e restringe o potencial criativo dos estudantes. É imperativo, portanto, que se questione a rigidez dos modelos pedagógicos vigentes, promovendo uma ruptura com práticas excludentes que perpetuam desigualdades e dificultam a compreensão dos conteúdos matemáticos. A aprendizagem não pode ser reduzida a um processo linear e homogêneo, pois cada aluno possui trajetórias e necessidades distintas. Dessa forma, a incorporação de abordagens interdisciplinares e metodologias ativas, aliadas à personalização do ensino, surge como uma resposta necessária para tornar a matemática acessível e estimulante, combatendo o desinteresse e a evasão escolar.
Além disso, a democratização do ensino matemático não deve ser tratada apenas como uma demanda acadêmica, mas como uma questão de justiça social. A deficiência na formação matemática reflete diretamente na exclusão de indivíduos de diversas oportunidades educacionais e profissionais, ampliando as desigualdades socioeconômicas. O acesso equitativo a uma educação matemática de qualidade depende de investimentos substanciais em infraestrutura, tecnologia e capacitação docente, além da reformulação curricular que contemple uma abordagem mais humanizada e contextualizada. Não basta introduzir recursos tecnológicos no ensino sem uma reflexão crítica sobre seu uso e sem garantir que esses avanços cheguem a todos os estudantes, sobretudo aqueles em situação de vulnerabilidade social. Portanto, apenas por meio de uma transformação estrutural e do comprometimento efetivo das políticas educacionais será possível consolidar a matemática como uma ferramenta emancipatória, garantindo que sua aprendizagem se converta em um direito efetivo e não em um privilégio restrito a poucos.
Convém mencionar que, garantir uma educação matemática acessível e inclusiva exige um compromisso efetivo com a formação continuada dos docentes e a implementação de políticas públicas equitativas.. Para além disso, a superação das dificuldades de aprendizagem, incluindo transtornos específicos como a dislexia matemática, demanda abordagens pedagógicas diversificadas e adaptadas às particularidades de cada estudante. Dessa maneira, ao integrar diferentes estratégias e ferramentas educacionais, é possível promover uma alfabetização matemática mais inclusiva e eficiente, consolidando a matemática como um pilar essencial para a formação acadêmica e para o desenvolvimento social e profissional dos indivíduos.
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A presente revisão, consistiu em uma revisão detalhada das produções acadêmicas sobre o uso de tecnologias digitais no processo de alfabetização matemática no Ensino Fundamental, com foco em práticas pedagógicas específicas que integram recursos tecnológicos no ensino dessa disciplina. Para a construção deste Estado da Arte, foi adotada a abordagem proposta por Ferreira (2002, p. 257), que sugere a importância de “mapear e discutir uma produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento”. Nesse sentido, a pesquisa em questão esteve focada nas práticas pedagógicas implementadas no uso das Tecnologias Digitais no processo de alfabetização matemática no Ensino Fundamental. A análise foi centrada nos artigos publicados entre 2014 e 2024, provenientes da base de dados OASIS, escolhida por sua relevância e abrangência na área.
Durante a investigação, foram analisados um total de 70 artigos relacionados ao uso das tecnologias digitais na alfabetização matemática no Ensino Fundamental. Contudo, após um criterioso processo de seleção, 60 artigos foram descartados, pois não atendiam aos critérios estabelecidos para inclusão ou eram duplicados. Após uma avaliação inicial dos títulos e palavras-chave, procedeu-se à leitura dos resumos, restaram 10 artigos, todos selecionados de acordo com os parâmetros definidos previamente, que abordam com profundidade o impacto das tecnologias no ensino da matemática.
Os principais detalhes desses estudos estão organizados de forma clara e concisa no quadro 1, que apresenta informações essenciais sobre as referências, os objetivos e os resultados das pesquisas realizadas sobre o uso de tecnologias digitais no ensino da Matemática no Ensino Fundamental.
Quadro 1: Objetivos e Resultados de Pesquisas sobre o Uso de Tecnologias no Ensino de Matemática No Ensino Fundamental






Fonte: Autor (2025)
A análise dos resultados sobre o uso de tecnologias digitais no processo de alfabetização matemática no Ensino Fundamental revela impactos significativos na aprendizagem dos alunos. Diversos estudos destacam que a inserção de recursos tecnológicos amplia as possibilidades de ensino, tornando as aulas mais dinâmicas e interativas. Além disso, ferramentas digitais facilitam a construção do pensamento lógico e a compreensão de conceitos matemáticos de forma mais visual e contextualizada. No entanto, os resultados também apontam desafios, como a necessidade de formação docente e a adaptação das metodologias ao contexto escolar. A seguir, serão discutidas as principais evidências encontradas na literatura sobre esse tema.
Inicialmente, Santos et al. (2024) investigaram abordagens pedagógicas voltadas para o ensino de matemática no ensino fundamental, buscando compreender como potencializar o engajamento e a assimilação dos alunos nessa disciplina essencial. Para isso, o estudo comparou diferentes métodos de ensino, visando identificar aqueles que apresentam maior efetividade. A pesquisa adotou uma metodologia de revisão bibliográfica, analisando criticamente literatura relevante sobre temas como gamificação, uso de tecnologias digitais, inovação pedagógica e práticas inclusivas. Os achados evidenciaram que estratégias inovadoras, como a gamificação e a sala de aula invertida, contribuem significativamente para o aumento do interesse dos estudantes pela matemática. Além disso, práticas de educação inclusiva mostraram-se fundamentais para promover a equidade e a acessibilidade no ensino.
Seguindo essa perspectiva, Silva, Melo e Morais (2023) analisaram as estratégias utilizadas pelos mediadores no processo formativo de multiplicadores municipais dos anos iniciais do ensino fundamental em Pernambuco, enfatizando o papel das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) na promoção do letramento matemático. A pesquisa, fundamentada na cultura digital e no letramento matemático, permitiu reflexões sobre a articulação entre essas áreas no percurso formativo dos docentes. Com abordagem qualitativa, o estudo utilizou observações não participantes realizadas durante a formação remota, imposta pelo contexto pandêmico da Covid-19. A análise baseou-se na Análise do Discurso (AD) de linha francesa, evidenciando a diversidade de mediações docentes voltadas para a problematização e contextualização do ensino da matemática. Entretanto, o estudo ressalta a necessidade de maior protagonismo do letramento digital na interação entre os professores, promovendo uma cultura participativa e fortalecendo as práticas educativas mediadas pela tecnologia.
Nesse contexto, Silva Júnior e Schütz (2023) aprofundaram a análise dos desafios e oportunidades relacionados ao uso de jogos matemáticos no Ensino Fundamental. A pesquisa, baseada em uma ampla revisão de literatura, teve como objetivo compreender a eficácia dessas abordagens na aprendizagem matemática, considerando tanto os benefícios quanto os obstáculos à sua implementação. A metodologia empregada foi de natureza bibliográfica, permitindo uma avaliação crítica das pesquisas anteriores, das teorias educacionais e das práticas pedagógicas associadas ao uso de jogos matemáticos. Os resultados indicaram desafios importantes, como a necessidade de adaptação curricular para integrar os jogos de maneira eficaz, a gestão do tempo em sala de aula e a consideração das diferentes formas de aprendizagem dos alunos. No entanto, o estudo também revelou perspectivas promissoras, incluindo o uso de tecnologias educacionais avançadas, a colaboração entre professores e o desenvolvimento de jogos personalizados para aprimorar as experiências de ensino.
Dessa forma, Gonsaga (2022) destaca a importância da linguagem matemática como um elemento essencial na construção do conhecimento na disciplina. No entanto, as dificuldades enfrentadas pelos alunos na escrita e compreensão desse tipo de linguagem podem comprometer sua relação com a matemática. Com base nessa problemática, o estudo busca compreender a percepção dos professores sobre o papel da linguagem no ensino e aprendizagem matemática no ensino fundamental. Para embasar a pesquisa, foram analisadas teorias de diversos estudiosos que discutem o tema, e a metodologia adotada seguiu uma abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário eletrônico aplicado a docentes dos anos finais do ensino fundamental. Os resultados evidenciaram que a comunicação eficaz e o domínio da linguagem matemática são fundamentais para o aprendizado, reforçando a necessidade de intervenções pedagógicas que auxiliem os estudantes na superação das dificuldades.
Nesse sentido, Mélo (2021) O estudo analisou o ensino de Matemática no nono ano do Ensino Fundamental via ensino remoto, utilizando a Sala de Aula Invertida. Conduzido na Escola Municipal Antenor Elias de Mattos, em Piratini/RS, focou na interação dos alunos em aulas síncronas. Os estudantes receberam apostilas impressas e videoaulas gravadas pela professora/pesquisadora, além de participarem de atividades como jogos, desafios e debates. A pesquisa investigou como essa abordagem contribui para a aprendizagem matemática, considerando o acesso à internet e disponibilizando materiais complementares. A coleta de dados incluiu questionários, registros audiovisuais e vídeos dos alunos, analisados segundo Bardin. Os resultados indicaram maior autonomia, senso crítico e engajamento, destacando a importância das metodologias ativas no ensino da Matemática.
Adicionalmente, ao investigar o uso das tecnologias no ensino da matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental, Daltoé et al. (2019) realizaram um levantamento bibliográfico que abrangeu produções científicas publicadas entre 2013 e 2017. O estudo analisou publicações em quatro bases de dados relevantes: Boletim de Educação Matemática (Bolema),
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática (SIPEM) e Encontro Nacional de Educação Matemática (ENEM). O corpus inicial foi composto por 2155 artigos, sendo reduzido para 68 após uma triagem inicial baseada nos títulos e palavras-chave. Posteriormente, a leitura dos resumos resultou na seleção de seis artigos, e, após a leitura integral, apenas quatro foram considerados relevantes para a pesquisa. Esses estudos abordaram a utilização das tecnologias digitais como ferramentas pedagógicas para o ensino da matemática, destacando três enfoques principais: a performance matemática digital por meio do cinema e videoclipe, o uso da calculadora e o emprego de softwares educativos.
Dando continuidade à análise das metodologias empregadas no ensino da matemática, Teijeira (2016) investigou o impacto das Práticas Interdisciplinares associadas à Metodologia de Resolução de Problemas na atuação pedagógica dos professores dessa disciplina. A pesquisa, de caráter exploratório e investigativo, traçou um perfil dos docentes da rede pública e privada do estado de Sergipe, evidenciando que, apesar do conhecimento sobre metodologias inovadoras, a maioria dos professores ainda mantém uma abordagem tradicional. Além disso, a análise de livros didáticos de matemática revelou a necessidade de ampliar a oferta de materiais mais alinhados às demandas do século XXI, promovendo estratégias de ensino que considerem a realidade dos estudantes.
Ainda dentro dessa perspectiva, Almeida (2016) discutiu a influência das tecnologias no ensino da matemática, contextualizando seu impacto ao longo da história. O estudo enfatizou que a relação entre tecnologia e educação não é recente, visto que as inovações tecnológicas sempre moldaram a sociedade e, consequentemente, o ensino. Para sustentar essa abordagem, o autor apresentou conceitos relacionados às Tecnologias da Inteligência, destacando sua importância no processo de ensino e aprendizagem da matemática. A pesquisa reforçou a ideia de que a evolução da educação matemática está intrinsecamente ligada à incorporação das tecnologias, sendo essencial compreender esse processo para aprimorar as práticas pedagógicas.
Por outro lado, ao avaliar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino da matemática, Sturion et al. (2015) analisaram as principais dificuldades enfrentadas por professores e alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. A metodologia do estudo envolveu pesquisa de campo, na qual foram aplicados questionários a 42 professores e 342 alunos. Os resultados indicaram que 35% dos estudantes enfrentam dificuldades na disciplina, enquanto os docentes relataram obstáculos como a falta de habilidade com ferramentas digitais e a carência de infraestrutura nas escolas. Apesar disso, os professores que utilizam TIC no ensino acreditam que esses recursos podem potencializar a aprendizagem matemática. Entretanto, foi constatado que muitos docentes ainda demonstram resistência e insegurança quanto à adoção dessas tecnologias, temendo perder o controle da sala de aula e enfrentar críticas institucionais.
Por fim, Bueno e Santos (2014) abordaram as concepções do uso da tecnologia no ensino e aprendizagem da matemática nos anos iniciais, ressaltando seus benefícios e o papel do professor alfabetizador nesse processo. O estudo argumenta que as tecnologias proporcionam novas formas de interação e aprendizado para as crianças, tornando-se fundamentais desde os primeiros anos escolares. No entanto, para que seu uso seja efetivo, é essencial capacitar os professores e oferecer condições para que possam integrar essas ferramentas em suas metodologias de ensino. Além disso, os autores destacaram que o professor alfabetizador desempenha um papel central na mediação do conhecimento matemático, sendo um agente fundamental na transformação da prática educativa e na adaptação às inovações tecnológicas.
A análise dos artigos selecionados revela um panorama abrangente sobre o uso de tecnologias digitais no processo de alfabetização matemática no Ensino Fundamental, evidenciando convergências e divergências teórico-metodológicas entre os estudos.
Primeiramente, Santos et al. (2024) destacam a gamificação e a sala de aula invertida como estratégias inovadoras que favorecem o engajamento e a assimilação da matemática pelos alunos. Essa perspectiva dialoga com Silva, Melo e Morais (2023), que enfatizam o papel das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) na formação de docentes e na promoção do letramento matemático. No entanto, enquanto Santos et al. (2024) ressaltam a importância das práticas inclusivas para garantir equidade no ensino, Silva, Melo e Morais (2023) apontam a necessidade de maior protagonismo do letramento digital na mediação pedagógica.
Por sua vez, Silva Júnior e Schütz (2023) abordam os desafios e oportunidades no uso de jogos matemáticos, identificando barreiras como a adaptação curricular e a gestão do tempo em sala de aula. Esse estudo se alinha aos achados de Gonsaga (2022), que enfatiza a relevância da linguagem matemática na construção do conhecimento, destacando as dificuldades dos alunos na escrita e compreensão desse código específico. Ambos os trabalhos convergem ao apontar a necessidade de estratégias pedagógicas eficazes para superar os obstáculos à aprendizagem matemática.
O estudo de Mélo (2021) amplia essa discussão ao analisar a aplicação da sala de aula invertida no ensino remoto, demonstrando que essa abordagem promove maior autonomia e senso crítico nos estudantes. Essa visão encontra respaldo na pesquisa de Daltoé et al. (2019), que investigaram o uso de tecnologias digitais no ensino da matemática, enfatizando a importância do cinema, videoclipes, calculadoras e softwares educativos como ferramentas pedagógicas. Em contrapartida, Teijeira (2016) aponta que, apesar do conhecimento sobre metodologias inovadoras, muitos professores ainda mantêm abordagens tradicionais, o que pode dificultar a integração dessas tecnologias ao ensino.
Almeida (2016), ao contextualizar historicamente o impacto das tecnologias na educação matemática, reforça que sua incorporação não é um fenômeno recente, mas sim um processo contínuo de transformação. Essa perspectiva dialoga com Sturion et al. (2015), que analisaram as dificuldades enfrentadas por professores e alunos no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), identificando desafios estruturais, como falta de infraestrutura e resistência docente à adoção dessas ferramentas. Apesar disso, os autores destacam que as TIC podem potencializar a aprendizagem matemática quando integradas adequadamente ao contexto educacional.
Por fim, Bueno e Santos (2014) enfatizam o papel central do professor alfabetizador na mediação do conhecimento matemático e na adaptação às inovações tecnológicas. A pesquisa destaca a necessidade de capacitação docente para que as tecnologias sejam efetivamente incorporadas ao processo de ensino e aprendizagem desde os anos iniciais.
Diante das análises apresentadas, é possível identificar que as tendências teórico metodológicas no uso de tecnologias digitais na alfabetização matemática no Ensino Fundamental convergem para a necessidade de metodologias inovadoras e práticas pedagógicas que valorizem a interação e o engajamento dos alunos. A gamificação, os jogos matemáticos e o letramento digital são estratégias recorrentes que demonstram potencial para otimizar a aprendizagem, enquanto desafios como a adaptação curricular, a formação docente e as barreiras estruturais ainda persistem. Assim, a literatura aponta para um movimento progressivo de integração das tecnologias ao ensino da matemática, ressaltando a importância da mediação do professor na construção de um ambiente de aprendizado significativo e acessível para todos os estudantes.
Não obstante, a implementação das tecnologias digitais na educação exige uma adaptação constante por parte dos docentes e gestores, considerando não apenas a infraestrutura disponível, mas também a capacitação contínua dos profissionais. A resistência inicial à adoção de novas ferramentas pode ser mitigada por meio de programas de formação que integrem aspectos pedagógicos e tecnológicos, permitindo que os educadores explorem o potencial das mídias digitais de forma estratégica. Dessa maneira, o processo de ensino-aprendizagem se torna mais dinâmico e acessível, favorecendo a personalização das metodologias e o engajamento dos estudantes em atividades mais interativas e colaborativas.
À vista disso, é imperioso considerar que a eficácia das mídias digitais na educação está diretamente relacionada à forma como são integradas ao currículo e à cultura escolar. A mera disponibilização de ferramentas tecnológicas não garante melhorias significativas no processo de aprendizagem se não houver uma abordagem pedagógica que favoreça a autonomia dos estudantes, o pensamento crítico e a resolução de problemas. A mediação do professor continua sendo um elemento central nesse contexto, pois cabe a ele orientar o uso adequado dos recursos digitais, promovendo um ambiente de aprendizagem mais dinâmico, inclusivo e centrado no aluno. Dessa forma, a incorporação das tecnologias deve ser vista como um meio para enriquecer as práticas educacionais, e não como um fim em si mesma, exigindo uma abordagem reflexiva e adaptável às necessidades de cada realidade escolar.
Em síntese, os achados da pesquisa reforçam que a transformação digital na educação não se resume à simples inserção de dispositivos tecnológicos, mas implica uma ressignificação das práticas pedagógicas e do papel dos agentes envolvidos. A tecnologia, quando bem aplicada, potencializa a aprendizagem, reduz desigualdades e amplia o acesso ao conhecimento, mas seu impacto positivo depende de um planejamento estruturado e de políticas educacionais que incentivem a inovação. Portanto, para que as mídias digitais cumpram seu papel na construção de um ensino mais equitativo e eficiente, é fundamental investir na formação docente, no desenvolvimento de metodologias ativas e na democratização do acesso a recursos tecnológicos nas instituições de ensino. Em suma, a articulação dessas pesquisas possibilita um olhar aprofundado sobre os caminhos e desafios que permeiam o uso das tecnologias digitais no ensino da matemática, incentivando práticas educacionais mais inovadoras e eficazes.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As considerações finais deste estudo sobre o uso das tecnologias digitais no processo de alfabetização matemática no Ensino Fundamental permitem reafirmar a relevância dessa abordagem para a construção do conhecimento matemático. A pesquisa teve como objetivo principal analisar os estudos sobre ‘Tecnologias Digitais no Processo de Alfabetização da Matemática no Ensino Fundamental’ em formato de artigos, por meio do recorte temporal publicados em 2014 a 2024. Investigando como as tecnologias digitais podem influenciar o desenvolvimento das competências matemáticas no processo de alfabetização de alunos do Ensino Fundamental, analisando os desafios e as oportunidades associadas ao uso dessas ferramentas em diferentes contextos educacionais, com vistas a propor estratégias pedagógicas que favoreçam práticas inclusivas e eficazes no ensino da Matemática. Os resultados indicaram que o uso de recursos digitais pode contribuir significativamente para o engajamento dos alunos, proporcionando experiências de aprendizagem mais interativas, dinâmicas e personalizadas.
A análise das fontes consultadas revelou que as tecnologias digitais possibilitam a adaptação do ensino às necessidades individuais dos estudantes, favorecendo a compreensão de conceitos abstratos por meio de simulações, jogos educativos e plataformas interativas. Além disso, constatou-se que metodologias ativas, como a gamificação e a sala de aula invertida, são estratégias eficazes na promoção do aprendizado, pois incentivam a participação ativa dos alunos e ampliam as possibilidades de construção do conhecimento matemático.
Entretanto, o estudo também evidenciou algumas limitações. Dentre os principais desafios, destaca-se a necessidade de formação docente contínua para o uso pedagógico adequado das tecnologias, uma vez que a eficácia desses recursos está diretamente relacionada à capacitação dos professores. Além disso, a infraestrutura das escolas ainda se mostra um fator limitante, especialmente em contextos socioeconômicos desfavorecidos, onde a disponibilidade de equipamentos e acesso à internet ainda são precários. Outro aspecto identificado foi a necessidade de adaptação curricular para integrar de forma orgânica as tecnologias digitais ao ensino da Matemática, evitando seu uso apenas como complemento às metodologias tradicionais.
Diante dos achados da pesquisa, sugere-se que futuros estudos aprofundem a análise sobre o impacto de metodologias híbridas na alfabetização matemática, explorando novas estratégias de ensino que combinem recursos digitais e práticas pedagógicas presenciais. Além disso, seria pertinente investigar como o uso das tecnologias pode contribuir para a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento de abordagens personalizadas para diferentes perfis de estudantes. Outro caminho relevante para pesquisas futuras seria a avaliação de programas de formação docente voltados especificamente para a integração das tecnologias digitais no ensino da Matemática, analisando seu impacto na prática pedagógica.
Outros temas que podem ser explorados incluem a eficácia da inteligência artificial na personalização do ensino da Matemática, permitindo que os alunos recebam feedback imediato e adaptado às suas necessidades específicas. A análise de plataformas de ensino adaptativo poderia fornecer contribuições valiosas sobre como otimizar a aprendizagem e melhorar o desempenho acadêmico dos estudantes.
Além disso, investigações sobre o impacto do ensino remoto e híbrido na alfabetização matemática seriam fundamentais para compreender as mudanças no processo educacional após a pandemia. Estudos comparativos entre o ensino tradicional e o ensino mediado por tecnologia podem revelar práticas mais eficazes e contribuir para a formulação de políticas educacionais mais alinhadas com as demandas contemporâneas.
Portanto, este estudo reafirma a importância da inovação no ensino da Matemática, demonstrando que as tecnologias digitais desempenham um papel fundamental na modernização dos processos educacionais. No entanto, para que essa transformação ocorra de maneira efetiva, é essencial investir em políticas públicas que garantam formação docente adequada, infraestrutura tecnológica nas escolas e um planejamento pedagógico alinhado às novas demandas do ensino contemporâneo.
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