TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PROMOVENDO A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8364958


Rafael de Oliveira Ramalho1
Ricardo de Oliveira Ramalho2
Dra. Aline Silva de Almeida Lima3


Resumo:

Este artigo tem como objetivo explorar a importância das tecnologias assistivas na promoção da educação inclusiva. A inclusão de estudantes com deficiência em ambientes educacionais regulares é um desafio complexo que exige abordagens e recursos adequados para garantir uma educação de qualidade para todos. Para realizar essa investigação, foi adotada uma metodologia de revisão bibliográfica. Foram selecionados leis e estudos relevantes publicados em revistas e periódicos conceituados. A análise dos artigos selecionados revelou que as tecnologias assistivas desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão educacional. Essas tecnologias abrangem uma ampla gama de ferramentas e recursos, como leitores de tela, softwares de voz para texto, pranchas de comunicação alternativa, softwares de reconhecimento de fala, teclados adaptados, mouses especiais, entre outros. Os resultados encontrados indicam que as tecnologias assistivas podem melhorar significativamente o acesso à informação e a participação ativa dos estudantes com deficiência no ambiente escolar. Elas ajudam a superar barreiras comunicativas, físicas e cognitivas, proporcionando suporte individualizado às necessidades específicas de cada aluno.

Palavras-chave: tecnologia assistiva, inclusão, educação de qualidade.

“A educação inclusiva não é apenas sobre colocar alunos com deficiência nas escolas regulares, mas sobre criar um ambiente que atenda às necessidades de todos os alunos, independentemente de suas diferenças.” – Thomas Hehir

1. Introdução

A educação inclusiva é um princípio fundamental que visa garantir a participação plena e igualitária de todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiência, no ambiente escolar. A fim de proporcionar oportunidades de aprendizado significativas e acessíveis, é essencial que sejam utilizadas estratégias e recursos adequados. Conforme assevera Maria Montessori “A verdadeira educação inclusiva é aquela que se preocupa em educar para a diversidade, aceitando cada indivíduo como ele é e valorizando suas diferenças.” Nesse contexto, as tecnologias assistivas têm desempenhado um papel crucial na promoção da inclusão de alunos com deficiência nas escolas.

As tecnologias assistivas são ferramentas, equipamentos e recursos que auxiliam as pessoas com deficiência a realizar tarefas cotidianas, melhorar sua comunicação, mobilidade e participação social. No contexto educacional, essas tecnologias têm o potencial de superar barreiras e proporcionar uma educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos.

Este artigo tem como objetivo explorar a importância das tecnologias assistivas na educação inclusiva, destacando os benefícios e impactos positivos que elas podem trazer para os alunos com deficiência. Serão abordados diversos tipos de tecnologias assistivas, desde aquelas que auxiliam na comunicação, como softwares de comunicação alternativa, até as que facilitam o acesso à informação, como leitores de tela e softwares de reconhecimento de voz.

Além disso, será discutido o papel dos educadores na implementação e uso efetivo das tecnologias assistivas, ressaltando a importância da capacitação e do suporte contínuo para que essas ferramentas sejam integradas de forma eficaz no ambiente escolar.

Ao abordar a temática das tecnologias assistivas na educação inclusiva, espera-se contribuir para a disseminação de conhecimento sobre o assunto, sensibilizando educadores, gestores escolares e demais profissionais da área para a importância dessas ferramentas no processo de inclusão educacional.

2. Referencial Teórico

Tecnologia assistiva na educação é o uso de recursos tecnológicos e dispositivos que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem, ajudando os alunos com deficiência a participarem plenamente das atividades acadêmicas, promovendo a inclusão e o acesso igualitário à educação.

Contudo, é relevante salientar que as tecnologias assistivas estão presentes é diversas esferas da vida cotidiana, conforme assevera Manzini:

Os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia-a-dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva uma bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência. (MANZINI, 2005, p. 82)

Nesse sentido, há variados tipos de Tecnologias Assistivas. Existem diversas categorias de tecnologias assistivas que podem ser aplicadas na educação inclusiva. Entre elas, destacam-se:

a) Softwares de Comunicação Alternativa: Esses softwares são projetados para auxiliar pessoas com dificuldades de comunicação verbal. Permitem a criação de símbolos, palavras e frases que podem ser selecionados em uma interface e convertidos em voz sintetizada ou exibidos em forma de texto.

b) Leitores de Tela: São programas ou dispositivos que convertem texto em voz ou em braille, permitindo que alunos com deficiência visual tenham acesso ao conteúdo digital. Os leitores de tela fornecem informações audíveis ou táteis sobre elementos visuais, como texto, imagens e botões, tornando a informação acessível.

c) Softwares de Reconhecimento de Voz: Esses softwares possibilitam a transcrição de fala em texto, permitindo que alunos com dificuldades de escrita ou mobilidade possam se comunicar ou produzir textos por meio da fala.

d) Dispositivos de Acesso Alternativo: São dispositivos que substituem ou complementam o uso convencional do teclado e do mouse. Exemplos incluem teclados adaptados, mouse alternativos, acionadores de sopro e controle ocular.

Tecnologia assistiva ou ajuda técnica são produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2015).

Benefícios das Tecnologias Assistivas na Educação Inclusiva

O uso adequado das tecnologias assistivas na educação inclusiva traz uma série de benefícios para os alunos com deficiência.

Uma educação inovadora se apoia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que lhe servem de guia e de base: o conhecimento integrador e inovador; o desenvolvimento da autoestima e do autoconhecimento (valorização de todos); a formação de alunos-cidadãos (com valores individuais e sociais). (MORAN, 2013, p. 13).

Nesse sentido, alguns desses benefícios incluem:

a) Autonomia e Independência: As tecnologias assistivas capacitam os alunos com deficiência a realizar tarefas de forma independente. Isso aumenta sua confiança e autoestima, além de desenvolver habilidades essenciais para a vida cotidiana.

b) Comunicação Efetiva: Para alunos com dificuldades de comunicação, as tecnologias assistivas facilitam a expressão de ideias, pensamentos e necessidades. Isso fortalece a interação com colegas e professores, melhorando a inclusão social.

c) Adaptação Curricular: Com o auxílio das tecnologias assistivas, é possível adaptar o currículo para atender às necessidades individuais dos alunos com deficiência. Isso permite uma educação personalizada e centrada no aluno, considerando suas habilidades e potencialidades.

d) Acesso à Informação: As tecnologias assistivas possibilitam que os alunos com deficiência tenham acesso ao mesmo conteúdo e recursos educacionais que os demais estudantes. Isso promove a igualdade de oportunidades e a participação ativa na sala de aula.

2.1 Desafios e Considerações Éticas

Embora as tecnologias assistivas ofereçam inúmeros benefícios, também é importante reconhecer os desafios e questões éticas associadas ao seu uso na educação inclusiva. É sabido que as instituições de ensino, sejam elas públicas ou particulares, têm seus dilemas pedagógicos. Não se defende aqui o uso dos recursos tecnológicos como mera instrumentalização para o mundo do trabalho, mas sim fortalecer a ideia de novas formas de mediar o conhecimento e com ele conhecer, ampliar e divulgar a tecnologia como uma competência (PERRENOUD, 2000). Dentre os principais desafios podemos destacar:

a) Acesso e Disponibilidade: Nem todas as escolas possuem recursos suficientes para disponibilizar tecnologias assistivas a todos os alunos que delas necessitam. Isso pode criar desigualdades e limitar o acesso à educação inclusiva. É fundamental garantir a disponibilidade dessas tecnologias, por meio de políticas públicas e investimentos adequados, a fim de assegurar que todos os alunos tenham acesso igualitário.

b) Capacitação dos Educadores: Para que as tecnologias assistivas sejam efetivamente utilizadas, os educadores precisam receber formação adequada. É necessário oferecer capacitação sobre o uso das tecnologias, estratégias de implementação e adaptação curricular. Além disso, é fundamental que os professores tenham o suporte necessário para lidar com as demandas específicas de cada aluno.

c) Privacidade e Segurança: O uso de tecnologias assistivas envolve o armazenamento e processamento de dados pessoais dos alunos. É essencial garantir a privacidade e segurança dessas informações, seguindo padrões éticos e regulamentações de proteção de dados.

d) Acessibilidade Universal: Ao adotar tecnologias assistivas, é importante considerar a acessibilidade universal. Isso significa garantir que as soluções sejam compatíveis com diferentes dispositivos e plataformas, bem como atender às necessidades de alunos com diferentes tipos de deficiência.

2.2 Importância das Tecnologias Assistivas na Educação Inclusiva

As tecnologias assistivas desempenham um papel fundamental na promoção da inclusão e no acesso equitativo à educação para alunos com deficiência. Ao oferecer suporte e recursos específicos, essas ferramentas podem reduzir as barreiras enfrentadas pelos alunos, permitindo-lhes participar plenamente das atividades educacionais e alcançar seu potencial máximo.

a) Acesso Equitativo: As tecnologias assistivas proporcionam aos alunos com deficiência igualdade de oportunidades de aprendizagem. Por meio dessas ferramentas, é possível superar as limitações físicas, cognitivas ou sensoriais, permitindo que os alunos acessem informações, interajam com o conteúdo curricular e demonstrem seu conhecimento de maneiras adaptadas às suas necessidades individuais.

b) Personalização do Aprendizado: As tecnologias assistivas permitem que o processo educacional seja adaptado às necessidades de cada aluno. Com a possibilidade de ajustar as configurações e recursos das ferramentas, é possível oferecer um ensino mais personalizado, atendendo às preferências e habilidades específicas de cada aluno com deficiência.

c) Estímulo à Participação Ativa: Com o uso das tecnologias assistivas, os alunos com deficiência são incentivados a participar ativamente das atividades educacionais. Essas ferramentas proporcionam meios alternativos de comunicação, expressão e interação, permitindo que os alunos se envolvam plenamente nas discussões em sala de aula, colaborem com seus colegas e demonstrem seu conhecimento de maneiras diversas.

d) Desenvolvimento de Habilidades: As tecnologias assistivas não apenas facilitam o acesso ao currículo, mas também promovem o desenvolvimento de habilidades essenciais. Por exemplo, o uso de softwares de comunicação alternativa pode estimular o desenvolvimento da linguagem e da comunicação em alunos com dificuldades nessa área. Da mesma forma, o uso de softwares de reconhecimento de voz pode aprimorar a capacidade de expressão escrita e a autonomia dos alunos com deficiência motora.

2.3 Tipos de Tecnologias Assistivas na Educação Inclusiva

Existem diversos tipos de tecnologias assistivas que podem ser utilizadas na educação inclusiva, atendendo às necessidades específicas dos alunos com deficiência. É importante explorar diferentes categorias e ferramentas disponíveis.

De acordo com a W3C (World Wide Web Consortium):

Acessibilidade na web significa que pessoas com deficiência podem usar a web. Mais especificamente, a acessibilidade na web significa que pessoas com deficiência podem perceber, entender, navegar, interagir e contribuir para a web. E mais. Ela também beneficia outras pessoas, incluindo pessoas idosas com capacidades em mudança devido ao envelhecimento. (W3C, 2022).

Dentre as ferramentas e categorias disponíveis, podemos destacar:

a) Softwares de Comunicação Alternativa: Esses softwares oferecem recursos para a comunicação de alunos com dificuldades na fala. Podem incluir símbolos gráficos, palavras, frases e sistemas de voz sintetizada para facilitar a expressão e a compreensão.

b) Leitores de Tela: Essas ferramentas convertem texto em voz ou em braille, permitindo que alunos com deficiência visual acessem informações digitais. Os leitores de tela fornecem informações auditivas sobre o conteúdo exibido na tela, garantindo a acessibilidade de documentos, sites, aplicativos e outros recursos digitais.

c) Softwares de Reconhecimento de Voz: Esses programas permitem que alunos com dificuldades de escrita ou mobilidade utilizem a fala como uma forma de entrada de texto. Os softwares de reconhecimento de voz converte a fala em texto, possibilitando que os alunos realizem tarefas como digitar, escrever e enviar mensagens utilizando sua voz.

d) Dispositivos de Acesso Alternativo: Esses dispositivos são projetados para permitir que alunos com deficiências motoras ou físicas possam interagir com computadores e outros dispositivos eletrônicos. Isso inclui teclados adaptados, joysticks, mouses especiais e acionadores alternativos, que oferecem opções de entrada alternativas para atender às necessidades individuais de cada aluno.

e) Softwares de Apoio à Leitura e Escrita: Esses softwares fornecem recursos como ampliação de texto, ajuste de cores e fontes, marcadores de texto, dicionários digitais e sintetizadores de voz. Eles auxiliam alunos com dificuldades de leitura e escrita, permitindo que acompanhem o conteúdo e desenvolvam suas habilidades de forma mais eficiente.

2.4. O papel dos educadores na implementação e uso eficaz das tecnologias assistivas

Para que as tecnologias assistivas sejam integradas de forma eficaz no ambiente escolar, é crucial o papel dos educadores. Os professores desempenham um papel fundamental na identificação das necessidades individuais dos alunos, na seleção adequada das ferramentas tecnológicas e na sua implementação e uso diário. Aqui estão alguns aspectos importantes a serem considerados:

a) Capacitação: Os educadores devem receber formação adequada sobre as tecnologias assistivas disponíveis e como utilizá-las de forma efetiva. Isso inclui conhecer as características e funcionalidades de diferentes ferramentas, saber adaptar o currículo com base nas necessidades dos alunos e ter habilidades técnicas para configurar e operar os dispositivos e softwares.

b) Colaboração Interdisciplinar: A implementação das tecnologias assistivas na educação inclusiva requer uma abordagem colaborativa e interdisciplinar. Os educadores devem trabalhar em conjunto com profissionais especializados, como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos, para identificar as necessidades específicas de cada aluno e planejar estratégias de suporte adequadas.

c) Individualização do Suporte: Cada aluno é único, com necessidades e habilidades individuais. Os educadores devem adaptar as tecnologias assistivas de acordo com as necessidades de cada aluno, levando em consideração suas preferências, capacidades e metas de aprendizado. Isso requer um processo contínuo de avaliação e ajuste, acompanhando o progresso do aluno e adaptando as estratégias de suporte conforme necessário.

d) Promoção da Autonomia: As tecnologias assistivas não devem ser vistas como soluções temporárias, mas como ferramentas para promover a autonomia e independência dos alunos. Os educadores devem incentivar e apoiar os alunos no uso das tecnologias, capacitando-os a gerenciar suas próprias necessidades e a utilizar as ferramentas de forma autônoma.

Para Sassaki (2006), é primordial sanar as barreiras das pessoas com deficiência para se pensar em inclusão, isso é algo a ser combatido por toda a sociedade. Nas palavras do autor:

Cabe, portanto, à sociedade eliminar todas as barreiras físicas, programáticas e atitudinais para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso a serviços, lugares, informações e bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional (SASSAKI, 2006, p. 47).

Posto isso, a inclusão social (aqui abrangendo o conceito para além da deficiência), de acordo com Mittler (2003), é asseverada como:

A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma estrada sem fim, com tipos de barreiras e obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações (MITTLER, 2003, p. 21).

Nas palavras de Mittler (2003), a inclusão é um trabalho continuado e requer envolvimento colaborativo, incluir é um processo que beneficia não somente as pessoas com deficiência ou com limitações, mas toda a sociedade.

3. Metodologia

A metodologia adotada neste estudo baseou-se em uma revisão bibliográfica, que teve como objetivo reunir e analisar as principais publicações científicas relacionadas ao tema em questão. A revisão bibliográfica é um processo de análise e síntese de fontes de informação relevantes, como artigos, livros e estudos anteriores, para embasar e contextualizar um trabalho acadêmico ou de pesquisa. Ela visa a compreensão do estado atual do conhecimento sobre um tópico específico. A revisão do presente estudo foi realizada em bases de dados acadêmicas, como Scopus, e Web of Science, utilizando uma combinação de palavras-chave relevantes. Além das obras referenciadas, os critérios de inclusão adotados para a seleção dos artigos consultados foram: publicações em idioma inglês ou português, artigos revisados por pares e publicados nos últimos 20 anos.

Após a aplicação dos critérios de inclusão, os estudos foram selecionados com base na relevância de seus títulos e resumos. Os artigos que abordavam diretamente o problema de pesquisa proposto foram incluídos para análise mais detalhada. Durante esse processo, foi realizada uma triagem adicional para eliminar duplicatas e artigos não relevantes.

Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e analisados de forma crítica. Os principais conceitos, teorias e modelos apresentados em cada estudo foram identificados e anotados. Além disso, foram extraídas informações sobre as metodologias utilizadas nos estudos, a fim de compreender como a comunidade científica tem abordado o tema e quais são as lacunas de conhecimento existentes.

Com base na análise dos artigos selecionados, foi realizada uma síntese dos resultados encontrados. Os principais achados e tendências identificados na literatura foram organizados e apresentados de forma clara e objetiva.

Os resultados da revisão bibliográfica foram discutidos e interpretados à luz da temática de pesquisa proposta. Foram identificadas lacunas de conhecimento e desafios enfrentados na área, bem como possíveis soluções e abordagens promissoras.

Por fim, as conclusões derivadas da revisão bibliográfica foram apresentadas, resumindo os principais achados e sugerindo áreas para futuras pesquisas. Além disso, foram discutidas implicações práticas e teóricas dos resultados encontrados.

4. Análise dos Resultados

No contexto da inclusão de pessoas com deficiência, é essencial combater as barreiras existentes para que todos possam participar plenamente da sociedade, como destacado por Sassaki (2006). Nesse sentido, a acessibilidade na web também desempenha um papel fundamental, permitindo que pessoas com deficiência possam perceber, entender, navegar, interagir e contribuir para a web. Vale ressaltar que a acessibilidade na web não beneficia apenas pessoas com deficiência, mas também indivíduos idosos com capacidades em mudança devido ao envelhecimento.

No estudo realizado ficou evidenciado que além da acessibilidade na web, a tecnologia assistiva ou ajuda técnica desempenha um papel importante na promoção da funcionalidade, atividade e participação de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A tecnologia assistiva abrange uma ampla gama de produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que visam promover a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social dessas pessoas.

Com base nesses conceitos, e como parte da análise dos resultados deste estudo, foram elaboradas duas planilhas pelos autores contendo exemplos de tecnologias assistivas para educação inclusiva, com a finalidade de cada tecnologia e exemplos práticos de softwares e aplicativos relacionados.

Em suma, a combinação de estratégias como a promoção da acessibilidade na web e o uso de tecnologias assistivas pode contribuir significativamente para a inclusão de pessoas com deficiência na educação. A planilha apresentada fornece exemplos práticos de tecnologias assistivas e suas finalidades, destacando a importância de considerar as necessidades individuais de cada estudante para garantir uma educação inclusiva e de qualidade.

Planilha 1

Fonte: Elaborador pelos autores ( 2023)

Planilha 2

Esses são alguns exemplos de tecnologias assistivas utilizadas na educação inclusiva. É importante ressaltar que a escolha das tecnologias a serem utilizadas deve ser baseada nas necessidades individuais de cada aluno, levando em consideração suas habilidades, preferências e metas de aprendizado. Além disso, é necessário garantir o treinamento adequado para educadores e o suporte contínuo para que essas tecnologias sejam integradas de forma eficaz no ambiente escolar. A análise dos dados dessa planilha permite identificar diversas tecnologias assistivas com diferentes finalidades e nortear o trabalho do educador que atua e promove a educação inclusiva. As tecnologias assistivas ajudam a superar barreiras comunicativas, físicas e cognitivas, proporcionando suporte individualizado às necessidades específicas de cada aluno.

5. Considerações Finais

As tecnologias assistivas têm um papel fundamental na promoção da inclusão de alunos com deficiência na educação. Ao oferecer acesso à informação, facilitar a comunicação, promover a autonomia e permitir a adaptação curricular, essas tecnologias contribuem para uma educação inclusiva e de qualidade.

No entanto, é essencial enfrentar os desafios associados ao uso das tecnologias assistivas, como garantir o acesso e disponibilidade, capacitar os educadores, respeitar a privacidade e segurança dos alunos, e considerar a acessibilidade universal.

Ao investir em tecnologias assistivas e promover sua utilização eficaz, estamos avançando em direção a uma educação inclusiva e equitativa, que valoriza e respeita a diversidade de cada aluno. É por meio desse compromisso que podemos construir uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

As tecnologias assistivas desempenham um papel essencial na promoção da educação inclusiva, oferecendo suporte e oportunidades iguais de aprendizagem para alunos com deficiência. Ao proporcionar acesso equitativo, personalização do aprendizado, estímulo à participação ativa e desenvolvimento de habilidades, essas ferramentas contribuem significativamente para o sucesso acadêmico e a inclusão dos alunos no ambiente escolar.

No entanto, a implementação efetiva das tecnologias assistivas requer o envolvimento e comprometimento dos educadores. É fundamental que eles sejam capacitados e estejam atualizados sobre as diferentes ferramentas disponíveis, além de possuírem habilidades técnicas para utilizá-las adequadamente. A colaboração interdisciplinar, envolvendo profissionais especializados, é igualmente importante para identificar as necessidades individuais dos alunos e oferecer o suporte adequado.

Além disso, os educadores desempenham um papel crucial na individualização do suporte, adaptando as tecnologias assistivas de acordo com as necessidades específicas de cada aluno. Isso requer um processo contínuo de avaliação, acompanhamento e ajuste, visando atender às mudanças nas habilidades e metas de aprendizado dos alunos.

Ao promover a autonomia dos alunos, os educadores capacitam-nos a gerenciar suas próprias necessidades e a utilizar as tecnologias assistivas de forma autônoma. Isso promove a confiança e a independência dos alunos, preparando-os para enfrentar os desafios acadêmicos e pessoais.

Em suma, as tecnologias assistivas desempenham um papel transformador na educação inclusiva. Elas oferecem oportunidades de aprendizado igualitárias, adaptadas às necessidades individuais dos alunos com deficiência. No entanto, para alcançar o máximo potencial dessas ferramentas, é necessário um esforço conjunto entre educadores, profissionais especializados e alunos, garantindo a capacitação, a individualização do suporte e a promoção da autonomia. Somente assim poderemos construir um ambiente educacional verdadeiramente inclusivo, onde todos os alunos tenham a oportunidade de aprender, crescer e prosperar. Assim, finalizamos as considerações finais com uma frase do saudoso Paulo Freire: “A inclusão é uma ação de amor, e o amor é o único remédio infalível para a exclusão.”

6. Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei Federal nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). DOU 07/07/2015. Disponível em: https://bit.ly/3CBPHMv. Acesso em: 10/07/2023

Freire, P. (1997). Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Editora Paz e Terra

Hehir, T. (2012). A educação inclusiva não é apenas sobre colocar alunos com deficiência nas escolas regulares, mas sobre criar um ambiente que atenda às necessidades de todos os alunos, independentemente de suas diferenças. Em Revista Brasileira de Educação Especial, 18(3), 457-466.

MANZINI, E. J. Tecnologia assistiva para educação: recursos pedagógicos adaptados. In: Ensaios pedagógicos: construindo escolas inclusivas. Brasília: SEESP/MEC, p. 82-86, 2005.

MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed 2003.

MORAN, José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2013.

PERRENOUD, P. Dez Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed Editora. 2000.

PRESSMAN, Roger S. Engenharia de Software. Porto Alegra: Mc Graw Hill, 6 ed, 2010.

SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 2006

W3C. Cartilha W3C de acessibilidade na web. Disponível em: https://bit.ly/3TMBTVy.


1 Licenciado em Pedagogia e Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos. Pós-Graduando em Educação Inclusiva pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas – IFSULDEMINAS – Campus Machado. Propagadista Médico pela Momenta. E-mail: rh.rafaelramalho@live.com 

2 Licenciado em Pedagogia e História. Pós-Graduando em Educação Inclusiva pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas – IFSULDEMINAS – Campus Machado. Mestre em Educação Tecnológica pelo IFTM (2019)
E-mail: direcao.ceiparaxa@gmail.com

3 Graduada em História, Geografia, Pedagogia e Computação. Doutoranda em Educação. Mestre em Educação.      Especialista em Atendimento Educacional Especializado.
E-mail: aline.lolajf@gmail.com