REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411231618
Carolina Rocha
Eduarda De Favere
Mariana da Silva Neri
Orientador: Profa. Dra. Aline Francielle da Silva dos Santos
RESUMO
Este trabalho procurou estudar os principais aspectos da reprodução humana, abordando questões, métodos e analisando seus processos técnicos, suas indicações, e os resultados esperados em casos de infertilidade severa. A pesquisa inclui uma análise das etapas da fecundação, e as tecnologias reprodutivas atuais, como a fertilização in vitro (FIV), e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) e utilizou uma revisão bibliográfica para demonstrar as vantagens e desvantagens de cada método e como as condições de saúde podem afetar a capacidade reprodutiva. Foi observado também quais são os processos biológicos envolvidos, bem como as implicações sociais e éticas. Assim, através de uma revisão da literatura, o trabalho teve como objetivo oferecer uma visão abrangente da reprodução humana, destacando a importância da compreensão dos fatores que afetam a fertilidade. Também procurou evidenciar como os métodos de reprodução podem ajudar casais que enfrentam dificuldades na busca de tratamentos adequados a ampliarem as possibilidades de concepção tendo como base as várias opções reprodutivas, considerando suas limitações e fatores como idade, saúde e circunstâncias pessoais.
Palavras-chave: reprodução; infertilidade; tecnologias reprodutivas; Fertilização in vitro;FIV; injeção intracitoplasmática de espermatozoides; ICSI.
Abstract
This work sought to study the main aspects of human reproduction, addressing questions, methods and analyzing its technical processes, its indications, and the expected results in cases of severe infertility. The research includes an analysis of the stages of fertilization, and current reproductive technologies, such as in vitro fertilization (IVF), and intracytoplasmic sperm injection (ICSI) and used a literature review to demonstrate the advantages and disadvantages of each method and how Health conditions can affect reproductive capacity. It was also observed the biological processes involved, as well as the social and ethical implications. Thus, through a literature review, the work aimed to offer a comprehensive view of human reproduction, highlighting the importance of understanding the factors that affect fertility. It also sought to highlight how reproduction methods can help couples who face difficulties in searching for appropriate treatments to expand the possibilities of conception based on the various reproductive options, considering their limitations and factors such as age, health and personal circumstances.
Keywords: reproduction; infertility; reproductive technologies; In vitro fertilization; IVF; intracytoplasmic sperm injection; ICSI.
1. INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde a infertilidade é caracterizada como as tentativas para a fertilização por mais de um ano consecutivo sem uso de algum método que a evite em mulheres na idade reprodutiva e sexualmente ativa (OMS, 2023). Após esse período, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o indicado é que o casal procure um médico especialista para realizar exames e fazer uma investigação detalhada do problema a fim de confirmar o diagnóstico, identificar as causas e o tratamento mais adequado (SBRA, 2019).
Ter um filho é inegável um dos propósitos mais partilhados entre as pessoas adultas. No entanto, nem todo casal consegue de forma espontânea levar ou conceber uma gravidez viável, uma parte desses casais precisará de tratamentos que resolvam essa problemática da infertilidade (FÉLIS, et al., 2016).
A infertilidade é um problema multifacetado que traz consequências importantes na esfera social e psicológica dos casais afetados, trazendo sofrimento emocional e físico. A reprodução assistida é um meio desses casais realizarem o desejo de serem pais (FÉLIS, et al., 2016). As técnicas de reprodução humana são relativamente recentes. Por muito tempo, devido ao escasso conhecimento sobre o assunto, não foram realizadas intervenções que não seguissem as modalidades da natureza (PAEZ & GUSTAVO, 2011).
São consideradas Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) os procedimentos clínicos e laboratoriais que visam obter uma gravidez, substituindo ou facilitando etapas excepcionais do processo reprodutivo natural (HENRIQUES, 2019). As principais técnicas são: Inseminação Intrauterina (IIU); Fertilização In Vitro (FIV); Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICIS); Transferência de Embrião Congelado (TEC).
A inseminação intrauterina é uma das técnicas da reprodução humana que consiste no sêmen diretamente dentro do útero. Em contrapartida na FIV clássica, o ovócito e os espermatozoides são colocados em uma placa de cultura para que ocorra a fecundação, de forma “natural”, quando o espermatozoide é colocado em contato com o ovócito e a fecundação é feita sem a manipulação de um embriologista, já na Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) um único espermatozoide escolhido é inserido por meio de ajuda no ovócito. A Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma evolução da FIV que envolve a injeção de um único espermatozoide vivo no citoplasma do ovócito, onde em casais com caso de infertilidade masculina, sendo o principal motivo a quantidade reduzida e a motilidade dos espermatozoides (SANTOS, 2010).
A Fertilização in vitro (FIV) convencional e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) são técnicas muito utilizadas e consideradas comuns na reprodução assistida, usadas há bastante tempo para o tratamento da infertilidade. A FIV convencional contempla a inseminação assistida padrão, já a ICSI é a injeção de um único espermatozoide e ovócito maduro. A fertilização in vitro convencional tem desempenhado durante os anos que se passaram um papel importante no tratamento da infertilidade feminina, mas um tratamento que se mostra menos eficaz quando se trata de infertilidade masculina grave, pois se mostrou abaixo do esperado quando as características do sêmen estavam muito abaixo dos valores considerados padrão em relação a concentração, morfologia e motilidade. O risco de falha completa da fertilização após a FIV convencional foi estimado em 12,5% na normozoospermia e infertilidade do fator tubário, 16,7% na infertilidade inexplicada e até 50% na astenozoospermia ( EftekhaR, et al, 2012).
Embora a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) seja uma técnica amplamente utilizada no tratamento da infertilidade masculina, diversos estudos indicam que seu uso para casais com infertilidade de causas não masculinas ainda carece de comprovação quanto à eficácia e à segurança, principalmente em relação a potencial danos mecânicos aos ovócitos. Esses danos comprometem a taxa de fertilização e reduzem as chances de sucesso na implantação embrionária e na obtenção de gravidez. O estudo comprovou que o uso da ICSI não resultou em aumento nas taxas de fertilização, implantação ou gravidez em pacientes normo-respondedoras e sem fatores masculinos de infertilidade. Em contrapartida, em casos de infertilidade masculina graves ou quando há histórico de falhas em ciclos anteriores de fertilização in vitro (FIV), a aplicação da ICSI apresentou potencial para aumentar as taxas de fertilização e gravidez (Eftekhar et al., 2012).
A infertilidade é um problema crescente que afeta muitos casais, e as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), são indicadas como fundamentais no tratamento dessas condições. Embora ambas as técnicas apresentem altas taxas de sucesso, ainda existem desafios e lacunas no entendimento sobre suas limitações e efeitos a longo prazo. Assim, este artigo teve como objetivo revisar essas técnicas, analisando suas restrições, taxas de sucesso, benefícios, riscos e implicações éticas, além de explorar as últimas inovações e desafios no uso da FIV e da ICSI, com o objetivo de fornecer uma compreensão mais abrangente e abrangente contribuir para a prática clínica.
2. METODOLOGIA
A metodologia adotada para este estudo consistiu em uma revisão bibliográfica abrangente sobre os temas relacionados à reprodução humana assistida. A pesquisa foi realizada nas principais bases de dados científicos, incluindo Google Acadêmico, PubMed e SciELO. Foram utilizados os seguintes termos e palavras-chave para a busca: “reprodução assistida”, “infertilidade”, “fertilização in vitro”, “FIV”, “injeção intracitoplasmática de espermatozoides” e “ICSI”. A estratégia de busca focou em selecionar artigos, livros e materiais de fontes confiáveis, priorizando publicações científicas, revisões sistemáticas, ensaios clínicos e estudos experimentais. A seleção dos conteúdos foi feita com base na relevância, qualidade metodológica e recência das publicações, garantindo que os dados incluídos fossem consistentes e atualizados para embasar as discussões sobre o assunto.
3. REVISAO DE LITERATURA
3.1 Infertilidade
Segundo a Organização Mundial de Saúde a infertilidade é caracterizada como as tentativas para a fertilização por mais de um ano consecutivo, 12 meses sem uso de algum método que a evite em mulheres na idade reprodutiva e sexualmente ativa (OMS, 2023). Após esse período, conforme recomenda a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o indicado é que o casal procure um médico especialista para realizar exames e fazer uma investigação detalhada do problema a fim de confirmar o diagnóstico, identificar as causas e o tratamento mais adequado (SBRA, 2019).
Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que 50 a 80 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser inférteis. No Brasil, esse número chega a cerca de 8 milhões. As causas da infertilidade são diversas e podem ser femininas, masculinas ou devido à associação de dificuldades dos dois componentes do casal (OMS, 2023). No ano de 2019 foi estimado pela Associação Brasileira de Reprodução Assistida que cerca de 35% dos casos de infertilidade estão relacionados à mulher, cerca de 35% estão relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% são provocados por causas desconhecidas (SBRA, 2024).
Infertilidade gera sofrimento, angústia e até uma depressão, suspende o projeto de vida para alguns, afetando de diversas formas, tanto como indivíduo, no pessoal, quanto ao casal. É uma situação considerada inesperada que rompe com o principal objetivo de vida de muitos, que como citada anteriormente quando não é alcançado pode gerar impactos na vivência dessas pessoas, que reagem e experienciam de maneiras diferentes as dificuldades desse problema e do seu tratamento. Este impedimento de uma gravidez deve ser encarado como um problema do casal, pois culturalmente o primeiro questionamento e julgamento recai sobre a mulher, esquecendo-se que ambos podem ter o fator de impedimento para essa gestação de forma natural, nem sempre a mulher é a causa dessa situação (FÉLIS, et al., 2016).
Coloca-se, assim, o entrave da infertilidade aos casais que encontram nesse processo o impedimento de continuar com o plano de se ter um filho biológico. Isso faz com que haja um envolvimento de vários elementos, que vão do fisiológico ao psicológico.A expectativa do acontecimento de uma gravidez para pessoas saudáveis em cada ciclo menstrual é de 15% a 25%, segundo a Dra. Erica Mantelli, especialista em fertilidade (MANTINELLI, 2023). Segundo um artigo publicado na revista Brasileira de ginecologia e obstetrícia pressupõem-se que a infertilidade conjugal alcance, na população mundial, de 10% a 15% dos casais em idade fértil, com uma crescente incidência em função da idade dos casais. Esse percentual tem aumentado nos últimos anos devido a diversas causas em potencial, como o adiamento da maternidade, o aumento da prevalência das infecções de transmissão sexual, o sedentarismo, a obesidade, o consumo de tabaco e do álcool e a poluição urbana (FÉLIS, et al., 2016).
Segundo Associação nacional de infertilidade, presente nos Estados Unidos,estima-se que 1 em cada 8 casais (ou 12% das mulheres casadas) tenha problemas para engravidar ou sustentar uma gravidez. Apesar da prevalência de infertilidade, a maioria das pessoas inférteis não compartilha sua história com familiares ou amigos, aumentando sua vulnerabilidade psicológica. A incapacidade de se reproduzir naturalmente pode causar sentimentos de vergonha, culpa e baixa autoestima. Esses sentimentos negativos podem levar a graus variados de depressão, ansiedade, angústia e má qualidade de vida (ROONEY, et al.,2018). Dentro deste contexto, o tema tem impulsionado o avanço nas pesquisas sobre métodos de reprodução assistida (ROLLER, et al,2023).
2.1 Infertilidade indefinida
A infertilidade indefinida é diagnosticada na ausência de quaisquer anormalidades dos sistemas reprodutores feminino e masculino após investigações denominadas padrão em caso de infertilidade (Zegers-Hochschild et al. , 2017). O Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida (ICMART) define a infertilidade indefinida como aquela presente em casais com função ovariana aparentemente normal, trompas de falópio, útero, colo do útero e pelve intactos, além da frequência de coito adequada. Para os homens, a definição inclui função testicular aparentemente normal, anatomia geniturinária intacta e ejaculação normal. A possibilidade de diagnóstico dessa condição depende das metodologias utilizadas e das técnicas disponíveis (Zegers-Hochschild et al., 2017).
Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia define infertilidade inexplicada da seguinte forma: infertilidade em casais com função ovariana aparentemente normal, tubas uterinas, útero, colo do útero e pelve, idade menor de 40 anos e com frequência coital adequada, função testicular aparentemente normal, anatomia geniturinária e ejaculação normal (Romualdi, et al., 2023)
A definição de infertilidade indefinida do comitê internacional para monitoramento de tecnologias de reprodução assistida (ICMART) refere-se apenas ao diagnóstico clínico, sem qualquer referência à duração da relação sexual desprotegida ou à idade da parceira. Diversos exames e testes são realizados para conseguir identificar a causa da infertilidade de um casal, quando os exames de ambas as partes não têm resultados significativos a infertilidade se torna indefinida (Zegers-Hochschild et al., 2017).
2.2 Infertilidade Feminina
Infertilidade feminina afeta mulheres por todo o mundo, como já citada anteriormente é definida como a incapacidade de engravidar após um ano de tentativas regulares sem o uso de algum método que evite a concepção. Segundo a Associação Brasileira de reprodução assistida a investigação deve começar considerando a idade da mulher e o tempo que o casal ficou na tentativa de engravidar, ao chegar para uma avaliação de uma possível infertilidade o casal de estar ciente das chances do acontecimento de uma gravidez para pessoas saudáveis em cada ciclo menstrual é de 15% a 25%, conforme os anos passam essas chances acabam diminuindo significativamente (SBRA, 2019).
A análise da infertilidade feminina segundo a Associação Brasileira de reprodução assistida, abrange parâmetros hormonais e anatômicos, o primeiro está ligado aos hormônios que possam influenciar a qualidade da ovulação ou a presença e ausência de ovulação, o segundo está relacionado aos aspectos anatômicos que podem estar ligadas a alterações da parede do útero e da parte interna da cavidade uterina ou a funcionalidade das trompas (SBRA, 2019).
A avaliação médica deve ser feita imediatamente após a suspeita de infertilidade, levando em conta sempre as escolhas do casal, a duração da infertilidade, a idade de ambos, nesse caso da mulher e seu histórico médico, priorizando exames simples e menos invasivos. Diversos aspectos devem ser verificados. A questão hormonal deve ser analisada de forma consistente para depois ser verificado as outras questões (DUARTE & RIGHI., 2021).
2.2.1 Função Ovulatória
Para a investigação de infertilidade do fator feminino, a confirmação da ovulação deve ser considerada, pois até um terço das mulheres com ciclos menstruais normais são anovulatórias, a disfunção ovulatória será identificada em aproximadamente 15% de todos os casais inférteis e responsável por até 40% da infertilidade em mulheres. Geralmente resulta em distúrbios menstruais óbvios (ANDRETTI, 2006)
A disfunção ovulatória é uma das maiores na incidência de infertilidade feminina, geralmente se dá em distúrbios menstruais como oligomenorreia ou amenorreia, tendo sua causa por diversos fatores que devem ser procurados para que um tratamento específico seja indicado. Algumas das causas mais comuns são a síndrome dos ovários policísticos, obesidade e disfunções hormonais (DUARTE & RIGHI., 2021). Uma mulher com disfunção ovulatória tem uma maior dificuldade de gravidez e infelizmente por muitas vezes o motivo específico dessa disfunção é desconhecido, o que implica em limitações no tratamento para essa condição (DUARTE, et al., 2024)
2.2.2 Reserva Ovariana
A Reserva Ovariana segundo a sociedade médica americana de reprodução, representa o número de ovócitos disponíveis para potencial fecundação naquele momento. A infertilidade se dá quando a mulher tem uma reserva ovariana diminuída em relação às pessoas da mesma idade reprodutiva com a menstruação regular, tornando a fecundidade também diminuída (ASRM, 2015).
A reserva ovariana pode ser medida pelos níveis hormonais, dosando o estradiol e FSH em dias certos do ciclo menstrual, ou por ultrassonografia, os resultados devem ser interpretados de acordo com a idade da mulher. Essa baixa reserva ovariana pode implicar também no tratamento de reprodução, pois é possível que a estimulação para cada ciclo não seja muito eficiente e uma baixa quantidade de óvulo consiga ser retirado para realizar o procedimento (ASRM, 2015).
2.2.3 Útero
Segundo a sociedade americana de medicina reprodutiva, anormalidades da anatomia ou função uterina são causas relativamente incomuns de infertilidade em mulheres, mas devem ser excluídas. Fatores peritoneais como endometriose e aderências pélvicas ou anexiais podem causar ou contribuir para a infertilidade. Define-se endometriose como uma doença ginecológica crônica de caráter inflamatório causada por implantes de tecido endometrial dos tipos histológicos glandular e estromal localizados fora da cavidade uterina. (DUARTE, et al., 2024).
O diagnóstico da endometriose é realizado através do quadro clínico, exame ginecológico e exames complementares como ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética pélvica, sendo a laparoscopia considerada o padrão-ouro, uma vez que apenas por meio da biópsia dos focos suspeitos e posterior análise anatomopatológica é possível confirmar a hipótese diagnóstica. A partir da realização do diagnóstico, pode-se classificar a endometriose com base no grau de acometimento da doença, objetivando correlacionar possíveis desfechos favoráveis ou não quanto às opções de tratamento disponíveis. O tratamento deve ser individualizado, considerando primariamente o objetivo terapêutico sendo o alívio da sintomatologia relacionada à dor pélvica crônica ou ao quadro de infertilidade causado pela doença. (DUARTE, et al., 2024).
Quanto à infertilidade, o tratamento é baseado em três modalidades: medicamentosa, cirúrgica e reprodução assistida, sempre levando em conta aspectos fundamentais para a decisão terapêutica como escolha da paciente, idade, status de reserva ovariana, extensão da doença, presença de dor pélvica, endometriose, histórico de intervenções cirúrgicas prévias, presença ou ausência de anormalidades tubárias, (NAVARRO, et al, 2019.)
2.2.4 Obstrução Tubária
A doença tubária é uma das causas importantes na infertilidade feminina, não sendo uma das mais comuns, mas devendo ser analisada e excluída a hipótese, caso seja feito de fato o diagnóstico de obstrução tubária, o tratamento deve ser realizado com a combinação de diversas técnicas para que seja eficaz (ASRM, 2015).
2.3 Infertilidade masculina
A infertilidade masculina é definida como a incapacidade do homem em produzir espermatozoides em quantidade suficiente e/ou que sejam viáveis, ou seja, que consigam fecundar óvulo e resultar na gravidez. O número de pessoas afetadas por esse problema vem crescendo cada vez mais. Existem cerca de 50 a 80 milhões de casais inférteis no mundo, sendo 50% dos casos relacionados ao sexo masculino (Teixeira, et al., 2018). Assim, reduzir esse quadro tornou-se prioridade para muitas organizações de saúde (Ilacqua, et al.,2018).
Trata-se de uma doença com etiologia multifatorial, no entanto ainda não muito bem compreendida, visto que metade dos casos são considerados idiopáticos ou inexplicáveis. Fatores socioeconômicos e culturais influenciam o estilo de vida das pessoas. Assim, as desordens reprodutivas, dentre elas a infertilidade, surgem como uma possível consequência das interações entre os padrões comportamentais, compreendendo que fatores como tabagismo, hábitos alimentares, idade reprodutiva, prática de atividade física e etilismo estão associados à redução da qualidade espermática (Teixeira et al.,2018).
A anamnese, exames físicos completos, bem como avaliação hormonal e exame de espermograma, sendo o último é considerado o exame complementar mais importante. Podendo ainda, utilizar-se de testes de função do espermatozoide, teste de qualidade do material genético masculino, e teste genéticos (BITENCOURT et al., 2023). Estudos recentes mostram que maus hábitos de vida podem interferir diretamente na motilidade, forma e no número dos espermatozoides. Qualquer alteração nesses três componentes denomina-se oligoastenoteratozoospermia e chegam a representar 75.1% dos casos de infertilidade masculina (Gonçalves, 2017). Desse modo, hábitos como tabagismo ativo e alcoolismo podem interferir prejudicialmente no processo de diferenciação dos espermatozoides. Esse primeiro pode causar decréscimo da libido, disfunção erétil, impotência, ejaculação precoce e diminuição da qualidade do esperma que pode ter como consequência a infertilidade relativa. O tabaco tem a capacidade de manter as espécies reativas com oxigênio além do limite, o que atrapalha as defesas antioxidantes do corpo humano. Dessa forma, diminui os níveis antioxidantes no plasma seminal, promovendo o aumento das espécies reativas de oxigênio no organismo. Além disso, leva ao aumento de chances de mutações devido às alterações sofridas no DNA (Gonçalves, 2017 & Teixeira et al., 2018)
Para a investigação da infertilidade, considerada uma doença complexa, é necessária uma estratégia de diagnóstico que tem base, inicialmente, na avaliação urológica com anamnese e exame físico detalhado, associada a exames complementares que incluem avaliação seminal, perfil hormonal e exames de imagem. Em pacientes que apresentam alteração de concentração espermática é necessário fazer uma investigação genética (DINIZ, 2023). Na investigação genética, o teste de cariótipo na infertilidade é uma das ferramentas mais importante para diagnóstico da infertilidade, uma vez que, um cariótipo é utilizado para detectar anormalidades cromossômico, sendo que, as maiores alterações estão ligadas aos cromossomos desde duplicação de cromossomos até deleções e mutações (STORMONT et al., 2021).
A atividade física é de suma importância para se garantir uma vida mais saudável. Os indivíduos que praticam possuem um melhor índice de espermograma, resultando em uma melhor motilidade, concentração e morfologia dos espermatozoides se forem comparados a indivíduos sedentários. Além disso, apresentam uma taxa maior de FSH que melhora a espermatogênese, LH que contribui para o aumento da liberação de testosterona. No entanto, assim como a falta, o excesso de exercício físico pode trazer malefícios para o homem e atrapalhar no mecanismo de reprodução masculina, já que resulta em aumento da inflamação e fabricação de radicais livres (Gonçalves, 2017 & Teixeira et al., 2018). O processo de envelhecimento também contribui para a infertilidade do homem. A partir dos 35 anos começa a ocorrer um rebaixamento na taxa de fertilidade, pois nota-se uma alteração estrutural histomorfológica do órgão masculino. Dessa forma, há redução do volume testicular e do sêmen, além de problemas na motilidade espermática devido ao acúmulo de processos oxidativos e mutações do DNA que fatalmente ocorrem ao longo dos anos (Teixeira et al., 2018).
Diversos aspectos devem ser analisados, o histórico médico e o histórico reprodutivo devem ser levados em consideração. A questão hormonal e cromossômica também deve ser levada em conta, por mais que não seja uma questão principal é considerada incomuns no caso da infertilidade masculina, exames e buscas mais a fundo devem ser realizadas caso outros aspectos analisados estejam normais e dentro dos padrões (BITENCOURT, et al, 2023).
2.3.1 Análise seminal
A análise do sêmen é de extrema importânciapara a detecção da infertilidade masculina, a maior parte vem de alterações no espermatozoide. A análise seminal é o estudo da qualidade e quantidade dos espermatozoides, são realizadas avaliações físico-químicas, microscópicas e morfológicas dos espermatozoides, determinando sua viabilidade. Espermatozoides normais são compostos de cabeça, peça intermediária e cauda, já a peça intermediária deve ter o comprimento de aproximadamente 1,5 vezes o tamanho da cabeça e menos de 1 µm de largura, além de ser delgada e regular. O seu eixo principal deve estar alinhado com o eixo principal da cabeça do espermatozoide, ademais, de acordo com a Organização Mundial da saúde (OMS) o citoplasma residual é visto como anomalia quando em excesso, ou seja, quando excede um terço do tamanho da cabeça do espermatozoide (JUNIOR et al.,2018).
A análise do líquido seminal é feita mediante ao exame de espermograma, sendo os parâmetros que devem ser analisados os seguintes: volume, cor, liquefação, pH concentração, motilidade, vitalidade e morfologia dos espermatozoides (KURODA et al., 2020).
Tabela 1: Terminologia das possíveis anomalias espermáticas. Fonte: Adaptado de Técnicas de Reprodução Assistida: Taxa de sucesso da ICSI. Monteiro
Terminologia | Condição |
Azoospermia | Ausência total de espermatozoides no esperma. |
Teratozoospermia | Redução do número de espermatozoides com a morfologia normal. |
Astenozoospermia | Espermatozoides com a motilidade reduzida ou ausente. |
Oligozoospermia | Redução da quantidade dos espermatozoides presentes no sêmen. |
Leucocitospermia | Alta concentração de leucócitos no sêmen |
2.3.2 Exame físico
Muitos pacientes acreditam que o exame físico por ser considerado desconfortável para alguns não é necessário, mas a atenção deve ser dada ao órgão masculino para que qualquer alteração possa ser detectada, como nos testículos, no pênis, sendo de grande importância a exploração escrotal (BITENCOURT, et al, 2023)
3. Reprodução Assistida
A reprodução assistida foi descrita pela primeira vez na Idade Média, por volta de 1300, com relatos de Chevalier onde Le Bom teria feito tentativas de inseminação artificial em animais. Em 1790, o médico inglês Jon Hunter obteve sucesso em uma mulher. No século XX Pincus divulga os primeiros resultados da fertilização in vitro, usando óvulos de coelhos. A primeira fertilização com óvulos humanos ocorreu com êxito em 1944, ela foi realizada por Rock e Menki. Em 1978, houve uma reviravolta envolvendo a reprodução humana (JUNIOR et al., 2002).
O primeiro bebê nascido por meio de Reprodução Assistida foi em 1978, na Inglaterra, ocorrendo esse marco no Brasil em 1984, estabelecendo a entrada do país na revolução tecnológica de biomedicina, desde então a reprodução humana já gerou cerca de dez milhões de bebês (STEPTOE & EDWARDS, 1978).
São consideradas Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) os procedimentos clínicos e laboratoriais que visam obter uma gravidez, substituindo ou facilitando etapas excepcionais do processo reprodutivo natural. (HENRIQUES, 2019). A possibilidade de gerar uma criança sem ser pelo método convencional choca o mundo. “(…), o primeiro bebê concebido após uma fertilização in vitro e transferência de embrião, marcou o início de uma era de grande progresso no entendimento e tratamento dos problemas relacionados à fertilidade humana” (STEPTO & EDWARDS, 1978).
A preparação para procedimentos de reprodução assistida na grande maioria das vezes envolve a avaliação e o trabalho de investigação para descobrir a causa da infertilidade, sendo essa definida como a incapacidade de engravidar após 12 meses consecutivos de relações desprotegidas, uma anamnese abrangente sempre é realizada inicialmente com o histórico de menstruação, duração da infertilidade, histórico de tratamentos de infertilidade anteriores, histórico médico e hábitos de vida. Para a avaliação feminina exames hormonais e de imagens são realizados conforme os dias do ciclo menstrual para avaliar a reserva ovariana e o estado da cavidade uterina e pélvica, para a avaliação masculina o exame de infertilidade masculina inclui uma análise minuciosa do sêmen (JAIN & SINGH, 2022).
Para ser realizada uma técnica de reprodução humana uma avaliação completa deve ser realizada em ambas as partes do casal, para que seja definida qual a melhor e mais eficiente técnica. Dentre as técnicas de reprodução assistida estão o coito programado, inseminação intrauterina, Fertilização invitro (FIV), Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), com este trabalho abrangendo os últimos três citados.
3.1 Inseminação intrauterina
A inseminação intrauterina (IIU) ou também conhecida como inseminação artificial é uma técnica de reprodução assistida tecnicamente simples e considerado de baixa complexidade, ocorre no próprio organismo com a aproximação do óvulo e os espermatozoides sendo necessária a introdução do sêmen na cavidade uterina da mulher durante seu período fértil. Para que o procedimento tenha o sucesso esperado é necessário a realização de alguns exames e principalmente uma permeabilidade tubária e um espermograma com morfologia normal (aleixo, et al, 2022)
Uma das etapas importantes no tratamento da IIU e a estimulação ovariana, tendo o objetivo de estimular por meio de medicamentos orais ou injetáveis mais de um ovócito, aumentando assim em até cinco vezes mais a chances de fecundação e também deve ser combinado com exames de ultrassom confirmando a existência de folículos, contudo, essa estimulação prévia representa um risco aumentado de gestações múltiplas, caso a melhor opção seja passar por uma estimulação prévia, deve ser constante o acompanhamento e monitorização ecográfica para caso se verifique que os ovários contêm muitos folículos em desenvolvimento, o ciclo terá de ser cancelado, para evitar que ocorra libertação de um grande número de ovócitos ( ALEIXO,et al ., 2022).
3.2 Fertilização in vitro (FIV)
Segundo a Associação Brasileira de reprodução assistida a fertilização in vitro, conhecida como FIV, é uma técnica de reprodução humana que consiste em juntar uma quantidade de espermatozoides com um óvulo em uma placa de cultura, para ocorrer a fertilização naturalmente, sem a intervenção de um embriologista nesta fase, como ocorre na injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), após isso, é feito a seleção de embriões saudáveis e o escolhido é transferido para o útero (SBRA, 2019).
Essa técnica começou a ser realizada por dificuldades no fator de fertilidade feminino, e até nos dias de hoje é bastante indicada para mulheres que apresentam alterações ginecológicas que interferem na ovulação ou no deslocamento dos óvulos pelas trompas. Este tratamento é um dos mais conhecido na reprodução assistida, sendo considerado seguro e com alta chance de sucesso (SANTOS, et al., 2010)
As etapas para a realização da FIV consistem em: estimulação ovariana, captação dos óvulos, cultura de blastocisto e transferência dos embriões. De acordo com os profissionais da Associação Brasileira de Reprodução Humana, até os 37 anos, a mulher pode fazer a transferência de 1 ou 2 embriões, acima dos 37 anos, a mulher pode fazer a transferência de até 3 embriões para que as chances de uma gestação sejam maiores (SBRA, 2023).
A fertilização in vitro acontece pela combinação dos ovócitos obtidos através da estimulação ovariana e os espermatozoides obtidos por meio de ejaculação, que em casos específicos, como azoospermia, uma condição que não contém espermatozoides no líquido seminal ejaculado, são retirados por meio de procedimento cirúrgico. Os espermatozoides e o ovócito são colocados em um meio de cultura para que ocorra a fecundação, em casos de infertilidade masculina grave a Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), é considerada, utilizando esta técnica um único espermatozoide e injeta diretamente no citoplasma do ovócito (JAIN & SINGH, 2022).
3.3 Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)
Esta técnica foi introduzida na reprodução assistida na década de 1990, como um método para tratar casais com infertilidade masculina grave, estudos demonstraram que a Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) em comparação com a Fertilização in vitro (FIV) são eficazes, tanto na taxa de fecundação do ovócito, como na fecundação dele, mesmo com essas informações a ICSI tem aumentado cada vez mais, principalmente na última década sua popularidade no tratamento de pacientes com outros tipos de infertilidade, como a indefinida. A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), em uma definição geral, consiste na injeção de um único espermatozoide em um ovócito, apresentando um maior potencial de fertilização em um ovócito maduro (MONTEIRO, 2023).
Segundo a Associação brasileira de reprodução assistida Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica de reprodução humana assistida, que consiste em introduzir um único espermatozoide saudável escolhido diretamente em um óvulo para ocorrer a fecundação. A ICSI foi desenvolvida com o intuito de ajudar casais com infertilidade masculina severa, onde a FIV não se torna viável pela falta de espermatozoides considerados bons (SBRA, 2017). A análise do líquido seminal é feita mediante ao exame de espermograma, sendo os parâmetros que devem ser analisados os seguintes: volume, cor, liquefação, pH concentração, motilidade, vitalidade e morfologia dos espermatozoides (KURODA et al., 2020).
A técnica da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), é uma inovação revolucionária que se destaca, principalmente se tratando de infertilidade masculina. Ter uma tecnologia tão bem-sucedida, particularmente em casos graves de infertilidade masculina, sem efeitos colaterais óbvios de curto e longo prazo, é incrível e um super avanço no campo da medicina, no entanto, como em qualquer tratamento avançado, é importante que tenhamos cautela e o abordamos com uma consciência aguçada de seus potenciais consequências desconhecidas. (AGHAJANOVA, 2024).
4. o uso da Injeção Intracitoplasmática de espermatozoides
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides é uma vertente da Fertilização in vitro, que segundo a associação Brasileira de reprodução assistida é uma técnica que consiste em inserir um único espermatozoide, que apresenta o maior potencial de fecundação em um óvulo maduro com os meus requisitos. O início do desenvolvimento das técnicas que viriam a culminar na ICSI praticada atualmente, começou em finais da década de 80 como um modo de tratamento para casais com a quantidade severamente reduzida de espermatozoides móveis progressivos e até mesmo com azoospermia, que não podiam realizar tratamentos de FIV. (Devroey & Steirteghem, 2004). Esta técnica foi realmente introduzida em 1992 como um método para tratar casais com infertilidade severa do fator masculino, no entanto nas últimas décadas a sua popularidade tem aumentado entre pacientes com outros tipos de infertilidade (TANNUS, et al., 2017).
A principal característica que distingue a ICSI da FIV a tornando uma técnica revolucionária é sua capacidade de inseminação em casos de infertilidade de fator masculino grave, nomeadamente quando determinadas características do sémen, como a concentração, morfologia e motilidade de espermatozoides, se encontram abaixo dos valores de referência, se tornando possível pela seleção dos mesmos com maior qualidade dentre as características descritas e a utilização de somente um único espermatozoide para a realização do procedimento de fecundação do ovócito maduro (MONTEIRO, 2023).
As etapas para o procedimento de injeção intracitoplasmática de espermatozoides, consiste em: estimulação ovariana, coleta de óvulos e espermatozoides, preparação dos espermatozoides, injeção e o cultivo embrionário. O procedimento de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é realizado no laboratório, acompanhado de um embriologista. A técnica consiste em aplicar a injeção direta de um único espermatozoide escolhido no citoplasma de um óvulo maduro com a micropipeta.
“O procedimento ICSI foi inventado para tratar infertilidade masculina grave, mas é frequentemente usado mesmo se os parâmetros de qualidade do esperma forem normais. Esta prática foi recentemente questionada, mas ainda não há uma resposta clara, especialmente em termos de morfologia do esperma, sobre quando é necessário realizar ICSI e quando a FIV convencional é de fato mais benéfica. Em casos limítrofes, parece lógico fertilizar oócitos usando ICSI e FIV convencional ao mesmo tempo” (STIMPFEL, et al, 2019).
4.1 Etapas para a realização da ICSI
A realização de uma técnica de reprodução assistida envolve diversas etapas:
- Estimulação ovariana: A primeira etapa consiste em preparar e estimular o ovário com medicações hormonais, com injeções administradas diariamente, para que aconteça o crescimento e a maturação do maior número de óvulos viáveis, essa estimulação deve começar no segundo dia da menstruação e demora cerca de 20 dias para que os óvulos estejam maduros, durante o período de estimulação o acompanhamento deve ser feito com o auxílio do ultrassom (MONTEIRO, 2023).
- Captação dos óvulos e espermatozoides: O procedimento é rápido feito com o uso de uma cânula fina com o auxílio do ultrassom, O folículo é coletado, colocado em placas e levado ao laboratório para o embriologista analisar os óvulos coletados. Mesmo sendo um procedimento rápido ele é realizado em sala cirúrgica com anestesia. Os espermatozoides são coletados através da masturbação, ou em caso de ausência de espermatozoide no sêmen são coletados diretamente dos testículos e epidídimo (MONTEIRO, 2023).
- Injeção e cultivo embrionário: Após a captação dos óvulos e espermatozoides os óvulos são colocados em placas contendo líquidos semelhantes ao do útero humano e levados para a incubadora a 37 C, não podendo passar de 4 horas. Os óvulos e espermatozoides são observados e escolhidos conforme o seu potencial de ser fecundado. Na técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) o óvulo e o espermatozoide serão fecundados através de uma micropipeta muito pequena que introduz um único espermatozoide selecionado no óvulo, após esse procedimento é observada em laboratório a evolução do embrião (MONTEIRO, 2023).
- Transferência dos embriões: A transferência deve ser realizada quando o embrião atinge o estágio de blastocisto que demora cerca de 5 dias após a fecundação do espermatozoide no óvulo. O procedimento é rápido e feito com o acompanhamento de um ultrassom e uma cânula que será introduzida no útero. O número de embriões transferidos é decidido pelo médico e os pacientes em conjunto e variam por diversos fatores, como a idade da mulher (MONTEIRO, 2023).
Figura 1: Imagem ilustrativa do procedimento de ICSI, (A) Aspiração do espermatozoide que apresenta melhores características morfológicas, (B) Penetração da zona pelúcida, (C) Injeção do espermatozoide, (D) Remoção da micropipeta e ovócito fecundado. Adaptado Técnicas de Reprodução Assistida: Taxa de sucesso da ICSI. Monteiro ,2023.
5. sucesso das gestações.
Este trabalho utilizou três estudos sobre a comparação das taxas de sucesso nas técnicas de Fertilização in vitro convencional (FIV) e Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), interpretou os mesmos e usou como referência para obter as taxas de sucesso das gestações em ambas as técnicas.
1° Estudo (WU, et al, 2023).
Este estudo acompanhou casais que realizaram as técnicas de ICSI e FIV convencional até o final de 2017 no hospital Mackay Memorial Hospital em Taiwan, a fim de registrar a taxa de nascidos vivos de ambas as técnicas. Foram divididos os casais em três grupos (Tabela 1), Grupo A: 115 casais que não tem o fator de infertilidade masculino e realizaram o tratamento de FIV convencional, Grupo B: 30 casais com fator de infertilidade masculino que realizaram o tratamento de Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), e Grupo C: 49 casais sem a infertilidade masculina que realizaram a técnica de ICSI, não foram observadas diferenças significativas para as características dos pacientes (WU, et al, 2023).
Tabela 2: Grupos do estudo. Fonte: Autoria própria, adaptada do artigo Wu, et al, 2023.
Grupos | Fator de infertilidade | Técnica | Número de casais |
A | Sem fator de infertilidade masculina | Fertilização in vitro convencional | 115 |
B | Com fator de infertilidade feminina | Injeção intracitoplasmática de espermatozoides. | 30 |
C | Sem fator de infertilidade | Injeção intracitoplasmática de espermatozoides | 49 |
A Injeção intracitoplasmática de espermatozoides de acordo com o relatório mundial publicado pelo comitê internacional para monitoramento de tecnologias de reprodução assistida (ICMART), a ICSI se tornou um dos procedimentos mais comuns utilizados na reprodução assistida, sendo a sua taxa de utilização cerca de 65%, no entanto o uso da técnica em casos de fator não masculino não tem muitas pesquisas evidenciando seu sucesso (WU, et al, 2023).
Durante o processo da Reprodução assistida todas as mulheres realizaram a estimulação ovariana e as que participaram desta pesquisa tiveram somente um ovócito disponível para a fecundação, mas que seriam elegíveis a uma gestação, das 194 participantes dívidas em 3 grupos somente 167 tiveram ovócitos maduros o suficiente (WU, et al, 2023).
As taxas de fecundação de cada técnica foi:
Tabela 3: Percentual de fecundação. Fonte: adaptada do artigo, Wu, et al, 2023.
Grupos | Porcentagem | Fecundados | Não fecundados |
A | 91,5% | 86 | 8 |
B | 75% | 21 | 7 |
C | 77,8% | 35 | 10 |
Grupo A: 91, 5%, totalizando 86 ovócitos fecundados e 8 não fecundados, Grupo B: 75%, totalizando 21 ovócitos fecundados e 7 não fecundados e Grupo C: 77,8%, totalizando 35 ovócitos fecundados e 10 não fecundados. Embora o número de ovócitos fecundados fosse grande o número de transferência de embriões foi um pouco menor, Grupo A: 61 embriões foram transferidos, Grupo B: 16 embriões foram transferidos, Grupo C: 20 embriões foram transferidos. A taxa de natalidade desses grupos foi de, Grupo A: 11, 5%, totalizando 7 bebês nascidos vivos, Grupo B: 25%, totalizando 4 bebês nascidos vivos e Grupo C: 5%, totalizando 1 bebê nascido vivo. (WU, et al, 2023).
“A ICSI é comprovadamente benéfica na infertilidade de fator masculino e em pacientes com taxa de fertilização previamente baixa, falha total de fertilização ou alta porcentagem de dispermia após uma FIV convencional com sêmen normal. Conforme concluído em estudos retrospectivos anteriores, a qualidade do sêmen deve permanecer como o determinante mais importante em pacientes com resposta ruim ao considerar se deve realizar ICSI” (WU, et al, 2023).
Com base neste estudo realizado o uso da técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), não é indicado para casais com os parâmetros normais de sêmen e mulheres com baixa reserva ovariana, para estes autores o uso do ICSI deve ter a qualidade do sêmen como determinante para a escolha. Mesmo com o resultado do estudo descrito acima faltam evidências que o uso do ICSI tem um impacto tanto para o positivo como para o negativo em casos de presença de espermatozoides normais em comparação com a FIV convencional (WU, et al, 2023).
2° Estudo (EFTEKHAR, et al, 2012).
Estudo realizado pela Universidade de Ciências Médicas Shahid Sadoughi com dados de pacientes que realizaram técnica de reprodução assistida nos anos 2009 e 2010. Ao todo 220 pacientes iniciaram o tratamento com a estimulação ovariana, para a realização da técnica de reprodução assistida, esses casais foram divididos em dois grupos, o primeiro com 118 pacientes para a realização da Fertilização in vitro convencional (FIV), o segundo grupo contando com 102 pacientes para a realização da Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Conforme foi realizada a estimulação ovariana, 6 casais que realizaram a FIV e 14 casais que realizaram a ICSI foram excluídos do estudo pois não alcançaram o número de ovócitos desejados (EFTEKHAR, et al, 2012).
A Fertilização in vitro (FIV) convencional e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) são técnicas muito utilizadas e consideradas comuns na reprodução assistida, usadas há bastante tempo para o tratamento da infertilidade. A FIV convencional contempla a inseminação assistida padrão, já a ICSI é a injeção de um único espermatozóide e ovócito maduro. A fertilização in vitro convencional tem desempenhado durante os anos que se passaram um papel importante no tratamento da infertilidade feminina, mas um tratamento que se mostra menos eficaz quando se trata de infertilidade masculina grave, pois se mostrou abaixo do esperado quando as características do sêmen estavam muito abaixo dos valores considerados padrão em relação a concentração, morfologia e motilidade. O risco de falha completa da fertilização após a FIV convencional foi estimado em 12,5% na normozoospermia e infertilidade do fator tubário, 16,7% na infertilidade inexplicada e até 50% na astenozoospermia (EFTEKHAR, et al, 2012).
Os passos para a realização da FIV e ICSI são iguais no primeiro instante, a estimulação ovariana é realizada e controlada por meio hormonal. As pacientes foram divididas em dois grupos, no grupo I os oócitos que foram recuperados foram inseminados por FIV convencional, quatro horas após sua retirada com cerca de 60.000 espermatozoides. No grupo II, os oócitos recuperados foram inseminados por ICSI, utilizando um único espermatozoide com a morfologia normal, o micro injetando diretamente no citoplasma do ovócito. Após a inseminação os gametas são mantidos em temperatura similar à do corpo humano por cerca de 16 horas, em seguida a fertilização é avaliada. A transferência acontece 72 horas após a fertilização, caso tenha se desenvolvido em um embrião (EFTEKHAR, et al, 2012). Após todos a recuperação dos ovócitos e a fertilização deles, 6 pacientes do grupo I, que corresponde a Fertilização in vitro convencional e 14 pacientes do grupo II, que corresponde a Injeção intracitoplasmática de espermatozoides, foram excluídos do estudo, totalizando 112 ciclos de FIV e 88 ciclos de ICSI (EFTEKHAR, et al, 2012).
No Grupo I, que compreende a fertilização in vitro convencional (FIV), as taxas de fertilização e implantação foram respectivamente de 66,2% e 16,7%, e a taxa de gravidez clínica 27,3%. No Grupo II, correspondendo a ICSI, as taxas de fertilização e implantação, respectivamente foram de 57,46% e 11,1%, com a taxa de gravidez de 21,5%, mostrando que a fertilização in vitro convencional teve uma taxa de sucesso maior em comparação com ICSI nesses aspectos (EFTEKHAR, et al, 2012).
Tabela 4: Indicadores de Fertilização. Fonte: adaptada do artigo Eftekhar, et al, 2012.
indicadores | Fertilização in vitro (FIV) | Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) |
Taxa de fertilização | 66,2% | 57,4% |
Taxa de implantação | 16,6% | 11,1% |
Taxa de gravidez clínica | 35,7% | 21,5% |
Ainda que o uso da injeção intracitoplasmática de espermatozoide seja um procedimento altamente avançado no tratamento da infertilidade masculina conforme diversos estudos já publicados, o uso dessa técnica para casais com fator de infertilidade não masculino, não se tem estudos comprovando sua eficácia e o quanto o seu uso pode ocasionar danos mecânicos aos ovócitos e diminuir as chances de fertilização e gravidez. Com esse estudo descobrimos que o uso da ICSI não melhorou as taxas de fertilização, implantação e gravidez em pacientes normo respondedoras e de fator não masculino, no entanto quando há histórico de infertilidade masculina grave e histórico de falhas em FIV anteriores a ICSI pode levar a maiores taxas de fertilização e gravidez (EFTEKHAR, et al, 2012).
3° Estudo (CUTTING, et al, 2023).
Desde o surgimento das técnicas de reprodução assistida, fertilização in vitro convencional e injeção intracitoplasmática de espermatozoides, vêm sendo desenvolvidas para melhorar os resultados para casais inférteis. Embora tais não abordam defeitos do esperma, como baixa concentração, baixa motilidade ou morfologia ruim, nenhuma delas resolve a condição subjacente de infertilidade masculina e feminina. Elas permitem que esses casais tenham uma chance de conceber, sem ter que recorrer à inseminação com esperma de doador, já que um número muito menor de esperma é necessário, permitindo que esses casais com infertilidade masculina tenham uma chance, sem ter que recorrer a uma doação de gameta. A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), originalmente introduzida como um complemento a FIV, tem sido usada principalmente para casais com infertilidade masculina grave, e uma alternativa para casais que tiveram tentativas falhas da fertilização in vitro convencional. Esse estudo levanta o questionamento se a ICSI pode melhorar os resultados clínicos de casais com infertilidade não masculina em comparação com a FIV convencional (CUTTING, et al, 2023).
Para casais submetidos a Fertilização in vitro convencional (FIV), os ovócitos são aspirados e colocados em uma placa de Petri, com cerca de 50.000 a 100.000 espermatozoides móveis, onde são incubados na esperança da fertilização, impossibilitando assim um casal com infertilidade masculina grave de realizar essa técnica de fertilização, surgindo por essa necessidade a Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), criada para superar essa limitação da FIV. No procedimento de Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), um único espermatozoide é injetado no citoplasma do ovócito, durante o processo de ICSI, uma micropipeta é utilizada, rompe a barreira da zona pelúcida e injeta o espermatozoide manualmente no citoplasma do ovócito, essa técnica foi introduzida para casais com infertilidade masculina grave, mas na atualidade em muitos locais é utilizada como principal tipo de tratamento de reprodução assistida (CUTTING, et al, 2023).
Este estudo teve como base três outros estudos, incluindo 1.539 casais submetidos a tratamento de fertilidade com homens apresentando contagem total de espermatozoides e motilidade normais, todos comparavam o uso da técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides com a técnica de fertilização in vitro convencional. A idade média variou de 30 a 36 anos nos três estudos (CUTTING, et al, 2023).
Tabela 5: Grupos de estudo. Fonte: Adaptada do artigo Cutting, et al, 2023
Resultados | Número de participantes | Fertilização in vitro | Injeção intracitoplasmática de espermatozoide |
Nascidos vivos | 1.124 participantes | A cada mil participantes, 393 nascidos vivos | A cada mil participantes, 354 nascidos vivos |
Gravidez clínica | 1.539 participantes | A cada mil participantes, 381 gravidezes | A cada mil participantes,381 gravidezes |
Gravidez intrauterina viável | 1479 participantes | A cada mil participantes, 358 gravidezes | A cada mil participantes,358 gravidezes |
As taxas de comparação entre as técnicas foram bem similares, dividindo os grupos em dois, o que compreende a FIV seria o grupo 1: taxa de nascimento vivo de 32%, e Grupo 2, compreendendo a ICSI, com a taxa de nascimento vivo, variando de 30% a 39%. A taxa de gravidez clínica do grupo 1 é de 39%, e do grupo 2, também 39% (CUTTING, et al, 2023).
Tabela 6: Percentual FIV e ICSI. Fonte: Adaptada do artigo Cutting, et al, 2023.
Grupo | Técnica | Nascidos vivos | Gravidez clínica |
1 | FIV | 32% | 39% |
2 | ICSI | 30% a 39% | 39% |
Esse estudo apontou que a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) em comparação com a Fertilização in vitro convencional (FIV), resulta em taxa de gravidez intrauterina viável, taxa de gravidez clínica, taxa de implantação e resultados semelhantes para eventos adversos. Em termos de taxa de nascidos vivos é necessária uma investigação mais aprofundada para se obter a comparação entre ICSI e FIV, mas as evidências atuais indicam que nenhum método é superior ao outro. Significativamente, a falha de fertilização apresentou pouca ou nenhuma diferença entre injeção intracitoplasmática de espermatozoides e Fertilização in vitro (CUTTING, et al, 2023).
6. CONCLUSÃO
Este estudo teve como intuito demonstrar as técnicas de reprodução assistida, dando ênfase na Fertilização in vitro (FIV) e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), comparando as duas, utilizando a análise de dados de três estudos comparativos das técnicas como base para se obter as taxas de sucesso de ambas. O resultado dessa avaliação, evidenciou que ambas as técnicas apresentam resultados positivos e eficazes, mas têm características diferentes, que podem afetar os resultados.
Os resultados das análises dos estudos utilizados evidenciam que, em casos de infertilidade feminina, sem influência de infertilidade por fator masculino a Fertilização in vitro (FIV) apresenta taxas minimamente superiores. Contudo a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), teve uma evidência em situações que envolviam o fator de infertilidade masculina, principalmente a grave, no comprometimento em grande parte das situações da qualidade e quantidade de espermatozoides, possibilitando assim, com o uso de um único gameta masculino o aumento das chances de fertilização desses casais. Além das diferenças das técnicas apresentadas é de extrema importância considerar outros fatores que podem impactar nos resultados, como os hábitos de vida do casal, a qualidade dos embriões e a idade do ovócito, que quanto mais jovens, maior as chances de fertilização.
Com base nas evidências demonstradas, conclui-se que a escolha entre a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) deve ser cuidadosamente individualizada, valorizando a personalização do tratamento conforme as características e o histórico clínico de cada casal. Embora essas técnicas tenham sido consolidadas como métodos essenciais e populares na reprodução assistida, é fundamental que novos estudos sejam lentos para comparar suas eficácias e explorar fatores que possam melhorar os resultados. O avanço contínuo na compreensão e na inovação dessas técnicas contribuirá para aumentar as chances de sucesso e para o desenvolvimento de abordagens ainda mais seguras e eficazes.
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