TANGENT BETWEEN THE DIAGNOSIS OF BORDERLINE PERSONALITY DISORDER AND OTHER PERSONALITY DISORDERS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7805402
Caroline Mioranza Veit¹
Pedro Zabot²
Rogélio Rocha Barros³
RESUMO
INTRODUÇÃO: Os aspectos que cada padrão comportamental e emocional que os indivíduos expressam e sentem diante a situações cotidianas ou de dificuldade caracterizam os transtornos de personalidade, que foram divididos em 3 grupos, cada um apresentando um parecer que se relacione às peculiaridades do transtorno pertencente, como excêntrico, emocional e ansioso, respectivamente. Até os dias atuais o TPB era classificado como uma ampla categoria, pelos diversos sintomas envolvidos, como sensação extrema de vazio, submissão e manipulação a fim de ganhar atenção e afeto, entre outros, que podem ou não apresentarem semelhanças com outros transtornos de personalidade, que dificultam ainda mais a identificação e diagnóstico. As fases de desenvolvimento tendem a aflorar os sintomas característicos, que se expressam ao adentrar na vida adulta, podendo afetar diversas áreas na vida pessoal do indivíduo. OBJETIVO: Busca-se caracterizar e analisar as peculiaridades dos indivíduos com Transtorno de Personalidade Borderline, bem como diferenciá-lo dos demais transtornos de personalidade que confundem o diagnóstico clínico. METODOLOGIA: Para o referido estudo, foi utilizado uma pesquisa bibliográfica, por meio de ferramentas de busca on-line de artigos científicos em inglês e português, como: PubMed, ERIC, MedScape e Scielo, com filtros de ensaios clínicos, estudos randomizado e textos completos, no intervalo de tempo de 2010 a 2021. CONCLUSÃO: Nota-se grandes semelhanças entre os critérios diagnósticos do DSM-5 acerca dos transtornos de personalidade, mas que se diferenciam pela motivação acerca do comportamento, sendo característico com cada diferente traço de personalidade, fazendo-se possível a distinção entre eles.
ABSTRACT
INTRODUCTION: The aspects that each behavioral and emotional pattern that individuals express and feel in everyday or difficult situations characterize personality disorders, which were divided into 3 groups, each one presenting an opinion that relates to the peculiarities of the disorder belonging, as eccentric, emotional and anxious, respectively. Until the present day, BPD was classified as a broad category, due to the various symptoms involved, such as extreme feelings of emptiness, submission and manipulation in order to gain attention and affection, among others, which may or may not present similarities with other personality disorders, which make identification and diagnosis even more difficult. The stages of development tend to bring out the characteristic symptoms, which are expressed when entering adulthood, and can affect several areas in the individual’s personal life. OBJECTIVE: The aim is to characterize and analyze the peculiarities of individuals with Borderline Personality Disorder, as well as to differentiate it from other personality disorders that confuse the clinical diagnosis. METHODOLOGY: For this study, a bibliographic search was used, using online search tools for scientific articles in English and Portuguese, such as: PubMed, ERIC, MedScape and Scielo, with filters for clinical trials, randomized studies and texts complete, in the time interval from 2010 to 2021. CONCLUSION: There are great similarities between the diagnostic criteria of the DSM-5 about personality disorders, but they differ by the motivation about the behavior, being characteristic with each different personality trait , making it possible to distinguish between them.
- INTRODUÇÃO
Transtornos de personalidade (TP) caracterizam-se por padrões comportamentais e emocionais do indivíduo, sua percepção, frente a situações cotidianas, relacionamentos profissionais ou pessoais, até mesmo a forma como lida com suas próprias emoções, sendo persistentes e inflexíveis. Cada indivíduo possui traços de personalidade, quando algum deles se sobressaem e passam a prejudicar a vida do indivíduo, o mesmo deixa de ser um traço/característica e torna-se um transtorno de personalidade. (BANON, 2013)
De acordo com o National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions, que realizou um estudo com a população estadunidense, entre 2001-2002, estima-se que cerca de 15% dos indivíduos adultos possuíam algum transtorno de personalidade. (GOODMAN et al., 2014)
Até o TBP realmente ser categorizado, passou por diversas considerações bibliográficas, onde muitos, até hoje, o chamam de transtorno limítrofe, já que sua peculiaridade era o limite entre a neurose e a psicose, demonstrando características de ambos, mas sem que seja possível diagnosticar um ou outro. Dentre todos os rodeios envolvendo a nomenclatura borderline, que em 1890 recebeu sua primeira consideração, sendo esta, alterada frequentemente até 1994, quando finalmente o DSM-IV inclui e manteve as características envolvendo o transtorno, sendo essas, renovadas em 2014 pelo DSM-V. (GOODMAN et al., 2014)
Após mais de cem anos de considerações, o TPB ainda é considerado um desafio no âmbito diagnóstico, por mais que a prevalência estimada seja quase 6% da população, as queixas assemelham-se a de diversos outros TP, sendo, muitas vezes, confundidos e tratados inadequadamente. (AGNOL et al., 2019)
A complexidade de diagnóstico de TPB muitas vezes depende da evolução em fases de desenvolvimento, já que a cada avanço, novas responsabilidades e exigências surgem na vida do indivíduo, ficando mais evidente seu desarranjo emocional, muitas vezes resultando em sérios quadros de dependência emocional, envolvendo a manipulação de terceiros, como forma de buscar “apoio” e “aprovação” que proporcionam errôneo ‘aconchego’ e ‘segurança’ para enfrentar os respectivos desafios da vida adulta, principalmente quando a principal característica é a sensação extrema de vazio. O DSM V descreve essa busca por terceiros como: “esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginário”, que inclusive, trata-se de um dos critérios para diagnóstico do TPB. (PIMENTEL, 2019)
Dessa forma, é possível afirmar que o diagnóstico do TPB depende de padrões estáveis, além de persistentes, por isso, geralmente, a identificação do transtorno ocorre na transição da adolescência para a vida adulta. Diante disso, o diagnóstico do transtorno de personalidade borderline tende a ser demorado, já que as discrepâncias de comportamentos normais são identificadas ao longo da terapia e uma das características dos indivíduos acometidos pelo transtorno são as grandes taxas de abandono do acompanhamento terapêutico. (AMORIM, 2000)
Diante das semelhanças existentes entre os diversos critérios de diagnóstico, também é percebido inúmeras motivações que as envolve, sendo esta, a principal característica para diferenciar um transtorno de outro, sendo únicas e inconfundíveis. De acordo com o próprio manual de diagnóstico dos transtornos mentais, as motivações variam entre afeto, reconhecimento, dinheiro, entre outros, sendo possível diferenciar os ‘ganhos’ nos critérios semelhantes, facilitando o diagnóstico e melhorando a qualidade de vida dos indivíduos acometidos, já que poderão usufruir de um tratamento eficaz. (VAZQUEZ et al., 2018)
- METODOLOGIA
Para este referido estudo, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, baseado em artigos na íntegra, achados em ferramentas on-line de busca de artigos científicos em inglês, como: PubMed, sendo filtrado na pesquisa avançada: ensaios clínicos, estudo completo randomizado, textos completos gratuitos e pagos, com dois ou mais termos, associados; ERIC – Educational Resources Information Center, utilizando como filtro de inclusão, apenas textos completos disponíveis.
Busca de artigos científicos em português, contidos em ferramentas de buscas como: Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Google Acadêmico e MedScape, no intervalo de 2000 a 2020, alguns referindo-se ao século XIX, especificamente, a partir de 1890. Para escolha da literatura consideramos os seguintes descritores vigentes na língua portuguesa, inglesa e espanhola: Transtornos de Personalidade, Transtorno de Personalidade Borderline, aspectos clínicos do Transtornos de Personalidade associados ao Borderline, entre outros. Predominantemente as bibliografias foram produzidas nas duas últimas décadas, sendo descartadas aquelas incompletas ou que não contribuíram no conteúdo estudado e/ou literaturas revisadas.
A pesquisa bibliográfica levou em consideração o grupo amostral a ser estudado, que envolverá indivíduos com transtorno de personalidade borderline e suas características. A justificativa da escolha se dá a partir do próprio objetivo do respectivo estudo, que visa especificar as características borderline, além de diferenciá-las dos demais transtornos para que venha a agregar maior simplicidade frente ao diagnóstico clínico.
Por meio da leitura e análise das publicações citadas, as obras científicas foram criteriosamente escolhidas, a fim de elaborar um trabalho a partir de uma leitura informativa sistemática. Os artigos foram ordenados pelos objetivos, resultados e conclusão. Assim, os mesmos foram analisados e utilizados para a produção.
- RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Evolução histórica do conceito borderline
Desde os primórdios da psiquiatria houve a necessidade da criação de categorias para enquadrar sintomas de ‘loucura’ em distúrbios mentais específicos. O transtorno de personalidade Borderline passou a ser introduzido ao final do século XIX, onde características clínicas passaram a ser nomeadas, até receber seu conceito formal pelo DSM IV, o mesmo recebeu 10 terminologias diferentes até então. (BANON, 2013)
Kahlbaum e Edwald Hecker criaram o conceito de hebefrenia, a partir disso, o psiquiatra alemão Hecker, descreveu detalhadamente a Hebefrenia, sendo uma ‘loucura juvenil’, onde apresentaram grandes oscilações comportamentais, mudanças incoerentes de pensamento, ou perturbações do mesmo, além dos delírios, o afeto que é considerado imaturo e infantil, Hecker ainda salientou a existência de quadros mais leves desta mesma loucura, que posteriormente nomeou como Heboidofrenia, caracterizada pela alienação juvenil, onde notam-se sérias alterações de pensamento e raciocínio, evidenciando a incompreensão a regras morais, sendo comum a indivíduos delinquentes, onde associou-se aos traços do, hoje conhecido, transtorno de personalidade borderline, e nomeou como heboidofrenia. (HADDAD et al., 2021)
O próprio criador do tema heboidofrenia ressaltou que a mesma é menos catastrófica que a hebefrenia, já que a última se faz ausente das capacidades cognitivas básicas, além da confusão e deficiência mental. Visto que a Heboidofrenia se apresenta por repentinas oscilações de humor, com rápida flatulência entre estados de tristeza profunda a estados de expansividade emocional, com ausência de delírios, é determinada então, como a nomenclatura para o que hoje chama-se transtorno de personalidade borderline. (COLLI et al., 2015)
Sequencialmente o psiquiatra Suiço Eugen Bleuler, em 1911, afirma que alguns casos de esquizofrenia leve não se diferenciavam da ‘heboidofrenia’, já que os mesmos apresentavam comportamentos convencionais e comuns, porém, elementos subjacentes de esquizofrenia eram identificados. Bleuler denominou, o que até então era ‘heboidofrenia’, como “esquizofrenia latente”, que foi reafirmada 10 anos depois por Hermann Rorschach. (COLLI et al., 2015)
A utilização do termo borderline só aconteceu em 1938, por Stern, em um texto sobre “Terapia e investigação psicanalítica do grupo das neuroses borderline”. Consequentemente, quatro anos depois, em 1942, Deutsch revisou quadros discretos entre a neurose e a psicose, concluindo que os indivíduos acometidos pelo transtorno
apresentavam uma personalidade que se flexionava entre os relacionamentos para adequar-se. O nomeou de “Personalidade como se”. (LIEBMAN et al., 2013)
Assim, portanto, em 1949, dois autores, Hoch e Polation, introduziram uma nova nomenclatura, os dois passaram por grande hesitação ao tentar associar o transtorno como uma pré-esquizofrenia e por fim, a definiu como “Esquizofrenia Pseudoneurótica”, descrevendo assim uma condição específica que se finda pela combinação de uma “Pan Neurose” e uma “Pan Psicose”, já que os quadros clínicos eram insuficientes para diagnóstico de neurose e psicose propriamente dita, porém, apresentando ambas características, além de discretas características esquizofrênicas. (MÖLLER et al., 2018)
Diante disso, a nomenclatura sempre estava associada a algum tipo de esquizofrenia, que só mudou após o trabalho de Robert Knight onde a terminologia ‘borderline’ passou a se concretizar entre todos os pensadores. O trabalho de Knight, chamado de “Estados Borderline” apontava que os indivíduos com o respectivo transtorno não poderiam ser diagnosticados como quadros neuróticos ou até mesmo psicóticos, já que apresentavam características semelhantes a ambos os quadros, mas não o pertenciam a nenhum deles. (GOODMAN et al., 2014)
Com a repercussão do trabalho de Knight, a nomenclatura foi abrangida pelo CID-9, que passou a ser classificada como “Esquizofrenia Borderline”. O próprio código internacional de doenças afirmou que a descrição não era completamente aceitável e desaconselhou que fosse usada de forma generalizada. (ANDERSON et al., 2014)
Finalmente, em 1980, o DSM-III introduziu o transtorno de personalidade borderline, com mudanças significativas para um diagnóstico, com cinco eixos para avaliação, que deveria envolver transtornos psiquiátricos ou de personalidade, doenças físicas ou estressores psicossociais e por último, nível de adaptação social. Em 1992 o CID-10 abrangeu o até então ‘Transtorno de Personalidade Borderline’, como ‘Transtorno Esquizotípico’ com duas subdivisões, do tipo impulsivo ou borderline. (ANDERSON et al., 2014)
O Transtorno de Personalidade Borderline foi finalmente reconhecido como terminologia somente em 1994, onde o mesmo passou a pertencer ao DSM-IV, abrangendo critérios de diagnóstico, além de ser inserido em um grupo específico para transtornos emocionais (SKODOL et al., 2011). Todas as terminologias dedicadas ao borderline ao decorrer dos anos foram resumidas na tabela 1.
TABELA 1: Evolução Histórica da nomenclatura borderline.
ANO | AUTOR | Nomenclatura |
1890 | Kahlbaum | Heboidofrenia |
1911 | Bleuler | Esquizofrenia Latente |
1921 | Rorschach | Esquizofrenia Latente |
1938 | Stern | Neuroses Borderline |
1941 | Zilborg | Esquizofrenia Ambulatorial |
1942 | Deutsch | Personalidade “como se” |
1949 | Hoch e Polatin | Esquizofrenia Pseudoneurótica |
1953 | Knight | Estados Borderline |
1976 | CID-9 | Esquizofrenia Latente |
1980 | DSM-III | Transtorno de Personalidade Borderline |
1992 | CID-10 | Transtorno de personalidade emocionalmente instável |
1994 | DSM-IV | Transtorno de Personalidade Borderline |
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA
3.2 TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
O TP é padrão comportamental persistente que pode envolver diversas áreas, como a cognição, afetando diretamente a percepção e interpretação do indivíduo com os acontecimentos, com as pessoas, até com ele mesmo; A afetividade, que expressa intensidade nas relações interpessoais e respostas emocionais variadas; O funcionamento interpessoal e o controle de impulsos, onde o mesmo pode ou não ter controle sobre seus desejos e sentimentos. (BARTTEL et al., 1995)
Esses padrões comportamentais apresentam persistência de longa data, além de prejudicarem o indivíduo em todos âmbitos, social, cultural, profissional, familiar, entre outros que possam ser afetados diante da inflexibilidade presente nos TP. (FAUSTINO, 2014)
Os traços de personalidade são presentes durante a vida toda, de todos os indivíduos e só se tornam um transtorno de personalidade, quando esses traços passam a prejudicar a vivência de um indivíduo, causando-lhe sofrimento, seja por qualquer motivo. (FAUSTINO, 2014)
Geralmente esses traços de personalidade são identificados como transtornos de personalidade no início da vida adulta, quando o indivíduo passa a assumir mais responsabilidades e suprir exigências. Normalmente ao adentrar a vida adulta, passa-se por várias dificuldades, onde a existência de um transtorno de personalidade torna-se mais evidente, sendo possível a sua percepção. Cabe ao profissional, diferenciar se o comportamento da pessoa está associado a situações de estresse, ou trata-se realmente de traços de personalidade que caracterizam um transtorno em si. (BACH et al.,2016)
De acordo com a quinta edição do manual de diagnóstico e estatística dos transtornos mentais (DSM-V), os transtornos de personalidade são subdivididos em três grupos, baseado nas semelhanças apresentadas por cada um, sendo eles representados na tabela 2:
Tabela 2: Divisão dos transtornos de personalidade em grupos de acordo com DSM-V
Grupo | Característica do grupo | Transtornos pertencentes |
GRUPO A | Características excêntricas | -TP Esquizóide -TP Esquizotípico -TP Paranóide |
GRUPO B | Características Dramáticas e impulsivas | -TP Borderline -TP Antissocial -TP Narcisista -TP Histriônica |
GRUPO C | Características ansiosas e apreensivas | -TP Obsessivo-Compulsivo -TP Evitativa -TP Dependente |
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.
Diante disso, é desejável, de acordo com o DSM-V, que cada transtorno de personalidade apresenta semelhanças somente aos demais que pertençam ao grupo, mas a realidade é que os TP podem apresentar critérios semelhantes aos do mesmo grupo, ou de grupos diferentes.
No que tange os critérios clínicos dos diferentes transtornos de quaisquer grupos, sabe-se que a possibilidade de erro diagnóstico é evidentemente presente, já que queixas podem ser comuns nos mais diferentes casos.
Evidencia-se, portanto, a dificuldade do diagnóstico clínico tangenciando o Transtorno de Personalidade Borderline, principalmente se levado em consideração as queixas iniciais, na qual representam, em sua maioria, comportamentos depressivos, seguidos por ideações suicidas, geralmente associado aos relacionamentos afetivos. (MACHADO et al., 2014)
A partir disso, é possível estimar como esses quadros são tratados inicialmente, já que o risco suicida é alarmante e de intervenção imediata, interferindo no diagnóstico do transtorno em si, inclusive se levado em consideração as características dos
indivíduos borderline, que apresentam altos índices de desistência terapêutica, onde a melhora dos sintomas não se apresentou de forma evidente, afinal, muitas vezes o tratamento abrange depressão associada a ideação suicida, não incluindo as oscilações emocionais, acarretando em um tratamento ineficaz e persistência dos sintomas de vazio e abandono, que podem levar o indivíduo a repetir as tentativas de mutilação e suicídio.
3.3 Aspectos do transtorno de personalidade borderline
Diante do exposto, nota-se em indivíduos com transtorno de personalidade borderline, a caracterização de quadros padronizados, envolvendo, na maioria das vezes, senão em todas, instabilidade emocional, onde se faz presente oscilações de emocionais recorrentes, além de impulsividade e queixas compulsivas, a self do indivíduo é subestimada, geralmente associada a quadros depressivos, tendo a dependência emocional como agravante. (ANDO et al., 2019)
Dentre todos aspectos já citados, é comum observar nestes indivíduos autodepreciação, autodestruição, abuso e dependência de substâncias lícitas e/ou ilícitas, sensação de vazio (muitas vezes crônica), associado ao medo do abandono, relacionamentos interpessoais totalmente instáveis, que geram crises inesperadas, tornando seu comportamento imprevisível e característico pela manipulação, onde geralmente associa-se tentativas suicidas, ou apenas ameaças como moeda de troca, a fim de receber consolo e aprovação. (MÖLLER et al., 2018)
Além das tentativas falhas na busca por afeto, os indivíduos borderline, geralmente envolvem-se em atividades que possam promover riscos ou danos pessoais, como andar em alta velocidade, envolver-se em brigas, automutilação e até mesmo a ideação suicida se enquadra em tentativas autodestrutivas. Diante disso, destacam-se também quadros compulsivos, que envolvem alimentação, ingestão de álcool, dependência por nicotina, promiscuidade sexual, entre outros que abrangem os quadros secundários assumidos como consequência ou agravante do transtorno de personalidade borderline. (MÖLLER et al., 2018)
3.4 Diagnóstico borderline: a partir do DSM-V
Diante a todas as dificuldades envolvidas no diagnóstico de transtorno de personalidade, os profissionais, em sua maioria, optam pelos critérios apresentados no DSM-V, sendo eles representados na tabela 3:
Tabela 3: Critérios diagnósticos do DSM-V para transtorno de personalidade borderline
Critério 1 | “Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginário” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 2 | “Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizados pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 3 | “Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 4 | “Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 5 | “Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 6 | “Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 7 | “Sentimentos crônicos de vazio” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 8 | “Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la” (DSM-V, 2014, p.663). |
Critério 9 | “Ideação paranóide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos” (DSM-V, 2014, p.663) |
FONTE: DSM-V
Critério 1: Segundo Maranga (2002) o indivíduo borderlaine sempre irá, frequentemente, desenvolver novos investimentos para um amor incondicional. A característica desses “investimentos amorosos” se dão principalmente pela distorção do próprio self, onde o mesmo regularmente subestima-se, se fazendo necessário uma incansável busca por apoio, afeto e aprovação, geralmente inserindo esses indivíduos em relacionamentos abusivos, no qual toleram a submissão por medo da solidão, ou por se sentir incapaz de viver sem o/a parceiro(a). (KROLL et al., 2016)
Critério 2: Os indivíduos borderline inconscientemente ressignificam suas relações, tornando-as muito intensas ou intensificando os problemas associados, aproximando-se demais por necessidade de não se sentir vazio e ao mesmo tempo afastando-se por problematizar esse relacionamento. Os investimentos afetuosos são proporcionais a ruptura de vínculos nos relacionamentos desses indivíduos. Essas determinadas características de instabilidade emocional e hipersensibilidade afetam todos os relacionamentos negativamente, já que as então características não são comuns apenas em relacionamentos afetuosos, mas em todos, seja ele pessoal ou profissional (LIEB et al., 2004)
Critério 3: De acordo com o DSM-V, 2013, a angústia que o indivíduo borderline apresenta sobre sua autoimagem, impede o mesmo de transmiti-la integralmente, gerando uma contradição entre a autoimagem, imagem transmitida e a consciência da percepção de terceiros sobre a mesma imagem. A baixa auto estima e a subestimação, apesar de não ser uma realidade, é percebida de tal forma pelo indivíduo, tornando-o, muitas vezes, conformado com tratamentos indignos, já que não se sentem capazes de conquistar méritos próprios. (KROLL et al., 2016)
Critério 4: Devido a intensa dependência emocional, o indivíduo tende a impulsividade, a fim de que o prazer gerado, possa suprir a ausência de prazeres ausentes. Geralmente apresentam tendências a compulsão alimentar, ou impulsividade em decisões arriscadas, a fim de que resulte em emoção. Áreas autodestrutivas se fazem presentes, principalmente em estados depressivos, onde buscam realizar atividades que tragam risco à vida, já que não encontram sentido para a existência, ou entregam-se a compulsividade, podendo trazer vícios, como etilismo e tabagismo (FARIA., 2003)
Critério 5: A automutilação, tentativas suicidas, ou ameaças do indivíduo borderline, são uma forma de recuperar a atenção ou apoio perdido, já que o mesmo sente-se dependente da presença de terceiros, não consegue cogitar a possibilidade da ausência deles. O Borderline capta os sentimentos e sensações de forma intensificada, gerando enorme sofrimento, recorrendo a mecanismos automutilantes a fim de aliviar a forte angústia (FARIA., 2003).
Critério 6: A intensidade dos sentimentos do borderline, associado à constante oscilação de humor, contribuem para a instabilidade emocional do indivíduo, o caracterizando pelo ‘tudo ou nada’, já que ele apresenta imenso sentimento por determinada pessoa, mas um único ato insignificante é capaz de mudar seu humor,
fazendo-o se sentir prejudicado ou excluído, opondo instantaneamente o sentimento existente pelo respectivo indivíduo. (OLIVEIRA et al., 2020)
Critério 7: O sentimento de vazio é uma das principais características dos indivíduos borderline. As necessidades afetuosas, instabilidades em relacionamentos e as mais diversas características, originam-se pelo sentimento de vazio. A busca incansável do indivíduo borderline provoca comportamentos impulsivos, compulsivos, submissos, até mesmo agressivos como uma forma de amenizar a sensação de estar só, muitas vezes, buscando em terceiros aquilo que já tem. (MAZER et al., 2017)
Critério 8: A intensificação das situações cotidianas são os pré-requisitos da intensa raiva, já que a mesma, conscientemente é proporcional ao ocorrido, sendo que a intensificação do mesmo ocorreu inconscientemente. Um ato pequeno é percebido como grandioso e intenso, sendo benéfico, será percebido como uma imensa forma de carinho, amizade e amor, sendo maléfico, o indivíduo perceberá como um ato imperdoável, uma traição, afastamento, entre outros. (PANIGRAHI et al., 2022)
Critério 9: Os indivíduos borderline apresentam uma intensa atividade imaginária, com inserção de ocorridos fictícios a situações passadas, além de ideações ao futuro, geralmente comuns a quadros de ansiedade presente nesses indivíduos, intensificando dificuldades passadas ou superestimando dificuldades futuras, o que causa grande insegurança ao indivíduo, fazendo-o acreditar em possibilidades inexistentes. (SIMONI et al., 2018)
3.5 Semelhanças no diagnóstico de transtorno de personalidade borderline com os demais transtornos de personalidade
Cada transtorno de personalidade possui características/critérios próprios, que apresentam muita semelhança com critérios de outros transtornos de personalidade, visto que, cada um, conta com motivações únicas, que rotineiramente são confundidos na psiquiatria clínica, onde o paciente relata brevemente o que está acontecendo e cabe ao psiquiatra encaixar o que foi dito pelo paciente nos critérios específicos dos transtornos, para que seja possível a realização de um tratamento eficaz. (FAUSTINO, 2014)
De acordo com o conselho federal de medicina, é aconselhável que médicos e especialistas que atendam em CAPS, UBS e UPA, exceto em situações de emergência, 3 pacientes por hora, ou seja, cada consulta tem duração média de 20 minutos, com
retorno aproximado de 30 dias, quando será possível visualizar a eficácia ou não do tratamento prescrito, o que deixa o paciente suscetível a um diagnóstico errôneo, juntamente com tratamento ineficaz, além do uso medicamentoso estendido. (ZIMMERMAN, 2020)
Diante do exposto, é visível a falha no atendimento ao público, principalmente no sistema público, onde o profissional não dispõe de tempo suficiente para realizar uma adequada análise das queixas do paciente e diferenciá-las de outros transtornos.
Alguns TP necessitam de enquadramento apenas de parte dos critérios para realizar o diagnóstico, existindo a possibilidade que mais de um transtorno de personalidade seja diagnosticado ao mesmo tempo. Vale destacar a importância da correta associação entre as queixas e os critérios, a fim de evitar uma conclusão desnecessária, levando o paciente a realizar tratamento para transtornos de personalidade não cabíveis ao indivíduo.
As motivações envolvidas nos critérios são extremamente importantes, visto que, por exemplo, enquanto um transtorno apresenta determinados comportamentos a fim de se beneficiar, outros buscam atenção, por isso se faz essencial diferenciá-lo dos demais.
3.5.1 Borderline X Transtorno de Personalidade Histriônico
O transtorno de personalidade histriônico ganha o pódio no ranking de erro diagnóstico envolvendo o transtorno de personalidade borderline, ou vice versa, os dois são constantemente confundidos na psiquiatria clínica, visto que a base diagnóstica são, na maioria das vezes, senão todas, os critérios do DSM-V, onde cada transtorno conta com uma série de critérios a serem enquadrados. (BACH et al., 2016)
O transtorno de personalidade Histriônico e Borderline recebem grande destaque no âmbito da manipulação e oscilações emocionais, onde os critérios, apesar de não existirem referências diretas um com o outro, apresentam características semelhantes no que diz respeito aos critérios do DSM-V, observadas na tabela 4:
Tabela 4: Comparação entre os principais critérios do DSM-V para TP borderline e TP histriônico.
Critérios | TP BORDERLINE | Critérios | TP HISTRIÔNICO |
5 | “Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante” (DSM-V, 2014, p.663). | 6 | “Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.” (DSM-V, 2014, p.667) |
6 | “Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor” (DSM-V, 2014, p.663). | 3 | “Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções” (DSM-V, 2014, p.667) |
FONTE: AUTORIA PRÓPRIA.
O critério 6 do TP Borderline assemelha-se ao critério 3 do TP Histriônico, onde as oscilações de humor são frequentes, muitas vezes abruptas, quando relacionadas a pessoas do meio. As oscilações de humor são causadas por motivos diferentes nos dois TP, enquanto a causa do borderline associa-se ao medo do abandono e vazio, a causa do histriônico é a sensação de perder o posto de centro das atenções, sendo assim, o primeiro associado à afetividade e o segundo à vanglorização.
As oscilações de humor são as principais causas para comportamentos manipulativos, a fim de evitar a perda, ou recuperar aquilo que perdeu. Os extremos de humor fazem com que o indivíduo se sinta completo, tendo aquilo que quer, porém, a estabilidade de humor não é constante, fazendo com que o completo se torne insuficiente, obrigando o indivíduo a tomar uma atitude, no caso, a manipulação.
O critério 5 do TP borderline demonstra uma manipulação perigosa, já que as tentativas de suicídio podem causar a morte. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatísticas de Transtornos Mentais de 2014, as tentativas podem resultar em suicídio em até 10% dos indivíduos, o que torna a manipulação do histriônico bem mais leve, se comparado, já que o risco de suicídio, de acordo com a mesma fonte, é desconhecido, afinal esses indivíduos usam o exagero de emoções, como muito choro e muita dor, para chamar a atenção, até mesmo envergonhar terceiros para se sobressair em diversas situações.
Ambos buscam atenção total, além das grandes e frequentes oscilações de humor. Umas das maiores semelhanças existentes entre os dois transtornos é a intensidade emocional, excesso de demonstrações de afeto ou atenção, porém, quando tratamos de borderline, estamos envolvidos por dois extremos: intensidade emocional e o total descaso emocional, já que o indivíduo busca atenção desesperadamente, mas é capaz de perceber quando não a terás, mudando totalmente o comportamento para com esse indivíduo.
O histriônico busca emoção imediata, sendo o mesmo capaz de restabelecer sentimentos de muito carinho e muita raiva por pessoas de seu meio, por períodos tenta agradar, presentear ou elogiar excessivamente pessoas que não são íntimas o suficiente para tal comportamento, da mesma forma que se chateiam pela falta de retribuição desses indivíduos, resultando em expressões dramáticas, seguidas de afastamento, que pouco dura, já que em novas tentativas de chamar a atenção, o histriônico pode até inventar histórias convictas, concordar com opiniões divergentes, sendo regularmente sugestionáveis, a fim de atrair o foco da mesma pessoa na qual estava ressentido. (HASLAM et al., 2012)
A partir disso, é possível perceber que histriônico faz uso de diversas formas de manipulação, a fim de atrair a atenção que pensa ter perdido, por consequência de suas frequentes oscilações de humor. Além das formas dramáticas e entusiasmadas de manipulação, o indivíduo busca chamar a atenção pela aparência física, preza por roupas chamativas e extravagantes, muitas vezes vulgares, que torna a sexualidade uma característica marcante deste transtorno. Além dos pontos citados, o histriônico apresenta-se como um indivíduo poliqueixoso, regularmente apresentando reclamações diferentes, relacionadas a sintomas físicos e psicológicos, onde os relatam com a intensidade exageradamente aumentada, para coagir todos ao seu redor a fornecer os cuidados que desejam. (HASLAM et al., 2012)
Sendo assim, entendível a diferença existente entre ambos os TP, sendo possível identificar o que se difere nas motivações e extremos expressos, a fim de chamar a atenção ou manipular indivíduos, em cada um dos casos, porém, se os aspectos do indivíduo se enquadrar em ambos os transtornos de personalidade, os dois podem ser diagnosticados.
3.5.2 Transtorno de Personalidade Antissocial x Borderline
O antissocial e o Borderline apresentam manipulação constante, a fim de obter benefício, no caso do antissocial, a manipulação é consciente, o indivíduo tem total conhecimento e planeja como usará tal meio ao seu favor, geralmente envolvendo
ganhos, como, por exemplo, uma forma de conseguir mais reconhecimento ou lucro, enquanto o borderline manipula inconscientemente, acreditando depender de um indivíduo e de sua total atenção, fazendo-o se compadecer com seu sofrimento, o obrigando a fornecer aquilo que o borderline deseja: afeto. (NUNES et al., 2018)
Ao ser questionado sobre sua manipulação, o indivíduo antissocial não apresenta remorso, são indiferentes ao sofrimento que causou em terceiros, acreditam e afirmam que são merecedores dos privilégios obtidos mediante fraude ou mentiras. Enquanto o borderline, quando questionado sobre mentiras e manipulações, reagem de forma totalmente diferente, demonstrando intensa dificuldade em controlar as oscilações de sentimentos, geralmente apresentando intensa raiva, que pode chegar até a agressão física, já que os mesmos não enxergam isso como manipulação, mas sim como uma necessidade vital que não está sendo fornecida. (LIEBMAN et al., 2013)
As características de manipulação envolvendo TP antissocial e TP borderline são semelhantes e diferem-se pela consciência do ato, onde o primeiro planeja, executa e usufrui, sem se importar com as consequências, mas tendo noção total que se trata de uma manipulação. Enquanto o segundo acredita estar apenas expressando seus sentimentos, sua necessidade de atenção, podendo chegar a tentativas suicidas, a fim de demonstrar que precisa do afeto que não está recebendo. (ANDO et al., 2019)
Os ganhos envolvidos na manipulação dos dois transtornos diferem-se pelo fato do antissocial buscar status social e bens materiais, que acreditam merecê-los, enquanto o borderline acredita necessitar da atenção e apoio de terceiros. (BACH et al.,2016)
3.5.3 Transtorno de Personalidade Esquizotípica X Borderline
Um indivíduo com transtorno de personalidade esquizotípica expressa pensamentos paranóides, isolamento social, afeto inapropriado, e períodos dissociativos, que podem parecer semelhantes ao borderline, mas a diferença existe na constância e duração deste comportamento. (AGNEW-BLAIS et al., 2018)
O indivíduo borderline sofre diversas oscilações emocionais, que podem, muitas vezes, resultar em repetidos comportamentos agressivos e de intensa raiva, prejudicando os relacionamentos, causando, muitas vezes, afastamento de terceiros. (FAUSTINO, 2014)
O intenso estresse pode causar, no indivíduo borderline, sintomas transitórios e dissociativos, ligados a mudanças em seus relacionamentos afetuosos, caracterizando a sensação de distanciamento de seu próprio pensamento ou corpo, uma despersonalização e desrealização, que duram, geralmente, poucas horas. (MACHADO et al., 2014)
A ideação paranóide ocorre com mais frequência, principalmente pelos sintomas crônicos de vazio, onde o mesmo, ao considerar-se dependente, teme pelo afastamento, o que possibilita diversos pensamentos paranóides e consequentemente atitudes impulsivas a fim de evitar o que imagina que pode acontecer. (VAZQUEZ et al., 2018)
A maior diferença existente entre os dois transtornos são as características impulsivas e manipuladoras do borderline, que são raramente apresentadas por esquizotípicos. Apesar do borderline apresentar sintomas semelhantes, a duração se difere, sendo esta característica duradoura em indivíduos esquizotípicos, chegando a serem quase constantes, enquanto o borderline apresenta-se nesta posição somente em situações extremas. (RESENDE et al., 2019)
Alguns casos de isolamento social podem surgir no borderline, mas não por escolha própria e sim de terceiros, já que alguns comportamentos agressivos e a constante mudança de humor afasta todos ao seu redor, o obrigando a viver períodos de isolamento. Os dois transtornos podem apresentar-se juntos no mesmo indivíduo, sendo quase impossível distinguir os comportamentos providos de cada um dos transtornos, sendo necessário reavaliação do indivíduo quando os sintomas dissociativos e transitórios causados por estresse da personalidade borderline desapareçam. (TYRER et al., 2019)
- CONCLUSÃO
Portanto, a partir da dificuldade em diagnósticos clínicos convencionais para o Transtorno de Personalidade Borderline, surgiu a necessidade de esclarecimento sobre as características específicas do determinado transtorno. Por consequência deste cenário comum em ambientes psiquiátricos, a partir disso nota-se os critérios de avaliação pessoal fazendo com que a avaliação do possível transtorno seja mais tangível e assim ter a oportunidade do tratamento e acompanhamento pessoal.
- REFERÊNCIAS
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1Discente do curso de medicina da UNIFIMCA
2Discente do curso de medicina da UNIFIMCA
3Orientador e docente do curso de medicina da UNIFIMCA