SUPLEMENTO NUTRICIONAL PARA DESEMPENHO DE ATLETAS E A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL: UM ESTUDO DE CASO PARA O MERCADO BRASILEIRO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502131142


Luciana Bueno1
Leandro Rodrigues2
Germano Schoulze3


Resumo

A inovação de um produto ou processo é bem-sucedida quando é disponibilizada ao mercado consumidor. As parcerias comerciais entre um estudo científico e o setor produtivo são um meio fundamental de implementação desse processo que contribui para o desenvolvimento econômico.

O objetivo foi descrever uma parceria entre um estudo científico e uma empresa do setor produtivo, demonstrando os princípios que nortearam sua implementação e a capacidade de interação do ecossistema por ser fundamental para a implementação desse processo.

A metodologia utilizada neste estudo consistiu em métodos científicos para o desenvolvimento do pesquisador por meio da formulação de um suplemento nutricional otimizado para biodisponibilidade de magnésio com ferramentas de gestão para o modelo de negócio e avaliação de risco para investimento, pois esses pontos são importantes para abordagem dessas frentes.

O resultado apresentou o desenvolvimento de um produto nutricional inovador associado à sua avaliação para empreendedorismo, dados que contemplaram validação científica em conjunto sobre modelagem de avaliação de negócios da escalabilidade da produção para o setor industrial. A conclusão foi o lançamento de um novo produto nutricional para o mercado brasileiro com atributos replicados em escala global.

Palavraschave: inovação, empreendedorismo, pesquisa científica, produto, gestão industrial

Nutritional supplement for athletes performance and the importance of industrial production management: A case study for the brazilian market

Abstract

The innovation of a product or process is successful when it is made available to the consumer market. Commercial partnerships between a scientific study and the production sector are a fundamental means of implementing this process that contributes to economic development.

The objective was to describe a partnership between a scientific study and a company in the production sector, demonstrating the principles that guided its implementation and the ecosystem’s capacity for interaction because it is fundamental to the implementation of this process.

The methodology used in this study consisted of scientific methods for the researcher’s development through the formulation of a nutritional supplement optimized for magnesium bioavailability with management tools for the business model and risk assessment for investment, as these points are important for approaching these fronts.

The result presented the development of an innovative nutritional product associated with its evaluation for entrepreneurship, data that included scientific validation together on evaluation modeling business of the production scalability for sector industrial. The conclusion was the launch of a new nutritional product for the Brazilian market with attributes that are replicated on a global scale.

Keywords: innovation, entrepreneurship, scientific research, product, industrial management

1 – Introdução

A inovação é caracterizada quando um novo produto ou serviço passa a ser disponível para o mercado e adquirido pelo consumidor. Para a concretização de tal feito, o de disponibilizarmos para o mercado brasileiro um novo produto nutricional, aplicou- se um estudo por meio do emprego de tecnologia embarcada pela qual foram usadas metodologias científicas robustas, capazes de somar valor agregado para o novo produto [1-2].

Embora a inovação do modelo empresarial (IMC) tenha ganho uma importância substancial nos últimos anos, a compreensão deste fenómeno é ainda limitada. No entanto, a literatura acadêmica correspondente tem sido caracterizada por uma compreensão heterogénea do conceito, que objetiva ser mais transparente e manejável para a ciência e a gestão, onde necessita de estudos qualitativos e quantitativos para as definições e conceitos bases usados para a pesquisa cientifica que gerou a inovação. Os conceitos avaliativos passam pelo predomínio identificado de desenhos de investigação exploratórios, que estabilizem e consolidem a investigação básica, bem como em investigações empíricas quantitativas consecutivas que sejam representativas da realidade industrial [1-2].

Sendo assim, a indústria de base tecnológica nasce fundamentada em conceitos exploratórios acadêmicos e permite fornecer recomendações diretas para investigação futura dando sequência ao aprimoramento de produtos, a elaboração de outros novos produtos, execução de novos serviços ou modelos de negócios, trazendo a mesma base de pesquisa e desenvolvimento fundamentada ao conceito estudado pelo qual se constitui uma contribuição original para o campo [1].

Obviamente, o seu planejamento desde a ideia até a sua finalização, foi rico em detalhes que se caracterizaram por tarefas, sub-processos, processos e sistemas como em qualquer ferramenta de sistemas e processos definidos em gestão de qualidade total (TQM).

No presente trabalho, temos o disposto de descrever como uma pesquisa foi desenvolvida por meio de métodos científicos, resultando em um produto nutricional otimizado para a biodisponibilidade de magnésio e que posteriormente teve a sua

continuidade e efetividade realizada em uma indústria farmacêutica, demonstrando na prática, por meio desse artigo, como uma pesquisa cientifica gerou conhecimento e conceitos a serem abordados dentro de aspecto técnico, ao mesmo tempo em que se desenhou o diferencial de um produto que atingisse o mercado consumidor.

No aspecto cientifico, a metodologia utilizada foi de métodos in vitro de simulação do trato gastrintestinal humano associados ao planejamento experimental de superfície de resposta (RSM) assim como analises bromatológicas dos produtos nutricionais para serem usados como parâmetros de qualidade dos resultados testes, e em seguida uma avaliação da eficácia e de absorção dos nutrientes presentes no produto nutricional por meio de um ensaio clínico em humanos.

Em seguida, a elaboração de um modelo de negócios, de um picth deck e posterior avaliação de Bell Mason realizada pela alta liderança da indústria por meio de uma gestão industrial robusta resultou no produto MVP, ajustes ao produto final visando a comercialização do produto, estudo da viabilidade de produção e adequação as legislações vigentes, estudo de avaliação mercadológica e de comercialização, onde também foi realizada a tarefa de logística e marketing para o produto.

Por fim, com a junção dessas duas tarefas primordiais, pesquisa científica e indústria, obtivemos um produto nutricional para a biodisponibilidade de magnésio inovador que abrange o mercado brasileiro, sendo concretizada em um plano industrial a inovação.

É posição conjunta da Academia de Nutrição e Dietética, dos Dietistas do Canadá e do Colégio Americano de Medicina Desportiva que suplementos nutricionais de vitaminas e minerais podem ser necessários para os atletas que consomem quantidades baixas de micronutrientes e energia em sua dieta alimentar, e a correção das deficiências através da suplementação pode ser importante para restaurar os processos fisiológicos. O magnésio é um elemento ubíquo que desempenha um papel fundamental em muitas reações celulares. Mais de 300 reações metabólicas requerem o magnésio como cofator. A hipermagnesemia é rara em comparação com a hipomagnesemia detectada em esportistas, mesmo diante de ingestão medicamentosa, associada ao stress e intensidade da atividade corporal [3].

De acordo com a literatura recente, ainda não existe consenso sobre a suplementação em atletas, mas já foi estabelecido que a duração das atividades desportivas, os protocolos de treino e competição, o estado nutricional prévio e as alterações hormonais e fisiológicas são fatores que conduzem a alterações significativas no desempenho dos atletas. Consequentemente, a sobrecarga de nutrientes passou a ser questionada e a suplementação isolada de nutrientes demonstrou ser menos eficaz para substâncias antioxidantes, resultados observados em atletas em exercícios anaeróbicos intensos, onde os autores concluem que os efeitos negativos de doses elevadas de suplementos de antioxidantes excedam os seus potenciais benefícios [4].

Leonhardt e colaboradores [5] estudaram 43 atletas de ambos os sexos e de diferentes modalidades esportivas em período de competição World Masters Athletics Championships, jogos ao ar livre em 2022 e jogos internos 2023, por meio de recordatório de 24 horas de consumo alimentar sendo os resultados estratificados por sexo e modalidade desportiva. Os autores observaram que uma suplementação com um mix de nutrientes sem sobrecarga pode ter efeitos benéficos, o que pode ser um diferencial importante para a correção nutricional, porque muitos atletas não consumiram os níveis recomendados de hidratos de carbono, proteínas e micronutrientes.

A ingestão de carboidratos foi inferior aos níveis recomendados para atletas de resistência. A ingestão de proteínas estava abaixo dos níveis recomendados para os atletas, exceto para as atletas do sexo feminino envolvidas em provas de força (ou seja, velocistas e saltadores). Outras ingestões de nutrientes que estavam abaixo dos níveis recomendados incluíam as vitaminas D e E, cálcio, potássio, vitamina A (exceto para atletas de resistência do sexo feminino), folato (exceto para atletas de potência do sexo feminino), vitamina C para atletas de resistência do sexo feminino, vitamina K e fibra para o sexo masculino e zinco para atletas de resistência. O consumo de alguns micronutrientes importantes, incluindo cálcio, vitamina D e vitamina K, importantes para a saúde muscular e óssea, era baixo. Muitos dos atletas apresentavam um consumo inferior ao recomendado de micronutrientes antioxidantes, incluindo as vitaminas A, E e C e o zinco, importantes para a função imunitária e para a proteção contra os danos oxidativos induzidos por elevadas taxas de consumo de oxigénio. Os atletas tinham

consumos baixos de folato e potássio, importantes para a produção de glóbulos vermelhos (e, por conseguinte, para o fornecimento de oxigénio aos músculos) e para o desempenho contrátil muscular e cardíaco, respetivamente. Uma baixa proporção de atletas de resistência estava a consumir os níveis recomendados de vitaminas B1 e B6 e ferro, importantes para a produção de energia, função imunitária e produção de hemoglobina, respetivamente [5].

Em nossos estudos também houve o questionamento que sobrecargas de nutrientes ou mesmo a ingestão isolada de nutrientes não são efetivas para a absorção de nutrientes principalmente minerais e vitaminas, assim como os relacionados ao combate de atividades antioxidantes. Os ajustes e adequação nas formulações de múltiplos nutrientes são mais eficazes para a absorção de nutrientes e aproveitamento do produto consumido em pessoas, inclusive para os atletas e praticantes de atividade física.

Para os atletas, a otimização do sono é uma estratégia para melhorar o desempenho atlético e alguns autores tem se debruçado para entender a relação do magnésio dietético com a qualidade do sono nessa população por meio de ajustes de tempo do ritmo circadiano associados a suplementação do mineral [6]. Arab e colaboradores [7] relataram um estudo turco realizado em adultos que demostrou a ingestão alimentar de magnesio significativamente maior em indivíduos com melhor qualidade de sono em comparação com aqueles com má qualidade. Em sua metanalise, ainda relata associação dos níveis de magnésio com fatores associados a qualidade de sono incluindo duração do sono, latência do início do sono, despertares noturnos, estágios do sono e fases do sono associados aos maiores níveis de magnésio, embora faça a ressalva da necessidade de estudos clínicos populacionais.

Um dos principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Milénio das Nações Unidas é o terceiro ODS, que visa promover a produção de alimentos saudáveis que proporcionem uma nutrição adequada e apoiem a saúde e o bem-estar com foco na segurança e na qualidade nutricional e alimentar de seus produtos. As atuais tecnologias alimentares inovadoras dão grande ênfase aos aspectos sensoriais dos alimentos. A produção de produtos inovadores para idosos e consumidores com necessidades especiais centra-se principalmente em atributos sensoriais aceitáveis e em conferir benefícios para a saúde. Inovações de produtos formulados oferecem a oportunidade de adaptar a composição dos alimentos através da suplementação de nutrientes promotores de saúde ou componentes funcionais que podem melhorar determinados benefícios específicos (melhorar o sistema imunitário, reduzir o stress oxidativo, etc.). As novas abordagens de produção de alimentos são igualmente importantes para melhorar as práticas de manuseamento e transporte de alimentos, desenvolver tecnologias de transformação para melhorar a utilização dos alimentos e proporcionar o máximo de benefícios nutricionais ao consumidor [8].

No presente trabalho, pretendemos descrever como foi desenvolvido utilizando métodos científicos, resultando em um produto nutricional otimizado para biodisponibilidade de magnésio (Mg) e que posteriormente teve sua continuidade e eficácia realizadas na indústria farmacêutica na prática demonstrando através deste artigo, como uma pesquisa científica, gerou conhecimento e conceitos a serem abordados dentro de um aspecto técnico, ao mesmo tempo em que foi desenhado o diferencial de um produto que chegasse ao mercado consumidor.

Esse trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade de produção e inserção ao mercado brasileiro de um produto nutricional otimizado para a biodisponibilidade de magnésio para atletas de alto rendimento utilizando metodologias científicas e de gestão administrativa.

2 – Material e Métodos

2.1 – Material

Suplemento nutricional de múltiplos nutrientes que foi desenvolvido para a otimização de biodisponibilidade de magnésio.

2.2 – Métodos

2.2.1– Procedimentos Analíticos

Os ingredientes utilizados são representativos de produtos já existentes no mercado e são destinados à nutrição clínica, presentes na sua lista positiva da Anvisa. O Valor Calórico Total representa 15% de proteína, 67% de carboidratos e 18% de lipídios, sendo que, nas medidas de 60 gramas de pó em 250 mL de água, corresponde a 12,5% da ingestão diária de nutrientes para uma dieta de 2.000 Kcal.

Os procedimentos analíticos foram realizados segundo as normas propostas pela AOAC, com amostras em duplicatas ou triplicatas, utilizando-se a ração caseína AIN-93G12 como padrão de referência secundário.

2.2.2– Método In Vitro

O método para a determinação do magnésio foi o método in vitro proposto por Miller e colaboradores [10] e modificado por Luten e colaboradores [11] para avaliação da biodisponibilidade de minerais em alimentos e dietas, que envolve a simulação da digestão gastrintestinal, seguida da determinação do mineral solúvel e consiste de duas etapas básicas que simulam a digestão: gástrica e duodenal. Em linhas gerais, a dieta enteral foi submetida à digestão com pepsina, após acidificação do meio com HCl 6N até pH 2, seguida de digestão com pancreatina/bile, após a alcalinização do meio a pH 7, com NaHCO3 contido em tubos de diálise. No final do último período de digestão, os segmentos de tubos de diálise foram lavados com água desionizada e seu conteúdo colocado em balão volumétrico de 25 mL, sendo o volume final completado com água desionizada, condicionados em freezer até o momento da leitura.

3 – Método In Vivo

Os ensaios clínicos seguiram a aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa com Humanos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e foram conduzidos pela ingestão de 200 mL de produto em jejum e coletas de sangue de uma em uma hora, num total de 5 horas de experimentos, sendo voluntários com peso corporal normal e obesos selecionados seguindo os critérios da pesquisa.

Participaram do estudo pessoas eutróficas (n=7) e obesas (n=15) que ingeriram uma das duas formulações de múltiplos nutrientes variando a composição de lipídeos. Essas pessoas eram convocadas a comparecer em jejum à Unidade Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Foram então, realizados os procedimentos éticos e iniciados os experimentos. Em jejum foi realizada uma coleta de sangue e após a ingestão de 200 mL da formulação nutricional, as amostras de sangue foram coletadas na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª horas seguintes. A determinação da concentração sérica de minerais foi realizada por Espectrometria de Massas de Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-MS) na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto em parceria com o nosso estudo.

4 – Modelagem de Negócios pelo Canvas

Business Model Canvas proposto por Osterwalder [12] tem por objetivo a gestão empresarial da economia digital pela utilização de uma ferramenta com quadros rigorosamente definidos para proporcionar uma compreensão das ações comuns com uma base de domínio de comunicação compartilhada entre as pessoas de uma mesma empresa.

Como questões a serem contempladas estão: 1- Inovação – Qual é o negócio da empresa, a inovação do produto e a proposta de valor oferecida ao mercado? 2- Relação com o cliente – Quem são os clientes-alvo da empresa, como esta lhes fornece os produtos e serviços, e como constrói uma relação forte com eles? 3- Gestão de infraestruturas – Como é que a empresa executa eficazmente as questões de infraestruturas ou com quem, e como, qual tipo de empresa virtual? 4- Finanças – Qual é o modelo de receitas (transação, subscrição/adesão, publicidade, comissões, licenças), o modelo de custos (custo das mercadorias vendidas, despesas operacionais de pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos, vendas e marketing, gerais e administrativas) e a sustentabilidade do modelo de negócio?

Ela abrange as conexões e transações on-line que ocorrem em vários setores e tecnologias, como a internet, a tecnologia móvel, a informação de big data e a tecnologia de comunicação em conexão com todos os produtos ou serviços da empresa.

A Figura 1 apresenta a Modelagem de Negócios pelo Canvas para modelagem e estruturação de negócios visando a inovação e sustentabilidade em empresas.

Figura 1 – Modelagem de Negócios pelo Canvas

5 – Validação por meio da metodologia Lean Start-up e Bell Mason

Para validar a proposta do produto nutricional empregou-se uma metodologia com o foco no cliente proposto por Blank [13], o Lean Startup que foca em validar, ou invalidar, de maneira antecipada, hipóteses acerca de uma ideia ou produto. Esse método é usado por empreendedores em start-ups e empresas que buscam inovar e ao mesmo tempo validar sua proposta. O Customer Development é uma técnica usada para rapidamente iterar e testar parte do seu modelo de negócio.

O método de Customer Development divide todas as atividades relacionadas aos clientes assim: Customer Discovery (Descoberta do Cliente), Customer Validation

(Validação do Cliente), Customer Creation (Criação de Cliente), Company Building (Construção da Empresa).

A Figura 2 apresenta o Modelo de Lean Startup para modelagem e estruturação de negócios visando a inovação e sustentabilidade em empresas com o foco em entender a visão do cliente.

Figura 2 – Modelo de Lean Star

O ensinamento mais importante do Customer Development, conhecido também por “Get out of the buinding” é sair do escritório e conversar com clientes, deixar a zona de conforto de uma sala de reunião e ir atrás deles para aprender sobre os seus problemas. Para essa conversa, foi traçado um roteiro de estudo que se transformou em algumas perguntas de acordo com a proposta de valor definida para o produto nutricional e a percepção das pessoas em uma rápida reflexão de consumo ou não e se era importante um produto nutricional otimizado para um determinado nutriente em seu dia a dia.

Com algumas conversas com as pessoas que trabalhavam em um hospital localizado na cidade de São Paulo, local inicialmente escolhido para essa conversa inicial foi rapidamente apontada as academias e centros de esporte como o publico alvo para o produto nutricional.

Seguindo os passos dessa primeira avaliação do Lean Startup, escolhemos as três principais academias em uma região de São Paulo para conversarmos com os frequentadores dos locais. Os praticantes de atividade física não se foram interessantes ao produto, porém o publico praticante de esporte amador, semi-profissional e profissional constituído por professores e dirigentes desses locais apresentaram a adequação ao consumo, e ainda foram adiante apontando um possível público para a proposta que foram os futebolistas.

Ouvimos as seguintes frases dessas pessoas que conversavam conosco pessoalmente em visita ao local: “Esse trabalho é para o futebol” ; “O futebol é a única modalidade esportiva que vai entender a funcionalidade de seu produto” ; “Você será aceita no futebol, é a cara deles”.

Em uma apresentação posterior em um HuB de negócios em São Paulo dirigido por futebolistas, em que o produto intermediário fabricado pela indústria foi apresentado para esportistas consumirem in loco tivemos o interesse de esportistas de outras modalidades como basquete e lutas.

Assim, definiu-se a formulação final do produto nutricional e o seu publico – alvo que são esportistas e praticantes de atividade física que buscam alto rendimento em suas atividades esportivas.

Paralelamente a essa validação, que foi realizada em conjunto com a indústria, a alta gestão industrial se reunia em aplicação e validação usando ferramentas de Venture Capital. A Estrutura da Bell Mason para o Desenvolvimento de Empreendimentos Corporativos descreve o processo de 5 fases que é personalizado para cada etapa de interesse da empresa frente a construção de um novo empreendimento que passa a fazer parte da corporação. A estruturação dessa avaliação assim como sua aplicação e seus resultados são sigilosos e pertencem a alta gestão industrial.

Figuras 3 – Estrutura da Bell Mason

Figuras 4 – Estrutura da Bell Mason

6 – Análise Estatistica

A estimativa do valor dos coeficientes de todas as regressões foi obtida pelo método dos mínimos quadrados, sendo sua significância avaliada pelo teste t, adotando-se um valor de p 0,05, para todos os ensaios e correlações associadas com o tratamento de dados experimentais.

Na análise estatística foi utilizado o teste de Levene para verificação da homogeneidade das variâncias e os testes de Anova com Tukey HSD para verificação de diferenças dos níveis séricos dos minerais entre obesos e eutróficos, e, entre as formulações nutricionais múltiplas em nutrientes. Em todas as análises estatísticas aplicadas no estudo, considerou-se como nível de significância o valor de p < 0,05.

Os cálculos e gráficos foram elaborados utilizando-se o programa Statistica V.6.

3. Resultados e Discussões

3.1 – In Vitro

A modelagem e otimização do magnésio em uma formulação de alimentação enteral foi proposta porque o mineral tem sua biodisponibilidade afetada por interações entre os nutrientes que compõem uma formulação de múltiplos nutrientes [14]. A absorção do nutriente é reduzida na presença de cálcio, álcool, fosfato, fitatos, fibras e gorduras e é estimulada na presença de vitamina D. A sua biodisponibilidade é estimada em cerca de 40 %, e sua maior absorção ocorre no intestino delgado [14-16].

O magnésio é necessário para o metabolismo energético e está envolvido na síntese protéica. Participa de mais de múltiplos sistemas enzimáticos, sendo que uma de suas principais funções é mediar o processo de catálise para as reações com fosfato e produção de energia, o ATP [17-22]

Os processos fisiológicos da contração muscular e da coagulação sangüínea são dependentes da presença de cálcio e de magnésio, ressaltando a necessidade de se avaliar possíveis interações entre os dois minerais. Ao nascer, o corpo humano contém cerca de 500 mg de magnésio, e o corpo adulto tem cerca de 40 g, 24 g dos quais estão no osso, onde o mineral é armazenado. A quantidade total de magnésio no corpo é determinada por sua absorção e excreção renal. O equilíbrio de magnésio do corpo é mantido pela capacidade dos rins de excretar na urina uma quantidade igual à absorvida do trato gastrointestinal [20-22].

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de três componentes de uma formulação presente de forma simultânea de um suplemento nutricional que são os triacilglicerídeos de cadeia média (TCMs), a fibra e o cálcio e o em um estudo de interações de nutrientes para a otimização do magnésio e propor uma formulação para a melhor dialisabilidade do mineral [23].

Os métodos utilizados foram a Metodologia de Superfície de Resposta e o Método in vItro que define a dialisabilidade do mineral ao simular as condições digestivas do trato gastrintestinal humano. Para a verificação da adequação do modelo para a resposta magnésio dialisado foi determinante o valor de distribuição F = 21,60 (cerca de 7 vezes maior que o F tabelado F3,15 = 3,29), e não houve evidência de falta de ajuste (F3,12 = 3,49) para um nível de 95 % de significância [23].

A modelagem matemática foi ajustada pelos dados experimentais em um modelo cúbico especial ŷ = 9,30 x1 + 2,83 x2 + 11,00 x3 + 162,52 x1x2x3. Os coeficientes de regressão apresentaram valores de b*1 x1, b*2×2, b*3×3 e b*123x1x2x3 onde b* > 0, o que significou um sinergismo entre as variáveis selecionadas e a resposta avaliada. A interação terciária TCM/fibra/cálcio mostrou-se importante para a dialisabilidade do magnésio, confirmados com o processo de otimização da formulação otimizada para a maximização do magnésio, sendo determinadas a proporções de 33 % (5,60 g/L) de triacilglicerídeos de cadeia média, 25 % (4,25 g/L) de fibra e 42 % (336,00 mg/L) de cálcio, indicando que esses três nutrientes presentes em condições ideais podem favorecer a absorção do mineral. O trabalho ainda pode de maneira cientificamente comprovada propiciar um avanço na elaboração de formulações de suplementos nutricionais ou de dietas enterais específicas quando se visa minimizar a deficiência do mineral [23].

3.2 – In Vivo

Houve diferenças estatisticamente significativas na absorção de magnésio em função da ingestão das formulações. Como resposta para os níveis séricos de magnésio foi observada que houve aumento da sua absorção nas duas primeiras horas do experimento. Os lipídeos influenciaram nos níveis séricos de magnésio dos voluntários após a ingestão de formulações de múltiplos nutrientes, sendo um nutriente importante na absorção do mineral devido a sua interação com a membrana borda em escova do enterócito, mostrando que esse tipo de composição molecular atua na absorção de minerais de valência +2 para ligações covalentes [23-24].

Tabela 1 – Resultado das variações das concentrações de magnésio sérico (µg/dL) em cada um dos momentos de experimento

VariávelNMédia (µg/dL)Mínimo (µg/dL)Máximo (µg/dL)Desvio Padrão (µg/dL)
Delta 12337,15-10301,016543,955992,958
(1 hora – jejum)2    
Delta 221491,93-9799,817453,476714,899
(2 horas – jejum)2    
Delta 323125,55-6463,019152,135657,385
(3 horas – jejum)2    
Delta 421264,84-7995,016500,666172,078
(4 horas –2    
jejum)     
Delta 521154,78-7055,110160,893374,990
(2 horas – 1 hora)2    
Delta 622788,40-4670,712809,543916,818
(3 horas – 1 hora)2    
Delta 72927,69-3522,09579,973651,089
(4 horas – 1 hora)2    
Delta 821633,63-9427,012335,465175,534
(3 horas – 2 horas)2    
Delta 92-227,09-9662,79078,734543,405
(4 horas – 2 horas)2    
Delta 102-1860,72-10592,12855,343489,928
(4 horas – 3 horas)2    

Tabela 2 – Anova com teste de Levene para s variável magnésio sérico (µg/dL)

VariávelSoma QuadráticaGLMédia QuadráticaFp
Mg-jejum (µg/dL)15430218011543021802,4275200,134905
Mg-1h14312196811431219689,5689200,005730
Mg-2h15126662011512666209,7727100,005320
Mg-3h693506571693506572,1162420,161260
Mg-4h489270471489270472,4058840,136560

Teste de Levene – todas as variâncias apresentaram p>0,050 para todas as variáveis exceto a variável magnésio 1 hora.

Tabela 3 – Valores de diferença entre as duas formulações para magnésio sérico (µg/dL) pelo teste t de comparação de grupos para amostras independentes

VariáveisMedia (DP) de Mg dieta otimizadaMedia (DP) de Mg dieta baseValor de tGLp
Mg-jejum (µg/dL)18829,02 (8503,815)24514,96 (6568,437)-1,55805200,134905
Mg-1h19232,94 (2670,787)24709,02 (5763,040)-3,09337200,005730
Mg-2h20338,83 (3532,581)25968,57 (4740,986)-3,12613200,005320
Mg-3h22550,86 (4904,817)26362,76 (7287,112)-1,45473200,161260
Mg-4h20884,27 (4599,255)24086,05 (4293,096)-1,55109200,136560

Pelos resultados houve um aumento estatisticamente significativo da absorção do magnésio na primeira e na segunda hora após os experimentos. Pode-se observar que houve alteração do comportamento absortivo do mineral estatisticamente significativa entre as duas formulações que foram oferecidas aos voluntários, mostrando que o grupo que recebeu a formula base teve um aumento na absorção do magnésio em relação ao grupo que recebeu a formulação otimizada.

Gráfico 1 – Valores médios e intervalos de confiança para magnésio sérico em voluntários

Como resposta para os níveis séricos de magnésio foi observada que houve aumento da sua absorção nas duas primeiras horas do experimento. Para os níveis sérios de magnésio, os resultados estão de acordo com os demonstrados em um estudo de interações de nutrientes em formulações múltiplas, pelo qual se observou que o TCM é um nutriente que favoreceu pouco a absorção do mineral. Isso porque o magnésio é um mineral que tende a aumentar a sua concentração sérica em resposta aos níveis pós- prandiais de lipídeos em função da ingestão dietética o que foi favorecido com um tipo de fonte lipídica de uma mistura de triglicerídeos de cadeia longa e média.

Suplementos nutricionais personalizados e inteligentes devem apresentar em sua composição nutricional os diferentes tipos de nutrientes essenciais para a alimentação humana, classificados em macronutrientes e micronutrientes, porém sempre com a preocupação agregada de oferecerem as pessoas nutrientes biodisponíveis ou de melhor absorção gastrintestinal, para garantir o melhor aproveitamento dos mesmos no momento da sua ingestão via oral ou via enteral por sonda [25].

Os minerais são nutrientes essenciais para o organismo dos seres vivos. Estes compostos podem ser de origem inorgânica, quelatos ou orgânica e exercem diversas funções bioquímicas. Sabe-se que podem ser co-fatores e mediadores de reações enzimáticas, responsáveis por mediar fatores da coagulação sanguínea e contração musculares. Eles estão envolvidos também no metabolismo de macronutrientes, síntese energética no ciclo de Krebs, regulação do equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-básico, no transporte celular e em vários outros processos do organismo [26-30].

De maneira diferente aos demais nutrientes, os minerais possuem um processo de absorção intestinal incompleto, ou seja, enquanto todos os carboidratos, lipídios e proteínas ingeridos devem ser metabolizados e absorvidos (senão haverá proliferação bacteriana e distúrbios digestivos), os minerais possuem um limiar próprio para cada um deles, acima do qual não há a passagem do mineral para a veia porta-hepática (que comunica o intestino e o fígado) e o excesso é excretado pelo organismo [28-29].

Assim há um controle digestivo/absortivo importante da concentração plasmática dos minerais, função da homeostase reguladora que pode levar a indução de um bloqueio absortivo e estímulo do aumento da sua excreção quando em excesso, levando a depleção do mineral e distúrbios na balança hidro-eletrolítica [30-31].

O papel das fontes lipídicas simbióticas na biodisponibilidade de minerais tem sido questionado. Deficiências de micronutrientes, como minerais e vitaminas, ocorrem pela inadequada oferta de nutrientes, perdas nutricionais e alterações bioquímicas. Os triglicerídeos de cadeia média (TCMs) são constituídos de 6 a 12 carbonos na cadeia, com ligações simples entre eles. Já os triglicerídeos de cadeia longa (TCLs) são estruturas de com ligações duplas 4/7 entre os carbonos. Sabe-se que os TCMs por serem moléculas menores, quando ministrados as pessoas que recebem alimentação por sonda, reduziram significativamente o risco de complicações no trato gastrintestinal e de infecções. 013 O óleo de canola e milho, pelas posições de suas insaturações na cadeia carbônica, apresentam um equilíbrio adequado entre ômega-6 e ômega-3. Os ácidos graxos poliinsaturados da série ômega-6, os PUFAs, como o ácido linoléico, tem apresentado eficácia na redução do nível plasmático do colesterol. São constituintes estruturais das membranas e matéria-prima para a síntese de eicosanóides, que por sua vez são convertidos em hormônios, entre eles, prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos que estão intimamente envolvidos em uma ampla variedade de reações fisiológicas que vão desde a coagulação do sangue até a resposta imune [25-32].

Os principais ácidos graxos da família ômega 3 são os chamados ácido linolênico e alfalinolênico, precursores da síntese do eicosapentanóico (EPA) e do docasahexanóico (DHA) sintetizados em humanos a partir do ácido linolênico. O magnésio é um importante mineral em formulações nutricionais de múltiplos nutrientes. Alimentos fonte de magnésio são vegetais folhosos verdes escuros, mas a sua biodisponibilidade tende a diminuir porque sofre interações com componentes dos alimentos [33-37]. O mecanismo celular de absorção e sua regulação corporal são ainda mecanismos pouco conhecidos, mas sabe-se que é dependente de nutrientes presentes na dieta alimentar. A biodisponibilidade de magnésio em uma dieta balanceada está estimada em cerca de 40 %, e sua maior absorção ocorre no intestino delgado. A absorção do nutriente é reduzida na presença de cálcio, álcool, fosfato, fitatos e é estimulada na presença de vitamina D. O magnésio é necessário para o metabolismo energético e está envolvido na síntese protéica. Participa de mais de cem sistemas enzimáticos, sendo que uma de suas principais funções é mediar o processo de catálise para as reações com fosfato e produção de energia, o ATP [25, 36-40].

Os processos fisiológicos da contração muscular e da coagulação sangüínea são dependentes da presença de cálcio e de magnésio, ressaltando a necessidade de se avaliar possíveis interações entre os dois minerais em novos produtos [38-42].

Figura 5 – Diferencial do produto nutricional otimizado em comparação com os produtos no mercado

CaracterísticasProdutos no mercadoProduto nutricional otimizado para o Mg
Composição de nutrientesAdequadaAdequada           e             Alta eficiência
Biodisponibilidade           de minerais ingeridos pelas pessoasBaixaAlta   Avaliados com estudos clínicos em humanos que demonstram a ação do Mg
Customização e qualidade nutricionalAdequadaAlta   Dimensionada    por estudos matemáticos e bioquímicos
Segurança           Nutricional frente a Composição dos ProdutosAdequadaAlta   Dimensionada por meio de teste clínico com humanos

3 – Canvas

Nosso produto é um suplemento nutricional inteligente para atletas de alto rendimento desenvolvido para a otimização da biodisponibilidade de magnésio e saúde da microbiota intestinal, capaz de conduzir os consumidores, para uma experiência única em qualidade e quantidade de nutrientes, diretamente aliadas ao melhor desempenho físico na produção mitocrondrial energética e na contração muscular. São produtos de diferentes sabores, balanceados em nutrientes, em formato de pó para serem

preparados com adição de água, contém na sua formulação o isolado proteíco de soja, maltodextrina, triglicerídeos de cadeia longa, triglicerídeos de cadeia média, prebiótico, e um mix de minerais e vitaminas essenciais para o organismo. Sua tecnologia inovadora foi desenvolvida no Brasil, com a utilização de IA, simulação do tratogastrintestinal e ensaios clínicos com humanos, que permitiram monitorar o magnésio circulante na primeira e segunda hora após a ingestão do suplemento, assim como para os macronutrientes que em Valor Calórico Total representam 20 % de proteína presentes na recomendação de uso de 30 gramas de pó em 250 mL de água.

O magnésio é um nutriente importante para atletas de alto rendimento por ser um modelador da síntese de ATP (Trifosfato de adenosina) na mitocôndria e ser um mineral desencadeador do processo para a produção de energia celular. Entre outras funções, tem ação como como carreador enzimático pelo qual desempenha um importante papel na contração muscular e nas sinapses do sistema nervoso central, além de estar relacionado a síntese proteíca no sistema imunológico [42].

Esse conjunto de processos em que está relacionado o magnésio é que favorece o desempenho muscular de atletas de alto rendimento, tidos como os atletas de elite. Estudo científicos demonstram que esse grupo populacional tende a apresentar deficiência de magnésio e é ineficaz o aporte do mineral somente pela dieta alimentar. Sua deficiência é acentuada durante a realização de atividades físicas de alto impacto e de resistência, acelerando o surgimento de cãibras muscular, falta de energia e esgotamento físico [42-44].

Nosso produto está enquadrado na nova regulamentação da Anvisa para Suplementos Nutricionais com os ingredientes utilizados presentes na sua lista positiva, na qual a liberação pelo orgão se vincula a sua inserção no mercado mediante fabricação, que pode ser terceirizada, porém aprovada diante da linha de produção regular e fiscalização da rotulagem nutricional e geral pelo orgão.

Futebol é o esporte mais frequentemente praticado no País, enquanto que caminhada é a atividade mais praticada, seguida por academia ou fitness. Esses são alguns dados do último tema suplementar “Práticas de Esporte e Atividade Física” investigado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2015, realizado em parceria com o Ministério do Esporte, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na publicação, o IBGE apresenta comentários analíticos sobre o objetivo de mensurar as pessoas de 15 anos ou mais de idade que praticaram algum esporte ou atividade física no período de referência considerado, bem como a sua percepção quanto a isso. Os dados apresentados contribuiram significamente para a importância das ações de democratização da prática esportiva e da inclusão social, por intermédio do esporte [45].

O Brasil é um dos países que mais crescem no segmento de suplementos alimentares e segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (ABENUTRI), em 2018 o setor de Sport Nutrition, uma das quatro divisões do mercado para suplementos nutricionais (que ainda inclui Wellness, Perda de Peso e Nutrição Cosmética) faturou cerca de R$ 2,24 bilhões, com crescimento de 12 % em relação ao ano de 2017. A expectativa para 2019 é que ultrapasse esse índice, registrando crescimento na ordem de 15 %. As novas regulamentações da Anvisa para o setor, aprovadas em meados de 2018, possibilitaram uma nova visão de avanço mercadológico prevista com crescimento ainda maior a partir de 2024, aliadas a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos inovadores, industrias especializadas na aplicação de tecnologias inovadoras e mercado consumidor com diferentes expectativas para consumo. Atualmente no Brasil são comercializadas mais de 500 marcas pertencentes a 100 empresas, sendo 70 % nacionais e 30 % importadas, num total de 11 mil pontos de venda [46].

Para o cenário internacional tendo os EUA como maior consumidor desses produtos, os Estados Unidos faturam US$ 7 bilhões, ao ano, com mais de 4 mil marcas revendidas em 100 mil pontos de venda. O mercado americano apresentou em 2018 um crescimento de 5 % no segmento, sendo muito impulsionado pela suplementação esportiva. Salienta-se que não falta potencial para a área de suplementos nutricionais deslanchar no mercado brasileiro. Atualmente 10 % dos praticantes de atividade física consumem suplementos nutricionais. No Brasil são estimados dados de 55 a 60 milhões de pessoas praticantes atividades físicas, sendo que 30 milhões estão dentro das 34.500 mil academias pelo país – o que representa 3,97 % da população e uma média de 278 pessoas por academia, segundo pesquisas do IHRSA Global Report, entidade internacional do fitness. O perfil desse consumidor é desenhado por 80 % de jovens entre 15 e 30 anos, dos quais 80 % homens e 20 % mulheres das classes de A a D. Quanto aos canais de vendas, 60 % são lojas físicas especializadas e 40 % são por e-commerce.

Levantamentos recentes apontam que os suplementos mais vendidos são os proteicos, que dominam 60 % das vendas, dos quais 40 % equivalem aos produtos em pó; 5 % líquidos e 15 % barras proteicas. O segundo tipo de suplementação mais vendida são os aminoácidos, que correspondem a 20 % do mercado (51 % BCAA’s; 10 % creatina e 5 % L-carnitina). A seguir, vêm os suplementos indicados para pré-treinos, com 15 %; e por último, os suplementos hipercalóricos (os chamados “gainers”, utilizados para ganho de peso), que totalizam 5 % das vendas [46].

Na Figura 6 a seguir apresenta o Business Model Canvas que foi usado para apresentar ao setor produtivo e que foi submetido a avaliação empresarial.

Conclusão

Esse trabalho demostrou a viabilidade de um produto nutricional otimizado para o magnésio pelo qual a sua pesquisa e desenvolvimento científico foi capaz de ser validada e transferida para a gestão produtiva, por meio de uma indústria farmacêutica para ser disponibilizada para o mercado consumidor brasileiro. Diante dos resultados apresentados, temos um produto nutricional inovador, método científico definido associado a sua escalabilidade produtiva industrial, abrindo possibilidades para outros produtos nutricionais escaláveis e sustentáveis, viáveis para a sua industrialização e produtos diversificados que pode atender diferentes demandas como da nutrição esportiva, nutrição clinica especializada infantil, crianças e idosos, o que chancela sua base fundamental, e o mais significativo, permite ser levada para mercados globais.

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1 Ph.D. in Food Science and Technology for Pharmaceutical Industry

2 Ph.D. in Pharmaceutical Science and Products for Pharmaceutical Industry

3 Ph.D. in Science and Product Management for Pharmaceutical Industry and Natural Products Specialist

Corresponding author Luciana Bueno

E-mail: lubuenno@yahoo.com.br/lubuenno23@gmail.com Phone móvel: +55 (11) 97607-3950