SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM ALAGOAS NO PERÍODO DE 2017 A 2022.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8092330


Camilly Thalyta Ferreira Gomes1
Emanuelle de Souza Cirilo2
Josemir de Almeida Lima3
Marlene de Souza Lima4
Pollyanna Maria Neves de Melo5


RESUMO

Introdução: O câncer de colo de útero é um dos mais prevalentes na população feminina e monitorar seu perfil epidemiológico é fundamental para o desenvolvimento de estratégias para seu controle nesta população. Objetivos: Analisar, através do exame citopatológico, a situação epidemiológica do câncer de colo de útero em Alagoas, no período de 2017 a 2022. Metodologia: Estudo epidemiológico de natureza descritiva, realizado por meio da busca eletrônica das informações referentes aos resultados dos exames citopatológicos registrados no Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), registrados no DATASUS. Para a análise, considerou-se as seguintes variáveis: faixa etária, escolaridade, histórico de realização do exame e o resultado do exame citopatológico. Resultados: Foi possível verificar o registro total de 900.360 exames citopatológicos do colo de útero realizados durante o período de 2017 a 2022, sendo em 2020 o menor quantitativo, com apenas 10,53%, e 2022 o maior, com 21,36%. Entre 2017 a 2022, foram detectados 1,89% de exames alterados. Sobre a realização prévia da citologia do colo, 76% das mulheres declararam já terem feito o exame anteriormente, ao mesmo tempo que 14% afirmaram não ter feito. No que concerne ao periódico para a realização do exame citopatológico, a maioria das mulheres realizaram dentro do período preconizado pelo Ministério da Saúde. Referente a escolaridade e incidência de câncer de colo de útero pela faixa etária, observou-se falha no preenchimento das fichas e na alimentação do sistema, porém, aos achados, observou-se que dentre as alterações benignas, destaca-se a inflamação, principalmente entre os 20 a 29 anos de idade, totalizando 79,17% dos casos. Em relação às alterações atípicas, observou-se um súbito aumento nos índices de carcinoma epidermóide invasor na faixa etária de 50 a 64 anos, totalizando um percentual de 40,74%. Já no que se diz respeito à escolaridade, em 99,99% das consultas a escolaridade foi ignorada. Considerações finais: Em Alagoas, no período estudado, identificou-se um crescimento exponencial na adesão ao rastreamento do câncer de colo de útero, mostrando a importância das ações educativas como meio de informar e incentivar as mulheres a realizarem o exame.

Descritores: Epidemiologia; Câncer de Colo Uterino; Saúde da Mulher.

ABSTRACT

Introduction: Cervical cancer is one of the most prevalent in the female population and monitoring its epidemiological profile is essential for the development of strategies for its control in this population. Objectives: To analyze, through cytopathological examination, the epidemiological situation of cervical cancer in Alagoas, from 2017 to 2022. Methodology: Epidemiological study of descriptive nature, carried out through electronic search of information regarding the results of cytopathological tests registered in the Cancer Information System (SISCAN), registered in DATASUS. For the analysis, the following variables were considered: age group, education, history of the test and the result of the cytopathological test. Results: It was possible to verify the total record of 900,360 cytopathological exams of the cervix performed during the period from 2017 to 2022, with 2020 being the smallest amount, with only 10.53%, and 2022 the largest, with 21.36%. Between 2017 and 2022, 1.89% of altered exams were detected. Regarding the previous performance of cervical cytology, 76% of the women stated that they had already taken the test before, while 14% said that they had not. With regard to the periodical for carrying out the cytopathological examination, most women carried it out within the period recommended by the Ministry of Health. Regarding education and incidence of cervical cancer by age group, failure was observed in filling out the forms and in feeding the system, however, the findings, it was observed that among the benign alterations, inflammation stands out, especially between 20 and 29 years of age, totaling 79.17% of cases. Regarding atypical alterations, there was a sudden increase in the rates of invasive squamous cell carcinoma in the age group of 50 to 64 years, totaling a percentage of 40.74%. With regard to schooling, in 99.99% of consultations schooling was ignored. Final considerations: In Alagoas, during the period studied, an exponential growth in adherence to cervical cancer screening was identified, showing the importance of educational actions as a means of informing and encouraging women to undergo the examination.

Descriptors: Epidemiology; Cervical Cancer; Women’s Health

INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como objeto a situação epidemiológica do câncer de colo de útero em Alagoas no período de 2017 a 2022, tendo como motivação as discussões da temática durante as aulas do componente curricular Integração Serviço, Ensino e Comunidade VIII, ofertada no curso de graduação de enfermagem do Centro Universitário Cesmac. Nessas aulas foi possível perceber que o câncer de colo de útero é um problema de saúde pública e que tem se tornado uma epidemia global e apesar dos avanços no diagnóstico, no rastreamento e tratamento, muitos desconhecem a real situação epidemiológica desse tipo de câncer no estado de Alagoas. 

O câncer do colo do útero (CCU) é um tumor que se desenvolve a partir de alterações no colo do útero causado por infecções persistentes do Papilomavírus Humano – HPV, sendo os subtipos de HPV-16 e HPV-18 de alto risco, responsáveis pela maior parte dos casos (FARIAS et al., 2022).

Nesse sentido, o processo de fisiopatologia desta doença envolve alterações no período de maturação do epitélio, predominantes das células escamosas, com diferentes graus de gravidade, que dependem da proporção de células imaturas atípicas e espessura do epitélio envolvido (VAZ et al., 2020b).

Essa série de eventos, normalmente, pode ocorrer em um período que varia de 10 a 20 anos, e apesar de ter como a principal causa o vírus HPV ainda se destacam outros fatores extrínsecos associados, como a multiplicidade de parceiros, tabagismo, condições socioeconômicas, desnutrição, o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, e a multiparidade, que podem favorecer o surgimento de neoplasias malignas (FREITAS et al., 2020).

No Brasil, de acordo com dados apontados pelo Instituto Nacional de Câncer – INCA (2016) estima-se que o câncer de colo de útero seja o terceiro mais frequente na população feminina, representando cerca de 10% dos tumores malignos, sendo o segundo mais incidente nas regiões Norte (20,48/100 mil) e Nordeste (17,59/100 mil), o terceiro na Centro-Oeste (16,66/100 mil), quarto na região Sul (14,55/100 mil) e na região Sudeste (12,93/100 mil) ocupa a quinta posição.

Ainda segundo o INCA, o estado de Alagoas segue a conjectura brasileira quanto aos tipos de câncer com estimativa de maior ocorrência em 2018. O câncer de mama, entre as mulheres, foi o mais incidente, seguido do câncer de cólon e reto e do câncer de colo do útero.

Nessa perspectiva, pesquisas realizadas a respeito da mortalidade do CCU demonstram que este tipo de neoplasia é a mais recorrente entre as brasileiras, com uma taxa elevada de mortalidade, estando acima de 5 para cada 100 mil mulheres, apesar de possuir bom prognóstico quando detectado por meio do rastreamento precoce (SÁ et al., 2020).

O exame citopatológico, também denominado esfregaço cervicovaginalcolpocitologia oncótica cervical, exame de Papanicolau, “exame de lâmina” ou simplesmente “preventivo do colo do útero”, é considerado o mais efetivo e eficiente a ser aplicado coletivamente em programas de rastreamento, sendo realizado há mais de 50 anos, e sua relevância consiste na possibilidade de identificar modificações iniciais e atuar na evolução para as formas mais agressiva (FILHO et al., 2022).

Nesse sentido, é definido como um procedimento de baixo custo, indolor e rápido, no qual sua execução é feita através do esfregaço das células proveniente do colo do útero. Dessa forma, é importante para o sistema único de saúde, por intermédio da sua contribuição para os índices de redução de até 90% das taxas de incidência de um câncer invasor quando feito dentro dos padrões de qualidade (FILHO et al., 2022).

No entanto, ainda que esse exame apresente grandes benefícios para o público feminino, ainda são diversas as barreiras para o alcance da cobertura desejada. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, as possíveis causas responsáveis pelos níveis elevados de câncer cérvico-uterino e a não adesão ao exame citopatológico devem-se à insuficiência de recursos humanos e de materiais disponíveis na rede de saúde para prevenção, diagnóstico e tratamento (FAVARO et al., 2019).

Condicionalmente, outros possíveis problemas se configuram pela utilização inadequada dos recursos existentes, baixa divulgação de informações para a população em geral e insuficientes ações de educação em saúde, o que pode impactar na falta de conhecimento e na busca pelos serviços de saúde (RIBEIRO et al., 2021).

Diante do exposto, levanta-se o seguinte questionamento: Qual a situação epidemiológica do câncer de colo de útero em Alagoas no período de 2017 a 2022? Assim, na vigência da importância dessa temática, este estudo tem por objetivo analisar, através do exame citopatológico, a situação epidemiológica do câncer de colo de útero, utilizando o cadastro do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), realizados no ano de 2017 a 2022, no Estado de Alagoas.

O estudo se justifica em razão das possibilidades que os trabalhos epidemiológicos trazem de aprofundar o conhecimento acerca da compreensão dos aspectos relacionados a patologia, permitindo planejamentos e a implementação de políticas públicas que visam a prevenção do CCU, diminuindo de forma significativa a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo epidemiológico de natureza descritiva sobre o câncer de colo de útero no estado de Alagoas. Segundo Lima et al. (2022), estudos epidemiológicos descritivos apresentam como objeto de pesquisa a detecção de como a prevalência ou a incidência de uma doença varia de acordo com características demográficas, como sexo, idade, raça, entre outros.

Sendo assim, foi realizado no período de 2017 a 2022 uma busca eletrônica das informações registradas no Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), registrados no DATASUS.

O DATASUS é um sistema de informações brasileiro, que tem como finalidade ser uma ferramenta capaz de gerar dados que possibilitem prover aos serviços de saúde o monitoramento, planejamento e controle do sistema único de saúde (SUS) nos âmbitos municipais, estaduais e federal (Barbosa et al., 2020).

Desse modo, O SISCAN atua como um subsistema do DATASUS, no qual tem como propósito a identificação precoce, confirmação diagnóstica, início do tratamento sobre neoplasias malignas, bem como a solicitação de exames, visualização e acompanhamento (Barbosa et al., 2020).

Para a obtenção das informações da pesquisa foram considerados os dados de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres residentes no estado de Alagoas. Para isso, foram utilizadas todas as faixas etárias disponíveis entre 0 e acima de 79 anos. Portanto, os dados foram identificados e analisados quantitativamente, de modo sistemático e descritivo. Para a análise, considerou-se as seguintes variáveis: faixa etária, escolaridade, histórico de realização do exame e o resultado do exame citopatológico.

Em relação ao processo de organização dos resultados obtidos, os dados foram dispostos para processamento por meio do Microsoft Office Excel® 2013, no intuito de elaborar de forma adequada as tabelas e figuras para melhor assimilação e exposição. 

Ressalta-se que o estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), pois entende-se que os dados do DATASUS são de domínio público. Estando de acordo com a resolução de número 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da busca e análise epidemiológica dos dados disponibilizados pelo DATASUS no estado de Alagoas, foi possível verificar o registro total de 900.360 exames citopatológicos do colo de útero realizados durante o período de 2017 a 2022. Nesse contexto, observou-se uma evolução expressiva do número de procedimentos ao longo dos anos.

Quanto à progressão, no ano de 2018 houve crescimento significativo de 35,66 mil exames quando comparados ao período de 2017, enquanto que de 2018 a 2019 os números de exames realizados continuaram aumentando, mas numa taxa um pouco mais baixa em comparação ao ano anterior. Em 2020, evidencia-se o menor quantitativo, com apenas 94.797 (Figura 1).

Em relação ao aumento na adesão ao Papanicolau entre 2017 e 2018 e discreto aumento de 2018 e 2019, pode justificar-se por diversas razões, como a criação e implementação de campanhas educativas e a busca ativa das mulheres. Condicionalmente, podem ser associados a amplas atividades de educação em saúde voltadas para a população alvo (FARIAS et al., 2022).

Tendo em visto isso, os profissionais de saúde necessitam assumir a responsabilidade de promoverem uma abordagem educativa, seja nas consultas individuais ou em atividades coletivas e, somado a isso, devem oferecer orientações sobre o processo saúde-doença, de modo pautado na realidade das usuárias, identificando as particularidades, necessidades e os fatores que interferem no seu cuidado em saúde (FILHO et al., 2022).

Essas estratégias constituem uma ferramenta primordial no incentivo ao exame preventivo para toda mulher que tem ou já teve atividade sexual, especialmente aquelas que estão na faixa etária, como também possibilitam a investigação sobre as possíveis causas que influenciam na aderência ao rastreamento do CCU e divulgação da sua importância (FERREIRA et al., 2022).

Ainda nesse contexto, é amplamente disseminado os benefícios do rastreamento precoce através do Papanicolau, sendo sua eficácia comprovada pela redução da taxa de incidência do câncer de colo de útero. Todavia, atingir o nível adequado de cobertura continua sendo um desafio, demonstrando a necessidade de um olhar voltado à atenção primária à saúde (FAVARO et al., 2019).

Comparativamente, nota-se que em 2020 o valor decresceu em relação aos anos anteriores. Esta redução pode estar associada a variados aspectos sociais, porém, destaca-se a pandemia do novo coronavírus, visto que foram interrompidos os exames eletivos na maioria dos países pela exigência de priorização de urgências e contenção de disseminação do SARS – CoV- 2. 

Em relação a essa problemática, autores como Ribeiro, Correa e Migowski (2022) apontam que as restrições do rastreamento do câncer do colo de útero podem ter provocado avanço desse tipo de neoplasia em todo o país, em razão da repercussão negativa nas buscas aos serviços de saúde, assim como na execução do método, podendo desse modo ter gerado impactos diretos à saúde do público feminino.

No tocante a Figura 2, é perceptível identificar que na medida em que amplia a prática de exames citopatológicos, o resultado de exames alterados cresce gradativamente, mesmo que de forma discreta. Posto isso, entre 2017 a 2022, foram detectados 17.089 exames alterados, sendo 1.759 em 2017, ao passo que foram 2.295 em 2018, 3.098 em 2019, 1.462 em 2020, 4.047 2021 e respectivamente 4.428 em 2022.

Este crescimento é esperado, seguindo a lógica de que ao aumentar a cobertura de exames, capta-se mais mulheres e, portanto, possibilita diagnosticar mais o CCU e as modificações que o precedem. A variável exame alterado integra uma ou mais atipias e não envolvem as alterações benignas, classificadas como inflamação e reparação (BARROS et al., 2021).

As alterações identificadas nos exames citopatológicos, podem ser categorizadas em: células atípicas de significado indeterminado; células glandulares atípicas de significado indeterminado; células escamosas atípicas de significado indeterminado e células atípicas de origem indefinida, ou sejam, transformações possivelmente não neoplásicas (MATTOS; SANTOS, 2021).

No que se refere às células escamosas, as lesões intraepiteliais de baixo grau apresentam pouca progressão no desenvolvimento do câncer cervical, pois cursa, normalmente, para a regressão espontânea, especialmente em mulheres com idade inferior a 30 anos, tornando-se menos propício de evolução para carcinoma invasivo (SANTANA et al., 2022).

Entretanto, as lesões intraepiteliais de alto grau dispõe de uma maior probabilidade de progredirem para o câncer invasivo, devido a alguns subtipos possuírem predominantemente potencial oncogênico. Logo, é crucial a execução de um acompanhamento e terapêutica adequada, considerando o grau da lesão, para que o risco de avanço para o CCU seja minimizado (MATTOS; SANTOS, 2021).

No que concerne às alterações glandulares, os adenocarcinomas manifestam acentuada chance de erros no diagnóstico e consequentemente, um mal prognóstico, em função das lesões surgirem a partir das células glandulares produtoras de muco do endocérvice, as quais podem não serem verificadas durante a leitura da lâmina (FARIAS et al., 2022)

Diante desse cenário, dentre as principais estratégias para garantir um maior rigor no rastreamento, está a capacitação dos profissionais de saúde, padronização dos registros, controle da disponibilidade de serviço, e gestão do funcionamento dos sistemas de informação (HARTMANN et al., 2018).

Ademais, além da promoção de uma adequada investigação e seguimento das mulheres com alterações confirmadas, realça-se a pertinência da classificação citológica de maneira correta, para que a continuação assistencial seja apropriada e eficaz (DINIZ et al., 2020).

Quanto à realização prévia ou não do exame de citologia do colo, figura 3, mostra que 76% das mulheres declararam já terem feito anteriormente esse exame, ao mesmo tempo as que não fizeram representaram 14 %.  Os demais (10%) ou não sabiam informar ou não havia essa informação no prontuário ou ficha de atendimento.

O fato de 14% das mulheres não terem realizado previamente o exame citopatológico do colo do útero no período estudado pode ser justificado de acordo com Bezerra et al. (2021) pelas seguintes razões: emocionais, vergonha, medo, inadequações do serviço de saúde, culturais e educacionais, falta de entendimento das instruções médicas e a desinformação quanto a esse tipo de exame.

Com base nesse panorama, percebe-se que embora o acesso universal, formalizado pela constituição federal, tenha derrubado barreiras formais, dificuldades em decorrência em estabelecer um fluxo assistencial adequado nos serviços de saúde são frequentes, o que produz falhas no processo de continuidade de cuidado (SÁ et al., 2020). É tanto, que sobre a periodicidade do exame citológico do colo do útero, o Ministério da Saúde recomenda que ele seja feito uma vez por ano e, se dois exames consecutivos forem negativos, a cada três anos (BRASIL, 2016).

Na figura 4, verificou-se que predomina a realização do exame dentro do período recomendado, ainda que uma parcela significativa das pacientes não segue as indicações sobre a periodicidade.

Um estudo realizado por Soares, Pereira e Silva (2020) no estado de São Paulo abordando que cerca de 59,4% das mulheres realizam o exame no período adequado entra em consonância com o presente estudo, o qual mostrou que a maioria das usuárias do estado de Alagoas respeitam o tempo preconizado para realizar o exame citopatológico.

Apesar disso, uma quantidade expressiva de usuárias não realiza o exame conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Para Rodrigues et al. (2015), existem vários fatores que levam as mulheres a não adesão ao exame, ou a levarem muito tempo para realizá-lo novamente. Dentre eles, estão: o desconhecimento sobre o exame, ter um parceiro fixo, não manifestar sintomas ou queixas ginecológicas, não possuir infecções sexualmente transmissíveis, vergonha e medo do procedimento, falta de conhecimento sobre a periodicidade do preventivo, entre outros motivos.

A vergonha e o constrangimento são os motivos mais observados que levam as pacientes a não realizarem o exame de maneira recorrente. Devido a exposição e a manipulação corporal que o preventivo requer, as mulheres tendem a se sentir inferiores, acentuando ainda mais quando o profissional é do sexo masculino. Tais fatores causam desconforto às pacientes, que ficam mais tensas, levando ao aumento da contração pélvica e gerando dor, o que acarreta em mulheres não querendo repetir o exame (BAÍA, 2018).

É importante ressaltar que a idade avançada também é uma das razões que levam as mulheres idosas, com maiores fatores de risco, a não realizarem o exame. Em um estudo executado por Feitosa et al. (2017), observou-se que 75% das usuárias com idade mais avançada tinham menos informações ou referências inadequadas, pois em décadas passadas havia menos pesquisas sobre o exame Papanicolau, assim como o incentivo a sua realização.

Dessa forma, a não adesão ao procedimento de forma contínua torna-se um desafio para o sistema de saúde. Para que isso seja modificado, é preciso que os serviços e os profissionais assumam um papel fundamental para sensibilizar a população sobre o exame, sua importância e como sua realização periódica é importante para a saúde ginecológica das mulheres entre as idades de 25 a 64 anos (OLIVEIRA, 2016).

Ademais, a realização do exame citopatológico faz parte da consulta de ginecologia em enfermagem, espaço que fortalece o vínculo da usuária com o profissional, tornando este um ambiente indispensável para acolher, educar, ouvir e empoderar as mulheres, para que elas tenham autonomia sobre a própria saúde, a fim de tomar decisões com base nos conhecimentos adequados que serão informados pela enfermagem, fazendo com que a paciente seja protagonista sobre seu viver e tenha hábitos que lhe permitirão ter mais qualidade de vida (MELO et al., 2021).

Assim, os profissionais de enfermagem precisam reconhecer as razões pelo qual as mulheres não aderem ao exame para que estratégias de captação sejam implementadas, visto que ações de educação podem aumentar a adesão das usuárias através de informação e sensibilização quanto a importância do exame ser realizado no período preconizado (PEIXOTO et al., 2020).

No tocante aos motivos que levam as mulheres a realizarem o exame de Papanicolau, notou-se que o rastreamento foi o mais prevalente, sendo acompanhado em seguida por seguimento, indicado para casos de acompanhamento ou que passaram por tratamento de lesões, e posteriormente de repetição, designado para pacientes que apresentaram resultado alterado por lesão de baixo grau ou células escamosas atípicas no primeiro exame (TABELA 1).

Em estudos elaborados por Paiva (2018) e Abreu (2020), observou-se que a maioria das participantes realizam o exame para rastreamento, onde os índices foram de 88,6% e 80,3%, respectivamente. Dessa forma, corroboram com os dados encontrados nessa pesquisa, na qual percebeu-se que as taxas de mulheres que buscam o exame para rastreamento superam os 99% nos seis anos pesquisados. 

Tabela 1 – Motivos da realização do citopatológico no estado de Alagoas, segundo ano competência (2017-2022).

Apesar do índice menor, observou-se que uma quantidade de mulheres busca o exame com a finalidade de repetição e seguimento, sendo ambos os valores foram inferiores a 1%. Um estudo epidemiológico mais recente, realizado por Filho et al. (2022) no estado do Maranhão apresentou índices semelhantes, onde 98% das mulheres realizam o exame com a finalidade de rastreamento, enquanto seguimento e repetição estão abaixo de 2% dos resultados.

O exame citopatológico, método de preferência para o rastreamento do CCU, é extremamente importante para o reconhecimento de células que apontam anormalidades para que sejam iniciadas as investigações a respeito de tumores, visto que o exame permite analisar os componentes presentes na ectocérvice e endocérvice que são removidas por meio da raspagem do colo do útero (MACIEL; SOUZA; AOYAMA, 2020).

O rastreamento, realizado na atenção primária, permite o diagnóstico precoce de neoplasias e a identificação de lesões celulares antes de sua evolução para o câncer, sendo a melhor estratégia para prevenção. Dessa forma, torna-se possível diminuir a mortalidade por CCU em cerca de 80% e consequentemente a efetividade das terapias, destacando a importância da realização do exame no tempo recomendado (MORAIS et al., 2021).

O Ministério da Saúde pontua que a atenção às mulheres que são populações alvo para o rastreamento do CCU deve ser realizada de forma minuciosa. Assim, a consulta de enfermagem em ginecologia deve ser voltada para o esclarecimento de dúvidas, disseminar informações sobre frequência do exame e realizar ações direcionadas para prevenção, sensibilizando a mulher sobre os benefícios do rastreamento (BRASIL, 2013).

Isso torna-se imprescindível, principalmente em estados cujo índice de colo uterino é mais recorrente, como Centro-Oeste, Norte e Nordeste, indicando que há uma deficiência no acesso das mulheres aos serviços de saúde, incluindo o exame preventivo. Nesse contexto, sem a realização de exames de rastreamento ou não adesão a estes, os índices de mortalidade por CCU nesses locais não diminuirão (INCA, 2020; BARBOSA et al., 2016).

Quanto aos exames realizados para seguimento, é extremamente importante para que complicações sejam detectados, como: as endometrites, lesões residuais, instituição de tratamentos menos invasivos, diminuição do risco de câncer pós-terapia conservadora e verificar pacientes com menor demanda de vigilância (BRASIL, 2016).

No que concerne à faixa etária, identificou-se que cinco grupos possuíram maior incidência de CCU nos anos analisados. São eles: usuárias entre 20-34 anos (16%), 35-49 anos (37%), 50-64 anos (31%) e 65-74 anos (15%). É possível observar que o carcinoma epidermóide invasor é o de maior recorrência, o que corrobora com o indicado pelo INCA (2021a), que relata este como o tipo de câncer de maior incidência no Brasil.

A subnotificação que permeia os casos de CCU é um panorama que resiste no país, realidade que interfere e paralisa o desenvolvimento de atividades preventivas e das terapias não holísticas (VAZ et al., 2020a). Apenas em 2017 houve a criação da Lei da Notificação Compulsória do Câncer (Lei 13.685/2018), que regulamentou a exigência das notificações de todos os casos de câncer por parte dos serviços de saúde públicos e privados, desde o diagnóstico das neoplasias (BRASIL, 2018).

Durante a busca dos resultados dessa pesquisa, foi observada a falta de registro dos casos de CCU no estado de Alagoas, uma vez que em vários anos não possuíam nenhum dado, como pode ser visto na tabela 2 nos casos de carcinoma epidermóide invasor e Adenocarcinoma in situ na faixa etária até 19 anos, assim como casos de adenocarcinoma in situ e invasor nas mulheres acima de 65 anos.

Em contrapartida, observou-se um súbito aumento nos índices de carcinoma epidermóide invasor na faixa etária de 50 a 64 anos, se comparado às outras faixas etárias. 

Tabela 2 – Incidência de alterações benignas e atipias no estado de Alagoas, de acordo com a faixa etária (2017 – 2022).

Habitualmente, neoplasias cervicais atingem mulheres que estão na faixa etária reprodutiva, principalmente naquelas que estão com idade acima de 35 anos, onde os maiores índices acometem usuárias na faixa etária de 45 a 50 anos de idade (INCA, 2021b).

Além das alterações cancerosas, o exame permite a identificação de modificações benignas que podem acometer a região uterina. Foi observado que estas alterações ocorreram em maior número se comparadas às alterações atípicas, como mostrado na tabela 2. 

Dentre as alterações benignas apontadas, pode ser destacada a inflamação, que teve maior número de casos, principalmente entre os 20 a 29 anos de idade. Esse achado pode significar um possível desequilíbrio presente na flora genital, onde o índice cai consideravelmente entre as faixas etárias seguintes.

No que tange à atrofia com inflamação, é possível observar casos mais significativos entre 50 a 64 anos. Já os casos de metaplasia escamosa foram evidentes entre 20 a 49 anos, mas em menor quantidade que os citados anteriormente.

É necessário ressaltar a relevância dos casos de metaplasia escamosa, visto que essa alteração é um importante indicador para que seja feito um acompanhamento e exames de seguimento na mulher, pois ao passo em que a maturação celular não acontece, esse epitélio que se encontra em mutação pode progredir para alterações malignas (ROGRIGUES; BRINGEL; VIDAL, 2013).

Referente ao nível de escolaridade das mulheres observou-se que em praticamente todos os anos analisados essa variável deixou de ser caracterizada, tabela 3. Esse déficit no preenchimento adequado das fichas e, por consequência, na falta do abastecimento do sistema acaba ocultando a ligação que o agravo tem com os assuntos socioeconômicos.

Tabela 3 – Escolaridade de mulheres que realizaram o exame citopatológico no estado de Alagoas, segundo ano competência (2017-2022).

Em concordância com o descaso na consideração da escolaridade no preenchimento das fichas das mulheres no momento de realizar o exame citopatológico, o estudo descritivo elaborado por Nogueira et al. (2021), observou que em 70% das consultas a escolaridade foi ignorada.

A escolaridade é uma variável indispensável, visto que mulheres que possuem um nível de escolaridade mais baixo, habitualmente tendem a ter um menor acesso aos conhecimentos referentes aos cuidados com a saúde. Assim, a busca pela realização de exames citopatológicos são diretamente interferidos, refletindo no aumento de recorrência das neoplasias e outros problemas ginecológicos nas mulheres (MASCARELLO; ZANDONADE; AMORIM, 2013).

Um estudo realizado em território nacional por Mascarello, Zandonade e Amorim (2013), observou que mulheres com a escolaridade menor, manifestam maiores riscos de desenvolvimento do câncer do colo do útero, assim como o risco de receber o diagnóstico tardiamente da neoplasia. Diante dessa ótica, pode haver um aumentando a gravidade da doença e a agressividade do tratamento, podendo o mesmo ter menor eficácia, visto que estas possuem menos conhecimento sobre o exame (VERI; ROCHA-LIMA; MARQUES, 2021).

Nesse contexto, é importante identificar o nível de escolaridade das mulheres em uma determinada região, pois se torna possível implementar políticas de prevenção e elaborar ações que levem conhecimento. Dessa forma são levadas informações para a população sobre a importância do exame e a sua periodicidade, aumentando a adesão das mulheres ao exame e hábitos de rotina dos serviços de saúde, acarretando na diminuição da mortalidade de mulheres decorrente de CCU (AMORIM, 2018).

A partir dos achados deste estudo, foi possível identificar um aumento significativo na quantidade de exames citopatológicos realizados por usuárias no estado de Alagoas. Os anos de 2019 e 2022 foram os que apresentaram a maiores porcentagens de procedimentos realizados, contudo, observou-se uma redução expressiva dos dados referentes ao ano de 2020, visto que a pandemia da Covid-19 está diretamente associada. 

Foi possível verificar que a maior parte das mulheres realizaram o exame dentro da periodicidade recomendada, assim como muitas delas sabiam se já haviam realizado o exame anteriormente.  Ademais, um número expressivo de mulheres realizou o exame dentro do período de pesquisa, reflexo das ações educativas que estimulam, incentivam e informam as mulheres sobre a realização do procedimento.

Foi possível analisar também que mais de 99% das mulheres buscam o exame para o rastreamento, que possui grande importância na redução da mortalidade por CCU, além de permitir o diagnóstico precoce de patologias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no objetivo da pesquisa, que visa identificar a situação epidemiológica do câncer de colo de útero no estado de Alagoas, concluiu-se que houve um crescimento exponencial na adesão ao rastreamento no colo de útero nos anos de 2017 a 2019, enquanto que em 2020, evidencia-se o menor quantitativo, com apenas 94.797, o que demonstra os impactos advindos da pandemia.

Diante da análise dos dados, foi possível observar que uma das grandes limitações do estudo foi a falta de informações fornecidas no DATASUS a respeito da incidência dos cânceres nas faixas-etárias, assim como o nível de escolaridade das mulheres. Somado a isso, atenta-se para a necessidade de aumentar as variáveis que são desconsideradas e escassas de dados, como a etnia da população.

Nesse contexto, destaca-se a falha no preenchimento das fichas e alimentação do sistema, assim como na subnotificação de casos de CCU. É preciso sensibilizar a equipe sobre a importância de preencher corretamente as filhas e notificar todos os casos, visto que guiam as ações educativas que serão realizadas para aumentar a adesão e educação das mulheres sobre os exames, o diagnóstico precoce e as medidas preventivas das neoplasias. 

Perante essas considerações, anseia-se que essa pesquisa oferte informações que possam colaborar para o incentivo da implantação de atividades e condutas de prevenção que tenham mais eficácia, contribuindo para a diminuição no número de casos de CCU, principalmente com a atuação dos gestores da saúde.

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1Graduanda do curso de Enfermagem da Faculdade Centro Universitário Cesmac.
E-mail: milly_thalyta@outlook.com

2Graduanda do curso de Enfermagem da Faculdade Centro Universitário Cesmac.
E-mail: emmanuellesouza85@gmail.com

3orcid.org/0000-0003-3295-1006
Enfermeiro, Docente do CESMAC E DA UNCISAL , Mestre em ciências da saúde – UNIFESP
E-mail: josemiralmeida@hotmail.com

4orcid.org/0000-0003-4216-193X
Enfermeira, Docente do CESMAC. Especialista em epidemiologia, saúde pública e administração hospitalar e epidemiologia para o monitoramento e resposta às emergência em saúde pública.
E-mail: marleneslima10@gmail.com

5Enfermeira. Docente do CESMAC. Especialista em enfermagem do trabalho.
E-mail: Polly@rotacar.com.br.