SÍNDROMES HIPERTENSIVAS EM GESTANTES E PUÉRPERAS NO DISTRITO FEDERAL: NÚMEROS DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

HYPERTENSIVE SYNDROMES IN PREGNANT AND PUERPEROUS WOMEN IN THE FEDERAL DISTRICT: FIGURES FROM THE LAST 10 YEARS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10905807


Leonardo Brasseiro Moreira1
Orientador: Marcílio Wellington Machado Dias2


Resumo

As doenças hipertensivas relacionadas ao período gestacional são condições com alta morbimortalidade. Nos últimos anos, o manejo dessas condições melhorou bastante, mas os números nacionais ainda não estão em níveis adequados. O objetivo do presente trabalho é recensear os números do Distrito Federal a respeito das síndromes hipertensivas relacionadas à gestação nos últimos 10 anos. Para tanto, foram buscados dados na plataforma DATASUS. Os dados foram extraídos do Sistema De Informações Sobre Morbidade Hospitalar, por local de internação, considerando o número de internações, o número de mortes e a taxa de mortalidade. Além disso, aplicou-se filtro para lista de morbidades conforme a CID-10, considerando as síndromes hipertensivas da gestação – CID O10 a O16, e demais filtros conforme caráter de atendimento, idade e cor maternas. Percebeu-se, nesse período, aumento de internações por essas síndromes, sendo os últimos quatro anos responsáveis por quase 50% de todos os casos. A maior parte das internações é emergencial. O perfil epidemiológico dessas síndromes é o da mulher dos 30 aos 34 anos e de cor parda, com indícios de maior risco conforme o nível socioeconômico. Essa realidade acompanha os números nacionais e internacionais, embora mais estudos sejam necessários para melhor elucidá-la.

Palavras-chave: Hipertensão. Gestação. Pré-Eclâmpsia. Eclâmpsia.

ABSTRACT

Hypertensive diseases related to the gestational period are conditions with high morbidity and mortality. In recent years, the management of these conditions has improved significantly, but national numbers are still not at adequate levels. The objective of this work is to census the numbers in the Federal District regarding hypertensive syndromes related to pregnancy in the last 10 years. To this end, data was searched on the DATASUS platform. The data were extracted from the Hospital Morbidity Information System, by place of hospitalization, considering the number of hospitalizations, the number of deaths and the mortality rate. Furthermore, a filter was applied to the list of morbidities according to ICD-10, considering hypertensive syndromes during pregnancy – ICD O10 to O16, and other filters according to the type of care, maternal age and color. During this period, an increase in hospitalizations for these syndromes, with the last four years accounting for almost 50% of all cases. Most hospitalizations are emergencies. The epidemiological profile of these syndromes is that of women aged 30 to 34 and of mixed race, with signs of greater risk depending on socioeconomic level. This reality follows national and international figures, although more studies are needed to better elucidate it.

Keywords: Hypertension. Gestation. Preeclampsia. Eclampsia.

Introdução

A alteração pressórica no período gestacional, sobretudo a hipertensão arterial, é uma importante causa de mortalidade materno-infantil em todo o mundo1. A incidência mundial de pré-eclâmpsia está na faixa de 3 a 4%2,3 e sabe-se que quase cinquenta mil mulheres morrem todos os anos, de forma direta ou indireta, em razão de alterações pressóricas na gestação4. No Brasil, de 1,5 a 8% de todas as gestações apresentam alterações pressóricas maternas compatíveis com pré-eclâmpsia e cerca de 0,6%, com eclâmpsia5. A pré-eclâmpsia, apenas no EUA, afeta cerca de 3 a 10% das gestações2 e, na França, as síndromes hipertensivas gestacionais afetam cerca de 7,4% das gestações6.

 Considera-se como hipertensão arterial a elevação da pressão arterial sistólica (PAS) em valores maiores ou iguais a 140 e/ou de pressão arterial diastólica (PAD) igual ou maior a 90mmHg.  Suas principais representantes nosológicas – agrupadas sobre o termo “DHEG” – doenças hipertensivas específicas da gestação, classicamente são a pré-eclâmspsia e a eclâmpsia. Atualmente, também se consideram dentro das chamadas “síndromes hipertensivas”,  a hipertensão arterial crônica na gestante, a pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica e a hipertensão gestacional7. A diferenciação entre essas doenças se dá principalmente por critérios objetivos em relação ao momento de seu aparecimento em relação ao período gestacional e a certas manifestações clínico-laboratoriais8. A conceituação de cada uma delas pode ser vista no quadro abaixo.

Quadro 1. Conceito das Síndromes Hipertensivas da Gestação.

Pré-EclâmpsiaHipertensão arterial e proteinúria significativa, ou evidência de lesão de órgão alvo, em gestante previamente normotensa, a partir da 20ª semana de gestação.
EclâmpsiaPré-eclâmpsia complicada pelo aparecimento de convulsões tonico-clônicas generalizadas, sem outra patologia que as explique melhor.
Hipertensão arterial crônicaGestante com doença hipertensiva conhecida antes do período gestacional.
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial crônicaGestante com doença hipertensiva conhecida antes do período gestacional, com piora do controle pressórico e aparecimento de proteinúria e/ou lesão de órgão-alvo durante a gestação.
Hipertensão gestacional:Aumento da pressão arterial no período gestacional sem proteinúria/lesão de órgão-alvo e sem relação temporal com a idade gestacional.
Fonte: próprio autor.

A fisiopatologia das síndromes hipertensivas, no período gestacional, não é totalmente compreendida. Há várias teorias, inclusive as que relacionam o sexo biológico do feto com o desenvolvimento e a gravidade da doença9. No entanto, a teoria mais aceita para explicar a história natural dessas doenças envolve desde os hábitos e estilo de vida maternos antes e durante a gestação – com o aparecimento de hipertensão arterial, bem como por alterações no processo de formação dos vasos espiralados, necessários à placentação, com ocorrência de processo isquêmico regional e liberação de citocinas e substâncias quimiossinalizadores na corrente sanguínea, levando à elevação da pressão arterial, no caso das DHEG 7.

Nos últimos anos, apesar dos vários avanços no manejo da síndromes hipertensivas, os números mundiais relacionados a essas condições apresentam aumento significativo10. Além disso, sabe-se também que as medidas de incidência e prevalência dessas síndromes apresentam importante variação socio-regional, conforme o nível socioeconômico das diferentes localidades, com maior índice em regiões mais pobres e com menor acesso ao sistema de saúde 5.

Por isso, o objetivo do presente trabalho é quantificar epidemiologicamente os números das síndromes hipertensivas, no Distrito Federal, nos últimos 10 anos, bem como estabelecer um comparativo desses números com a realidade nacional e internacional.  

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, cujos dados foram obtidos na plataforma DATASUS/TABNET, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS). A idéia para o estudo adveio da contato diário com pacientes no Hospital Regional do Paranoá, durante o período da residência em Ginecologia e Obstetrícia. Os dados foram extraídos do SIH (Sistema De Informações Sobre Morbidade Hospitalar), por local de internação, considerando o número de internações, o número de mortes e a taxa de mortalidade. Foram selecionados os últimos 10 anos. Além disso, aplicou-se filtro para lista de morbidades conforme a CID-10, considerando as síndromes hipertensivas da gestação – CID O10 a O16, e demais filtros conforme caráter de atendimento, idade e cor maternas. Não foi utilizada a CID-11, uma vez que tal categorização ainda não foi implementada no DATASUS.

Após a extração dos dados, os resultados foram compilados em planilhas e comparados com os dados disponíveis em artigos científicos encontrados em bancos de artigos validados cientificamente, como SCIELO, PUBMED e MEDLINE, utilizando-se as palavras-chave “síndrome hipertensiva”; “gestação”; “pré-eclâmsia”, “eclâmpsia” e suas variantes em língua inglesa, de modo a estabelecer um comparativo entre a realidade local, nacional e os números internacionais. Por fim, os artigos encontrados também foram utilizados como fundamento das discussões, com o mesmo intuito comparativo. Artigos de outras fontes, conforme sua adequação ao tema, também foram utilizados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nos últimos 10 anos, isto é, de 2012 a 2022, houve 22.172 internações de gestantes ou puérperas por quadros hipertensivos, no Distrito Federal, dos quais 308 ocorreram em caráter eletivo e 21.864, em caráter de urgência. Percebe-se aumento progressivo, quase linear, do número de internações ao longo desses anos, conforme pode ser visto no gráfico abaixo (gráfico 1). O número de óbitos indicados, durante essas internações, não é alto, figurando em  16, com taxa de mortalidade de 0,07% (tabela 1).

Tabela 1. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por transtornos hipertensivos na gravidez e puerpério, no Distrito Federal, nos últimos 10 anos.

AnoInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
2012178220,13
2013177610,06
2014135320,15
20151386
2016158420,13
2017175030,17
2018214930,14
20192482
20202476
2021286610,03
2022256810,04
Total22172160,07
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH), DATASUS (2023)

Gráfico 1. Internações por transtorno hipertensivo na gestação/puerpério nos últimos 10 anos, no Distrito Federal.

Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH), DATASUS (2023)

Considerando a cor ou raça, nota-se que o número de mulheres pardas afetadas é maior (4.580), seguido pelas mulheres brancas (1.314). No entanto, o maior contingente de casos, conforme os dados disponíves, não apresenta informação sobre raça ou cor (15.625) (tabela 2).

Tabela 2. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por transtornos hipertensivos na gravidez e puerpério, no Distrito Federal, nos últimos 10 anos, conforme a raça/cor.

Cor/raçaInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
Branca131410,08
Preta534
Parda458010,02
Amarela117
Indígena2
Sem informação15625140,09
Total22172160,07
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH), DATASUS (2023)

Considerando, por sua vez, a faixa etária materna – especificamente no período reprodutivo, percebe-se que o maior contingente se concentra nas mulheres de 30 a 34 anos (4.904), seguido pelo daquelas com 25 a 29 anos (4.860), ou seja, no menacme.

Tabela 3. Número de internações, óbitos e taxa de mortalidade por transtornos hipertensivos na gravidez e puerpério, no Distrito Federal, nos últimos 10 anos, conforme a faixa etária.

Faixa etáriaInternaçõesÓbitosTaxa de mortalidade (%)
10 a 14 anos102
15 a 19 anos207620,1
20 a 24 anos422540,09
25 a 29 anos486020,04
30 a 34 anos490440,08
35 a 39 anos411910,02
40 a 44 anos172930,17
45 a 49 anos140

Percebe-se, nos números acima, um aumento progressivo do número de casos de alteração pressórica na gestação no Distrito Federal, nos últimos 10 anos, com aumento progressivo de internações por síndromes hipertensivas no período. Os anos em que esse número foi maior foram 2019, 2020, 2021 e 2022, responsáveis por cerca de 46% do total. O aumento dos casos de síndrome hipertensiva, no último triênio, pode ter relação com a pandemia do SARS-COV-2, uma vez que há indícios, na literatura científica, de maior número de casos de síndrome hipertensiva na gestação durante a pandemia11. Além disso, sabe-se que os números relacionadas à morbimortalidade por doenças hipertensivas da gestação se relacionam com outros determinantes de saúde, dentre os quais o nível socioeconômico. Nesse sentido, um estudo nacional, envolvendo mulheres gestantes das 27 unidades federativas do Brasil, identificou 428 casos de eclâmpsia, com piores índices de morbimortalidade conforme índices de renda relatados para cada região (5). Comparativamente, uma metanálise da população etíope indica maiores taxas de internação e morbimortalidade do que em países mais ricos12.

As síndromes hipertensivas da gestação trazem riscos materno-fetais no período gestacional e puerperal10. Numa coorte chinesa, a qual acompanhou 2.368 pacientes, categorizadas conforme o tipo específico de síndrome hipertensiva, percebeu-se maior risco que a população em geral para eventos adversos na gestação, tais como perda fetal, aborto e morte perinatal, bem como morte materna. No universo de mulheres com hipertensão na gravidez, 39,9% relataram algum evento adverso durante a gestação, sendo aquelas com pré-eclâmpsia de início precoce as mais afetadas (OR 7,28, IC 95%, 2,68 – 19,7913. Notavelmente, em uma revisão sistemática e metanálise, houve indícios de que a hipertensão durante a gestação se relaciona positivamente com aumento do índice de massa corporal (IMC), com aumento do risco cardiovascular e com aumento do risco do desenvolvimento de hipertensão arterial durante a vida adulta, em adultos gestados por mães hipertensas1.

Os efeitos das síndromes hipertensivas na gestação, no entanto, não se concentram apenas no período gestacional. Sabe-se que muitas mães continuam com alterações pressóricas no período puerperal e, algumas, para toda a vida. Nesse sentido, uma metanálise de 2021, a qual avaliou 73 estudos que compararam tal risco com mulheres normotensas, indica maior risco cardiovascular geral (OR 2,05, IC 95%, 1,9-2,3), maior risco de morte por doença cardiovascular (OR 1,8, IC 95%, 1,6-2), hipertensão arterial sistêmica (OR 3,93, IC 95%, 3,1-5), dislipidemia (OR 1,32, IC 85%, 1,3-1,4), dentre várias outras14.  Numa coorte americana, comparando-se 60.580 mulheres expostas às síndromes hipertensivas com 123.140 não expostas, a mortalidade geral por qualquer causa mostrou-se maior no primeiro grupo (RR 1,65, IC 95%, 157 – 1,73). Quanto às causas específicas de mortalidade no grupo das expostas, percebeu-se maior número de casos envolvendo diabetes (RR 2,8, IC 95%, 2,20 – 3,55), doença coronariana (RR 2,23, IC 95%, 1,90 – 2,63) e acidente vascular encefálico (RR 1,88, IC 95%, 1,53 – 2,32)15. Na mesma linha, numa coorte, comparando 488 gestantes, aquelas que tiveram síndromes hipertensivas durante a gestação tiveram maior risco de síndrome metabólica do que as que não foram tiveram, com incidência de 57,5 para cada 1.000 no primeiro caso, contra 16,9 para cada 1.000, no segundo16.

A modificação no estilo de vida, e alteração de hábitos danosos, apresenta evidências positivas no sentido do controle e da prevenção das síndromes hipertensivas no período gestacional. Uma metanálise do ano de 2014, envolvendo 18 estudos, com 8.712 mulheres participantes, indica que alterações dietéticas, prática de atividades físicas, cessação do tabagismo e suplementação de com ácidos graxos foram capazes de reduzir o risco de pré-eclâmpsia (RR 0,81, IC 95%, 0,69-0,94; p= 0,006). Especificamente, as intervenções dietéticas reduziram o risco de pré-eclâmpsia em 33% (RR 0,67, 95% ic, 0,63-0,85; p = 0,001) 17.

CONCLUSÕES

Percebe-se que houve aumento progressivo, quase linear, no número de internações por síndromes hipertensivas na gestação nos últimos 10 anos, no Distrito Federal, sendo os últimos quatro anos responsáveis por quase 50% de todos os casos, com predomínio das internações emergenciais. O perfil epidemiológico relacionado às síndromes hipertensivas da gestação, nessas pacientes, é o da mulher jovem, dos 30 aos 34 anos e de cor parda. Essa realidade acompanha os números nacionais e internacionais. Isso pode, em parte, ser explicado por alterações nos critérios diagnósticos – com maior número de casos detectados e intervenções oportunas, em razão da maior sensibilidade diagnóstica7. Da mesma forma, recentemente a pandemia do novo-Coronavírus também pode estar na raiz da explicação de parte desse aumento, principalmente nos últimos quatro anos, uma vez que houve indícios de que a infecção pelo vírus – e o contexto pandêmico, tenham aumentado o número de casos11, 18.

O presente estudo encontra-se limitado por sua metodologia. Os dados fornecidos na DATASUS são incompletos, com dificuldade de se estabelecer correlações estatísticas importantes, sobretudo no que tange a características étnicas e socioeconômicas, como cor/raça. Isso importa, uma vez que se sabe que há maior número de casos de síndromes hipertensivas em grupos sociais e localidades mais pobres5. Por isso, mais estudos são necessários para determinar melhor esses números e elucidar melhor tal realidade.

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1MÉDICO RESIDENTE EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – HOSPITAL REGIONAL DO PARANOÁ; orcid.org/0009-0007-5926-3648; dr.leobm@gmail.com
2Graduação Médica pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Materno Infantil de Brasília – HMIB Especialista em Ginecologia e Obstetrícia Preceptor da Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Região Leste