SÍNDROME METABÓLICA: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO PRECOCE E INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS

METABOLIC SYNDROME: PREVENTION, EARLY DIAGNOSIS AND THERAPEUTIC INTERVENTIONS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202502111330


Carla Guerra Brugnera; Marciely Maria de Lima Abreu; Ana Gabriela Vasconcelos Cisne; Maurício Medeiros de Freitas Neto; Yasmim Figueiredo Pereira; Gabriel Augusto Mattei Battisti; Bárbara de Pinho Prisco Damasceno; Gabriel Fernandes Murad; Catiane Ferreira Santana; Carlos Daniel Spindola Melo; Marcos Gonçalves Amorim Dos Santos Filho; Lys Ponte Moreira Baratta; Guilherme Sousa Batista; Antonio Victor Azevedo Sena; Ana Paula Rodrigues da Silva e Silva


Resumo

A síndrome metabólica é um conjunto de condições clínicas inter-relacionadas que aumentam significativamente o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações graves à saúde. Diversos estudos têm enfatizado a importância do diagnóstico precoce para a gestão eficaz da síndrome metabólica. A identificação precoce dos fatores de risco e a implementação de intervenções terapêuticas podem retardar a progressão da doença e prevenir complicações. O presente artigo tem como objetivo geral revisar as estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e intervenções terapêuticas mais recentes para o manejo da síndrome metabólica. A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, a pesquisa foi conduzida com os termos “Síndrome Metabólica”, “Prevenção”, “Diagnóstico Precoce”, aplicando o operador booleano “AND”. A revisão bibliográfica revelou que a síndrome metabólica representa um grande desafio para a saúde pública global, com uma crescente prevalência associada a fatores como obesidade, sedentarismo e dieta inadequada. A detecção precoce e o manejo adequado dos fatores de risco, como hipertensão, hiperglicemia e dislipidemia, são fundamentais para a prevenção de complicações graves, como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A revisão bibliográfica destaca a importância de uma abordagem integrada, que combine intervenções farmacológicas e não farmacológicas, como a modificação do estilo de vida, para o controle da síndrome metabólica e a redução dos impactos à saúde. No entanto, para que essas estratégias sejam eficazes, é essencial o fortalecimento das políticas públicas voltadas para a promoção de hábitos saudáveis e o acesso a tratamentos adequados. A implementação de programas de diagnóstico precoce e a educação em saúde são essenciais para mitigar a progressão da síndrome e suas complicações. A continuidade das pesquisas e o aprimoramento das intervenções terapêuticas têm o potencial de transformar o manejo da síndrome metabólica, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo os custos com tratamentos de doenças crônicas associadas.

Palavras-chave: Síndrome Metabólica. Prevenção. Diagnóstico Precoce.

1. INTRODUÇÃO

A síndrome metabólica é um conjunto de condições clínicas inter-relacionadas que aumentam significativamente o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações graves à saúde. Ela é caracterizada pela presença de fatores como obesidade abdominal, hipertensão, hiperglicemia, dislipidemia e resistência à insulina. O aumento da prevalência da síndrome metabólica tem sido um dos principais desafios para a saúde pública em todo o mundo, especialmente em países com altos índices de sedentarismo e dietas desequilibradas. (RAMOS, 2022).

A principal preocupação em relação à síndrome metabólica está em sua alta associação com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e o risco de complicações crônicas, como o infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Além disso, a resistência à insulina e os distúrbios metabólicos presentes na síndrome contribuem para a progressão de doenças como o diabetes tipo 2, o que torna a detecção precoce e a prevenção ainda mais essenciais para a redução da mortalidade e morbidade associadas a essas condições. (MARTÍNEZ et al, 2021).

Diversos estudos têm enfatizado a importância do diagnóstico precoce para a gestão eficaz da síndrome metabólica. A identificação precoce dos fatores de risco e a implementação de intervenções terapêuticas podem retardar a progressão da doença e prevenir complicações. Estratégias como a modificação do estilo de vida, com ênfase em uma alimentação balanceada e aumento da atividade física, são consideradas as primeiras linhas de tratamento. Além disso, a monitorização regular de fatores como pressão arterial, níveis de glicose e lipídios no sangue é essencial para o controle da síndrome. (PINHO et al, 2014).

Portanto, o objetivo deste artigo é revisar as estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e intervenções terapêuticas mais recentes para o manejo da síndrome metabólica, com o intuito de destacar a importância da detecção precoce e do tratamento adequado para evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

2. METODOLOGIA 

A pesquisa adotou uma metodologia que combina análise, descrição e exploração, fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente. O objetivo principal desta revisão é compilar, sintetizar e analisar os achados de estudos anteriores sobre miomas uterinos. Esse método integra informações já publicadas, oferecendo uma visão crítica e estruturada do conhecimento disponível. A abordagem metodológica combina diversas estratégias e tipos de pesquisa, possibilitando a avaliação da qualidade e coerência das evidências e a integração dos resultados (BOTELHO, DE ALMEIDA CUNHA, MACEDO, 2011).

Para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo. Diversos tipos de publicações foram considerados, incluindo artigos acadêmicos, estudos e periódicos relevantes. A pesquisa foi conduzida com os termos “Síndrome Metabólica”, “Prevenção”, “Diagnóstico Precoce”, aplicando o operador booleano “AND” para refinar os resultados. As estratégias de busca adotadas foram: “Síndrome Metabólica” AND “Prevenção”, e “Síndrome Metabólica” AND “Diagnóstico Precoce”.

Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações originais, revisões sistemáticas, revisões integrativas ou relatos de casos, desde que fossem acessíveis gratuitamente e publicadas entre 2017 e 2024. Não houve restrições quanto à localização geográfica ou ao idioma das publicações. Foram excluídos artigos não científicos, bem como textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.

A seleção dos estudos seguiu critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Após a definição desses critérios, foram realizadas buscas detalhadas nas bases de dados utilizando os descritores e operadores booleanos estabelecidos. Os estudos selecionados formam a base para os resultados apresentados neste trabalho.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

Os resultados desta revisão bibliográfica indicam que a síndrome metabólica tem se tornado uma das condições mais prevalentes no mundo moderno, com uma forte correlação com o aumento da obesidade, sedentarismo e dietas desequilibradas. A análise das principais pesquisas aponta para um aumento alarmante na incidência da síndrome em países de renda média e alta, refletindo o estilo de vida moderno e o aumento da urbanização. A identificação precoce dos fatores de risco e a conscientização sobre a doença são essenciais para controlar essa epidemia crescente. (OLIVEIRA et al, 2020).

A obesidade abdominal é um dos principais critérios para o diagnóstico da síndrome metabólica e está fortemente associada ao risco aumentado de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Estudos revisados demonstraram que o excesso de gordura visceral, especialmente ao redor da região abdominal, está diretamente relacionado ao desenvolvimento de resistência à insulina e a alterações metabólicas. Essa associação foi confirmada em diversas coortes e estudos populacionais, apontando a obesidade abdominal como um fator central na formação e progressão da síndrome. (LIRA NETO et al, 2018).

Além da obesidade abdominal, a hipertensão arterial também emerge como um fator-chave na síndrome metabólica. A revisão de estudos clínicos mostrou que a hipertensão é comumente encontrada em pacientes com síndrome metabólica e está intimamente ligada a disfunções endoteliais e ao aumento do risco de doenças cardiovasculares. A combinação de hipertensão com os outros fatores da síndrome, como dislipidemia e hiperglicemia, cria um cenário de risco elevado para eventos cardiovasculares adversos, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). (COSTA et al, 2020).

A hiperglicemia e a resistência à insulina são componentes centrais da síndrome metabólica. Os estudos indicam que a presença de resistência à insulina pode ser detectada mesmo antes do surgimento de diabetes tipo 2, destacando a importância do diagnóstico precoce. A identificação dessa resistência permite a implementação de estratégias preventivas que podem retardar ou até evitar a progressão para diabetes tipo 2. Além disso, o controle da glicemia e a modulação da insulina são fundamentais no tratamento da síndrome metabólica, com intervenções que incluem mudanças no estilo de vida e medicamentos. (VIEIRA, PEIXOTO, SILVEIRA, 2014).

A dislipidemia, caracterizada por níveis elevados de triglicerídeos e diminuição do colesterol HDL, é outra condição comumente associada à síndrome metabólica. A revisão de literatura demonstrou que os distúrbios lipídicos presentes nos pacientes com síndrome metabólica aumentam significativamente o risco de doenças cardiovasculares. Estudos também destacaram que o controle dos níveis lipídicos, por meio de estatinas e outras terapias, pode reduzir a incidência de eventos cardiovasculares em indivíduos com síndrome metabólica. (XU et al, 2018).

As intervenções terapêuticas para a síndrome metabólica têm mostrado resultados promissores, principalmente aquelas focadas na modificação do estilo de vida. A revisão apontou que a adoção de uma dieta balanceada, com ênfase em alimentos ricos em fibras e pobres em gorduras saturadas, associada ao aumento da atividade física, pode reduzir consideravelmente os fatores de risco da síndrome. A perda de peso, especialmente na região abdominal, tem mostrado um impacto positivo na redução da resistência à insulina e na melhora dos parâmetros metabólicos. (FAHED et al, 2022).

O uso de medicamentos, como os inibidores de SGLT2, metformina e os fibratos, também foi destacado na literatura revisada. Esses medicamentos têm sido eficazes no controle da glicemia, redução dos níveis de triglicerídeos e, em alguns casos, na redução da pressão arterial. A revisão evidenciou que a combinação de abordagens farmacológicas e não farmacológicas, como o exercício físico e a alimentação saudável, é a mais eficaz para o manejo da síndrome metabólica. Contudo, a adesão ao tratamento continua sendo um desafio, especialmente em populações de risco, que muitas vezes não têm acesso adequado ao acompanhamento médico. (SAKLAYEN, 2018).

Por fim, a prevenção da síndrome metabólica continua sendo a estratégia mais eficaz no combate a essa condição. A revisão indicou que políticas de saúde pública voltadas para a promoção de hábitos saudáveis, como programas educativos sobre alimentação e atividade física, têm o potencial de reduzir significativamente a prevalência da síndrome metabólica. A implementação de estratégias de diagnóstico precoce também é essencial para garantir que os indivíduos com fatores de risco sejam identificados e tratados antes que a síndrome se desenvolva por completo, prevenindo complicações graves como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. (LOPEZ et al, 2017).

4. CONCLUSÃO

Em conclusão, a síndrome metabólica representa um grande desafio para a saúde pública global, com uma crescente prevalência associada a fatores como obesidade, sedentarismo e dieta inadequada. A detecção precoce e o manejo adequado dos fatores de risco, como hipertensão, hiperglicemia e dislipidemia, são fundamentais para a prevenção de complicações graves, como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A revisão bibliográfica destaca a importância de uma abordagem integrada, que combine intervenções farmacológicas e não farmacológicas, como a modificação do estilo de vida, para o controle da síndrome metabólica e a redução dos impactos à saúde.

No entanto, para que essas estratégias sejam eficazes, é essencial o fortalecimento das políticas públicas voltadas para a promoção de hábitos saudáveis e o acesso a tratamentos adequados. A implementação de programas de diagnóstico precoce e a educação em saúde são essenciais para mitigar a progressão da síndrome e suas complicações. A continuidade das pesquisas e o aprimoramento das intervenções terapêuticas têm o potencial de transformar o manejo da síndrome metabólica, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo os custos com tratamentos de doenças crônicas associadas.

REFERÊNCIAS

BOTELHO, Louise Lira Roedel; DE ALMEIDA CUNHA, Cristiano Castro; MACEDO, Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011.

COSTA, Manoela Vieira Gomes da et al. Risco cardiovascular aumentado e o papel da síndrome metabólica em idosos hipertensos. Escola Anna Nery, v. 25, p. e20200055, 2020.

FAHED, Gracia et al. Metabolic syndrome: updates on pathophysiology and management in 2021. International journal of molecular sciences, v. 23, n. 2, p. 786, 2022.

LIRA NETO, José Cláudio Garcia et al. Prevalência da síndrome metabólica e de seus componentes em pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 27, p. e3900016, 2018.

LOPEZ, Melissa S. et al. Cervical cancer prevention and treatment in Latin America. Journal of surgical oncology, v. 115, n. 5, p. 615-618, 2017.

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OLIVEIRA, Laís Vanessa Assunção et al. Prevalência da Síndrome Metabólica e seus componentes na população adulta brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 11, p. 4269-4280, 2020.

PINHO, Priscila Matos de et al. Síndrome metabólica e sua relação com escores de risco cardiovascular em adultos com doenças crônicas não transmissíveis. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd, 2014.

RAMOS, María Carolina Fragozo. Síndrome metabólico: revisión de la literatura. Medicina & Laboratorio, v. 26, n. 1, p. 47-62, 2022.

SAKLAYEN, Mohammad G. The global epidemic of the metabolic syndrome. Current hypertension reports, v. 20, n. 2, p. 1-8, 2018.

VIEIRA, Edna Cunha; PEIXOTO, Maria do Rosário Gondim; SILVEIRA, Erika Aparecida da. Prevalência e fatores associados à Síndrome Metabólica em idosos usuários do Sistema Único de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 17, p. 805-817, 2014.

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