SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA PEDIÁTRICA PÓS-COVID-19: UMA VISÃO INTEGRADA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10199062


Jean Philippe de Freitas1, Thiago Macedo Torres2, Maria Rita Costa Bernardes3, Abrahão Thomaz Neto4, Ícaro do Nascimento Argentino5, Jeysa Gabriela de Souza Torres6, Janielly Souza Torres7, Hiago Ramon Lira Gomes8, Maria da Conceição Silva da Silva9, Rafaella Georgia Lima Damasceno10, Eder Ferreira de Arruda11, Tawã do Nascimento Fontes12, Carolina Pontes Soares13


RESUMO 

Introdução: A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) é uma condição hiperinflamatória grave que surgiu durante a pandemia de COVID-19, predominantemente afetando crianças e adolescentes. Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão narrativa utilizando dados de estudos retrospectivos do PUBMED e EMBASE para explorar aspectos-chave da SIM-P, incluindo epidemiologia, manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e desafios associados. Resultados: A análise revela uma incidência crescente, destacando fatores de risco como obesidade, doenças pulmonares, diabetes e enfermidades autoimunes. A relação entre SIM-P e COVID-19 é explorada, considerando efeitos diretos do vírus, desequilíbrio imunológico pós-infecção, ou uma combinação de ambos. Os resultados indicam a necessidade de vigilância contínua e estratégias de tratamento aprimoradas para enfrentar essa complexa condição pós-infecção pelo SARS-CoV-2. Conclusão: O estudo destaca a eficácia de abordagens terapêuticas, como imunoglobulina intravenosa e glicocorticoídes, mas ressalta a importância da monitorização a longo prazo para identificação de sequelas cardiovasculares.

Palavras-Chaves: Inflamação, Síndrome dos linfonodos mucocutâneos, Choque cardiogênico, COVID-19, Pediatria.

ABSTRACT 

Introduction: Pediatric Multisystem Inflammatory Syndrome (MIS-P) is a severe hyperinflammatory condition that emerged during the COVID-19 pandemic, predominantly affecting children and adolescents. Methodology: This study is a narrative review using data from retrospective studies from PUBMED and EMBASE to explore key aspects of MIS-P, including epidemiology, clinical manifestations, diagnosis, treatment and associated challenges. Results: The analysis reveals an increasing incidence, highlighting risk factors such as obesity, lung disease, diabetes and autoimmune diseases. The relationship between MIS-P and COVID-19 is explored, considering direct effects of the virus, post-infection immune imbalance, or a combination of both. The results indicate the need for continued surveillance and improved treatment strategies to address this complex condition post-infection by SARS-CoV-2. Conclusion: The study highlights the effectiveness of therapeutic approaches such as intravenous immunoglobulin and glucocorticoids, but emphasizes the importance of long-term monitoring to identify cardiovascular sequelae.

Keyword: Inflammation, Mucocutaneous lymph node syndrome, Cardiogenic shock, COVID-19, Pediatrics

INTRODUÇÃO

A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) emergiu como uma condição de significativo interesse médico durante a pandemia de COVID-19. A SIM-P se caracteriza por uma inflamação mais intensa, disfunção miocárdica e choque cardiogênico (SPEROTTO et al., 2020). De acordo com Caro-Patón et al. (2020) em abril de 2020, durante o pico da pandemia da COVID-19, uma nova manifestação clínica da COVID-19 em crianças foi relatada pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), que parecia estar relacionada ao histórico anterior de infecção pelo SARS-CoV-2, confirmado através de informações sobre contato, testes sorológicos ou detecção viral por RT-PCR. 

Essa condição apresenta sintomas semelhantes à Doença de Kawasaki (DK), em sua forma completa ou incompleta (PATEL, 2022), bem como à Síndrome do Choque Tóxico e à Síndrome de Ativação Macrofágica. Isso resultava em afetação de diversos órgãos, como o coração, o trato gastrointestinal, a pele e os olhos, acompanhado por um aumento nos marcadores inflamatórios agudos. Além disso, essa condição era mais frequente em crianças em idade escolar e adolescentes (CAMPOS et al., 2020).

Os pacientes com COVID-19 apresentavam sintomas comuns como tosse seca, febre e falta de ar, mas posteriormente surgiram manifestações gastrointestinais, neurológicas e cutâneas. Embora inicialmente parecesse que as crianças não eram afetadas, relatos subsequentes revelaram um aumento significativo de casos pediátricos com características clínicas semelhantes a doenças como as citadas anteriormente. 

Esses pacientes também apresentaram conjuntivite, edema de extremidades e sintomas gastrointestinais, confirmados por testes como a RT-PCR para SARS-CoV-2. Diante do crescente número de casos em maio, organizações de saúde do Reino Unido e dos EUA emitiram alertas denominando a condição como “Síndrome Multissistêmica Inflamatória Pediátrica Temporariamente Associada ao SARS-CoV-2 (PIMS-TS)” e “Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Crianças (MIS-C)”. (KESHAVARZ et al., 2021).

A gravidade varia desde uma doença febril autolimitada até choque que requer inotrópicos e ventilação mecânica (TRAN et al., 2021). Contudo, à medida que os relatos clínicos aumentaram, evidenciou-se que a SIM-P representa uma manifestação complexa da resposta do sistema imunológico a essa infecção viral. O tratamento eficaz envolve o uso de imunoglobulina intravenosa (IVIG) e glicocorticoídes, uma vez que a terapia combinada reduziu significativamente o risco de falha do tratamento e a necessidade de terapia imunomoduladora adjuvante (RAUNIYAR et al., 2022). 

No entanto, é crucial monitorar os pacientes ao longo do tempo para identificar o surgimento ou a persistência de sequelas cardiovasculares. Neste estudo, exploramos os aspectos chave dessa síndrome, abordando sua apresentação clínica, semelhanças com outras condições pediátricas inflamatórias e as recomendações de diagnóstico e tratamento estabelecidos.

METODOLOGIA

Revisão narrativa, mediante estudo retrospectivo nas plataformas PUBMED e EMBASE. Utilizando os seguintes descritores: Inflamação, Síndrome de Linfonodos Mucocutâneos, Choque Cardiogênico, Infecções por Coronavírus, Pediatria. Os dados incluíram idade, sexo, principais sintomas, testes laboratoriais e tratamentos administrados. Uma análise dos dados foi empregada para identificar fatores de risco potenciais associados ao desenvolvimento da síndrome. Avaliou-se a eficácia das abordagens terapêuticas administradas, na resolução dos sintomas e na redução das complicações.

Foram incluídos no estudo artigos publicados que atendiam os seguintes critérios: (1) estudos que envolvem o público pediátrico; (2) estudos que teve o objeto de estudo a SIM-P; (3) artigos que estudaram mortalidade, diagnósticos e terapêutica, e; (4) artigos publicados nos últimos 4 anos. Não houve restrições quanto ao tamanho da amostra ou à língua estrangeira. Foram excluídos os estudos que: (1) utilizaram base de dados secundários (por exemplo, trabalhos teóricos ou resenhas); (2) estudaram amostras que não incluem o público pediátrico; (3) duplicados; (4) não tinham relação direta com a SIM-P e diagnósticos diferenciais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma recente revisão sistemática e metanálise envolvendo 386 estudos e um total de 992 crianças e adolescentes diagnosticados com Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) revelou que houve uma discreta predominância de casos no sexo masculino, com uma proporção de 1,37 meninos para 1 menina. A mediana de idade das crianças afetadas foi de 7 anos, variando de 14 dias a 20 anos. A ocorrência da SIM-P ocorreu, em média, cerca de quatro a seis semanas após o pico da COVID-19 na população em geral. Na SIM-P, a relação entre homens e mulheres é igual (1:1) nas faixas etárias de 0 a 4 anos, mas à medida que os pacientes atingem entre 18 e 20 anos, essa proporção aumenta para 2 homens para cada mulher (CAMPOS et al., 2020).

Curiosamente, ao contrário da DK, na SIM-P, casos em indivíduos de etnia asiática são raros. Em contrapartida, crianças de etnia africana ou afrocaribenha foram mais frequentemente afetadas pela SIM-P, conforme relatos iniciais. Um estudo conduzido pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos com 570 pacientes diagnosticados com SIM-P revelou que 41% eram de origem hispânica/latina, 33% afrodescendentes e 13% brancos (CAMPOS et al., 2020).

De maneira geral, a maioria dos pacientes com SIM-P responde bem ao tratamento apropriado, e a grande maioria se recupera da doença, independentemente de sua gravidade. No entanto, é importante observar que há casos em que a recuperação não ocorre, e houve relatos de óbitos em 0,3% a 2% dos casos de SIM-P, o que é uma taxa de mortalidade superior à observada na infecção ativa por COVID-19 em crianças, que é inferior a 0,1% (Reiff e Cron, 2022). O aumento do risco de morte em casos de SIM-P está relacionado a fatores como pertencer a minorias raciais e étnicas, faixa etária entre 16 e 20 anos e a presença de sérias complicações cardíacas e/ou condições médicas subjacentes.

Para os pacientes que sobrevivem, o processo de recuperação pode ser longo, especialmente para aqueles que necessitaram de suporte cardiorrespiratório significativo com medicamentos vasoativos, ventilação mecânica e oxigenação por membrana extracorpórea – ECMO (ZHANG et al., 2021). A SIM-P compartilha características com a DK, mas difere como sendo uma vasculite autoimune associada à infecção, podendo evoluir para quadros de choque distributivo e cardiogênico. 

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E OBSERVAÇÕES PATOLÓGICAS DA SIM-P

A intensidade dos sintomas varia desde uma doença febril que se resolve por si só até casos graves que demandam o uso de medicamentos inotrópicos e suporte de ventilação mecânica. Entre os pacientes, 48% apresentaram anticorpos reagentes anti-SARS-CoV-2, 28% tiveram resultados positivos no teste RT-PCR para o vírus e 23% apresentaram resultados positivos em ambos os exames. Apenas 10% dos casos tinham uma história epidemiológica de contato prévio com indivíduos suspeitos ou confirmados de COVID-19 (CAMPOS et al., 2020).

Em relação às comorbidades, uma revisão conduzida por Panigrahy et al. (2020) envolvendo 544 pacientes revelou que 45% deles apresentavam alguma condição de base. As comorbidades mais comuns foram a obesidade, afetando 16,4% dos pacientes, seguida por doenças pulmonares como asma e hiper-reatividade brônquica em 13,4%, e outras comorbidades em 15,2%, incluindo diabetes, lúpus eritematoso sistêmico e doença de Crohn.

Existem várias teorias propostas para elucidar os mecanismos subjacentes à fisiopatologia da SIM-P. No entanto, ainda existem várias lacunas em nosso entendimento sobre esse tema. Teoricamente, a SIM-P pode ser desencadeada por: a) os efeitos diretos do vírus SARS-CoV-2; b) uma desregulação do sistema imunológico após a infecção pelo SARS-CoV-2; c) uma combinação de ambos esses mecanismos (CAMPOS et al., 2020).

CHEN et al. evidencia que a vasculite autoimune da Doença de Kawasaki e SIM-P é mediada por uma variante genética de HLA, FcγR e/ou ADE, resultando em hiperinflamação com desequilíbrio Th17/Treg com mediadores Th17/Th1 aumentados: IL-6, IL -10, IP-10, IFNγ e IL-17A, e uma menor expressão de moléculas sinalizadoras de Treg, FoxP3 e TGF-β, e outros mediadores imunológicos supressivos. Os desequilíbrios Th17/Treg entre eles compartilham vias de ativação semelhantes, mas diferentes vias regulatórias (supressivas). Através de estudos de imunofenotipagem, foi identificado que a SIM-P é caracterizada por desequilíbrios no sistema imunológico, uma tempestade de citocinas e um aumento na ativação das células do sistema imunológico. Esses fatores estão diretamente relacionados à gravidade da doença. É importante notar que as citocinas elevadas incluem IL-6, IL-10, TNF-α, IFN-γ, IL-1β, IL-1RA e CD25 solúvel.

ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA 

Indivíduos que sofrem de SIM-P demonstram níveis elevados de proteína C reativa (PCR), ferritina, dímero D, troponina e peptídeo natriurético pró-BNP (NT-proBNP), indicando uma condição de hiperinflamação e possível comprometimento cardiovascular (MERCIER et al., 2021). É comum que pacientes diagnosticados com SIM-P apresentem um destacado comprometimento cardíaco, que se manifesta por meio de problemas na função sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo (VE), inflamação no músculo cardíaco e dilatação das artérias coronárias. Os pacientes em processo de diagnóstico de SIM-P com sintomas graves que colocam a vida em risco podem requerer terapia que modula o sistema imunológico antes que todos os exames laboratoriais sejam finalizados, e essa determinação deve ser discutida com uma consulta antecipada a outros especialistas, como reumatologistas e cardiologistas (CAMPOS et al., 2020).

O estudo de TRAN et al. elucida o diagnóstico com base na presença de febre por pelo menos 4 dias, mas esse sintoma é inespecífico. Os pacientes com SIM-P podem apresentar diversos sinais clínicos devido à inflamação sistêmica, incluindo dor abdominal, diarreia, eritema nos lábios, conjuntivite e erupção cutânea. A SIM-P frequentemente afeta o sistema cardiovascular, resultando em hipotensão e choque, exigindo cuidados intensivos e uso de vasopressores. Disfunção respiratória é observada, e em casos que necessitam de ventilação mecânica, as manifestações cardiovasculares são comuns. Alguns pacientes requerem ECMO. Lesões renais agudas e trombose venosa profunda foram relatadas, mas são menos comuns. A definição de caso SIM-P exige o envolvimento de pelo menos dois sistemas orgânicos, sendo o envolvimento de pelo menos quatro sistemas um indicador mais preciso. Linfopenia, trombocitopenia e elevações em marcadores inflamatórios são comuns, sendo a gravidade da doença associada à intensidade dessas elevações. 

As definições oficiais da SIM-P divulgadas pelo CDC e pela OMS quase simultaneamente em maio de 2020, apresentam semelhanças e ambos os conjuntos de critérios exigem febre, manifestações clínicas indicativas de comprometimento de órgãos, marcadores laboratoriais de inflamação, evidência de exposição ao SARS-CoV-2 (positividade para infecção atual ou recente por meio de RT-PCR, antígeno ou teste sorológico, ou possível contato com pacientes com COVID-19) e a exclusão de outros diagnósticos plausíveis. Não são fornecidos pontos de corte definitivos para marcadores laboratoriais em nenhum dos critérios, sendo que apenas o conjunto de critérios do CDC oferece orientações adicionais sobre o período, exigindo um intervalo mínimo de 4 semanas entre a exposição a um caso suspeito ou confirmado de COVID-19 e o início dos sintomas (TRAN et al., 2021).

O tratamento inicial da SIM-P se concentra na abordagem imediata das complicações potencialmente fatais decorrentes da doença, como disfunção cardíaca, insuficiência respiratória e lesões em órgãos específicos. A gravidade da SIM-P varia consideravelmente, desde cuidados de suporte em casos leves até a necessidade de suporte ventilatório invasivo e oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) em casos graves (Reiff e Cron, 2022). Em grupos maiores de pacientes com SIM-P, foi necessário o uso de medicamentos vasopressores/inotrópicos em uma faixa de 14,7% a 45% dos casos, ventilação mecânica invasiva em 15,3% a 23,5% dos pacientes e ECMO em 0,3% a 4% dos casos (Reiff e Cron, 2022). Muitas crianças com SIM-P apresentam quadros graves e frequentemente requerem cuidados intensivos. No entanto, as terapias imunomoduladoras costumam produzir resultados eficazes em um curto espaço de tempo.

A IVIG é recomendada para pacientes hospitalizados com SIM-P que apresentam febre e/ou alterações nos testes de fase aguda, assim como para aqueles que preenchem critérios para Doença de Kawasaki, com uma dose de 2g/kg (CAMPOS et al., 2020). Essa dose pode ser dividida em 1g/kg ao longo de 2 dias para pacientes com disfunção cardíaca grave. Além disso, para pacientes com SIM-p associado ao choque ou com disfunção orgânica séria, é aconselhado o uso de uma dose moderada de corticoide (prednisolona / metilprednisolona 1-2mg/kg/dia) em conjunto com a IVIG. A evolução das imunoterapias para as doenças mostrou que a IVIG isoladamente ou combinada com corticosteróides é o tratamento padrão para SIM-P (PATEL, 2022).

Pacientes que atendem aos critérios da DK (completa ou incompleta), inicia-se o tratamento com AAS na dose de 30 a 50mg/kg/dia, dividido em 4 doses por dia, até que o paciente esteja sem febre por 48 horas. Para pacientes que não respondem à IVIG e à dose moderada de corticoide, considera-se a pulsoterapia com metilprednisolona, especialmente se estiverem em uso de drogas inotrópicas ou vasopressoras. Em casos de SIM-P, não é recomendada uma segunda dose de IVIG devido ao risco de excesso de volume e anemia hemolítica, a menos que os pacientes também atendam aos critérios da DK e tenham febre persistente após 48 horas do término da primeira dose de IVIG. Nesses casos, a dose moderada de corticoide (1-2mg/kg) pode ser considerada.

Uma dose reduzida de AAS (3-5mg/kg, no máximo 81mg/dia) pode ser utilizada em pacientes com SIM-P e deve ser mantida até que a contagem de plaquetas retorne ao normal e o ecocardiograma confirme a normalidade das artérias coronárias após 4 a 6 semanas desde o início dos sintomas. Deve-se evitar o uso de AAS se plaquetopenia no valor abaixo de 80.000/uL. Pode-se considerar a substituição do AAS por heparina de baixo peso molecular em doses profiláticas (HBPM) para prevenir coágulos sanguíneos em pacientes com SIM-P que não apresentam alterações nas artérias coronárias, não têm disfunção grave do VE, mas têm níveis elevados de dímero D ou fibrinogênio, sintomas gastrointestinais significativos que não toleram o AAS ou estão gravemente doentes. Ao tomar a decisão sobre o regime de anticoagulação, é importante levar em consideração o quadro clínico completo e realizar monitoramento cuidadoso de sangramento, trombocitopenia e distúrbios de coagulação (TRAN et al., 2021).

Indivíduos diagnosticados com SIM-P que apresentam trombose comprovada ou uma fração de ejeção do VE inferior a 35% devem ser submetidos a tratamento anticoagulante com enoxaparina por um período mínimo de duas semanas após receberem alta hospitalar. No tratamento da SIM-P, diversas terapias complementares e medicamentos que afetam o sistema imunológico têm sido utilizados com resultados variáveis. Geralmente, os protocolos de tratamento recomendam o uso de agentes biológicos como uma segunda opção, após a administração inicial de imunoglobulina intravenosa (IVIG) e corticosteroides. O Anakinra, que é um antagonista do receptor de IL-1, demonstrou eficácia e apresentou poucos efeitos colaterais em pacientes com DK e também se mostrou efetivo no tratamento da MIS-C, especialmente quando o tratamento inicial com IVIG e corticosteroides não surtiu efeito satisfatório (DIZON et al., 2023).

O Infliximabe, um inibidor do fator de necrose tumoral, que já é amplamente utilizado em casos de DK que não respondem ao tratamento com IVIG, também se mostrou eficaz no tratamento da SIM-P em casos resistentes a terapias convencionais. Além dessas opções, outras terapias podem ser consideradas como alternativas de tratamento, incluindo o Tocilizumabe (TRAN et al., 2021) e a Plasmaférese.

A HIPÓTESE DO SUPERANTÍGENO

A hipótese do superantígeno e a expansão dos clonótipos de células T TRBV11-2 são fenômenos estudados na síndrome. Essa teoria sugere que a SIM-P pode ser desencadeada pela ativação excessiva do sistema imunológico devido a um superantígeno, levando à expansão de um grupo específico de células T com o marcador TRBV11-2. Isso pode ajudar a explicar a resposta inflamatória intensa observada nessa síndrome (RIVAS et al., 2022).

A partir dos estudos de autópsia em casos fatais de SIM-P, foi constatada a persistência do SARS-CoV-2 em órgãos como pulmões, coração, cérebro e tecido intestinal. Além disso, Yonker et al. identificaram a permanência do RNA do SARS-CoV-2 no trato gastrointestinal de pacientes com SIM-P, mesmo semanas após a exposição inicial. Esses pacientes também apresentaram níveis elevados de Zonulina e outros indicadores que sugerem um aumento na permeabilidade intestinal.

Essa descoberta levanta a possibilidade de que o trato gastrointestinal possa funcionar como um reservatório do vírus SARS-CoV-2, e a maior permeabilidade intestinal pode permitir que antígenos do vírus atravessem a barreira intestinal e entrem na corrente sanguínea. Importante notar que pacientes com SIM-P que apresentam sintomas graves e uma expansão de TBRV11-2 mostraram níveis mais elevados de S1 circulante, que contém uma estrutura semelhante a um superantígeno (SAg) encontrada na proteína Spike do SARS-CoV-2. Isso fortalece a hipótese de que a SIM-P pode ser uma condição singular, impulsionada pela presença desse motivo semelhante a SAg na Spike do SARS-CoV-2 (RIVAS et al., 2022).

CONSIDERAÇÕES GERAIS

As manifestações cardiovasculares da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica podem melhorar rapidamente, mas os resultados a longo prazo ainda são pouco compreendidos, e a inflamação no músculo cardíaco pode levar a consequências persistentes, como fibrose e cicatrização. Alguns estudos têm documentado possíveis desdobramentos de longo prazo em pacientes com SIM-P. Em um estudo que acompanhou crianças norte-americanas que tiveram SIM-P, foi observado que certos sintomas, como fadiga, fraqueza, limitações nas atividades e dores de cabeça, podem persistir por mais de 2 meses após a alta hospitalar.

A redução da ocorrência da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica está associada às variantes preocupantes do SARS-CoV-2 e à administração da vacina contra esse vírus (TRAN et al., 2021). Ao longo da pandemia de COVID-19, várias variantes preocupantes do SARS-CoV-2 surgiram à medida que o vírus evoluiu. A variante Ômicron, que apresenta mais de 30 mudanças em aminoácidos, rapidamente se tornou predominante em 2022, levantando preocupações sobre um possível aumento nos casos da SIM-P. Contudo, durante a onda Ômicron, ocorreu uma significativa redução na gravidade e na quantidade de casos de SIM-P em comparação com as variantes Alfa e Delta. Desde junho de 2022, os registros de casos de SIM-P no CDC diminuíram consideravelmente.

Essa diminuição na frequência de SIM-P pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a forte relação entre a vacinação infantil com a Pfizer-BioNTech (ZAMBRANO et al., 2021) e a prevenção da SIM-P, infecções anteriores por SARS-CoV-2 que geram memória imunológica, uma gestão mais eficaz e possíveis mutações na própria variante Ômicron. As mutações no Spike do SARS-CoV-2 podem explicar as discrepâncias na gravidade da doença entre as diferentes variantes. O Delta, altamente patogênico, carrega uma mutação específica no Spike que aumenta sua capacidade de infecção, enquanto o Ômicron, menos patogênico, possui mutações que tornam sua entrada nas células menos eficiente. Esses resultados indicam que a hipótese de superantígeno da SIM-P (RIVAS et al., 2022) pode ser sustentada pelos dados, destacando o papel significativo das vacinas na redução da incidência da síndrome, junto com as características específicas das variantes do vírus.

CHEN et al. discute as perspectivas terapêuticas para a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica associada ao COVID-19, onde estabelece etapas sequenciais para prevenir a SIM-P mediante o bloqueio da entrada do vírus com anticorpos neutralizantes com o uso de plasma convalescente ou anticorpos monoclonais neutralizantes pode interromper a interação vírus-ECA2, reduzindo a carga viral e melhorando a resposta imunológica. A diminuição da carga viral e a triagem de variantes genéticas, abordar a hiperinflamação através de estratégias direcionadas a citocinas específicas, como IL-6 e IL-17A. Equilibrando a resposta imune Th17/Treg, corrigir o desequilíbrio entre as células T auxiliares (Th17) e as reguladoras (Treg) é crucial. Isso pode ser alcançado por meio de suplementação de vitaminas, como vitamina D, e modulação da microbiota. Estratégias para lidar com a possível exacerbadora da imunopatologia, como IVIG com ou sem corticosteroides, são sugeridas. A inibição de vias de sinalização, como a via MAPK mediada por TLR, pode ser eficaz na redução da replicação viral e na modulação da resposta imunológica. Pacientes com resistência à IVIG associada à hemofagocitose podem exigir uma combinação de tratamentos, como IVIG, ciclosporina-A, anti-TNF-α e/ou administração de células-tronco mesenquimais.

CONCLUSÃO

Em conclusão, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica associada ao COVID-19 apresenta uma série de características clínicas, epidemiológicas e patológicas distintas. Os dados revelam uma discreta predominância de casos no sexo masculino, com a mediana de idade das crianças afetadas situando-se em torno de 7 anos. A ocorrência da SIM-P está temporalmente associada ao pico da COVID-19 na população em geral, surgindo, em média, de quatro a seis semanas após esse evento.

Há variações na prevalência de SIM-P entre diferentes grupos étnicos, sendo mais frequente em crianças de etnia africana ou afrocaribenha do que em crianças de origem asiática. A presença de comorbidades, como obesidade e doenças pulmonares, está associada a um aumento no risco de desenvolver a síndrome. A hipótese do superantígeno surge como uma explicação potencial para a ativação excessiva do sistema imunológico, destacando a importância da interação entre o vírus SARS-CoV-2 e o sistema imunológico na patogênese da SIM-P.

Em termos de abordagem diagnóstica e terapêutica, os pacientes com SIM-P frequentemente apresentam níveis elevados de marcadores inflamatórios, indicando hiperinflamação e comprometimento cardiovascular. O tratamento inicial concentra-se na gestão das complicações potencialmente fatais, como disfunção cardíaca e insuficiência respiratória. A maioria dos pacientes responde bem ao tratamento, mas há casos em que a recuperação não ocorre, resultando em uma taxa de mortalidade superior à observada na infecção ativa por COVID-19 em crianças.

A evolução das terapias imunomoduladoras, como o uso de imunoglobulina intravenosa (IVIG) e corticosteróides, têm se mostrado eficazes na maioria dos casos. Além disso, outras opções terapêuticas, como o uso de agentes biológicos e inibidores do fator de necrose tumoral, têm sido exploradas em casos mais graves e resistentes às terapias convencionais.

As perspectivas futuras apontam para a necessidade de compreender melhor os desdobramentos a longo prazo da SIM-P, especialmente em relação às manifestações cardiovasculares e ao impacto na qualidade de vida das crianças afetadas. A redução na incidência da síndrome após a introdução da vacinação sugere um papel crucial das vacinas na prevenção da SIM-P. No entanto, desafios ainda persistem, e a pesquisa continua a explorar novas abordagens terapêuticas e entender os mecanismos subjacentes à síndrome. Este estudo fornece insights importantes, destacando a necessidade de vigilância contínua, estratégias de tratamento aprimoradas e a importância do reconhecimento precoce, diagnóstico preciso e tratamento multiprofissional para garantir o melhor resultado possível para os indivíduos afetados por essa síndrome.

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1Discente do curso de medicina Universidade Federal do Acre
2Discente do curso de medicina Universidade Federal do Acre
3Médica Generalista Santa Casa de Bom Despacho
4Discente do curso de medicina Universidade Federal do Acre
5Discente do curso de medicina Universidade Federal do Acre
6Discente do curso de medicina Universidade Federal do Acre
7Médica Generalista Universidade de Pernambuco
8Discente do curso de medicina Universidade Federal do Acre
9Fisioterapeuta Mestranda em Ciências da Saúde Universidade Federal do Acre
10Bióloga Mestra em Ciências Biológicas Secretária Estadual de Educação do Acre
11Mestre em saúde coletiva Centro universitário UNINORTEAC
12Docente e Médico Clínico Geral Universidade do Contestado
13Fisioterapeuta Coordenadora e docente Pós-doutorado em ciências morfológicas Universidade Federal do Acre