REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502111742
Rafaela Lima Monteiro1
Maria Juliana Dos Santos Leite Inocêncio2
Flaviane Lima da Silva³
Joyce Manuela Alves de Souza Bélem4
Daniela Maria do Nascimento Melo Leite5
RESUMO
Introdução: A Síndrome de Guillain-Barré é uma polineuropatia inflamatória aguda e autoimune rara, de característica desmielinizante, podendo ser desencadeada através de infecção, com vírus específicos, zika vírus. Objetivo: Verificar a relação do Zika Virus com a síndrome de Guillain – Barré, bem como verificar a incidência da SGB e Zika Vírus. Metodologia: Este trabalho foi desenvolvido a partir da revisão integrativa da literatura, sendo realizadas buscas nas bases de dados: Pubmed e Scielo. Utilizando-se dos operadores boolenos “or e and”, cruzando- os com Descritores da Saúde: “Guillain – Barre Syndrome”, “Zika Virus” e “Infecção”. Foram utilizados os artigos disponíveis na íntegra e gratuitamente, nos idiomas inglês, espanhol e português, sendo encontrados 17 artigos, 15 publicações na PUBMED e 2 na SCIELO. Resultados e Discussões: Foram utilizados 12 artigos para a realização deste estudo. A síndrome de Guillain – Barré acontece pós-infecção, e está diretamente relacionado à infecção viral e bacteriana, vírus específicos, que provoca prejuízo aos nervos periféricos, causada por uma resposta autoimune, sendo evidenciada por estudos que mostram que pacientes adultos positivos para vírus zika, desenvolveram a síndrome Guillain – Barré, em diversos países, e inclusive no Brasil, durante o surto de zika vírus. Considerações finais: Conclui-se que o aumento de incidência da Síndrome Guillain – Barré está diretamente ligada aos surtos de zika vírus, já que os pacientes apresentavam diagnóstico da síndrome e positivavam para o vírus zika, em países endêmicos, principalmente no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Guillain – Barre Syndrome. Zika Virus. Infecção.
ABSTRACT
Introduction: Guillain-Barré Syndrome is an acute and rare autoimmune polyneuropathy, with demyelinating characteristics, which can be triggered by infection with a specific virus, zika virus. Objective: To verify the relationship between Zika Virus and Guillain-Barré syndrome, as well as to verify the incidence of GBS and Zika Virus. Methodology: This work was developed based on an integrative literature review, with searches being carried out in the databases: Pubmed and Scielo. Using the Boolean operators “or and and”, crossing them with Health Descriptors: “Guillain – Barre Syndrome”, “Zika Virus” and “Infection”. Articles available in full and free of charge, in English, Spanish and Portuguese, were used, with 17 articles being found, 15 publications in Pubmed and 2 in Scielo. Results and Discussion: 12 articles were used to carry out this study. Guillain-Barré syndrome occurs post-infection, and is directly related to viral and bacterial infection, specific viruses, which causes damage to peripheral nerves, caused by an autoimmune response, being evidenced by studies that show that adult patients positive for zika virus , developed Guillain-Barré syndrome in several countries, including Brazil, during the zika virus outbreak. Final considerations: It is concluded that the increased incidence of Guillain-Barré Syndrome is directly linked to outbreaks of zika virus, since patients were diagnosed with the syndrome and tested positive for zika virus in endemic countries, mainly in Brazil.
KEYWORDS: Guillain – Barre Syndrome. Zika virus. Infection.
1. INTRODUÇÃO
A Síndrome de Guillain-Barré (SGB), também conhecida como polirradiculoneurite aguda, é a maior causa de paralisia flácida completa no mundo. A sua incidência global é de 1/2 por 100 mil habitantes/ano. É um problema de saúde pública em todo o mundo, alcançando as faixas etárias crianças e adultos, de ambos os sexos e não apresenta predomínio em populações específicas. A SGB pode ser causada tanto por bactérias e vírus, quanto por dengues, Chikungunya e o zika vírus que tem como vetor o mosquito Aedes aegypti (ARAUJO et al., 2020).
No Brasil, a transmissão veloz do zika vírus gerou grande impacto na saúde pública nos meados dos anos de 2015 a 2016, principalmente em regiões onde as circulações das arboviroses são mais evidentes, por exemplo, a região nordeste, causando grande dificuldade para o diagnóstico diferencial, e assim, retardando o diagnóstico fidedigno da síndrome de Guillain-Barré, trazendo complicações aos pacientes (GUISSONE, 2018).
No país, em 2014, os maiores índices de indivíduos acometidos pela SGB aconteceram nos Estados de Rio Grande do Sul, Tocantins e Pernambuco. No ano de 2015, os estados de Roraima, Amapá e Pernambuco registraram as maiores taxas de incidência e em 2016, foram os estados de Roraima, Goiás e Amapá. Foi notável o crescente aumento de internações por SGB no país, sendo registradas 5.521 internações entre os anos de 2014 a 2016, sendo que 2.375 do sexo feminino (43%) e 3.146 do sexo masculino (57%) (WACHIRA, 2022).
Síndrome de Guilhain-Barré era considerada uma doença rara, porém os casos aumentaram quando houve surtos de zika vírus, tanto no Brasil quanto em outros países epidêmicos do vírus. É uma Síndrome de característica autoimune mediada por anticorpos que ataca a bainha de mielina e o axônio do próprio indivíduo, a mesma ocorre após infecção, sendo um dos seus sintomas mais grave a paralisia flácida completa. É diagnosticada através de exame de coleta do liquido cefalorraquidiano e através de exame eletrofísico (LEONHARD et al., 2019).
Portanto, tendo em vista que, a fisiopatologia da SGB é ainda desconhecida e variável para cada forma de apresentação, levantasse a seguinte indagação: Qual a relação do aumento de casos da Síndrome de Guillain-Barré com o Zika Vírus?. Diante da Problemática, foi proposto o objetivo geral para responder a questão norteadora da referida pesquisa: identificar a relação entre a Síndrome de Guillain-Barré (SGB) com antecedentes de infecções por vírus Zika, sendo os objetivos específicos para atender ao objetivo geral: Compreender as concepções teóricas da Síndrome de Guillain-Barré e Zika vírus, bem como Analisar a incidência da SGB e Zika vírus.
A relevância desta pesquisa se dar pela necessidade de ampliar o debate acerca da incidência da Síndrome de Guillain-Barré associado à infecção ocorrida pelo zika vírus no Brasil.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Em 1850, o médico Frances Jean B. O. Landry (1826-1865) havia feito descrições em suas anotações de uma patologia que, os pacientes apresentavam um quadro de fraqueza ascendente, progressiva nos quatro membros, envolvendo os músculos do diafragma, da face, laringe e mandíbula e levando alguns pacientes a óbitos (BENEDITI; SILVA, 2006).
Tendo ênfase pela primeira vez, em uma publicação no ano de 1916, pelos neurologistas franceses George Guillain, Jean Alexandre Barré e André Sthrohl, postularam que há uma resposta autoimune aos nervos geralmente caracterizada por uma fraqueza ascendente e simétrica dos membros, provocando distúrbios sensoriais e reflexos tendinosos profundos, ausentes ou reduzidos, por tanto essa enfermidade recebeu o nome de Síndrome de Landry- Guillain- Barré – Sthrol. Descrevendo que as principais características da doença foram: O líquido cefalorraquidiano apresentando uma elevação isolada de Albumina, sem reação linfocitária que não é descrita anteriormente no contexto da paralisia flácida aguda e recuperação completa Alguns anos depois, ficou conhecida apenas por síndrome de Guillain – Barré (SGB) (MALTA, 2020).
2.1 Definição da Síndrome de Guillain – Barré
É uma doença autoimune mediada por anticorpos que ataca a bainha de mielina e o axônio do próprio indivíduo, é associada com infecções anteriores por Campylobacterjejuni, citomegalovírus, Hepatites (A, B e D) vírus da Influenza A, Mycoplasmapneumonae, Haemophilusinfluenzae e Zika (KIESEIER et al., 2018).
A SGB caracteriza-se pela destruição dos nervos por uma reação autoimune do organismo, atingindo bainha de mielina a qual recobre o axônio do neurônio, atuando como transmissor elétrico do impulso nervoso. Quando há prejuízo à bainha de mielina ou ao próprio axônio a passagem do impulso se torna limitada, produzindo diversas complicações na habilidade motora e condições para o bem-estar do indivíduo, os principais sintomas são franqueza e formigamento nos pés e nas pernas, paralisia e entre outros (RUBIN, 2018).
Várias infecções têm sido associadas à SGB, entre elas, por Zika vírus, visto que, tal infecção traz graves complicações neurológicas, por se tratar de uma enfermidade autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio corpo agride a parte do sistema nervoso, que são os nervos que liga o cérebro com outras partes do corpo (SAÚDE, 2020).
2.2 Incidência da Síndrome de Guillain-Barré
A maior incidência é em pessoas com doenças malignas ou autoimunes anteriores; e pós-vacinação da Influenza, os casos são raro são 3 para 1 Milhão de pessoas. Podemos definir a (SGB) como uma lesão nervosa imunomediada, o sistema imune que é acometido por essa lesão nervosa, é recorrente a um quadro de infecções (TAM et al., 2006).
A síndrome de Guillain – barré é considerada uma doença Rara e não é de notificação compulsória o Ministério da Saúde, faz monitoramento por meio do registro de internações e atendimentos hospitalares; considera-se doença Rara aquela que afeta até 65 pessoas em cada 100.000 indivíduos, ou seja, 1,3 pessoas para cada dois 2.000 indivíduos. O número exato de doenças raras não é conhecido estima-se que exista entre 6.000 a 8.000 mil tipos de doenças raras no mundo sendo que 80% delas decorrem de fatores genéticos. As demais advêm de causas ambientais, infecciosas, imunológicas e entre outras (BRASIL, 2021).
Fatores Predisponentes para Síndrome de Guillain- Barré:
- Infecções 58% das pessoas acometidas tiveram infecção do trato respiratório superior e em 22% dos casos Foi uma infecção gastrointestinal
- A cápilobacteri jejum é a bactéria que causa mais infecção encontrar de 25 a 50% dos pacientes adultos com a síndrome de guillain-barré a outra infecção é por citomegalovírus, micoplasmas e pneumonia influenza a e o Zika.
- Vacinas relacionadas influenza A, Difteria e Tétano e raiva.
- Drogas, heroína, suramina e streptoquinase.
- Condições crônicas lúpus eritematoso sistêmico e HIV.
- Cirurgias a cirurgia pode expor a síndrome de SGB passa principalmente pacientes com sistema imune baixo ou doenças malignas.
2.3 Fisiopatologia
A síndrome de Guillain-Barré tem um mecanismo que produz anticorpos contra as células do próprio organismo, as quais são responsáveis por receberem mensagens do sistema nervoso periférico para que haja movimentos no corpo. Entretanto, o sistema nervoso afetado ele começa a produzir anticorpos, que vai destruir a camada de mielina que envolve os axônios e reconhecem as células de schwann como antígeno, e assim prejudica os impulsos nervosos tornando os reflexos motores lentos ou paralisando (COSTA, 2016).
Existem quatro fenótipos: Polirradiculoneuropatia desmielizante inflamatória aguda clássica (PDIA) a neuropatia axônal motora aguda (NAMA) a neuropatia axonal sensório-motora aguda (NASMA) e a síndrome de Miller Fischer (ROSARIO, 2019). A PDIA é uma polineuropatia de causas imunes tendo em destaque os sintomas de fraqueza simétrica dos músculos proximais e distais e progredindo por mais de 60 dias.
A NAMA possui uma característica por iniciar com fraqueza crônica generalizada que vai acometer os músculos dos membros inferiores (MMII) mais que os membros superiores (MMSS). Já a NASMA é uma diversidade da SGB, diante dos estudos clínicos e eletrofisiológicos, é indistinguível da síndrome de Guillain-Barré. Síndrome de Miller Fischer: é uma variante da síndrome tendo como característica três sintomas: ataxia, reflexia e oftalmoplegia (LIMA; CAVALCANTI, 2020).
2.4 Sinais e sintomas
O paciente vai apresentar um quadro clínico de parestesia progressiva e simétrica (distal/ proximal), plégia quando a ausência de movimento ou paresia progressiva é quando o paciente apresenta uma fraqueza muscular, uma hipoestesia que é uma diminuição da sensibilidade ou anestesia, hiporreflexia a arreflexia, mialgia e dor em região dorsal severa nos estágios iniciais (TAM et al., 2006).
Outros sintomas são insuficiência respiratória aguda, uma plégia do diafragma, discurso staccato a capacidade de falar apenas frases curtas, indicando dificuldade respiratória, paresia da região ocular, facial e orofaringe está presente em 50% dos casos, 2/3 dos pacientes vão apresentar disfunções autonômicas sendo elas, flutuação na pressão arterial, arritmias, disfunção vasomotora, incontinência fecal, retenção urinária, disfunção sexual,rubor facial, a normalidades pupilares, broncoespasmo desregulação da temperatura, desregulação da motilidade gastrointestinal, íleo paralítico, gastroparesia e diarreia (TAM et al., 2006).
2.5 Diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré
Muitos vírus e bactérias já foram associados temporalmente com o desenvolvimento da síndrome de Guillain – Barré, ainda que seja difícil comprovar a verdadeira causalidade da doença. O diagnóstico é dado por meio da análise do líquido cefalorraquidiano (líquor) e exame eletrofisiológico. O Ministério da Saúde oferece no SUS o medicamento imunoglobina humana 5g para o tratamento de inúmeras doenças e situações clínicas, incluindo a Guillain – Barré (RUBIN, 2018).
Várias infecções têm sido associadas à síndrome de Guillain – Barré, entre elas, por Zika vírus, visto que, tal infecção traz graves complicações neurológicas, por se tratar de uma enfermidade autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio corpo agride a parte do sistema nervoso, que são os nervos que liga o cérebro com outras partes do corpo (SAÚDE, 2020).
2.6 Zika e sua relação com a Síndrome Guillain-Barré
Arboviroses são doenças causadas por um grupo de vírus denominado como arbovírus, a transmissão acontece por hospedeiros, vertebrados suscetíveis por meio de artrópodes hematófagos. O homem se infecta ao ser picado por insetos, portadores de arbovírus, que normalmente estão presentes na saliva desses vetores. Geralmente, as arboviroses são comuns em lugares tropicais devido ao favorecimento das condições climáticas embora possa ocorrer em climas mais frios. Como propriedade os arbovírus possuem ácido ribonucleico e pertence às famílias Bunyaviridae, Togaviridae, Flaviviridae, Reoviridae e Rhabdoviridae (NÚNCIO et al., 2019).
As arboviroses têm se destacado por apresentar constantes ameaças em regiões tropicais por causa da mudança do clima, desmatamentos e pelo êxodo da população que muita das vezes invade territórios, vivendo na precariedade sem saneamento básico, favorecendo proliferação dos arbovírus (NÚNCIO at al., 2019).
No Brasil, as principais arboviroses é dengue, chikungunya e Zika, causando grandes impactos negativos na saúde pública (Brasil, 2019). A dengue já tem uma longa história no Brasil, cresceu por todo o país, é relacionado com a reintrodução e dispersão do Aedes aegypti que é o principal mosquito vetor, e mais recentemente 2014 e 2015 com a chegada do vírus Zika e o vírus Chikungunya, são vírus que tem a origem no continente africano e com o fluxo de pessoas e mercadorias esses vírus alcançaram o continente americano a partir do Brasil.
A dengue faz parte da Família Flaviviridaee pertence ao gênero Flavivirus, é uma arbovirus que é dividido em quatro sorotipos virais denominados de DENV-1, DENV-2, DENVDENV-3 e DENV-4. (NOBREGA, 2015).
A Chikungunya é transmitida por um vírus denominado (chikv), que pertencente à família togaviridae e ao gênero Alphavirus. Chikv, ele foi descoberto em 1950, no país africano que se chama à Tanzânia, durante um surto atribuído, inicialmente, ao vírus dengue (DONALISIO; FREITAS, 2014).
Chikungunya tem seus sintomas muito parecidos com os da dengue, porém produz uma síndrome febril de início súbito e debilitante e, em virtude da intensidade dos sintomas articulares, originou-se ao nome da doença que, no idioma africano makonde, significa “andar curvado”. A artralgia parece afetar até 80% dos pacientes e persiste durante meses e até mesmo anos (PIALOUX et al., 2007).
O Zika vírus (ZIKV) é um arbovírus emergente que pertence à família Flaviviridae, gênero Flavivirus e tem importância clínica no mundo por reunir patógenos humanos como o vírus da dengue, o vírus da febre amarela, o vírus do oeste do Nilo e o vírus da encefalite japonesa. O ZIKV é transmitido por fêmeas de mosquitos Aedes (Stegomyia) e recentes evidências sugerem que também possa ser transmitido por Culex quinquefasciatus (SILVA, 2018).
Geralmente, as infecções causadas pelo Zika vírus (ZIKV) são assintomáticas, os sintomas mais comuns são febres, cefaleia, mal-estar, erupções cutâneas, mialgia e artralgia, sendo por vezes confundido com os sintomas de dengue. Apesar de manifestar sintomas leves, também ocorrem graves complicações neurológicas como microcefalia em recém-nascidos e síndrome de Guillain-Barré (SGB) (MS, 2017).
Entre outubro de 2013 e abril de 2014, a Polinésia Francesa viveu um grande surto de Zika vírus (ZIKV) já relatado. No mesmo tempo, um acréscimo na síndrome de Guillain-Barré (SGB) foi relatado, sugerindo uma possível associação entre o ZIKV e a SGB. Em um estudo divulgado de caso controle feito na Polinésia Francesa, mostrou que dos 42 pacientes com a síndrome de Guillain-Barré (SGB) no momento do estudo, 41 (98%) dos pacientes tinha anticorpos anti-vírus Zika IgM ou IgG, e todos (100%) tinham anticorpos neutralizantes contra o vírus Zika em comparação com 54 (56%) de 98 do grupo de controle (P <0•0001). Além disso, em 39 (93%) dos pacientes que desenvolveram a SGB foi evidenciado a presença de IgM e a maioria dos pacientes 37 (88%) relataram uma síndrome viral transitória com uma mediana de 6 dias (IQR 4-10) antes do aparecimento de sintomas neurológicos, sugerindo infecção recente vírus Zika (SANTOS, 2017).
Ainda não se sabe ao certo como o Zika produz tais reações no sistema imune sobre os neurônios, sabe-se que na grande maioria dos casos os sintomas podem ser revertidos quando apenas a bainha de mielina é danificada, pois a mesma pode ser restaurada pelas células da Glia, causando danos irreversíveis só em casos em que o axônio do neurônio é danificado (ANTUNES, 2015).
Segundo Chaves et al., (2015), por existirem sinais e sintomas comuns entre si o tratamento para a Zika é bastante parecido com o da dengue clássica. O esquema terapêutico consiste em abundante ingestão hídrica, para combater a desidratação, utilização de antitérmicos, na presença de febre e anti-histamínicos pode ser utilizada em caso de erupções pruriginosas. Ainda segundo o autor o uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios ainda são contraindicados devido ao risco de hemorragias. Ainda não existe vacina ou tratamento específico disponível para a ZIKA.
2.7 Zika Vírus no Mundo
O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 na floresta de Zika, em Uganda (África). Desde então, foi encontrado principalmente na África e gerou surtos pequenos e esporádicos na Ásia (FERREIRA, 2017).
Em 2007, uma grande epidemia foi descrita na Ilha de Yap (Micronésia), onde cerca de 75% da população foi infectada. Em 3 de março de 2014, o Chile notificou a OPAS/OMS sobre a transmissão autóctone do vírus zika vírus na Ilha de Páscoa. A presença do vírus foi detectada até junho daquele ano (ANDRADE, 2018).
Em maio de 2015, autoridades de saúde públicas brasileiras confirmaram a transmissão do vírus zika na região Nordeste do país. Em julho do mesmo ano, foi detectada a associação da doença com a síndrome de Guillain-Barré e, em outubro, observou-se a associação entre a infecção e malformações do sistema nervoso central ao nascimento, incluindo microcefalia. De outubro de 2015 a 2022, outros países e territórios das Américas notificaram a presença do vírus.
2.8 O Impacto do Zika Vírus no Brasil
A infecção por Zika vírus pode afetar todos os grupos etários e ambos os sexos, sendo atualmente conhecida como uma doença febril aguda, que na maioria dos casos leva a uma baixa necessidade de hospitalização (SOUSA et al., 2018).
Em 2015, casos de Zika vírus (ZIKV) foram confirmados em 18 estados do Brasil, casos suspeitos de microcefalia associados e notificados em 618 municípios (SPALDING, 2018).
FIGURA 1: As regiões do Brasil com focos de Zika.
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Fonte: SPALD, 2018.
O mosquito pode se reproduzir de duas maneiras, horizontalmente ou de forma vertical. A transmissão horizontal tem inicio quando a fêmea do Aedes aegypti se alimenta do sangue de um indivíduo que está com infecção, assim contraindo o vírus ele pode transmitir o vírus para outros indivíduos através da picada. A Transmissão vertical se inicia quando a fêmea do Aedes Aegyptise alimenta de uma pessoa que está com vírus, então a fêmea vai infectar a sua prole nas células do folículo embrionário ou reposição que é quando o vírus fica apenas na superfície do ovo e tem a transmissão transvonária (ANDRADE, 2018).
FIGURA 2: O ciclo de transmissão do mosquito
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Fonte: ANDRADE, 2018.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo é uma revisão integrativa da literatura, de carácter exploratório e qualitativo. A revisão integrativa usa métodos que proporciona reunir os conhecimentos e aplicar nos estudos com bases em evidencias cientificas. É uma ferramenta única na área da saúde ofertando conhecimento sobre um determinado tema e dando direção a praticas com fundamentos científicos (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2008).
A pesquisa qualitativa tem a capacidade de agrupar várias teorias de uma forma critica, ela explora as áreas humanas. Faz-se relacionando as pequenas conclusões que vai obtendo em cada estudo observando, com olhar crítico as ideias tratadas no trabalho. Entretanto, vai relacionando os conceitos, os princípios, as relações, o significado de cada coisa que é descoberta, em suma a pesquisa qualitativa é aquela que é a resposta do problema, vai sendo construída a partir da interpretação de textos e números por isso que o resultado da pesquisa depende inteiramente do esforço intelectual é o pesquisador quem encontra as conclusões. a pesquisa qualitativa tem então caráter subjetivo tendo em vista que o critério parar a identificação dos resultados não é numérico não é exato mas valorativo (AUGUSTO et al., 2013).
Este trabalho foi desenvolvidos a partir da revisão da literatura estudos epidemiológicos e de revisões sistemáticas da literatura, foram realizado buscas nas bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIELO),(PUBMED). Utilizando-se dos operadores boolenos “or e and”, cruzando-os com Descritores da Saúde (Decs): “zika vírus” and “guillain barre” “syndrome” and “infection”, “Guillain–Barre Syndrome”, “Zika Vírus” e “Infecção”. Os critérios de inclusão foram pesquisas disponíveis na íntegra e gratuitamente, nos idiomas Inglês, Espanhol e Português, com intervalo de 5 anos de publicação, e que respondessem as expectativas dos objetivos deste estudo. Foram encontrados 15 artigos na base de dados PUBMED e 2 artigos na SCIELO.
Para os critérios de exclusão, foram excluídos os artigos que não estavam disponíveis na integra e de forma gratuita, estudos duplicatas, artigos em formato de carta e documentários, e aqueles que não respondiam ou se aproximavam do tema e objetivo proposto por esta pesquisa. Sendo excluídos 3 artigos, e obtendo uma amostragem final de 12 publicações selecionados para compor este trabalho. A coleta dos dados se deu de Abril a Dezembro de 2022.
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Nesta seção do trabalho, será apresentado os resultados e discussão, sendo encontrados na literatura 15 artigos na base de dados PUBMED e 2 artigos na SCIELO, após serem realizados os critérios de inclusão e exclusão, utilizando-se dos seguintes filtros: artigos gratuitos e disponíveis na integra, nos idiomas inglês, espanhol e português, estudos com o intervalo de 5 anos, e as publicações que atendiam ou se aproximavam dos objetivos e tema da referida pesquisa. Foram obtidos uma amostra final de 11 artigos para participarem deste trabalho.
Fluxograma 1 – Processo metodológico para obtenção dos artigos.
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Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Quadro 1 – Quadro com os artigos selecionados.
ARTIGO | AUTOR/ANO | TÍTULO | OBJETIVO | BASE DE DADOS |
1 | Malta et al., 2017 | Síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus Zika em municípios da Bahia, Brasil, 2015. | Descrever os casos notificados de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e outras manifestações neurológicas com história de infecção por dengue, chikungunya ou vírus Zika, na Região Metropolitana de Salvador e no município de Feira de Santana, Brasil. | PUBMED |
2 | Counotte et al., 2021 | Infecção pelo vírus Zika como causa de anormalidades cerebrais congênitas e síndrome de Guillain-Barré: uma revisão sistemática viva | Primeiro, atualizamos nossa revisão sistemática com novas evidências publicadas de 30 de maio de 2016 a 18 de janeiro de 2017 sobre todas as 10 dimensões das associações causais entre ZIKV e (a) anormalidades cerebrais congênitas, incluindo microcefalia, em fetos e filhos de mulheres grávidas e (b) GBS em qualquer população. Em segundo lugar, descrevemos a transição da revisão para uma revisão sistemática viva. | PUBMED |
3 | Freitas et al., 2020 | Síndrome Congênita do Zika: Uma Revisão Sistemática | Descrever os sinais e sintomas que caracterizam a síndrome congênita do Zika. | PUBMED |
4 | Miranda et al., 2020 | Qualidade de vida relacionada à saúde em distúrbios neurológicos mais comumente associados à infecção pelo zika vírus: uma revisão sistemática | Investigar as evidências atuais sobre qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) para os dois resultados mais relevantes da infecção pelo vírus Zika em humanos, microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré (SGB). | PUBMED |
5 | Osman 2020 | Dengue, Chikungunya e Zika na vigilância GeoSentinel de viajantes internacionais: uma revisão da literatura de 1995 a 2020 | Objetivo deste estudo foi investigar e descrever as tendências ao longo do tempo e a carga das três doenças arbovirais em viajantes conforme capturado pelo GeoSentinel. | PUBMED |
6 | Capasso et al., 2019 | Incidência da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) na América Latina e no Caribe antes e durante a epidemia do vírus Zika de 2015-2016: uma revisão sistemática e meta-análise | Avaliar a incidência de GBS em toda a população na América Latina e no Caribe por meio de uma síntese de estudos observacionais. Para os fins deste estudo, “incidência de antecedentes” refere-se às taxas relatadas durante períodos de tempo sem epidemia de arbovírus. Até onde sabemos, esta é a primeira revisão sistemática sobre GBS nesta região. Um objetivo secundário desta revisão é verificar a incidência de GBS durante surtos de doenças arbovirais. | PUBMED |
7 | Wachira, Peixoto e Oliveira 2019 | Revisão sistemática dos fatores associados ao desenvolvimento da síndrome de Guillaen-Barré 2007-2017: o que mudou? | Descrever os fatores associados ao desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré, infecciosa e não infecciosa, durante e após a pandemia de influenza A(H1N1) em 2009 e a recente epidemia de vírus Zika nas Américas . | PUBMED |
8 | Masel et al., 2019 | A exposição prévia ao vírus da dengue piora os resultados clínicos da infecção pelo vírus Zika? Uma revisão sistemática, análise combinada e lições aprendidas. | Forneça uma declaração explícita das questões abordadas com referência aos participantes, intervenções, comparações, resultados e desenho do estudo (PICO). | PUBMED |
9 | Cardona et al., 2019 | Infecção fatal pelo vírus Zika nas Américas: uma revisão sistemática | Revisar sistematicamente a literatura publicada sobre resultados fatais da infecção pelo ZIKV nas Américas; (2) avaliar as evidências disponíveis que relacionam causalmente o ZIKV e os casos fatais; e (3) examinar o contexto clínico e o espectro da doença em casos de zika que evoluem para óbito. | PUBMED |
10 | Barbi et al., 2018 | Prevalência da síndrome de Guillaen-Barré entre os casos infectados pelos vírus Zika: uma revisão sistemática e meta-análise | Revisar sistematicamente a literatura e realizar uma meta-análise para estimar a prevalência de GBS entre indivíduos infectados pelo ZIKV. | PUBMED |
11 | Dias et al., 2018 | Zika Vírus: – uma revisão dos principais aspectos deste tipo de arbovirose | Integrar os achados relacionados ao vírus Zika da literatura científica. | SCIELO |
12 | Duarte et al., 2017 | Infecção do vírus Zika em gestante e microcefaliainformar sobre o atendimento adequado às mães possivelmente acometidas por esta infecção e de prover o correto encaminhamento das crianças eventualmente acometidas por esta infecção. Este é um tipo de documento que precisa ser continuamente reavaliado e atualizado. | Informar sobre o atendimento adequado às mães possivelmente acometidas por esta infecção e de prover o correto encaminhamento das crianças eventualmente acometidas por esta infecção. | SCIELO |
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.
Conforme Malta et al., (2017), em seu estudo “Síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus Zika em municípios da Bahia, Brasil, 2015” que objetivava descrever os casos notificados de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e outras manifestações neurológicas com história de infecção por dengue, chikungunya ou vírus Zika, na Região Metropolitana de Salvador e no município de Feira de Santana, Brasil. Deixa explicito que o aumento do surto da Síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas estavam incidentes nos meses de junho e julho na Bahia, foi o mesmo período em que estava disseminação de Zika vírus e de dengue e chikungunya principalmente no sexo masculino. Sendo o primeiro caso observado e identificado de infecção por vírus Zika, no Brasil, em 29 de Abril em Salvador e observado que quando houve redução nos casos de notificados de dengue, Zika e Chikungunya também houve uma redução dos casos de SGB e outras manifestações neurológicas.
De acordo com os estudos de Counotte et al., (2021), concluiu que a infecção por ZIKA provoca resultados congênitos adversos e GBS são reforçadas com as evidências publicadas entre 18 de janeiro de 2017 e 1º de julho de 2019. No entanto, de acordo com Freitas et al., (2020) a doença tem sido associada a complicações neurológicas, como síndrome de Guillain-Barré e envolvimento de nervos periféricos.
Miranda et al., (2020)em “Qualidade de vida relacionada à saúde em distúrbios neurológicos mais comumente associados à infecção pelo zika vírus: uma revisão sistemática” traz trẽs pontos principais nos quais, a microcefalia que ocorre em crianças devido a infecção por zika vírus e a infecção pelo mesmo interfere e provoca em adultos a SGB a qual afeta toda a estrutura física do indivíduo como interfere diretamente em seu estilo de vida.
No estudo abordado por Osman (2020), o mesmo evidencia manifestações de infecção por arbovírus com quadros graves neurológicos foram descritos em viajantes que se apresentaram em locais do GeoSentinel no Canadá, com 5% dos viajantes apresentando a síndrome de Guillain-Barré.
Capasso et al., (2019), em “Incidência da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) na América Latina e no Caribe antes e durante a epidemia do vírus Zika de 2015-2016: uma revisão sistemática e meta-análise” reafirma e aborda que o sexo mais atingido pela SGB são os do sexo masculino e ressalta que a população cria com o tempo imunidade contra esses tipos de doença após infecção de zika, todavia pode surgir outros problemas de saúde publica e doenças reemergentes. A SGB está diretamente ligada e é desencadeada por infeções anteriores, seja Zika vírus, dengues ou Chikungunya.
Segundo os estudos de Masel et al., (2019) foi identificado um número de modelos de Zika que prevê amplos fenômenos epidemiológicos e ecológicos, sendo epidêmicos com microcefalia e competência vetorial o impacto ou custos efetivamente altos das intervenções de riscos de transmissão sexual ou a carga da síndrome de Guillain-Barré a maioria dos estudos foram realizados durante a pandemia, novamente uma lacuna sobre a compreensão da dinâmica do Zika é África, onde o Zika foi descoberto e é endêmico havendo grande risco de futuras epidemias no local.
Algumas comorbidades podem elevar o risco de infecção grave pelo Zika vírus, porém deve considerar se a infecção anterior foi por um flavivírus heterólogo exemplo: vírus da dengue. Contribuem para a doença da Zika grave, conforme aborda os estudos de Cardona et al., (2019). Os Profissionais de Saúde devem estar conscientes de que a infecção pelo Zika pode apresentar sinais e sintomas semelhantes ao da dengue e outros arbovírus sendo eles como trombocitopénia e sangramentos choques ou doenças neurológicas graves exemplo encefalite, entretanto essas reações foram raras.
A síndrome de Guillain Barré (SGB) tem sido uma das complicações mais preocupantes da infecção pelo ZIKV em adultos. GBS é uma doença autoimune caracterizada por vários graus de fraqueza, anormalidades sensoriais e disfunção autonômica resultante de lesão do nervo periférico ou raiz nervosa, causando fraqueza motora e paralisia. A paralisia ou fraqueza muscular pode durar dias ou semanas, mas a maioria dos pacientes se recupera adequadamente. Nos casos mais graves, no entanto, ocorre paralisia total, causando desconforto respiratório, distúrbios de deglutição e morte, confirma as pesquisas de Dias et al., (2018).
A autora Barbi et al., (2018), traz que a infecção por zika vírus é um desafio na América do sul e América Central, representando um verdadeiro obstáculo para a saúde publica. Os casos de infecção pelo ZIKV tem que ser monitorados e observados constantemente para garantir um atendimento rápido e preciso, para que haja uma diminuição das sequelas associadas ao GBS, a qual afeta a qualidade de vida dos pacientes.
A pesquisa de Duarte (2017), relata que o vírus zika passou por umas modificações genômica, atualmente existe duas linhagens, uma da África e outra da Ásia, o dá linhagem asiática é a que causou epidemia no Brasil.Existe relatos sobre outras linhagens, mas oficialmente, são registradas duas linhagens reconhecidas até o momento. Essas transformações está ligada ás mudanças do tipo de perfil patogênico que liga o ZIKV aos acontecimentos de prejuízos ao sistema nervoso central de bebês. Ressaltando os elevados casos de síndrome de Guillain-Barré e encefalites em indivíduos que contraíram a infecção. Entretanto outras mudanças aconteceram, favorecendo a adaptação elevada do ZIKV aos mosquitos Aedes.
É importante ressaltar que a SGB ocorre após a infecção, onde o próprio sistema imunologico ataca o sistema nervoso periférico, acomete principalmente adultos do sexo masculino, especificamente pela infecção causada pelo vírus zika. Os Profissionais de saúde necessitam estarem atentos aos índices elevados de infecção por zika vírus, chikungunya e dengues, preveni-los juntos aos agentes comunitários de saúde e de endemias, bem como em casos confirmados notificarem.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença grave pouco conhecida entre a população, sua etiologia ainda é desconhecida, este estudo traz evidẽncias cientificas da literatura que o processo infeccioso causado pelo vírus zika está diretamente associada SGB em adultos. Essa doença deve ser considerada uma emergência que necessita de internação na sua fase inicial, pois quando os músculos da respiração e da face são acometidos, o que pode acontecer rapidamente, o paciente pode necessitar de ventilação mecânica para o tratamento da insuficiência respiratória, o que seria fatal ao paciente.
Há uma necessidade de ampliar o debate sobre as arboviroses que há emergentes no Brasil, com ênfase a Zika devido ao grande impacto a saúde pública a curto, médio e longo prazo. Trazendo grandes prejuízos na qualidade de vida de vários indivíduos, desde bebês, a crianças, adolescentes e adultos. Destaca-se também a contribuição que este estudo trará a literatura pertinente à temática.
Portanto, é necessário organizar o fluxo do manejo e tratamento de pessoas com diagnóstico da SGB, no intuito de garantir às pessoas acometidas pela doença, acesso em tempo oportuno aos meios diagnósticos e terapêuticos disponíveis conforme suas necessidades e com base nos protocolos do Ministério da Saúde, alerto sobre algumas medidas que decorrem da situação de emergência causada pelas viroses transmitidas pelo Aedes aegypti e aumento dos casos de SGB, bem como a organização dos serviços de atenção à saúde em situação de aumento dessa síndrome.
Este trabalho é de carácter inovador e traz uma repercussão positiva na literatura abordando a relação do Zika Vírus e a incidência da SGB, no Brasil. Todavia, deve-se realizar estudos mais aprofundados em outros tipos de pesquisas que esclareçam o porquê o processo infeccioso por vírus específicos como o Zika vírus, Chikungunya e Dengues, causam o desencadeamento da SGB.
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