SIGNS AND SYMPTOMS OF ANXIETY IN FIRST-YEAR STUDENTS OF THE PEDAGOGY PROGRAM
SIGNOS Y SÍNTOMAS DE ANSIEDAD EN ESTUDIANTES INGRESANTES DEL CURSO DE PEDAGOGÍA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202508060025
Mikaelle Lourrany Sousa Santiago¹; Maria da Conceição Santos de Oliveira¹; Aline Martins Diolindo Meneses¹; Alexsandra Hermelina de Carvalho²; Elda Martins Diolindo³; Ivoneide Pereira de Alencar¹; Kátia Magaly Pires Ricarte¹; Samara Gilvana Chaves Santos de Andrade³; Tammya Tercia Oliveira Ribeiro da Silva⁴; Teresa Cristina Coêlho de Sousa⁵.
Resumo: Objetivo: Relacionar os sinais e sintomas e ansiedade manifestados em estudantes ingressantes no curso de pedagogia da UESPI, com as características sociodemográficas e o estilo de vida. Métodos: Trata-se de um estudo probalistico intencional, realizado com 21 estudantes universitários. Os dados foram coletados por meio dos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico e do estilo de vida e o inventario Beck de ansiedade (BAI). Resultados: No total, foram 21 estudantes que participaram do estudo, sendo todas as 21 alunas do sexo feminino. A média de idade foi de 25,67 anos (Mediana: 25; desvio padrão 8,47; mínimo 18; máximo 51). Das estudantes, 66,67% são solteiras e 81%, não possuem filhos. Através do uso do instrumento BAI, 19% apresentam ansiedade mínima, 4,7% ansiedade leve, 43% ansiedade moderada e 33,30% ansiedade grave. Conclusão: Com base nos resultados do estudo, destaca-se a importância da identificação precoce dos sintomas ansiosos e da implementação de medidas de apoio pela IES incluindo suas práticas pedagógicas, conflitos interpessoais e intrapessoais dos alunos e de suas possíveis consequências.
Palavras-chave: Ansiedade; Estudantes; Universidade.
Abstract: Objective: To relate the signs and symptoms of anxiety manifested by first-year students in the pedagogy course at UESPI with their sociodemographic characteristics and lifestyle. Methods: This is an intentional probabilistic study conducted with 21 university students. Data were collected using the following instruments: a sociodemographic and lifestyle questionnaire and the Beck Anxiety Inventory (BAI). Results: A total of 21 students participated in the study, all of whom were female. The average age was 25.67 years (Median: 25; standard deviation: 8.47; minimum: 18; maximum: 51). Among the participants, 66.67% were single and 81% had no children. According to the BAI, 19% presented minimal anxiety, 4.7% mild anxiety, 43% moderate anxiety, and 33.30% severe anxiety. Conclusion: Based on the study results, the importance of early identification of anxiety symptoms is highlighted, as well as the implementation of support measures by the institution, including pedagogical practices, interpersonal and intrapersonal conflicts, and their possible consequences.
Keywords: Anxiety; Students; University.
Resumen: Objetivo: Relacionar los signos y síntomas de ansiedad manifestados por los estudiantes de primer año del curso de pedagogía de la UESPI con sus características sociodemográficas y estilo de vida. Métodos: Se trata de un estudio probabilístico intencional realizado con 21 estudiantes universitarias. Los datos fueron recolectados mediante los siguientes instrumentos: cuestionario sociodemográfico y de estilo de vida, y el Inventario de Ansiedad de Beck (BAI). Resultados: En total, participaron 21 estudiantes en el estudio, todas de sexo femenino. La edad promedio fue de 25,67 años (Mediana: 25; desviación estándar: 8,47; mínimo: 18; máximo: 51). De las estudiantes, el 66,67% eran solteras y el 81% no tenían hijos. Según el BAI, el 19% presentó ansiedad mínima, el 4,7% ansiedad leve, el 43% ansiedad moderada y el 33,30% ansiedad grave. Conclusión: A partir de los resultados del estudio, se destaca la importancia de la identificación temprana de los síntomas de ansiedad y la implementación de medidas de apoyo por parte de la institución, incluidas sus prácticas pedagógicas, los conflictos interpersonales e intrapersonales de los estudiantes y sus posibles consecuencias.
Palabras clave: Ansiedad; Estudiantes; Universidad.
INTRODUÇÃO
A ansiedade destaca-se como um dos transtornos que mais têm afetado a população mundial neste século. Sua incidência crescente desperta o interesse de especialistas em pesquisas voltadas à compreensão de suas causas e ao desenvolvimento de estratégias de tratamento. Estudos apontam que aproximadamente 25% da população apresenta, ou apresentará, algum transtorno de ansiedade ao longo da vida (JAVAID SD, et al., 2023). Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% da população global convive com transtornos mentais, o que corresponde a aproximadamente 720 milhões de pessoas. No contexto latino-americano, o Brasil ocupa a liderança em casos de ansiedade e depressão, com quase 19 milhões de indivíduos afetados (OMS, 2017).
O contexto contemporâneo, marcado por exigências crescentes e mudanças aceleradas, contribui significativamente para o surgimento da ansiedade. Sob uma perspectiva patológica, a ansiedade tornou-se um problema psicológico frequente na sociedade atual, exigindo novas formas de viver e conviver, e tornando as pessoas mais suscetíveis aos transtornos psíquicos (FONSECA PA, 2023).
O ingresso no ensino superior é uma experiência reconhecidamente geradora de ansiedade entre estudantes, pois representa um momento de transição permeado por desafios pessoais e acadêmicos. É fundamental compreender como os universitários enfrentam tais adversidades e as repercussões da ansiedade sobre sua saúde mental (SILVA ME, 2021). Durante esse processo de adaptação, aprendizagem e formação, os estudantes diferem quanto às expectativas, níveis de autonomia, habilidades cognitivas, motivações, desempenho acadêmico e desenvolvimento psicossocial (SOARES AB, et al., 2021). Tal realidade coloca o estudante universitário em uma situação de vulnerabilidade, elevando o risco de quadros psicopatológicos e dificultando seu desenvolvimento pessoal e profissional (LIMONE P e TOTO GA, 2022).
De modo geral, observa-se um número elevado de estudantes desenvolvendo algum tipo de transtorno após o ingresso na universidade, especialmente quadros de ansiedade. Diante disso, surge a necessidade de as Instituições de Ensino Superior (IES) repensarem suas práticas, especialmente no que se refere à oferta de suporte psicológico e psicopedagógico aos alunos, com foco na promoção da saúde mental (ARINO DO e BARDAGI MP, 2018).
Com o aumento progressivo dos casos de sofrimento psíquico entre universitários, torna-se imprescindível ampliar a discussão sobre saúde mental no ambiente acadêmico. As IES precisam ir além da preocupação com a qualidade do ensino, reconhecendo as demandas atuais e os fatores que contribuem para o comprometimento da saúde mental em seus ambientes (PRUDENCIO AC e SOEIRO NA, 2025). Frequentemente, as dificuldades de adaptação ao novo contexto, as condições sociodemográficas e o próprio estilo de vida tornam-se fontes de sofrimento recorrente, muitas vezes silencioso.
Nesse contexto, considerando a complexidade da ansiedade no meio universitário e a experiência pessoal de uma das pesquisadoras com o tema, esta pesquisa busca responder à seguinte problemática: Quais as relações entre os sinais e sintomas de ansiedade manifestados por estudantes ingressantes do curso de Pedagogia da UESPI e as características de seu contexto sociodemográfico e de seu estilo de vida?
Assim, o objetivo geral deste estudo foi relacionar os sinais e sintomas de ansiedade manifestados por estudantes ingressantes do curso de Pedagogia da UESPI com suas características sociodemográficas e seu estilo de vida. Os objetivos específicos foram: descrever o contexto sociodemográfico dos estudantes ingressantes que manifestam sinais e sintomas de ansiedade e caracterizar o estilo de vida desses estudantes.
Para alcançar tais objetivos, esta pesquisa de campo utilizou como principal instrumento o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), amplamente empregado em estudos que visam mensurar os níveis de ansiedade classificados como ausente, leve, moderado ou severo e regulamentado pelo Conselho Federal De Psicologia (CFP, 2018).
MÉTODOS
A presente pesquisa possui abordagem quali-quantitativa, o que possibilitou integrar diferentes perspectivas e fortalecer a validade dos dados. Marconi EM e Lakatos MA (2010) destacam que a abordagem qualitativa permite a análise e interpretação de aspectos profundos do comportamento humano, fornecendo maior compreensão sobre atitudes, tendências e experiências subjetivas. Já Zanella C (2009) afirma que a abordagem quantitativa se preocupa com a representatividade numérica, utilizando medições objetivas e dados estatísticos para mensurar relações entre variáveis e transformar os resultados em informações mensuráveis. Além disso, trata-se de uma pesquisa de campo, compreendida como o recorte empírico delimitado pelo pesquisador a partir de pressupostos teóricos que sustentam o objeto de investigação (MINAYO MC, et al., 2021).
O estudo foi realizado na cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, localizada em uma área de 2.015 km². De acordo com o Censo do IBGE de 2022, a cidade possui uma população estimada em 866.300 habitantes e sua economia é predominantemente voltada para o setor terciário, com destaque para os serviços públicos, o comércio e a prestação de serviços. O campo empírico da pesquisa foi a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), especificamente o Campus Poeta Torquato Neto, situado em Teresina. A UESPI é uma instituição pública composta por sete centros de ensino, entre eles o Centro de Ciências da Educação, responsável pelo curso de Pedagogia. Esse curso foi criado em 1986 e, ao longo dos anos, passou por reformulações para atender às novas demandas educacionais. Em 2001, passou a oferecer habilitação em supervisão educacional e, em 2004, passou a formar profissionais voltados para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, com ênfase em gestão educacional. Atualmente, o curso conta com 195 estudantes matriculados, distribuídos nos turnos manhã e noite, no semestre letivo 2023.1. As alterações curriculares observadas no curso foram pautadas pelo Decreto nº 3.276/99 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394/96 (BRASIL, 1996).
Participaram deste estudo 21 estudantes do sexo feminino, todas ingressantes do primeiro bloco do curso de Pedagogia. A amostra foi do tipo probabilística intencional. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: estar regularmente matriculada no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da UESPI, possuir idade igual ou superior a 18 anos e ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídas da pesquisa estudantes menores de 18 anos, desistentes e aquelas matriculadas em blocos posteriores ao primeiro. A quantidade de participantes buscou atender à representatividade necessária do grupo em estudo.
Os dados foram coletados por meio de dois instrumentos principais. O primeiro foi um questionário sociodemográfico e de estilo de vida, contendo questões sobre sexo, idade, estado civil, filhos, uso de medicações para dormir (frequência, nome, tempo de uso e se a prescrição foi médica ou não), uso de outras medicações, uso de anticoncepcionais (nome e tempo de uso), consumo de cafeína (quantidade diária), tabagismo (número de cigarros por dia), consumo de bebidas alcoólicas (frequência e quantidade semanal), prática de atividade física (frequência), horas semanais de trabalho e de atividade doméstica, além da última data e duração das férias. O segundo instrumento foi o Inventário Beck de Ansiedade (BAI), utilizado para detectar sintomas de ansiedade. Trata-se de um instrumento de uso restrito ao psicólogo e autorizado exclusivamente para pesquisas, conforme regulamentação do Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2018). O BAI é composto por 21 itens que descrevem sintomas de ansiedade, sendo que o participante deve indicar a intensidade de cada sintoma com base nas opções: 1) absolutamente não; 2) levemente, não me incomodou muito; 3) moderadamente, foi muito desagradável, mas suportável; 4) severamente, difícil de suportar (SNODGRASS MA, et al., 2024).
A aplicação dos instrumentos foi realizada em duas etapas sequenciais. Primeiramente, as participantes responderam ao questionário sociodemográfico e de estilo de vida e, em seguida, foi aplicado o BAI. Para a análise dos dados, utilizou-se o software estatístico Jamovi, versão 2.3.28. As análises descritivas foram realizadas com base nas distribuições de frequências absolutas, percentuais, medidas de tendência central e de dispersão. A normalidade das variáveis numéricas foi verificada por meio de testes de aderência. Para a análise bivariada, foi empregado o teste qui-quadrado, considerando-se como estatisticamente significativos os resultados com valor de p inferior a 0,05 e intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a realização deste estudo, contou-se com total de 21 discentes, sendo todas as 21 alunas do sexo feminino. A média de idade foi de 25,67 anos (Mediana: 25; Desvio Padrão: 8.47; Mínimo: 18; Máximo: 51). A Tabela 1 apresenta a caracterização social e demográfica das participantes de estudo.
Tabela 1 – Caracterização social e demográfica dos estudantes universitários – Teresina – Piauí

No que se refere ao estilo de vida das estudantes de pedagogia, os principais achados encontram-se descritos na Tabela 2, com destaque para o alto percentual de consumo de cafeína
Tabela 2 – Caracterização do estilo de vida dos estudantes universitários – Teresina, Piauí



Para o uso do instrumento BAI, os resultados mostram que 19% apresentaram ansiedade mínima, 4,7% apresentaram ansiedade leve, 43% ansiedade moderada e 33,30% ansiedade grave, conforme apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 – Apresentação do resultado Beck de Ansiedade

A Tabela 4 apresenta a análise bivariada dos fatores associados a presença de ansiedade grave.
Conforme o teste qui-quadrado conforme o estilo de vida das estudantes de pedagogia.
Tabela 4 – Fatores associados a presença de ansiedade grave em estudantes de pedagogia – Teresina, Piauí



Buscando responder aos objetivos do estudo, os resultados apresentados em relação aos dados sociodemográficos das estudantes de Pedagogia evidenciaram que 61,50% das alunas têm idade inferior a 25 anos, com média de idade de 25,67 anos; 66,67% são solteiras e 81% não possuem filhos. Esses dados são compatíveis com o perfil de adultos jovens que vivenciam a transição do Ensino Médio para o Ensino Superior, em processo de profissionalização. Observa-se que a maioria das estudantes universitárias que frequentam aulas presenciais regulares se enquadra no perfil de jovens adultas consideradas dentro do padrão convencional de estudantes. Essas jovens, ao ingressarem na universidade, enfrentam um período de intensas mudanças em suas vidas, como o distanciamento da família, adaptação a novos grupos sociais e métodos de aprendizagem acadêmica. Tais transformações são fatores que podem desencadear ou intensificar o sofrimento emocional, incluindo a ansiedade (LÚCIO SRR, et al., 2019).
Com relação ao estilo de vida, 66,67% das estudantes relataram o consumo diário de cafeína. Ferreira CC, et al. (2023) apontam que o consumo de cafeína pode afetar os níveis de ansiedade em algumas pessoas, visto que seu efeito estimulante eleva temporariamente os níveis de alerta e energia, o que pode ser benéfico para algumas, mas também pode provocar aumento da ansiedade, especialmente em doses elevadas. Ferreira CC e Queiroz CRA (2020) também evidenciam que o consumo de cafeína por estudantes universitários pode estar associado ao aumento da ansiedade, principalmente em períodos de alto estresse acadêmico, sendo essa uma relação complexa e individual.
Em relação à prática de atividade física, 38,50% das estudantes relataram praticar exercícios físicos, enquanto 61,50% afirmaram não manter uma rotina ativa. Os dados revelam um elevado percentual de estudantes universitárias não praticantes, o que pode impactar negativamente na saúde mental, elevando o risco de distúrbios emocionais. Julião MD (2022) indica que a inatividade física está relacionada a uma menor sensação de bem-estar e pode contribuir para o agravamento da ansiedade. Por outro lado, Gonçalves MP, et al. (2022), em estudo com 267 mulheres brasileiras praticantes de atividade física, identificaram menores escores de ansiedade e depressão em comparação com mulheres sedentárias.
Quanto ao trabalho, 61,50% das participantes informaram exercer alguma atividade laboral durante o período de graduação, enquanto 38,50% não trabalham. Além disso, 100% das estudantes afirmaram realizar tarefas domésticas em algum momento do dia. Quintino V, et al. (2014) corroboram esses dados ao constatar que a maioria dos estudantes de sua amostra trabalha (61,0%) ou realiza alguma atividade laboral, o que configura um fator de influência para o desenvolvimento da ansiedade. Ainda nesse contexto, Araújo TM, et al. (2005) e Pinho PS e Araújo TM (2012) observaram que mulheres com elevada sobrecarga doméstica apresentaram maior prevalência de transtornos mentais em comparação àquelas com menor carga: 45,6% contra 36,2%. Tais resultados indicam que o acúmulo de responsabilidades relacionadas ao trabalho doméstico pode estar diretamente associado ao surgimento de sintomas psíquicos.
A análise dos dados obtidos por meio do Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) indicou que 76,3% das participantes apresentaram sinais e sintomas de ansiedade moderada ou grave, reforçando a alta incidência de transtornos ansiosos em estudantes universitários. Dentro desse percentual, 32,7% foram classificadas com ansiedade grave, com predominância no sexo feminino (SANTOS RS, et al., 2021). A ansiedade é compreendida como uma resposta emocional multifacetada, com componentes psicológicos e fisiológicos, sendo parte integrante da experiência humana. Entretanto, ela adquire caráter patológico quando é desproporcional à situação que a provoca ou quando não está relacionada a um estímulo ou objeto específico. Nesses casos, torna-se excessiva, persistente e interfere significativamente na vida do indivíduo (PINTO EB, 2021).
Santos LF (2021) ressalta que embora a ansiedade normal e a patológica estejam relacionadas, elas se diferenciam pela intensidade, duração e impacto. A ansiedade considerada normal é adaptativa, tende a reduzir após a exposição ao estressor e pode melhorar o desempenho. Já a ansiedade patológica se caracteriza por tensão constante, ausência de um estímulo claro e comprometimento da qualidade de vida, podendo gerar sintomas intensos, como preocupação excessiva e ataques de pânico.
Com base nos resultados obtidos neste estudo, os quais apontam níveis significativos de ansiedade entre as participantes, reforça-se a importância da identificação precoce dos sintomas e da implementação de estratégias de apoio por parte das Instituições de Ensino Superior. Tais medidas são fundamentais para prevenir ou reduzir os impactos negativos da ansiedade, que incluem evasão acadêmica, queda no desempenho, conflitos interpessoais e sofrimento psíquico prolongado.
CONCLUSÃO
A pesquisa evidenciou que a ansiedade, enquanto estado emocional com componentes psicológicos e fisiológicos, afeta significativamente estudantes universitários, interferindo em seu desempenho acadêmico. Observou-se que a saúde mental em desequilíbrio pode contribuir para a evasão, sobretudo entre jovens em fase de adaptação ao ensino superior. O estudo, realizado com 21 mulheres do curso de Pedagogia, revelou média de idade de 25,67 anos, alto consumo de cafeína e ausência de prática regular de atividade física. Segundo os dados do BAI, 43% apresentaram ansiedade moderada e 33,3% ansiedade grave. Esses resultados apontam para um elevado nível de preocupação entre as participantes. A falta de atividade física mostrou-se como um dos fatores associados à piora dos quadros ansiosos. Destaca-se, no entanto, que a pesquisa se restringiu a mulheres, o que limita a generalização dos achados para outros públicos.
REFERÊNCIAS
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¹Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina – PI;
²Secretaria Estadual da Assistência Social (SASC-PI), Teresina – PI;
³Secretaria de Estado da Educação (SEDUC-PI), Teresina – PI;
⁴Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU-PI), Teresina – PI;
⁵Clínica Espaço Saúde Especializado (CESE), Teresina – PI.