SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL, 2010 A 2020

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12032601


Jucelia Lima Sousa1
Janayra Rodrigues Dantas1
Yuri Guilherme Melo Oliveira1
Ítalo Rafael Costa Silva2
Geovane Moura Viana3
Ana Paula Cunha Duarte4
Laís Daniela dos Santos Viana 1
Francinaldo Lima Sousa5
Michele Silva Cruz 5
Haylane Nunes da Conceição6
Hayla Nunes da Conceição7


RESUMO

Objetivo: Analisar os casos de sífilis gestacional e congênita na região nordeste do Brasil, 2010-2020. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal com abordagem quantitativa, com dados secundários obtidos através de bancos de domínio público, Sistema de Informação de Agravos de Notificação e Sistema de Informações sobre Nascidos vivos, e informações populacionais obtidas através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Resultados: Foram registrados 73.056 casos de sífilis gestacional entre 2010 e 2020 na região nordeste e 54.324 casos de sífilis congênita no período de 2010 a 2020 na região nordeste do Brasil. Os dados evidenciam aumento crescente de casos de sífilis gestacional, enquanto a taxa de detecção de sífilis congênita teve uma elevação seguida pelo decréscimo de casos. Verificou-se que os casos de sífilis em gestantes foram mais frequentes em mulheres na faixa etária entre 20 e 29 anos (n=37.839; 51,79%), pardas (n=49.548; 67,82%) e com escolaridade entre 5ª e 8ª série incompleta (n=16.236; 22,22%). Na maior parte dos casos, o diagnóstico da infecção foi realizado no 3° trimestre da gestação (n= 28.253; 38,67%), na fase clínica de sífilis primária (n= 23.016; 31,50%). Notou-se que os casos de sífilis congênita foram mais frequentes em crianças com menos de 7 dias de vida (n= 52.343; 96,05%) e com diagnóstico final na fase de sífilis congênita recente (n= 50.630; 92,91%). Notou-se que a maior parte das mães dessas crianças com sífilis congênita havia realizado o pré-natal (n= 42.476; 77,94%) e tiveram o diagnóstico da sífilis materna durante o pré-natal (n=24.533; 45,02%) com esquema de tratamento mais frequente instituído de forma inadequada (n=31.232; 57,31%). Conclusão: Os achados evidenciam uma falha na assistência pré-natal, que indica uma necessidade de implementação de novas estratégias com o objetivo de reduzir a taxa de transmissão da doença.

Descritores:  Sífilis. Gravidez. Sífilis Congênita. Saúde Pública. Epidemiologia. 

ABSTRACT

Objective: To analyze the cases of gestational and congenital syphilis in the northeast region of Brazil, 2010-2020. Methods: This is a descriptive, transversal research with a quantitative approach, with secondary data obtained from public domain databases, the Information System on Notifiable Diseases and the Live Birth Information System, and population information obtained from the Brazilian Institute of Geography and Statistics and the Department of Informatics of the Unified Health System. Results: There were 73,056 cases of gestational syphilis registered between 2010 and 2020 in the northeast region and 54,324 cases of congenital syphilis between 2010 and 2020 in the northeast region of Brazil. The data show a growing increase in cases of gestational syphilis, while the rate of detection of congenital syphilis had an increase followed by a decrease in cases. It was found that cases of syphilis in pregnant women were more frequent in women aged between 20 and 29 years (n=37,839; 51.79%), brown (n=49,548; 67.82%) and with schooling between 5th grade and incomplete 8th grade (n=16,236; 22.22%). In most cases, the diagnosis of infection was made in the 3rd trimester of pregnancy (n= 28,253; 38.67%), in the clinical phase of primary syphilis (n= 23,016; 31.50%). It was noted that the highest number of cases of congenital syphilis in children under 7 days of life (n= 52,343; 96.05%), final diagnosis in the phase of recent congenital syphilis (n= 50,630; 92.91%). It was noted that most mothers of these children with congenital syphilis had undergone prenatal care (n=42,476; 77.94%), had the diagnosis of maternal syphilis during prenatal care (n=24,533; 45.02 %) and who had the most frequently inappropriate treatment regimen (n=31,232; 57.31%). Conclusion: The findings show a failure in prenatal care, which indicates a need to implement new strategies with the objective of reducing the rate of transmission of the disease.

Keywords: Syphilis. Pregnancy. Congenital syphilis. Public health. Epidemiology.

Introdução

A sífilis é uma doença infecciosa crônica, sexualmente transmissível, que há séculos desafia a humanidade. Contudo, mesmo atualmente apresentando um método de diagnóstico simples e tratamento eficaz e de baixo custo, ainda se configura como um grave problema de saúde pública (Andrade et al., 2020).

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, caracterizada por ser sistêmica de evolução crônica, sua transmissão dá-se por meio de relação sexual ou materno-fetal, as principais vias de transmissão da sífilis são pela via sexual (sífilis adquirida) e vertical (sífilis congênita). Outras formas de transmissão são por via indireta, por meio do contato com objetos ou sangue contaminado, que são mais raras de acontecer, e por transfusão sanguínea. A sífilis apresenta várias manifestações clínicas e diferentes estágios, sífilis primária, secundária, latente e terciária, sendo a infecção nas fases primária e secundária classificadas com maiores riscos de transmissão (Andrade et al., 2020). 

A sífilis gestacional (SG) é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) de notificação compulsória por ter alta prevalência e estar relacionada a elevadas taxas de transmissão vertical, que variam de 30% a 100% quando não tratada ou tratada inadequadamente. A SG apresenta sinais e sintomas clínicos da sífilis e apresenta sorologia não reagente ao treponema durante o pré-natal, na curetagem ou no parto. À gestante, quando diagnosticada com sífilis, é de grande importância que o tratamento seja imediato e adequado (Marques et al., 2018).

A sífilis congênita é transmitida ao feto pela placenta por via transplacentária, ocorre quando a mãe infectada não é tratada ou o tratamento é inadequado, a transmissão ocorre em qualquer momento da gestação ou durante o parto. É dividida em precoce e tardia, a sífilis precoce pode ocorrer até os dois anos de idade, a maioria dos casos são assintomáticos e as manifestações são clínicas. A sífilis congênita tardia manifesta-se depois e raramente ocorrem manifestações clínicas, o que ocorre geralmente são cicatrizações da sífilis precoce onde abrange vários órgãos (Neres, 2018).

Para fins de vigilância epidemiológica o Ministério da Saúde tornou tanto a sífilis congênita quanto à gestacional em doenças de notificação compulsória por meio das Portarias nº 542, de 22/12/1986 e nº 33, de 14/07/2005 respectivamente. São todos registrados por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) (Soares et al., 2017).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no mundo ocorrem anualmente 12 milhões de novos casos de sífilis, dentre esses, resulta-se que 1,5 a 1,85 milhões são gestantes e 50% delas têm filhos com resultados adversos em consequência da doença (World Health Organization, 2016). No ano de 2016, foi estimado que no mundo haveria mais de meio milhão de casos de sífilis congênita, resultando em mais de 200.000 natimortos e mortes neonatais, representando um grande desafio para a saúde pública (Leal et al., 2020).

Dentre os países da América Latina, o maior número de casos de sífilis congênita ocorre no Brasil. A taxa média de casos referidos no Brasil foi de 5,5 por 100.000 habitantes por ano para a SC, variando de 2,5 a 12,5, considerando o ano de 2017. Enquanto a SG a taxa média foi 10,5, variando de 0,1 a 33,6 (Kaneko, 2020). A região Nordeste ocupa o segundo lugar no ranking das regiões onde ocorre maior número de casos de sífilis em gestantes no país, sendo que o estado do Maranhão apresenta a maior taxa de incidência da região, com seus casos por mil nascidos vivos concentradas principalmente na capital do estado, São Luís (Conceição, Câmara, Pereira, 2019). 

Nos últimos anos a sífilis materna tornou-se universalmente uma das principais causas de morbimortalidade materna com taxas elevadas de transmissão, podendo ocorrer a qualquer fase da infecção em períodos da gestação. As principais consequências da infecção no período gestacional são, morte intrauterina, parto prematuro, morte neonatal ou sífilis congênita (Bottura et al., 2019). Além disso, a sífilis congênita gera graves problemas e sequelas ao recém-nascido, precocemente acomete a criança nos dois primeiros anos de vida, apresentando manifestações clínicas: baixo peso ao nascer, anemia, icterícia, dificuldades respiratórias, choro débil, rinoréia mucossanguinolenta, linfondenopatia e pseudoesplenomegalia. Após os dois anos de vida a sífilis é caracterizada em tardia, o principal quadro clínico é a ceratite intersticial, articulação de Clutton, problemas ósseos, surdez e a neurossifilis (Kaneko, 2020).

A sífilis é uma doença de eliminação fácil, diagnóstico simples e tratamento eficaz, uma vez que a triagem no pré-natal é uma forma simples e barata de diagnosticar sífilis na gestação evitando a transmissão vertical (Araújo et al., 2020). Dessa forma, conhecer o perfil de mulheres grávidas e crianças infectadas com sífilis, é fundamental para identificar e controlar os casos de sífilis gestacional e congênita, adotando medidas de redução e intervenções efetivas diante dos casos da doença e para que se possa evitar a transmissão vertical. Neste sentido, o presente estudo visa analisar os casos de sífilis gestacional e congênita na região nordeste do Brasil, entre os anos de 2010 a 2020.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa. O cenário da investigação foi a região nordeste do Brasil.  

A população do estudo foi composta por todos os casos notificados de sífilis gestacional e congênita. Foram incluídos os casos registrados na região nordeste no período de 2010 a 2020, registrado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Nesta pesquisa foram utilizados dados secundários obtidos através de bancos de domínio público. Os dados referentes aos casos notificados de sífilis gestacional e congênita foram oriundos do SINAN e Sistema de Informações sobre Nascidos vivos (SINASC). As informações populacionais foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

4.5 Variáveis

4.5.1 Variável dependente

As variáveis dependentes foram os casos notificados de sífilis gestacional e congênita ocorridas na região nordeste no ano de 2010 a 2020.

4.5.2 Variáveis independentes

As variáveis independentes da sífilis gestacional compreendam características sociodemográficas e clínicas das gestantes:

  • Taxa de detecção por 1. 000 nascidos vivos;
  • Faixa etária – categorizada em: 10 a 14 anos; 15 a 19 anos; 20 a 29 anos; 30 a 39 anos; 40 anos ou mais e ignorado;
  • Escolaridade- categorizada em:  Analfabeto; 1ª a 4ª série incompleta; 4ª série completa; 5ª a 8ª série incompleta; fundamental completo; médio incompleto; médio completo; superior incompleto; superior completo; não se aplica e ignorado;
  • Raça/cor-categorizada em: branca; preta; amarela; parda; indígena e ignorada;
  • Trimestre gestacional do diagnóstico- categorizado em: 1° trimestre; 2° trimestre; 3° trimestre e idade gestacional ignorada;
  • Classificação clínica da infeção – categorizada em: sífilis primária; sífilis secundária; sífilis terciária; sífilis latente e ignorado;
  • Tratamento: categorizado em: penicilina; outro esquema; não realizado e ignorado.

Em relação à sífilis congênita, as variáveis independentes foram as relacionadas às características clínico epidemiológica da criança e da mãe, listadas abaixo:

  • Taxa de detecção por 100.000 nascidos vivos;
  • Idade da criança- categorizado em: menos de 7 dias; 7 a 27 dias; 28 a 364 dias; 1 ano; 2 a 4 anos; 5 a 12 anos e ignorado; 
  • Classificação da infecção- categorizado em: sífilis congênita recente; sífilis congênita tardia; aborto por sífilis e natimorto por sífilis; 
  • Faixa etária da mãe- categorizada em: 10 a 14 anos; 15 a 19 anos; 20 a 29 anos; 30 a 39 anos; 40 anos ou mais e ignorado;
  • Escolaridade da mãe- categorizado em: analfabeto; 1ª a 4ª série incompleta; 4ª série completa; 5ª a 8ª série incompleta; fundamental completo; médio incompleto; médio completo; superior incompleto; superior completo; não se aplica e ignorado; 
  • Raça cor da mãe- categorizada em: branca; preta; amarela; parda; indígena e ignorada
  • Realização do pré-natal- categorizado em: sim, não e ignorado; 
  • Momento do diagnóstico- categorizado em: durante o pré-natal; no momento do parto/curetagem; após o parto; não realizado e ignorado;
  • Esquema de tratamento da mãe- categorizado em: adequado; inadequado; não realizado e ignorado;
  • Óbitos por sífilis congênita por 100.000 nascidos vivos. 

Primeiramente, os dados foram armazenados e organizados no programa Excel 2016 para Windows e, em seguida, analisados com o auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0. 

Para o cálculo da taxa de incidência da sífilis gestacional, foi utilizado o número de casos de sífilis detectados em gestantes residentes na região nordeste e foi realizada a divisão pelo número total de nascidos vivos de mulheres residentes na região, obtido no SINASC e multiplicado por mil.  Já o cálculo da incidência de casos de sífilis congênita foi realizado com a utilização do número de casos de sífilis congênita e o número de nascidos vivos, a partir da equação de incidência dos casos (número de casos novos da doença dividido pelo número de nascidos vivos e multiplicado por mil). Para o cálculo da redução percentual das taxas de incidência da infecção em ambos os grupos, entre o primeiro e último ano de estudo, realizou-se a subtração entre o valor inicial e o valor final, e dividiu-se o resultado pelo valor inicial e, posteriormente, multiplicou-se por cem.

Trata-se de uma pesquisa que utilizou dados de domínio público, com a utilização de dados secundários e sem possibilidade de identificação dos sujeitos. Dessa forma, não se fez necessário a submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), conforme a resolução nº 510 de 07 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 2016).  

Resultados 

Foram registrados 73.056 casos de sífilis em gestante no período de 2010 a 2020 na região nordeste.  Observou-se que o maior número de casos de sífilis foi registrado em 2018 (14.780) e o menor em 2010 (2.367) (Gráfico 1).  Além disso, notou-se que a maior taxa de detecção também foi observada em 2018, correspondendo a 17,7 por 1.000 nascidos vivos (Gráfico 2). 

Gráfico 1. Casos de gestantes com sífilis por ano de diagnóstico, região Nordeste do Brasil, 2010-2020*

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.

Gráfico 2. Taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) de gestantes com sífilis por ano de diagnóstico. Região Nordeste do Brasil, 2010-2020*

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.
*O número de nascidos vivos para o ano de 2020 não estavam disponíveis, impossibilitando o cálculo da taxa de detecção para esse ano. 

Na tabela 1 está apresentado o perfil sociodemográfico dos casos notificados de sífilis em gestantes. Verificou-se que foram mais frequentes em mulheres na faixa etária entre 20 a 29 anos (n=37.839; 51,79%), pardas (n=49.548; 67,82%) e com escolaridade entre 5ª a 8ª série incompleta (n=16.236; 22,22%).

Tabela 1. Perfil sociodemográfico dos casos notificado de sífilis em gestantes na região nordeste do Brasil, 2010 a 2020

VARIÁVEISn%
Faixa Etária
10 a 14 anos1.1271,54
15 a 19 anos18.04124,69
20 a 29 anos37.83951,79
30 a 39 anos14.48119,82
40 anos ou mais1.5522,12
Ignorado120,02
Raça ou Cor
Branca8.14611,15
Preta8.81012,06
Amarela7311,00
Parda49.54867,82
Indígena3170,43
Ignorada5.5047,53
Escolaridade
Analfabeto9751,33
1ª a 4ª série incompleta5.9468,14
4ª série completa3.6104,94
5ª a 8ª série incompleta16.23622,22
Fundamental Completo5.8217,97
Médio Incompleto8.34211,42
Médio Completo10.87514,89
Superior Incompleto5920,81
Superior Completo5100,70
Não se aplica150,02
Ignorado20.13427,56

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.

A tabela 2 apresenta o perfil clínico dos casos notificados de sífilis em gestantes. Foi observado que a infecção foi mais frequente em mulheres no 3° trimestre da gestação (n= 28.253; 38,67%), que apresentavam a infecção na classificação clínica mais frequente na fase da sífilis primária (n= 23.016; 31,50%).

Tabela 2. Perfil clínico dos casos notificados de sífilis em gestantes na região nordeste do Brasil, 2010 a 2020.

VARIÁVEIS n%
Idade gestacional do diagnóstico
1° Trimestre17.32023,71
2° Trimestre22.90031,35
3° Trimestre28.25338,67
Idade gestacional ignorada4.5836,27
Classificação Clínica0,00
Sífilis Primária23.01631,50
Sífilis Secundária4.7906,56
Sífilis Terciária8.61411,79
Sífilis Latente15.42021,11
Ignorado21.21629,04

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.

A partir do gráfico 3 são apresentados os dados referentes à sífilis congênita. Foram registrados 54.324 casos de sífilis congênita em crianças no período de 2010 a 2020 na região nordeste do Brasil.

 O gráfico 3 apresenta o número de casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade por ano de diagnóstico. Observou-se, que a sífilis congênita apresentou o maior número de casos no ano de 2018 (n=7.848). Verificou-se que a taxa de incidência de casos de sífilis congênita por ano de diagnóstico, ocorreu em maior número em 2018, com taxa de detecção de 9,4/1.000 nascidos vivos (Gráfico 4).

Gráfico 3. Casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade por ano de diagnóstico, na região nordeste do Brasil, 2010-2020.

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.

Gráfico 4. Taxa de incidência dos casos de sífilis congênita (por 1.000 nascidos vivos) por ano de diagnóstico, na região nordeste do Brasil, 2010-2020.

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.
*O número de nascidos vivos para o ano de 2020 não estavam disponíveis, impossibilitando o cálculo da taxa de detecção para esse ano. 

Na tabela 3 está apresentado a idade e diagnóstico de casos de sífilis congénita. Notou-se que os casos de sífilis congênita foram mais prevalentes em crianças com menos de 7 dias de vida (n= 52.343; 96,05%), diagnóstico final na fase de sífilis congênita recente (n= 50.630; 92,91%).

Tabela 3– Idade e classificação da sífilis congênita na região nordeste do Brasil, 2010 a 2020

VARIÁVEIS n%
Idade da criança
Menos de 7 dias52.34396,05
7 a 27 dias1.1472,10
28 a 364 dias8341,53
1 ano730,13
2 a 4 anos460,08
5 a 12 anos530,10
Ignorado00,00
Diagnóstico Final
Sífilis congênita recente50.63092,91
Sífilis congênita tardia1090,20
Aborto por sífilis1.6833,09
Natimorto por sífilis2.0743,81

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.

Verificou-se que as crianças notificadas com sífilis congênita em sua maioria tinham mães com faixa etária entre 20 e 29 anos (n= 28.231; 51,80%), com escolaridade 5° a 8° série incompleta (n= 16.729; 30,70%) e da raça/cor parda (n=41.882; 76,85%). Notou-se que a maior parte das mães dessas crianças havia realizaram o pré-natal (n= 42.476; 77,94%), tiveram o diagnóstico da sífilis materna durante o pré-natal (n=24.533; 45,02%) e que tiveram o esquema de tratamento mais frequente instituído de forma o inadequado (n=31.232; 57,31%) (Tabela 4).

Tabela 4. Perfil clínico e sociodemográfico das mães das crianças notificadas com sífilis congênita na região nordeste do Brasil, 2010 a 2020. 

VARIÁVEIS n%
Faixa Etária da Mãe
10 a 14 anos6081,12
15 a 19 anos12.52022,97
20 a 29 anos28.23151,80
30 a 39 anos10.56019,38
40 anos ou mais1.1002,02
Ignorado1.4772,71
Escolaridade da Mãe
Analfabeto8321,53
1ª a 4ª série incompleta4.9949,16
4ª série completa2.6274,82
5ª a 8ª série incompleta16.72930,70
Fundamental Completo3.9637,27
Médio Incompleto5.65210,37
Médio Completo7.07912,99
Superior Incompleto4240,78
Superior Completo3030,56
Não se aplica2570,47
Ignorado11.63621,35
Raça ou Cor da Mãe
Branca4.4768,21
Preta3.6736,74
Amarela2070,38
Parda41.88276,85
Indígena1010,19
Ignorada4.1577,63
Realização de pré-natal
Sim42.47677,94
Não7.77214,26
Ignorado4.2487,80
Momento do diagnóstico da sífilis materna
Durante o pré-natal24.53345,02
No momento do parto/curetagem21.31439,11
Após o parto5.62110,31
Não realizado3440,63
Ignorado2.6844,93
Esquema de tratamento materno
Adequado1.8503,39
Inadequado31.23257,31
Não Realizado15.00527,53
Ignorado6.40911,76

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.

O gráfico 5 apresenta os óbitos em menores de um ano por sífilis congênita. Foram registrados 516 óbitos por sífilis congênita em menores de um ano no período de 2010 a 2020 na região nordeste. Notou-se que os casos e o coeficiente de óbitos por sífilis congênita ocorreram em maior número no ano de 2018 (n=82 e 9,8/1.000 nascidos vivos, respectivamente).  

Gráfico 5. Óbitos por sífilis congênita em menores de um ano e coeficiente bruto de mortalidade (por 100.000 nascidos vivos) segundo ano do óbito, região nordeste do Brasil 2000-2019*

Fonte: MS/SVS/Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
NOTAS: (1) Dados até 30/06/2020; (2) Dados preliminares para os últimos 5 anos.
*Os dados de 2020 não estavam disponíveis no momento da coleta de dados.

Discussão 

O presente estudo apresenta os dados sobre sífilis gestacional e congênita na região Nordeste do Brasil no ano de 2010 a 2020. Os dados evidenciam que a taxa de detecção de sífilis em gestantes apresentou um número crescente de casos, ao passo que a taxa de detecção de sífilis congênita apresentou uma elevação seguida do decréscimo no número de casos. 

Os achados da presente pesquisa vão ao encontro dos dados nacionais. Pesquisa conduzida com o objetivo de analisar a ocorrência de sífilis congênita nas regiões do Brasil no período de 2010-2018, observou que a incidência de sífilis gestacional e congênita é crescente em todas as regiões do Brasil. Análise dos dados do número de notificações de sífilis gestacional na região Nordeste, no período entre 2010 e 2020, observou um aumento no ano de 2018 (Dantas et al., 2020). Pesquisa conduzida no estado do Maranhão, no período de 2015 a 2019, observou o aumento na prevalência de sífilis gestacional e crescente número de casos de sífilis congênita que diferem dos dados registrados no país no ano de 2019, onde mostra leve redução de casos (Costa, Freitas, Lopes, 2021). 

O aumento do número de casos de sífilis gestacional e congênita pode estar relacionado à obrigatoriedade da notificação compulsória dos casos e maior oferta de testes rápidos nas Unidades Básicas de Saúde durante o período gestacional, que contribuem para o diagnóstico prévio e consequentemente o aumento no número de casos registrados (Souza; Rodrigues; Gomes, 2018). 

Do mesmo modo, a redução de casos de sífilis congênita nos últimos anos, pode estar relacionado ao diagnóstico precoce da sífilis em gestante, tratamento em tempo oportuno e tratamento dos parceiros íntimos (Trevisan et al., 2018). Contudo, a redução do número de casos de sífilis congênita pode estar relacionada com a falta de notificação ou identificações inadequadas dos dados que alimentam o sistema de agravos de notificação, por conta da sobrecarga dos profissionais no período da pandemia da Covid-19 (Costa, Freitas, Lopes, 2021).  

Na presente pesquisa, a sífilis em gestantes foi mais frequente em mulheres jovens, pardas e com baixa escolaridade. Resultados semelhantes foram encontrados em pesquisas conduzidas em Alagoas, Niterói e Alagoas (Alves et al., 2016; Cavalcante; Pereira, Castro, 2017; Heringer et al., 2020). Estudo realizado em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, entre 2013 e 2015, evidenciou o predomínio da infecção em mulheres com baixa escolaridade (Cabral et al., 2017). Já em Belo Horizonte, a sífilis apresentou características sociodemográficas que vão ao encontro do observado na região nordeste no presente estudo, com predomínio de casos em gestantes com idade inferior a 20 anos e baixa escolaridade (Nonato; Melo; Guimarães, 2015). A literatura evidencia os fatores individuais como o perfil sociodemográfico como fator de risco para a infecção. Percebe-se maior prevalência de casos na faixa etária de 20 a 29 anos, que pode estar relacionado ao desempenho sexual neste intervalo de idade, a maioria não tinha mais de 9 anos de estudo, o que pode ser um fator contributivo para a compreensão limitada das informações em relação a prevenção dessa infecção. Além disso, mulheres com baixa escolaridade, em geral apresentam condições socioeconômicas menos favorecidas, dificuldade de acesso aos serviços de saúde e maior vulnerabilidade para a assistência à saúde de baixa qualidade e consequentemente a ocorrência do diagnóstico da infecção tardiamente (Andrade et al., 2019; Trevisan et al., 2018; Souza; Rodrigues; Gomes, 2018).

Nesse estudo, a maior parte das gestantes foram diagnosticadas com T. pallidum no terceiro trimestre de gravidez e com a sífilis na fase primária da infecção. Resultados semelhantes foram observados em outros estudos (Trevisan et al., 2018; Macêdo et al., 2020). Pesquisa realizada em Cachoeira do Sul-RS, em 2017, constatou que 65% do total de notificações ocorreu no terceiro trimestre gestacional (Bordignon, Cardoso, Barreto, 2017). 

Já estudos realizados em Palmas, Tocantins, de 2007 a 2014, com percentual de 36,8% ocorre na fase primária da doença (Trevisan et al., 2018). Esses achados vão de encontro ao observado no Brasil entre 2018 e 2019, onde foi constatado um maior número de diagnósticos de sífilis em gestante, detectadas no primeiro trimestre de gravidez. Tais divergências podem ocorrer de acordo com as variáveis de cada região que incluem acesso aos serviços de saúde e meios diagnósticos (Brasil, 2020).  

A prevalência de diagnóstico da infecção do terceiro trimestre de gestação é preocupante, uma vez que no início da gravidez já é preconizada a realização da triagem sorológica para esse público. Desse modo, o predomínio do diagnóstico nesse período tardio da gravidez evidência uma falha no atendimento a gestante, bem como pode estar relacionado a inefetividade das ações de educação em saúde para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis durante o pré-natal (Macêdo et al., 2020). 

No que tange à sífilis congênita, foi observado que a maior parte das crianças notificadas eram filhas de mães que haviam realizado o pré-natal e que foram tratadas de forma inadequada para a infeção. Um dos fatores que podem estar relacionados à alta incidência de casos de SC é a não realização dos testes diagnósticos, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, como ausência do tratamento do parceiro. Outras razões podem ser o acesso tardio, o teste treponêmico não ter sido solicitado ou a mulher que foi tratada ser reinfectada pelo parceiro sexual não tratado (Favero et al., 2019).

A sífilis congênita pode ser evitada por ações efetivas durante a assistência ao pré-natal. Quando diagnosticada, a gestante e seu parceiro sexual devem ser tratados no decorrer da assistência pré-natal, apesar do aumento da cobertura do pré-natal, é baixa a efetividade das ações de prevenção da SC no Brasil (Silva et al., 2019).

 A realização do pré-natal tem sido apontada como uma das principais formas de rastrear problemas e garantir a saúde materna e fetal. O rastreio da sífilis no pré-natal tem sido uma dessas formas de garantir ou minimizar os problemas de saúde que a mãe apresenta e minimizar o impacto na saúde do concepto (Araujo et al., 2013). Contudo, conforme supramencionado mesmo a maior parte das gestantes com sífilis tendo realizado o pré-natal, os diagnósticos foram realizados no último trimestre de gravidez, evidenciando uma falha na atenção ao pré-natal contribuindo para a ocorrência da transmissão vertical da sífilis (Shubert et al., 2018). 

Além disso, outro fator que colabora para o aumento da sífilis congênita, é o tratamento não adequado. No ano de 2014, houve um desabastecimento mundial da matéria-prima para a produção da penicilina, com isso os estoques de penicilina diminuíram, vários estados ficaram sem o fármaco para tratar as gestantes, acarretando o aumento dos casos de sífilis congênita, por ser o único fármaco eficaz para o tratamento adequado da gestante (Neres, 2018). O tratamento adequado da gestante envolve o uso correto das medicações prescritas para a gestante de acordo com a fase clínica da infecção sifilítica, sendo realizada com Benzilpenicilina, além disso, é essencial realizar a identificação do parceiro íntimo independente do resultado da testagem sorológica, como forma de evitar que a gestante seja reinfectada (Souza; Rodrigues; Gomes, 2018; Domingues et al., 2021).

É de suma importância que os enfermeiros que prestam assistência à atenção ao pré-natal sejam capacitados em relação ao diagnóstico e tratamento da sífilis, principalmente em relação à posologia da penicilina e o preenchimento correto de documentos necessários à realização da notificação de agravo. Diante disso, faz-se necessário políticas públicas que promovam capacitar e sensibilizar as equipes de saúde, capacitando em relação ao manejo clínico e às notificações na assistência ao pré-natal (Suto et al., 2016).

Os resultados ainda evidenciaram que a SC foi mais prevalente em neonatos precoce (<7 dias de vida) e com o diagnóstico de sífilis recente e que apresentaram maior coeficiente de mortalidade em 2018. Resultado semelhantes foram encontrado em estudo realizado no Piauí, que buscou destacar o perfil epidemiológico da sífilis congênita no estado considerando dados da fichas de notificação, registradas entre  2013 a 2017, que aponta também uma prevalência no diagnóstico de casos de sífilis em bebês com idade até seis dias de vida, evidenciando a influência da baixa qualidade do pré-natal e da assistência prestada nos serviços de saúde como um fator que contribui para a prevalência de casos diagnósticos nesta faixa etária (Nunes et al., 2020).  

Estudos evidenciam que é insuficiente as consultas realizadas pelas gestantes durante o pré-natal para garantir o controle da sífilis. Para que ocorra a diminuição da SG e, consequentemente, dos casos de sífilis congênita, está só poderá ser feita quando medidas de prevenção e controle forem satisfatórias e aplicadas. Para que isso ocorra, faz-se necessário que os profissionais de saúde e gestores estejam comprometidos com o serviço de qualidade prestados na assistência do pré-natal (Suto et al., 2016).

Os índices da infecção pelo T. pallidum em gestante e crianças  é alarmante, considerando que denuncia a fragilidade na prestação de assistência preventiva à contaminação do feto e, ainda que o diagnóstico precoce da sífilis favoreça o tratamento, é importante destacar as consequências danosas da infecção à saúde do bebê e potencial de letalidade, levando a um índice ainda elevado de mortalidade que poderia ser evitado com um pré-natal de maior qualidade e conscientização da gestante quanto a importância da realização do tratamento (Nunes et al., 2020; Gomes et al., 2020).

Este trabalho apresentou algumas limitações para seu desenvolvimento, como o uso de dados secundários, condicionados à qualidade dos registros. Evidenciou–se um número elevado de dados faltantes, possível reflexo da ausência do registro pelo profissional. Outra limitação deste estudo está relacionada à informação sobre o tratamento da gestante. Além de não ser possível verificar se o tratamento foi realizado considerando a idade gestacional, a fase da doença ou a dose prescrita, tampouco o tempo transcorrido desde o término do tratamento até o parto. Os casos de sífilis congênita foram identificados na base de dados do SINAN, podendo estar subestimados. 

Conclusão

A sífilis em gestantes apresentou uma taxa ascendente no período de estudo. Por outro lado, a sífilis congênita apresentou um decréscimo na região nordeste. 

A sífilis gestacional apresentou maior prevalência entre as mulheres na faixa etária entre 20 e 29 anos, pardas e com baixa escolaridade, sendo este o mesmo perfil das mães de crianças notificadas com sífilis congênita.  O diagnóstico da infecção foi realizado sobretudo no terceiro trimestre de gravidez, na fase primária da sífilis.

No que tange a sífilis congênita, houve o predomínio da infecção em filhos de mulheres que realizaram o pré-natal, tendo sido esse o período de diagnóstico da infecção materna. Além disso, notou-se que a maior parte das mães de crianças com sífilis congênita tiveram o tratamento instituído de forma inadequada. 

Observa-se que a sífilis é um problema de saúde pública e que, apesar de ser uma doença que tem tratamento acessível e eficaz, é elevado o índice de novos casos de sífilis gestacional e congênita, o que reforça a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica nas redes de atenção à saúde para que os serviços de saúde desempenhem novas estratégias para reduzir a transmissão e o aumento de casos. 

Os achados evidenciam falha na assistência pré-natal indicando assim a necessidade de implementar novas estratégias com o objetivo de reduzir a transmissão da doença como investir na capacitação de profissionais, fortalecendo a vigilância epidemiológica e abordagens integradas de prevenção. 

Tendo em vista os aspectos observados, espera-se fornecer elementos que apoiem os profissionais de saúde e gestores a planejar e implementar ações educativas para elucidar a real demanda relacionada à doença. Por fim, faz-se necessário que novos estudos venham complementar essas informações, visando melhorar a SG e SC e controlar esta doença no nordeste do Brasil. Deste modo, a consequente elevação e aumento da sua incidência só poderá ser minimizada e controlada quando a prevenção for aplicada satisfatoriamente.

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1 Enfermeira pela Universidade Estadual do Maranhão
2Fisioterapeuta. Preceptor do curso de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde Pitágoras de Codó
3Pós Graduado em Terapia Intensiva, Pós graduado em Urgência e Emergência e Pós Graduado em Hemodinâmica e Cardiologia
4 Graduação em enfermagem; Especialização em Gestão em Saúde e em centro cirúrgico e central de material e esterilização
5Graduando (a) em enfermagem pela Universidade Estadual do Maranhão
6 Fisioterapeuta, docente do curso de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde Pitágoras de Codó
7Enfermeira, docente do curso de enfermagem na Universidade Estadual do Maranhão