REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202412152031
Kênia Alencar Fróes1; Anna Flávia dos Santos Ramos1; Patrícia Fernandes do Prado1; Ana Paula Oliveira Maciel1; Danielle Almeida Abreu1; Mirela Lopes Figueiredo1; Luís Paulo Souza e Souza2; Carla Silvana de Oliveira e Silva 1, 3; Jaqueline D’Paula Ribeiro Vieira Torres1
RESUMO
Objetivo: Descrever sobre a sensibilização para imunização de profissionais de enfermagem da pediatria com enfoque na vacina de difteria, tétano e coqueluche acelular. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIMONTES. Resultados e discussão: A partir da análise dos cartões foi identificado que vários possuiam atrasos vacinais, especialmente da vacina COVID-19, Influenza e dTpa. Os servidores foram sensibilizados a procurarem as salas de vacina de referência para o seu domicilio ou a de melhor conveniência. Adicionalmente foi proporcionada dentro das atividades comemorativas do dia do trabalhador, três dias de vacinas extramuro dentro das dependências do hospital. Oito profissinais de enfermagem da pediatria procuraram o serviço nos dias ofertados e foram imunizados contra dTpa. Conclusão: A imunização dos funcionários do serviço pediátrico deve contribuir para evitar situações de risco, permitindo intervenções precoces em questões de saúde ocupacional e saúde coletiva. Alcançar este objetivo exige a divulgação de informações, a mobilização da sociedade e uma comunicação ambiental eficaz.
Palavras-chave: Vacinas. Coqueluche. Vacina contra coqueluche. Saúde do Trabalhador
ABSTRACT
Objective: To describe awareness of immunization among pediatric nursing professionals with a focus on the diphtheria, tetanus and acellular pertussis vaccine. Methodology: This is a descriptive study of the experience report type. The actions described were approved by the Human Research Ethics Committee under opinion no. 6,234,026. Results and discussion: From the analysis of the cards, it was identified that several had vaccination delays, especially for the COVID-19, Influenza and Tdap vaccines. Servers were encouraged to look for the reference vaccination rooms for their home or the one that is most convenient. Additionally, three days of extramural vaccinations were provided within the Labor Day commemorative activities within the hospital premises. Eight pediatric nursing professionals sought the service on the days offered and were immunized against Tdap. Conclusion: The immunization of employees in the pediatric service should contribute to avoiding risk situations, allowing early interventions in occupational health and collective health issues. Achieving this objective requires the dissemination of information, the mobilization of society and effective environmental communication
Keywords: Vaccines. Whooping cough. Pertussis vaccine. Occupational Health.
INTRODUÇÃO
O conceito de saúde do trabalhador refere-se a uma abordagem de saúde pública voltada para promover e proteger a saúde dos trabalhadores, além de reduzir os impactos negativos decorrentes dos tipos de desenvolvimento e dos processos produtivos. Isso é feito por meio de ações que abrangem promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da saúde(1). Dessa forma, as iniciativas de saúde do trabalhador podem ser compreendidas como um conjunto de medidas destinadas a promover o desenvolvimento sustentável levando em consideração os aspectos socioambientais relacionados ao trabalho(1,2).
A ideia de Saúde Ocupacional como uma prática ligada ao desenvolvimento sustentável tem sido cultivada no Brasil ao longo dos últimos dez anos, por meio da incorporação desse domínio como uma política de saúde. Ao longo desse período, a legislação de saúde, especialmente a voltada à saúde do trabalhador, tem proposto medidas para incentivar transformações nas práticas nas instituições de saúde, visando à melhoria da qualidade de vida dos funcionários em grandes hospitais(2). Nesse contexto, autoridades de saúde enfatizam a importância de considerar os aspectos de saúde durante o processo de sustentabilidade ambiental, como fundamento na formulação de propostas e soluções de problemas derivados de situações de risco para a saúde e o ambiente decorrentes da implementação de certos processos produtivos nessas áreas(3-4).
Nessa perspectiva, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) oferecem um caminho para enfrentar as mudanças contemporâneas que envolvem questões complexas, as quais impactam na sobrevivência humana e na conservação ambiental. No contexto da saúde do trabalhador, a audaciosa agenda dos ODS para até o ano de 2030, contempla entre outros objetivos, a promoção da saúde, incluindo amplo acesso às vacinas (em consonância com o ODS 3 – Saúde e Bem-Estar) (5).
A imunização ganha notoriedade como um ODS, especialmente em uma concepção de promoção e prevenção de agravos, no intento de evitar eventos de saúde pública (surtos e epidemias) e reduzir os índices de internações por doenças imunopreveníveis e toda a conjuntura relacionada à hospitalização(6). Assim, a prática de enfermagem que opera em consonância com os ODS deve, portanto, fomentar, planejar e executar ações reflexivas, responsáveis e proativas direcionadas à promoção do acesso à saúde de qualidade e à imunização universal da população, especialmente de profissionais de saúde(7).
Embora exista consenso sobre os benefícios da vacinação em termos de saúde pública têm-se registrado quedas nas coberturas vacinais nos últimos anos, notadamente após a pandemia de COVID-19, e ainda por razões multifatoriais. O Brasil, apesar do já consolidado e das conquistas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem acompanhado a tendência mundial(8-11).
No que se refere à vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche acelular (dTpa), desde novembro de 2014 este imunobiológico está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para gestantes e profissionais de saúde (12, 13).É importante ressaltar que esta vacina é inativada, ou seja, não pode causar a doença por si só. Vale ressaltar que as quantidades dos componentes toxóide diftérico e coqueluche presentes nesta vacina são menores em comparação com a vacina infantil (DTPa). A dTpa é a única vacina contra coqueluche que pode ser administrada de maneira segura em adultos (14,15).
A coqueluche é uma enfermidade infecciosa aguda do sistema respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis e está incluída na lista de doenças de notificação compulsória, devido à sua alta capacidade de disseminação, o que demanda a implementação de medidas preventivas eficazes e um controle rigoroso e ainda é uma preocupação de saúde pública, especialmente em um cenário de queda nas coberturas vacinais. A estratégia de vacinação para profissionais de saúde que prestam assistência a recém-nascidos embasa-se no fato da coqueluche ainda ser uma doença de expressiva importância para a saúde pública, devido ao alto risco de vida para os lactentes menores de 1 ano de idade, considerado grupo etário com maior morbimortalidade (12, 16- 17).
Alternativamente, para um alcance de melhores coberturas vacinais para profissionais de saúde, uma revisão sistemática que abordou a participação de funcionários em campanhas de vacinação no local de trabalho sugeriu como conclusão do estudo que uma medida eficaz para minimizar ou reduzir os riscos biológicos é fornecer aos trabalhadores vacinações seguras e eficazes com base nas suas tarefas específicas (18).
Muito embora a vacina dTpa esteja disponível gratuitamente nas salas de vacina do Brasil, ainda existe uma lacuna na literatura que correlacione este imunobiológico e profissionais de saúde considerando o conhecimento, a adesão/aceitabilidade assim como a hesitação e estudos de ações para fortalecimento da imunização específicas para trabalhadores de saúde.
Nesse sentido, estratégias que visam melhorar a adesão vacinal em profissionais de saúde são louváveis. Para este fim, o objetivo deste estudo foi descrever um relato de experiência sobre a sensibilização para imunização de profissionais de enfermagem de uma unidade pediátrica com enfoque na vacina de difteria, tétano e coqueluche acelular.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência desenvolvido a partir das vivências adquiridas durante uma ação com servidores da equipe de pediatria de em um hospital-escola no município de Montes Claros-MG realizado no mês de abril de 2024. A ação foi idealizada em parceria com o serviço de saúde do trabalhador, serviço de Controle de Infecção Hospitalar e acadêmicos de enfermagem, como parte de ações desenvolvidas em semana comemorativa à saúde do trabalhador da instituição em questão.
Os alunos que participaram da ação receberam previamente instruções sobre como avaliar o calendário vacinal, considerando as vacinas recomendadas pelo PNI para profissionais de saúde. A ação foi dividida em três momentos: 1. Avaliação do cartão vacinal dos profissionais de enfermagem da pediatria e identificação de vacinas ausentes e/ou em atraso; 2. Intervenção para sensibilização dos profissionais para atualização vacinal, com enfoque para a vacinação dTpa; 3. Oferecimento da vacina e reavaliação do cartão vacinal.
Todas as atividades realizadas foram de conhecimento e aprovadas pela administração do hospital como uma importante parceria entre o serviço e a academia para fortalecer as ações de saúde do trabalhador.
A utilização dos dados coletados limitou-se à discussão científica, sem qualquer tipo de divulgação que pudesse identificar os participantes. Todos os membros da equipe de pesquisa foram devidamente treinados nos aspectos éticos envolvidos e comprometidos com uma conduta responsável e respeitosa durante todo o processo. O compromisso com a ética norteou todas as etapas deste estudo, sempre pensando na integridade e no bem-estar dos participantes, e para contribuir para a produção de conhecimento na área da saúde, especialmente para a saúde do trabalhador e saúde coletiva.
As ações descritas neste estudo fazem parte de um projeto de pesquisa guarda-chuva, intitulado: “Implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde e do Programa Nacional de Imunizações na população do município de Montes Claros/MG” e teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Montes Claros, CAE:: 71712523.9.0000.5146..
RESULTADOS
Incialmente é preciso descrever como se deu a escolha pelo tema. Considerando que o serviço de saúde do trabalhador do hospital-escola em questão teria atividades programadas para o mês de abril de 2024 em comemoração ao Dia do Trabalhador, e ainda ao fato de acadêmicas de enfermagem buscarem informações no Serviço de Controle de Infecções Hospitalares em razão de uma suspeita de criança internada com coqueluche na pediatria, os envolvidos entenderam que tratava-se de um momento oportuno para avaliação da saúde dos profissionais de enfermagem da unidade no que tange à vacinação para dTpa. Além disso, entre as atividades comemorativas da semana do trabalhador seria disponibilizada vacinação extramuro para os servidores do hospital.
Neste sentido, a enfermeira do Serviço de Controle de Infecções da instituição organizou uma reunião com professores de enfermagem que acompanhavam as atividades práticas dos acadêmicos na pediatria para o planejamento da ação. Considerando a situação, para melhor abordagem e avaliação de impacto, ficou definido que as atividades seriam desenvolvidas em três momentos distintos a saber: 1. Avaliação do cartão vacinal dos profissionais de enfermagem da pediatria e identificação de vacinas ausentes e/ou em atraso; 2. Intervenção para sensibilização dos profissionais para atualização vacinal, com enfoque para a vacinação dTpa; 3. Oferecimento da vacina e reavaliação do cartão vacinal.
Os servidores incialmente foram convidados a trazer o cartão vacinal para avaliação, considerando as vacinas do PNI para profissionais de saúde, com enfoque para a vacina dTpa. Para melhor agilidade e alcance foi encaminhada essa orientação por aplicativo móvel de mensagem em grupo de profissionais de enfermagem do setor pediátrico em questão. As avaliações dos cartões dos profissionais de enfermagem da pediatria (enfermeiros, técnicos de enfermagem e estagiários de enfermagem) foram feitas pontualmente e individualmente.
Durante este estudo, foi feito o levantamento do total de profissionais de enfermagem atuantes na unidade de pediatria, chegando a um número igual a 35, sendo: 5 enfermeiros, 27 técnicos de enfermagem e 3 estagiários de enfermagem. Embora feita a solicitação para todos os profissionais, apenas 28 disponibilizaram os cartões de vacinação para análise. Destes, constatou-se que apenas 4 cartões apresentavam o esquema vacinal completo, considerando o calendário vacinal do PNI para profissionais de saúde. Dos 24 cartões com atraso, 13 estavam incompletos em relação dTpa. Para os que possuíam doses para dTpa, muitas relataram que a dose deste imunobiológico foi feita em virtude de recomendação no período gestacional.
A partir da análise dos cartões foi identificado que vários profissionais de enfermagem da unidade pediátrica deste estudo possuíam atrasos vacinais, especialmente da vacina COVID-19, Influenza (campanha atual) e dTpa.
Em um segundo momento, após avaliação do cartão vacinal foi feita sensibilização dos servidores através de educação em saúde sobre todas as vacinas do calendário Nacional de Imunizaçõs do para profissional de saúde, incluíndo a vacina dTpa com considerações particulares em relação a sua importancia para profissionais de saúde que prestam assistência em serviços de pediatria e neonatologia. As ações de educação em saúde foram realizadas presencialmente para os servidores, em todos os plantões, nos turnos diurno e noturno. Para a sensibilização sobre a importancia da vacinação de profissionais de saúde, especialmente da dTpa, foi utilizada metodologia ativa, com discussão de casos e exposição dialogada, onde foi permitida inicialmente a fala sobre o conhecimento prévio sobre a importancia deste imunológico para profissionais de saúde que atuam na assistência pediátrica e neonatal. Ficou evidenciado que grande parte dos servidores não conhecia de fato a necessitade de vacinação para este imunológico. Foi feita então apresentação das recomendações do Programa Nacional de Imunização para vacinação de profissionais de saúde da assistencia pediátrica e neonatal, considerando que a coqueluche ainda é uma doença de grande importância para a saúde pública, devido ao alto risco de vida para os lactentes menores de 1 ano de idade, já que este grupo etário possui maior morbimortalidade. Considerando que a pediatria é um setor de internação que atende a faixa etária de maior risco para coqueluxe, a imunização garante confere maior proteção para os profissionais de saúde e para os pacientes, tratando-se, portanto, de uma questão de saúde coletiva.
Por fim, na terceira etapa da ação, os servidores foram sensibilizados a procurarem as salas de vacina de referência para o seu domicilio ou a de melhor conveniência. Adicionalmente foi proporcionada dentro das atividades comemorativas do dia do trabalhador, três dias de vacinas extramuro dentro das dependências do hospital com ofertas das vacinas contra: Influenza, COVID-19, Hepatite B, Triviral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), dt (Difteria e Tétato), Varicela e dTpa (Difteria, Tétano e Coqueluxe acelular).
Oito profissinais de enfermagem da pediatria procuraram o serviço nos dias ofertados e foram imunizados contra dTpa.
DISCUSSÃO
No contexto da promoção da saúde, é importante reconhecer que o trabalho pode ser uma oportunidade para a saúde, pois não há doença intrínseca ao trabalho, mas sim a maneira como uma pessoa se insere no ambiente de trabalho é um dos elementos essenciais na determinação social do processo saúde-doença. Portanto, é fundamental capacitar os trabalhadores para que possam participar ativamente do cuidado com a saúde, tanto individualmente como coletivamente, e se engajar nas lutas por melhores condições de vida e trabalho(2). Durante o atendimento de saúde, é necessário conhecer as atividades produtivas realizadas e o perfil dos trabalhadores que residem e laboram em determinada região de saúde, de modo a planejar adequadamente as ações de vigilância e cuidados de saúde, identificando possíveis relações entre doenças e o trabalho, e acionar as medidas legais, trabalhistas e previdenciárias pertinentes (19).
A vacinação no local de trabalho ainda polêmica do ponto de vista econômico face interesses diferentes e um tanto complementares relacionados com a produtividade, a proteção da saúde dos trabalhadores e conflitos com o cumprimento da legislação. Paralelamente, o absentismo devido a doenças preveníveis por vacinas também é um problema relevante, já que acumula problemas de saúde e econômicos para os trabalhadores e serviços de saúde (20).
Desde o século passado, com a consolidação da ideia de História Natural da Doença, as análises epidemiológicas sobre o processo saúde-doença começaram a destacar a relação entre o ser humano e seu ambiente como um dos fatores determinantes. O conceito bastante mencionado nos últimos anos, Desenvolvimento Sustentável (DS), implica na busca por um equilíbrio entre as necessidades humanas e a preservação do meio ambiente, além de compreender a dinâmica da interação entre ambos, visando enriquecer e ampliar seu significado. As inovações nos procedimentos nos ambientes hospitalares estão surgindo frequentemente como mudanças pontuais, porém são capazes de contribuir para a sustentabilidade ambiental das organizações. A sustentabilidade representa um novo paradigma a ser almejado no ambiente de trabalho, visando valorizar a mão de obra, a qual está intrinsecamente ligada à qualidade de vida dos trabalhadores e ao respeito à sua dignidade como indivíduos. Ser sustentável significa orientar as ações no presente com base em perspectivas voltadas para o futuro(21).
Quando se trata do modo como os profissionais da área da saúde desempenham suas atividades, é preciso levar em consideração que a saúde dessas pessoas pode ser afetada por diversos aspectos relacionados ao trabalho e também por questões que ocorrem fora dele. Acredita-se que elementos como gênero, idade e tipo de ocupação podem influenciar no status vacinal. Portanto, é fundamental entender e estar ciente desses pontos para garantir uma proteção adequada tanto individual quanto coletiva por meio da vacinação(14).
Estudos epidemiológicos focados na avaliação do perfil de vacinação e elementos que influenciam a adesão à vacinação por profissionais de saúde identificaram algumas barreiras importantes, como a desconfiança na eficácia das vacinas, dificuldades de acesso aos imunizantes e subestimação do risco de contrair doenças. Contudo, há uma lacuna de pesquisas quanto à frequência de vacinação conforme o calendário para adultos e os fatores que influenciam sua realização, especialmente entre os trabalhadores da rede assistencial de saúde (15).
É importante destacar que diante da hesitação vacinal, os profissionais de saúde continuam a ser os conselheiros e influenciadores de maior confiança nas decisões de vacinação. A adesão vacinal para profissionais de saúde, no entanto, enfrenta adversidades específicas, uma vez que enfrentam restrições de tempo, altas cargas de trabalho e recursos limitados, e muitas vezes têm informação inadequada ou insuficiente sobre vacinas(22).Outrossim, as vacinas para profissionais de saúde representam ainda uma importante ferramenta no apoio às estratégias de saúde pública, já que configuram uma parcela da população adulta, contribuindo para melhores coberturas vacinais e suas implicações coletivas(20).
Estudos sugerem que para otimizar a adesão à vacinação entre profissionais de saúde estratégias como a monitorização vacinal dos profissionais de saúde, promoção de saúde através informação para funcionários sobre os benefícios da vacinação e o oferecimento de vacinas no local de trabalho, são aconselháveis (20, 22-23).
Ademais, deve-se incentivar a participação em campanhas de vacinação de dose única, e trabalhadores que participam de vacinações no local de trabalho têm maior probabilidade de completar todas as doses exigidas pela vacina específica do que as pessoas que recebem a primeira dose de uma vacinação multidose fora do local de trabalho. É importante que sejam realizadas campanhas específicas de vacinação no local de trabalho destinadas a todos os tipos de vacinação recomendadas para profissionais de saúde: incluindo a dTpa. Por fim, se vacinas são recomendadas para o desempenho seguro de uma tarefa de trabalho, então a vacinação deverá ser fornecida gratuitamente no local de trabalho(22, 24).
O estudo tem limitações já que se trata de um relato de experiência realizado apenas em um hospital, com uma equipe de enfermagem específica, com amostra pequena e ainda ter sido realizado em um curto espaço de tempo, devendo as descrições aqui retratadas serem interpretadas com parcimônia e à luz das diversas particularidades, o que sugere a necessidade de novas investigações com metodologias diversas para avaliação do real impacto das ações realizadas neste relato.
CONCLUSÕES
Embora inicialmente confinada ao conceito de influência ambiental no processo saúde-doença, a sustentabilidade ganhou progressivamente força nos domínios da administração, infraestruturas e gestão de recursos. Estas áreas, quando adaptadas às necessidades específicas do setor da saúde, assumem um papel estratégico na adoção de práticas enraizadas no Desenvolvimento Sustentável.
Consequentemente, a imunização dos funcionários do serviço pediátrico deve contribuir para evitar situações de risco, permitindo intervenções precoces em questões de saúde ocupacional. Abraçando a promoção da saúde como princípio orientador, esta abordagem enfatiza o reforço das ações tomadas pelas diversas partes interessadas envolvidas na autorização de projetos que representam uma ameaça à saúde pública. Alcançar este objetivo exige a divulgação de informações, a mobilização da sociedade e uma comunicação ambiental eficaz.
Portanto, é imperativo expandir o horizonte e adotar novas abordagens e iniciativas no domínio da saúde. Isto facilitará o planeamento e o avanço do desenvolvimento sustentável, criando assim um ambiente propício para a realização de uma sociedade mais verde num futuro próximo.
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1 Professoras do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES.
2 Professor Adjunto do Departamento de Medicina da Universidade Federal do Amazonas- UFAM; Professor Permanente do Mestrado em Saúde da Família da UFAM em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ.
2,3 Professoras do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. Professora Permanente do Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde da UNIMONTES.