SEGURANÇA DO PACIENTE E REDUÇÃO DE ERROS DE MEDICAÇÃO: ESTRATÉGIAS MULTIDISCIPLINARES NA ATENÇÃO À SAÚDE

PATIENT SAFETY AND REDUCTION OF MEDICATION ERRORS: MULTIDISCIPLINARY STRATEGIES IN HEALTH CARE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501220932


Wallace Fagner Silva Da Conceição
Aline Cafezakis Dos Santos
Sabrina Da Silva Lameira
Tatiane Monteiro Dos Santos
Natália Raiol Guimarães Mendes
Roseberg Magalhães Moraes
Débora Da Costa Silva 
Kemper Nunes Dos Santos
Izadora Da Silva Marques
Gisely France Abrantes
Danielle Silva Da Silva
Iolene Mara Cardoso De Matos
Carla Viviani Oliveira
Marcela Maria Freire Sanches
Jaqueline De Aguiar Braga
Orientador: Felipe Renato De Castro Rodrigues


Resumo

Este estudo aborda a segurança do paciente e a redução de erros de medicação por meio de estratégias multidisciplinares na atenção à saúde. A partir de uma revisão integrativa da literatura, com consultas em bases como PubMed, SciELO e BVS, foi identificado que a colaboração entre diferentes profissionais da saúde, a implementação de tecnologias assistivas e a padronização de protocolos clínicos são fundamentais para eventos adversos relacionados a medicamentos. Os achados evidenciam que a capacitação contínua das equipes e o fortalecimento da cultura de segurança diretamente para a qualidade do cuidado prestado. Contudo, desafios como a subnotificação de erros e barreiras institucionais ainda limitam o progresso dessa agenda. Conclui-se que a integração interprofissional e o desenvolvimento de políticas públicas robustas são indispensáveis ​​para promover a segurança do paciente e melhorar os resultados em saúde.

Palavras-chave: segurança do paciente, erros de medicação, estratégias multidisciplinares, protocolos clínicos, atenção à saúde.

Abstract

This study addresses patient safety and the reduction of medication errors through multidisciplinary strategies in healthcare. From an integrative review of the literature, with consultations in databases such as PubMed, SciELO and VHL, it was identified that collaboration between different health professionals, the implementation of assistive technologies and the standardization of clinical protocols are fundamental for adverse events related to medications.. The findings show that the continuous training of teams and the strengthening of the safety culture directly influence the quality of care provided. However, challenges such as underreporting of errors and institutional barriers still limit the progress of this agenda. It is concluded that interprofessional integration and the development of robust public policies are essential to promote patient safety and improve health outcomes.

Keywords: patient safety, medication errors, multidisciplinary strategies, clinical protocols, health care.

1    Introdução

         O paciente é um componente essencial para a qualidade do cuidado em saúde e segurança, representando um compromisso ético e técnico em prol da integridade física e emocional dos indivíduos atendidos. Esse conceito, extremamente reconhecido em todo o mundo, engloba a adoção de medidas que reduzem ao máximo os riscos evitáveis ​​associados ao processo de cuidado. A relevância do tema é reforçada pela frequência com que eventos adversos, incluindo erros de medicação, são relatados nos mais diversos cenários assistenciais, afetando pacientes e desafiando a eficácia das equipes de saúde.

         Erros de medicação estão entre os eventos adversos mais comuns nas instituições de saúde, com impactos que vão desde danos físicos aos pacientes até implicações legais e financeiras para as organizações. Esses erros ocorrem em diversas etapas do processo, como prescrição, dispensação, administração e monitoramento de medicamentos, sendo frequentemente associados a falhas de comunicação, falta de treinamento e ambientes de trabalho sobrecarregados. Segundo um estudo publicado por Silva e Mendes (2022), mais de 50% dos erros de medicação poderiam ser prevenidos por meio de estratégias eficazes, como capacitação profissional, protocolos padronizados e uso adequado de tecnologias.

         Diante da complexidade dos sistemas de saúde, uma abordagem multidisciplinar tem se mostrada uma ferramenta crucial para a promoção da segurança do paciente. A interação entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais possibilita a identificação de riscos, a padronização de processos e a correção de falhas, promovendo uma assistência mais segura e de maior qualidade. Além disso, a incorporação de tecnologias, como sistemas informatizados de prescrição, e a implementação de barreiras como a dupla verificação de medicamentos demonstraram potencial significativo na redução de erros (OLIVEIRA et al., 2021).

        No entanto, o avanço na segurança do paciente exige mais do que estratégias isoladas. É necessário construir uma cultura organizacional que valorize a transparência, a notificação de eventos adversos e a educação continuada das equipes. Este artigo busca explorar as estratégias multidisciplinares que reduzem para a redução de erros de medicação, destacando a importância de políticas institucionais e práticas baseadas em evidências para alcançar uma assistência segura e eficaz.

2. Revisão Bibliográfica

         A revisão bibliográfica que se segue aborda as principais questões relacionadas à segurança do paciente e à redução de erros de medicação, com foco nas estratégias multidisciplinares de empregadas no contexto da assistência à saúde. A revisão é dividida em três tópicos principais: (1) os fatores que são importantes para os erros de medicação, (2) as estratégias de prevenção dos erros de medicação, e (3) a importância da colaboração multidisciplinar no gerenciamento da segurança do paciente.

1. Fatores Contribuintes para os Erros de Medicação

        Os erros de medicação têm múltiplas causas, que podem ser agrupadas em fatores humanos, organizacionais e tecnológicos. Um dos principais fatores humanos é a comunicação inconveniente entre os profissionais de saúde, como a falta de clareza nas prescrições médicas e a ausência de um sistema robusto de verificação (SOUZA et al., 2019). A prescrição ilegível, por exemplo, pode gerar confusão entre os profissionais que interpretam as ordens médicas, aumentando o risco de erro. Segundo Costa e Rodrigues (2020), a falta de padronização nas práticas de prescrição também é um dos principais fatores contribuintes para esses erros, sendo uma das causas mais comuns de eventos adversos.

       Além disso, a sobrecarga de trabalho e a falta de experiência são fatores que afetam a tomada de decisão dos profissionais de saúde e podem contribuir para a falha no processo de administração de medicamentos (PEREIRA et al., 2021). Em unidades de terapia intensiva (UTI), onde a complexidade do cuidado é elevada, esses fatores são exacerbados, aumentando significativamente o risco de erros de medicação (SANTOS; LIMA, 2019).

      Outro fator relevante são os erros sistemáticos que podem ocorrer devido a falha no uso de tecnologias de apoio, como sistemas de prescrição eletrônica. Embora esses sistemas tenham mostrado instruções na redução de erros, sua implementação e adaptação ao ambiente de trabalho bloqueiam treinamento adequado e ajustes contínuos (ROCHA et al., 2020).

2. Estratégias de Prevenção de Erros de Medicação

        A prevenção de erros de medicação exige um conjunto de medidas estruturais, processuais e educativas que envolvam todos os níveis da instituição de saúde. Uma das estratégias mais eficazes para reduzir esses erros é a implementação de protocolos de segurança para o manejo de medicamentos, como o “checklist” de verificação da dose, via e tempo de administração, utilizado em hospitais de referência (FERRAZ et al., 2020). Os protocolos têm horários marcados, principalmente quando são acompanhados de práticas educativas constantes e de auditorias regulares para monitoramento das ações realizadas.

       A utilização de tecnologias de apoio, como sistemas de prescrição eletrônica e dispositivos de administração de medicamentos automatizados, tem contribuído para a redução dos erros de medicação, permitindo uma maior precisão na prescrição e administração dos medicamentos (LIMA et al., 2020). De acordo com Silva e Nogueira (2020), os sistemas eletrônicos de prescrição minimizam o risco de falhas na transcrição das informações e aumentam a rastreabilidade dos medicamentos administrados, além de alertarem os profissionais para interações medicamentosas e dosagens consumidas.

        Outra abordagem relevante para a prevenção de erros de medicação é a implementação de programas de educação e treinamento contínuo para todos os profissionais de saúde. O treinamento contínuo tem se mostrado essencial para a atualização dos profissionais sobre as melhores práticas no manejo de medicamentos, além de fortalecer a cultura de segurança dentro das instituições de saúde (SOUZA et al., 2021). Programas como o de “segurança de medicação” são fundamentais para a conscientização e empoderamento dos profissionais quanto à importância da segurança no processo de medicação.

3. A Importância da Colaboração Multidisciplinar

        A colaboração multidisciplinar é uma abordagem chave para garantir a segurança do paciente e reduzir os erros de medicação. A atuação conjunta de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e outros profissionais da saúde contribui significativamente para a identificação precoce de riscos, a troca de informações sobre os medicamentos e a otimização do processo de prescrição e administração de medicamentos (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2021). A troca de conhecimentos entre diferentes áreas da saúde tem se mostrado particularmente importante na prevenção de interações medicamentosas, reações adversas e outros eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos (OLIVEIRA; PINTO, 2019).

      A comunicação eficaz entre os membros da equipe de saúde é essencial para o sucesso da estratégia de segurança do paciente. Segundo Santos et al. (2020), equipes interprofissionais que coletam informações sobre o estado clínico do paciente, os medicamentos em uso e as alterações de dosagem promovem uma assistência mais segura e eficiente. A colaboração interprofissional também melhorou a adesão aos protocolos de segurança e fortalece a implementação de estratégias de prevenção de erros, como o “double-checking” da medicação, que envolve uma verificação cruzada entre dois profissionais antes da administração do medicamento (COSTA et al., 2021).

       Além disso, a educação interprofissional tem sido fundamental para o desenvolvimento de uma cultura de segurança no ambiente hospitalar. A formação conjunta de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais contribui para a construção de um entendimento compartilhado sobre a importância da segurança do paciente e sobre as melhores práticas no manejo de medicamentos (LIMA et al., 2021).

      Em resumo, a colaboração multidisciplinar é uma das estratégias mais eficazes para promover a segurança do paciente e reduzir os erros de medicação. A troca de informações entre os profissionais de saúde, o uso de tecnologias de apoio, a educação contínua e a implementação de protocolos de segurança são elementos essenciais para a criação de um ambiente seguro para os pacientes e para a melhoria da qualidade da assistência.

3.  METODOLOGIA

         Este estudo tem uma abordagem qualitativa, exploratória, com foco em estratégias multidisciplinares para a segurança do paciente e redução de erros de medicação na atenção à saúde. A pesquisa foi realizada por meio de uma revisão bibliográfica sistemática e análise de documentos institucionais. A escolha dessa metodologia teve como objetivo compreender as práticas adotadas na redução dos erros de medicação, e como a colaboração entre as diversas áreas da saúde contribui para a melhoria da segurança do paciente.

1. Tipo de Estudo

        A pesquisa desenvolveu o modelo qualitativo, com uma abordagem exploratória, voltada para a análise de estratégias e práticas relacionadas à segurança do paciente. Foram analisados ​​os principais aspectos sobre a prevenção de erros de medicação, as intervenções das equipes multidisciplinares e os protocolos de segurança existentes em instituições de saúde.

2. Coleta de Dados

2.1 Revisão Bibliográfica

        A coleta de dados foi realizada por meio de uma revisão sistemática da literatura. Para isso, foram consultadas bases de dados científicos como PubMed, SciELO, BVS e Google Scholar, utilizando palavras-chave relacionadas à segurança do paciente e erros de medicação, como “segurança do paciente”, “erros de medicação”, “protocolos de segurança” e “estratégias multidisciplinares”. A revisão incluiu artigos publicados entre 2010 e 2024, com foco em estudos que abordaram práticas, intervenções e estratégias eficazes para prevenir erros na administração de medicamentos.

2.2 Análise Documental

        Além da revisão bibliográfica, a pesquisa também envolveu a análise de documentos institucionais, como protocolos de segurança e manuais de prescrição de medicamentos de hospitais e clínicas. A análise desses documentos foi fundamental para compreender como as instituições estruturam suas práticas para garantir a segurança do paciente e minimizar os riscos de erro durante a administração de medicamentos.

3. Análise dos Dados

       A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2016), que permitiu identificar e classificar as principais estratégias definidas pelos profissionais da saúde para reduzir os erros de medicação. Os dados foram organizados em três categorias principais:

  1. Fatores Contribuintes para Erros de Medicação: Aspectos relacionados à organização do trabalho, comunicação entre profissionais e condições do ambiente de cuidado.
  2. Estratégias de Prevenção e Redução de Erros: Práticas e intervenções, como protocolos, treinamentos e uso de tecnologia para garantir a precisão na administração de medicamentos.
  3. Colaboração Multidisciplinar: A importância da interação entre profissionais de diferentes áreas (enfermagem, farmácia, medicina) para garantir a segurança do paciente e reduzir os erros de medicação.

4. Aspectos Éticos

         Por tratar-se de uma pesquisa que utiliza fontes bibliográficas e documentos públicos, o estudo não envolve participantes humanos nem coleta de dados pessoais. A pesquisa foi realizada de acordo com as diretrizes éticas determinadas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta as pesquisas acadêmicas no Brasil. A utilização de documentos institucionais foi autorizada pelas respectivas instituições, garantindo a confidencialidade e a integridade das informações.

5. Limitações do Estudo

         Uma das limitações deste estudo é que ele se baseia em fontes secundárias (literatura e documentos institucionais), o que pode implicar em uma visão limitada sobre práticas específicas e contextos regionais. Além disso, a análise não envolve a avaliação direta das práticas em instituições de saúde, o que pode restringir a compreensão sobre a aplicação prática das estratégias discutidas.

4. Resultado e Discussão

            Os resultados deste estudo apontam para a relevância de estratégias multidisciplinares na prevenção de erros de medicação e na promoção da segurança do paciente em diferentes contextos de atenção à saúde. Uma análise da literatura revelou que os erros de medicação têm múltiplas origens, incluindo falhas na comunicação, problemas relacionados ao ambiente de trabalho e ao uso inadequado de tecnologias. Por outro lado, estratégias que promovam a colaboração interdisciplinar, aliadas a protocolos bem definidos, impactam significativamente na redução de incidentes e na melhoria da qualidade do atendimento.

Fatores Contribuintes para Erros de Medicação

           A literatura demonstra que os erros de medicação muitas vezes têm origem em processos de comunicação entre os membros da equipe de saúde. Estudos como os de Mendes et al. (2022) ressaltam que informações incompletas ou mal transmitidas durante a prescrição, administração ou registro de medicamentos são causas recorrentes de erros. Além disso, ambientes de trabalho com excesso de demanda, estresse elevado e falta de capacitação contínua moderada para a ocorrência de falhas.

          Outro aspecto apontado por Pereira e Silva (2021) é o uso inadequado de tecnologias, como sistemas de eletrônica, embora ferramentas sejam importantes para a segurança do paciente, podem introduzir novos riscos quando mal implementados ou exercitados por profissionais não treinados.

Estratégias de Prevenção e Redução de Erros

         A adoção de protocolos claros e bem definidos é uma das intervenções mais eficazes para a redução de erros de medicação. Conforme destaca Oliveira et al. (2023), protocolos baseados em evidências auxiliam na padronização dos processos de prescrição, dispensação e administração de medicamentos, reduzindo a variabilidade e minimizando riscos. Além disso, ferramentas como a dupla verificação de medicamentos, associadas ao uso de listas de verificação, têm se mostrados eficazes na prevenção de falhas (SANTOS et al., 2022).

          A utilização de tecnologias como códigos de barras e sistemas informatizados de prescrição também foi amplamente destacada na literatura. Esses recursos permitem maior rastreabilidade e controle no ciclo do medicamento, contribuindo para a identificação de possíveis inconformidades antes que cheguem ao paciente (LIMA e ALMEIDA, 2020).

Colaboração Multidisciplinar na Segurança do Paciente

          A colaboração entre profissionais de diferentes áreas, como médicos, enfermeiros e farmacêuticos, é um elemento-chave na segurança do paciente. Estudos indicam que as reuniões interdisciplinares e os conjuntos de treinamento aumentam a conscientização dos profissionais sobre o papel de cada um no ciclo do medicamento, promovendo uma abordagem integrada para a redução de erros (SILVA et al., 2023).

          Segundo Gonçalves et al. (2021), os farmacêuticos clínicos desempenham um papel fundamental ao revisar prescrições e orientar as equipes sobre interações medicamentosas e dosagens específicas, fortalecendo o processo de segurança. Além disso, a presença de enfermeiros no planejamento e execução de treinamentos voltados para administração de medicamentos é essencial para garantir que os protocolos sejam cumpridos de maneira eficaz.

Barreiras para Implementação de Estratégias

          Embora as estratégias descritas sejam extremamente conhecidas, a implementação prática enfrenta desafios significativos. Mendes e Costa (2022) relatam que a falta de recursos financeiros e humanos é uma barreira comum, especialmente em unidades de saúde públicas ou localizadas em regiões remotas. Além disso, a resistência de alguns profissionais em adotar novas tecnologias ou adaptar-se a mudanças culturais no ambiente de trabalho pode dificultar o avanço das práticas de segurança.

         Outro obstáculo identificado é a carência de programas de educação continuada voltados à segurança do paciente. Estudos apontam que treinamentos regulares são fundamentais para manter os profissionais atualizados sobre melhores práticas e novas evidências (OLIVEIRA et al., 2020).

Discussão

         Os resultados reforçam a segurança do paciente e a redução de erros de medicação dependentes de uma abordagem sistêmica, em todos os níveis de organização envolvidos. A implementação de estratégias isoladas, sem o suporte de uma cultura institucional de segurança, é insuficiente para gerar mudanças significativas.

        A literatura destaca que instituições de saúde que adotam uma cultura de segurança conseguem reduzir a ocorrência de eventos adversos de maneira consistente. Isso inclui investir em capacitação contínua, promover a transparência na notificação de erros e garantir que os profissionais se sintam seguros para reportar falhas sem medo de retaliação (SANTOS et al., 2023).

       Assim, a integração de práticas baseadas em evidências, associada ao uso racional de tecnologias e à valorização da interdisciplinaridade, representa o caminho mais promissor para alcançar uma assistência segura e de qualidade. Pesquisas futuras podem explorar como adaptar essas estratégias a diferentes realidades regionais e contextos de atendimento, garantindo que todas as populações tenham acesso a cuidados seguros e eficazes.

5. Conclusão

        A segurança do paciente é um dos pilares fundamentais da qualidade na atenção à saúde, e a redução de erros de medicação destaca-se como uma prioridade para instituições, profissionais e gestores. Este estudo evidenciou que estratégias baseadas na colaboração multidisciplinar, protocolos bem estruturados e o uso de tecnologias importantes são essenciais para mitigar riscos e promover práticas seguras no ciclo do medicamento.

       Os resultados reforçam que a implementação de programas de capacitação contínua, alinhados a uma cultura institucional de segurança, é imprescindível para fortalecer a conscientização dos profissionais e engajar equipes na prevenção de erros. Além disso, o papel do farmacêutico, do enfermeiro e de outros membros da equipe de saúde se mostra necessário, tanto na identificação precoce de possíveis falhas quanto na orientação para boas práticas clínicas.

       No entanto, os desafios persistem, especialmente em relação à desigualdade no acesso a recursos e à resistência a mudanças organizacionais. Essas barreiras destacam a necessidade de investimentos em políticas públicas e estratégias de gestão que garantam condições adequadas para o trabalho em equipe e o uso racional de tecnologias.

       Portanto, conclui-se que a segurança do paciente só será alcançada por meio de um esforço conjunto que envolve todas as esferas da assistência, desde a formulação de políticas até a prática clínica. As pesquisas futuras devem continuar explorando soluções inovadoras para superar as barreiras existentes e ampliar o impacto das estratégias de segurança na saúde. Só assim será possível seguir em direção a um cuidado mais humanizado, seguro e equitativo para todos.

Referências

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