SEGURANÇA ANESTÉSICA EM CENTROS CIRÚRGICOS BRASILEIROS: ANÁLISE DE TIPOS, BENEFÍCIOS E ESTRATÉGIAS DE MANEJO EM PACIENTES VULNERÁVEIS

ANESTHETIC SAFETY IN BRAZILIAN SURGICAL CENTERS: ANALYSIS OF TYPES, BENEFITS AND MANAGEMENT STRATEGIES IN VULNERABLE PATIENTS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202408152103


Suzana Mioranza Bif1; Carlos Roberto Sales2; Rafael Mioranza Bif3; Paulo Henrique de Oliveira Barroso4; Regina Ferreira da Silva Almeida5; Elizete Silva Lara Rangel6; Giovanna Molitor Perini7; Gabriel Vinícius Pichek8; Greyce Kelly dos Santos Lopes9; Celio Roberto da Silva Borges10


RESUMO

Este artigo revisa a segurança na administração de anestesia em centros cirúrgicos brasileiros, destacando os tipos de anestesia mais utilizados, seus riscos e benefícios, bem como a responsabilidade dos anestesiologistas na gestão de pacientes delicados, como idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas. A revisão demonstra que, enquanto a anestesia geral, regional e local apresentam diferentes perfis de segurança, a administração cuidadosa e personalizada é essencial para minimizar complicações e otimizar os resultados cirúrgicos. A segurança anestésica depende não apenas da escolha do tipo de anestesia, mas também da adequação das doses e do manejo especializado em populações vulneráveis.

Palavras-chave: anestesia; segurança anestésica; sedação.

INTRODUÇÃO

A segurança na administração de anestesia é um aspecto crítico na prática cirúrgica, especialmente em centros cirúrgicos que atendem a uma população diversa, como no Brasil. A anestesia, seja geral, regional ou local, é fundamental para o sucesso dos procedimentos cirúrgicos, mas também envolve riscos significativos que podem impactar diretamente a segurança do paciente. A escolha do tipo de anestesia, a dose administrada, e o manejo intraoperatório são fatores determinantes para minimizar esses riscos (Martins, DallÁgnol., 2016).

Além disso, a segurança anestésica torna-se ainda mais desafiadora em grupos de pacientes vulneráveis, como idosos, gestantes e aqueles com comorbidades. Esses pacientes requerem uma abordagem personalizada para garantir que a anestesia seja administrada de forma segura e eficaz (Brasil, 2013). Este artigo revisa a literatura sobre os tipos de anestesia mais comuns nos centros cirúrgicos brasileiros, analisando os riscos e benefícios de cada um, e discute as melhores práticas para garantir a segurança anestésica, especialmente em pacientes delicados.

METODOLOGIA

A revisão foi conduzida utilizando uma abordagem sistemática para identificar estudos relevantes nas bases de dados PubMed, Scielo e LILACS. Os termos de busca incluíram “segurança anestésica”, “anestesia no Brasil”, “riscos anestésicos”, “benefícios da anestesia”, “manejo de anestesia em idosos”, “anestesia em gestantes” e “anestesia em pacientes com comorbidades”. Foram incluídos artigos publicados entre 2005 e 2023, escritos em português e inglês, que abordassem a segurança na administração de diferentes tipos de anestesia em centros cirúrgicos brasileiros.

Os critérios de inclusão abrangeram revisões sistemáticas, estudos clínicos, meta-análises e diretrizes clínicas. Excluíram-se artigos de opinião sem base em evidências e estudos de caso isolados. Ao todo, 67 artigos foram incluídos na revisão, após triagem de títulos, resumos e leitura completa dos textos relevantes.

RESULTADOS

Segurança dos Tipos de Anestesia Utilizados em Centros Cirúrgicos Brasileiros

A anestesia geral é amplamente utilizada em procedimentos de grande porte e requer uma monitorização cuidadosa devido à perda total de consciência e à necessidade de suporte respiratório. Os benefícios para a segurança incluem o controle completo da dor e do estado fisiológico do paciente durante procedimentos prolongados. No entanto, os riscos associados incluem depressão respiratória, instabilidade cardiovascular e, em casos raros, complicações graves como reações alérgicas ou o despertar intraoperatório. A segurança na administração da anestesia geral depende da dose precisa e da monitorização constante dos sinais vitais (Lemos, et al., 2017).

A anestesia local, por sua vez, é usada em procedimentos menores e apresenta um perfil de segurança elevado devido à sua aplicação limitada. Os benefícios incluem menores efeitos sistêmicos e uma rápida recuperação, tornando-a uma opção segura para uma ampla gama de pacientes. Contudo, existem riscos como reações alérgicas locais e, em casos de overdose, toxicidade sistêmica. A segurança na administração da anestesia local depende de uma cuidadosa dosagem (Brasil, 2012).

Responsabilidade dos Anestesiologistas na Segurança Anestésica

Os anestesiologistas desempenham um papel central na segurança do paciente durante a administração de anestesia. Suas responsabilidades incluem a avaliação pré-anestésica, onde são identificados fatores de risco, como comorbidades e alergias, que possam comprometer a segurança do procedimento. A seleção do tipo de anestesia é feita com base na avaliação clínica do paciente e na natureza do procedimento, sempre com foco em maximizar a segurança. Durante a cirurgia, é essencial a monitorização intraoperatória contínua dos sinais vitais e o ajuste da profundidade anestésica para prevenir complicações. Em caso de complicações, como hipotensão, broncoespasmo ou reações alérgicas, o anestesiologista deve responder rapidamente para garantir a segurança do paciente. Além disso, o ajuste de dose é crucial para evitar toxicidade e garantir a eficácia, especialmente em pacientes com condições de saúde delicadas (Azi et al., 2020).

Manejo Seguro de Pacientes Delicados

O manejo seguro de pacientes delicados, como idosos, gestantes e aqueles com comorbidades, é fundamental na prática anestésica. Pacientes idosos são mais vulneráveis a complicações devido a alterações fisiológicas, como a redução da função renal e uma maior sensibilidade aos anestésicos. Para garantir a segurança, as doses devem ser ajustadas para evitar depressão cardiovascular e complicações pós-operatórias, como o delírio. A monitorização intensiva e o uso de anestésicos de curta duração são estratégias importantes para minimizar riscos (Cherobin et al., 2020).

Em gestantes, a segurança na administração de anestesia é crucial tanto para a mãe quanto para o feto. A anestesia regional é frequentemente preferida para reduzir os riscos ao feto, embora a segurança dependa do manejo da hipotensão materna. A administração de fluidos intravenosos e vasopressores é essencial para estabilizar a pressão arterial e assegurar a perfusão placentária (Sales, Franco., 2022).

Para pacientes com comorbidades, como diabetes ou hipertensão, é necessária uma abordagem personalizada para garantir a segurança. Ajustes na dose e um monitoramento cuidadoso são essenciais para evitar descompensações durante a cirurgia. A avaliação pré-operatória detalhada e a coordenação com outros especialistas são práticas fundamentais para um manejo seguro das condições crônicas (Brasil., 2010).

CONCLUSÃO

A segurança na administração de anestesia em centros cirúrgicos brasileiros é fundamental para o sucesso dos procedimentos e para a minimização de riscos aos pacientes. A escolha adequada do tipo de anestesia, o ajuste preciso da dose e a monitorização contínua são cruciais para garantir a segurança, especialmente em pacientes delicados como idosos, gestantes e portadores de comorbidades. A responsabilidade dos anestesiologistas em todas as fases do processo anestésico é essencial para a prevenção de complicações e para a otimização dos resultados cirúrgicos. O avanço contínuo no treinamento e na tecnologia anestésica deve ser acompanhado de uma prática clínica rigorosa para manter altos padrões de segurança anestésica em todo o país.

REFERÊNCIAS:

Azi, L. M. T. de A., Fonseca, N. M., & Linard, L. G. (2020). SBA 2020: Atualização das recomendações para segurança em anestesia regional. Revista brasileira de anestesiologia, 70(4), 398–418. https://doi.org/10.1016/j.bjan.2020.02.005

Cherobin, A. C. F. P., & Tavares, G. T. (2020). Segurança dos anestésicos locais. Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese), 95(1), 82–90. https://doi.org/10.1016/j.abdp.2019.09.009

Lemos, C. de S., Poveda, V. de B., & Peniche, A. de C. G. (2017). Construction and validation of a nursing care protocol in anesthesia. Revista latino-americana de enfermagem, 25(0). https://doi.org/10.1590/1518-8345.2143.2952

Martins, F. Z., & Dall’Agnol, C. M. (2016). Centro cirúrgico: desafios e estratégias do enfermeiro nas atividades gerenciais. Revista gaucha de enfermagem, 37(4). https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.04.56945

Sales, P. C. de A., & Franco, N. T. ([s.d.]). Anestesia na gestante com pré-eclampsia e eclampsia. Rev Med Minas Gerais19(4), 3–12. Recuperado 14 de agosto de  2024, de https://rmmg.org/artigo/detalhes/1194

([S.d.]-a). Org.br. Recuperado 14 de agosto de 2024, de https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/bem%20estar%20em%20anestesiologia.pdf

([S.d.]-b). Gov.br. Recuperado 14 de agosto de 2024, de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primaria_saude.pdf


1discente de medicina na Uninassau de Cacoal – RO suzanamioranzabif@gmail.com

2discente de medicina na Uninassau de Cacoal – RO

3discente de medicina na Uninassau de Cacoal – RO

4discente de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais

5enfermeira pela FACIMED

6enfermeira pela FACIMED

7medicina no Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG

8médico pela UNINASSAU – CACOAL/RO

9discente de medicina pela UNINASSAU – CACOAL/RO

10discente de medicina pela Universidade de ensino superior da Amazônia Ocidental – UNNESA