SAÚDE OCUPACIONAL E BURNOUT: ESTRATÉGIAS PARA PREVINIR O ESGOTAMENTO PROFISSIONAL

OCCUPATIONAL HEALTH AND BURNOUT: STRATEGIES TO PREVENT PROFESSIONAL BURNOUT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12723788


Thallita Monalisa Sizenando Souza Lima1
Ivoneide Ribeiro Costa2
Moema accioly Barbosa Fernandes cavalcante3
Caline Ferreira do Monte4
Delciene Aparecida Oliveira Pereira5
Tatiana Carneiro de Resende6
Amanda Bezerra de Araújo7
Auriane de Sousa Alencar8
Cybelle Layanne da Silva9


RESUMO

O esgotamento profissional, também conhecido como síndrome de burnout, é um fenômeno complexo e multifacetado que afeta indivíduos que lidam com estresse crônico relacionado ao trabalho. O esgotamento profissional pode ser causado por uma variedade de fatores relacionados ao ambiente de trabalho, incluindo carga de trabalho excessiva, prazos reduzidos, falta de autonomia, conflitos interpessoais, falta de reconhecimento, desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, e falta de recursos e apoio adequados. Trata-se de um estudo descritivo, que tem como objeto- a comunicação como importante ferramenta nas orientações prestadas para profissionais de saúde de uma forma geral. Conclui-se que, o esgotamento profissional é um problema sério que pode ter consequências significativas para a saúde e o bem-estar dos indivíduos afetados, bem como para as organizações em que trabalham. É importante abordar esse fenômeno de forma abrangente e proativa, tanto no nível individual quanto no organizacional, para prevenir sua ocorrência e promover um ambiente de trabalho saudável e sustentável.

Palavras Chave: Burnout; Profissionais; Esgotamento.

ABSTRACT

Professional exhaustion, also known as burnout syndrome, is a complex and multifaceted phenomenon that affects individuals dealing with chronic work-related stress. Professional burnout can be caused by a variety of factors related to the work environment, including excessive workload, tight deadlines, lack of autonomy, interpersonal conflicts, lack of recognition, work-life imbalance, and lack of resources and support. appropriate. This is a descriptive study, whose objective is communication as an important tool in the guidance provided to health professionals in general. It is concluded that professional burnout is a serious problem that can have significant consequences for the health and well-being of affected individuals, as well as for the organizations in which they work. It is important to address this phenomenon comprehensively and proactively, both at an individual and organizational level, to prevent its occurrence and promote a healthy and sustainable work environment.

Keywords: Burnout; Professionals; Exhaustion.

INTRODUÇÃO

O esgotamento profissional, também conhecido como síndrome de burnout, é um fenômeno complexo e multifacetado que afeta indivíduos que lidam com estresse crônico relacionado ao trabalho. O esgotamento profissional pode ser causado por uma variedade de fatores relacionados ao ambiente de trabalho, incluindo carga de trabalho excessiva, prazos reduzidos, falta de autonomia, conflitos interpessoais, falta de reconhecimento, desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, e falta de recursos e apoio adequados (Salvador; Santos e Martins, 2021).

O esgotamento profissional pode ter um impacto significativo na saúde física e mental dos indivíduos afetados. Isso pode incluir sintomas físicos, como fadiga crônica, dores de cabeça, distúrbios gastrointestinais e problemas cardiovasculares, bem como sintomas mentais, como ansiedade, depressão, irritabilidade, dificuldade de concentração e insônia. O mesmo pode prejudicar o desempenho no trabalho, resultando em diminuição da produtividade, maior propensão a erros, falta de motivação, absenteísmo e rotatividade de funcionários. Isso pode ter consequências negativas para o indivíduo, a organização e os clientes ou pacientes atendidos (Leite, 2007).

Existem diversos fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de esgotamento profissional, incluindo alta carga de trabalho, falta de suporte organizacional, baixo controle sobre o trabalho, falta de clareza de papéis e conflitos de valores. Profissionais em determinadas áreas, como saúde, educação, assistência social e serviços de emergência, podem estar particularmente em risco devido à natureza exigente e emocionalmente desafiadora de seu trabalho (Salvador; Santos e Martins, 2021).

A prevenção do esgotamento profissional requer uma abordagem holística que aborde tanto os fatores individuais quanto os organizacionais. Isso pode incluir estratégias de autocuidado, como gerenciamento do estresse, exercício físico, sono adequado e apoio social, bem como intervenções organizacionais, como redução da carga de trabalho, aumento do apoio social e promoção de uma cultura de respeito, reconhecimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional (Salvador; Santos e Martins, 2021).

É fundamental que os indivíduos afetados pelo esgotamento profissional recebam o apoio e tratamento adequados para lidar com seus sintomas e recuperar-se. Isso pode incluir aconselhamento psicológico, terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento, programas de mindfulness e, em casos mais graves, afastamento temporário do trabalho para recuperação (Leite, 2007).

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo, que tem como objeto- a comunicação como importante ferramenta nas orientações prestadas para profissionais de saúde de uma forma geral. Por tratar-se de um estudo reflexivo, na qual não foi utilizada coleta de dados em campo e nem identificação dos participantes. O presente estudo não demandou a submissão ao Comitê de Ética, entretanto os pesquisadores seguiram os preceitos éticos contidos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde

DESENVOLVIMENTO

Causas do esgotamento profissional

O esgotamento profissional, ou síndrome de burnout, é causado por uma combinação de fatores relacionados ao ambiente de trabalho, características individuais e estressores pessoais. Um dos principais fatores que contribuem para o esgotamento profissional é uma carga de trabalho excessiva e demandas laborais incompatíveis com os recursos disponíveis, que se direcionam para as longas horas de trabalho, expectativas irrealistas de produtividade e responsabilidades excessivas (Salvador; Santos e Martins, 2021).

Sentir-se incapaz de tomar decisões sobre o trabalho ou influenciar as condições de trabalho pode levar ao esgotamento profissional. A falta de controle e autonomia pode minar a motivação e o engajamento no trabalho, especialmente quando os indivíduos têm pouca margem de manobra para lidar com o estresse e as demandas do trabalho. Um ambiente de trabalho tóxico, caracterizado por conflitos interpessoais, falta de apoio e colaboração, comunicação deficiente, discriminação, assédio moral ou sexual, e cultura organizacional disfuncional, pode contribuir significativamente para o esgotamento profissional (Moreira et al., 2012).

Quando os valores pessoais dos indivíduos entram em conflito com os valores da organização em que trabalham, isso pode causar estresse moral e desgaste emocional. Sentir-se pressionado a comprometer princípios éticos ou atuar de forma inconsistente com suas crenças pode ser extremamente desgastante. A falta de reconhecimento pelo trabalho realizado e de recompensas adequadas, como aumento salarial, promoção ou oportunidades de desenvolvimento profissional, pode levar à desmotivação e ao desgaste no trabalho. Os indivíduos podem se sentir subvalorizados e desvalorizados, o que afeta negativamente sua motivação e satisfação no trabalho (Salvador; Santos e Martins, 2021).

Dificuldades em conciliar as demandas do trabalho com as responsabilidades familiares, interesses pessoais e autocuidado podem levar ao esgotamento profissional. A falta de tempo para descanso, lazer e recuperação pode aumentar o estresse e a exaustão, contribuindo para o desenvolvimento da síndrome de burnout. Esses são apenas alguns exemplos das muitas causas potenciais do esgotamento profissional. É importante reconhecer que o esgotamento pode resultar de uma interação complexa de fatores individuais, organizacionais e situacionais, e que abordar essas causas requer uma abordagem multifacetada e holística (Moreira et al., 2012).

Sintomas e prevenção do esgotamento profissional

Os principais sintomas de esgotamento profissional, também conhecido como síndrome de burnout, incluem: sentimento persistente de esgotamento emocional, falta de energia e incapacidade de lidar com as demandas do trabalho. Isso pode se manifestar como fadiga constante, sensação de sobrecarga emocional e esgotamento físico (Loureiro et al., 2008).

Desenvolvimento de uma atitude cínica, distante e desapegada em relação ao trabalho, aos colegas e aos clientes ou pacientes atendidos. Isso pode incluir sentimentos de cinismo, irritabilidade, falta de empatia e desumanização das pessoas com quem se trabalha e sentimento de desmotivação, desvalorização e desilusão em relação ao trabalho. Isso pode se manifestar como uma sensação de incompetência, falta de realização pessoal, baixa autoestima e perda de interesse nas atividades profissionais (Cardoso et al., 2017).

Experiência de uma variedade de sintomas físicos relacionados ao estresse crônico, como dores de cabeça, dores musculares, distúrbios gastrointestinais, insônia, fadiga persistente, palpitações cardíacas e enfraquecimento do sistema imunológico, assim como dificuldade de concentração, memória comprometida, raciocínio lento, falta de clareza mental e dificuldade em tomar decisões. O esgotamento profissional pode afetar negativamente a função cognitiva e a capacidade de realizar tarefas com eficiência (Loureiro et al., 2008).

O tratamento para o esgotamento profissional, também conhecido como síndrome de burnout, geralmente envolve uma abordagem multifacetada que aborda tanto os sintomas físicos quanto os emocionais. O primeiro passo no tratamento do esgotamento profissional é priorizar o descanso e o autocuidado. Isso pode incluir tirar folgas do trabalho, reduzir a carga de trabalho, estabelecer limites saudáveis entre o trabalho e a vida pessoal, e dedicar tempo a atividades que promovam o relaxamento e o rejuvenescimento, como exercícios físicos, meditação, ioga ou hobbies (Moreira et al., 2012).

A terapia individual ou em grupo pode ser uma parte importante do tratamento do esgotamento profissional. Um terapeuta qualificado pode ajudar a identificar os fatores subjacentes que contribuem para o burnout, desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e promover mudanças positivas no estilo de vida e no ambiente de trabalho. Aprender e praticar técnicas de enfrentamento eficazes pode ajudar a lidar com o estresse e a pressão no trabalho. Isso pode incluir técnicas de relaxamento, como respiração profunda e visualização positiva, e estratégias de resolução de problemas para lidar com os desafios do trabalho de forma mais eficaz (Cardoso et al., 2017).

O apoio de amigos, familiares e colegas de trabalho pode desempenhar um papel importante no tratamento do esgotamento profissional. Ter uma rede de apoio sólida pode fornecer suporte emocional, perspectivas úteis e uma sensação de pertencimento e conexão durante esse período desafiador. Identificar e abordar os fatores de estresse no ambiente de trabalho é fundamental para prevenir a recorrência do burnout. Isso pode incluir a implementação de políticas de bem-estar no local de trabalho, programas de gerenciamento de estresse, treinamento de habilidades de comunicação e apoio à liderança para promover um ambiente de trabalho saudável e solidário (Loureiro et al., 2008).

Por fim, cuidar da saúde física é essencial para o tratamento do esgotamento profissional. Isso pode incluir manter uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente, dormir o suficiente e evitar o uso excessivo de substâncias como álcool, cafeína e tabaco.

CONCLUSÃO

Conclui-se que, o esgotamento profissional é um problema sério que pode ter consequências significativas para a saúde e o bem-estar dos indivíduos afetados, bem como para as organizações em que trabalham. É importante abordar esse fenômeno de forma abrangente e proativa, tanto no nível individual quanto no organizacional, para prevenir sua ocorrência e promover um ambiente de trabalho saudável e sustentável.

É importante reconhecer que o esgotamento profissional não é apenas uma questão de se sentir estressado ou sobrecarregado temporariamente no trabalho. É uma condição séria que pode ter consequências significativas para a saúde física e mental, bem como para o desempenho profissional e a qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, H. F. et al . Síndrome de burnout: análise da literatura nacional entre 2006 e 2015.Rev. Psicol., Organ. Trab.,  Brasília ,  v. 17, n. 2, p. 121-128,  jun.  2017 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572017000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  jun.  2024. 

LEITE, N.M.B. Síndrome de Burnout e relações sociais no trabalho : um estudo com professores da educação básica. 2007. 168 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

LOUREIRO, H, PEREIRA, A. N, OLIVEIRA, A. P, PESSOA, A. R.  Burnout no trabalho. Revista de Enfermagem Referência. 2008;II(7):33-41. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=388239954005

MOREIRA, H. de R et al. Qualidade de vida no trabalho e síndrome de burnout em professores de educação física do estado do rio grande do sul, brasil. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 115–122, 2012. DOI: 10.12820/rbafs.v.14n2p115-122. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/763. Acesso em: 14 jun. 2024.

SALVADOR, A.L.; SANTOS, I.R.; MARTINS, W. Síndrome de burnout: repercussões na saúde do profissional de enfermagem. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 6, n. 16, p. 44–57, 2021. DOI: 10.5281/zenodo.4699080 . Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/312. Acesso em: 14 jun. 2024.

SIQUEIRA, A. S. de A.; TEIXEIRA, E. R. A atenção paliativa oncológica e suas influências psíquicas na percepção do enfermeiro. REME-Revista Mineira de Enfermagem, [S. l.], v. 23, n. 1, 2020. DOI: 10.35699/2316-9389.2019.49707. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/49707. Acesso em: 14 jun. 2024.


1 Maior Titulação: Mestre em Saúde da Família pela UFRN.
Instituição Vinculada: Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. /Empresa Brasileira de serviços hospitalares (EBSERH)
Endereço Institucional:  R. Visc. de Paranaguá, 102 – Centro, Rio Grande – RS, 96200-190
E-mail: thallita.lima@ebserh.gov.br

2 Maior Titulação: Mestra em Docência do ensino superior pela UPE/UEPB.
Instituição Vinculada: UPE- Universidade de Pernambuco
Endereço Institucional: Av. Gov. Agamenon Magalhães – Santo Amaro, Recife – PE, 50100-010
E-mail: ivoneide.rcosta@upe.br

3 Maior Titulação: Especialista em urgência e emergência
Instituição Vinculada: Real hospital português de beneficência em Pernambuco.
Endereço Institucional: Av. Gov. Agamenon Magalhães, 4760 – Paissandu, Recife – PE, 52010-075
E-mail: moema.accioly@hotmail.com

4 Maior Titulação: Residente em saúde da família e comunidade pela SMS-JP.
Instituição Vinculada: Secretaria municipal de João Pessoa
E-mail: Calineferreiraa@gmail.com

5 Maior Titulação: Mestre em Administração Pública pela Universidade de Brasília
Instituição Vinculada: Ministério da Saúde
E-mail: delpereira.bsb@gmail.com

6 Maior Titulação: Doutora em ciências da saúde pela UNIFESP
Instituição Vinculada: Universidade Federal de Uberlândia
E-mail: tatibrazao@hotmail.com

7 Maior Titulação: Mestrado e gestão em economia da saúde pela UFPE
Instituição Vinculada: Universidade Federal de Pernambuco.
E-mail: amanda20.letycia17@gmail.com

8 Maior Titulação: Cirurgiã Pediátrica pela Universidade Estadual do Piauí
Instituição Vinculada: Universidade Federal do Piauí
E-mail: aurialencarverde@gmail.com

9 Maior Titulação: Pedagoga pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Cândido Mendes (UCAM); Acadêmica do quinto período de Direito na Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (AESGA).
Instituição Vinculada: Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (AESGA)
E-mail: cylayanne@gmail.com