MENTAL HEALTH IN THE OCCUPATIONAL FIELD: AN EXPERIENCE REPORT ON THE NURSE’S CONTRIBUTION
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10783272
REIS, Francielle Lopes1
FOSSA, Mariana Nader2
MONAIAR, Luciana Rott 3
SILVA, Luciana Pereira4
BUENO, Elizete Maria de Souza5
PENHA, Maria da Graça Rocha6
TRINDADE, Letícia Lima7
QUEIROZ, Daniela Santos Silveira8
SOCCOL, Emanuelle Bianchi9
RESUMO
Introdução: As doenças ocupacionais afetam o cotidiano do trabalhador, sendo consideradas problemas de saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS) após exposição a riscos laborais. Durante e pós-pandemia, a saúde mental dos profissionais de saúde deteriorou-se, desafiando tanto o trabalhador quanto os profissionais que os atendem. Destaca-se o enfermeiro do trabalho como aliado crucial no atendimento ocupacional. Objetivo: Relatar a experiência e contribuições do enfermeiro do trabalho nos atendimentos em saúde mental. Metodologia: Relato descritivo sobre a organização do trabalho em saúde mental ocupacional em hospital público no sul do Brasil, enfoque no papel do enfermeiro do trabalho. Resultados e discussões: Acolher colegas de forma integral é desafiador, e o enfermeiro do trabalho desempenha papel fundamental ao receber profissionais em sofrimento, proporcionando cuidado, planejando ações e fornecendo suporte que fortalece os vínculos. A equipe deve estar preparada para oferecer assistência necessária, considerando que o acolhimento molda as ações futuras. Considerações finais: Capacitações e um olhar diferenciado são essenciais para qualificar os atendimentos, garantindo a segurança do trabalhador. A enfermeira de saúde ocupacional pode desempenhar um papel fundamental na melhoria desses serviços.
Palavras-Chave: saúde mental, enfermeiro, acolhimento, Saúde ocupacional
ABSTRACT
Introduction: Occupational diseases significantly impact the daily lives of workers, recognized as health issues by the World Health Organization (WHO) following exposure to occupational hazards. Throughout and post-pandemic, the mental health of healthcare professionals has deteriorated, posing challenges for both the workers and their support staff. The occupational health nurse emerges as a crucial ally, particularly in addressing the needs of these professionals. Objective: To report on the experience and contributions of the occupational health nurse in mental health care. Methodology: Descriptive account of the organization of occupational mental health work in a public hospital in southern Brazil, with a focus on the role of the occupational health nurse. Results and discussions: Providing comprehensive support to colleagues is challenging, and the occupational health nurse plays a pivotal role in welcoming distressed professionals, offering care, planning actions, and providing support that strengthens bonds. The team must be prepared to offer necessary assistance, recognizing that the initial reception shapes future actions. Final considerations: Training and a differentiated perspective are essential to enhance services, ensuring the safety of the worker. The occupational health nurse can be instrumental in improving these services.
Keywords: mental health, nurse, care, occupational health
1 INTRODUÇÃO
A OMS define as doenças ocupacionais como problemas de saúde que surgem nos trabalhadores após exposição a fatores de risco em suas atividades laborais, afetando tanto sua saúde física quanto mental. Ao longo do desenvolvimento do capitalismo, mudanças na sociedade e nas relações sociais têm resultado em maiores incidências de sofrimento e doenças psicológicas de maneira geral¹.
No que diz respeito à assistência em saúde mental, até a década de 70, era encarada como uma comercialização da loucura, destacando-se o processo de cronificação dos doentes mentais, com ênfase no médico, internações hospitalares e isolamento social². Movimentos surgiram para melhorar o tratamento, proporcionando aos portadores dessas doenças atendimentos mais dignos, valorizados e de qualidade. A reforma psiquiátrica brasileira foi um movimento histórico que buscou substituir os modelos manicomiais por serviços mais humanizados e comunitários³.
Com a implementação da atual política de saúde mental, os profissionais de saúde precisaram se adaptar e buscar conhecimento para atender ao novo cenário de assistência centrada na cidadania, ética, humanização e integralidade. Essa necessidade de capacitação para uma assistência adequada demanda um planejamento de cuidados que busque a reinserção social das pessoas com transtorno mental⁴. Nessa perspectiva, o conhecimento científico consolidado torna-se essencial para qualificar os atendimentos e contribuir para a melhora clínica por meio de uma relação interpessoal adequada⁵.
Atualmente, os transtornos mentais e de comportamento representam 13% das enfermidades, afetando cerca de 700 milhões de pessoas globalmente. Depressão, ansiedade e estresse lideram a lista desses transtornos, sendo que ansiedade afeta aproximadamente 10 milhões de pessoas. O estresse é considerado uma epidemia global, atingindo 350 milhões de pessoas, ou seja, 5% da população mundial, enquanto no Brasil a depressão atinge 10% da população⁶.
Diante desse contexto, o aumento nos casos de doenças relacionadas ao trabalho, sejam físicas, mentais ou psicossomáticas, tem sido cada vez mais registrado. Isso levanta a necessidade de investigar a associação dessas doenças com fatores de risco, como a organização do trabalho e as modificações nas relações sociais de produção⁷. Vasconcelos e Faria¹ (2008) observam que a organização do trabalho em empresas que buscam padronização do comportamento dos trabalhadores pode contribuir para um ambiente de insatisfação e falta de reconhecimento.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as enfermidades mentais estão relacionadas a uma significativa diminuição do potencial de trabalho, devido ao aumento do absenteísmo e ao preconceito existente contra os portadores dessas doenças⁸. Isso acarreta custos econômicos elevados para as empresas e sociais para a população. Diante disso, a abordagem multidisciplinar da Saúde do Trabalhador visa agregar ações de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, promoção e proteção da saúde, recuperação e reabilitação dos trabalhadores expostos a riscos e agravos⁹.
A OMS alertou em 2022 que cerca de 15% dos trabalhadores adultos em todo o mundo manifestam algum tipo de perturbação mental. Em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), instou ações para abordar questões relacionadas à saúde mental e ao trabalho. No Brasil, o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho relatou que mais de 13 mil brasileiros receberam benefícios previdenciários acidentários relacionados à saúde mental, tornando essa doença a terceira maior causa de afastamentos do trabalho em 2021¹⁰.
Embora haja poucos estudos epidemiológicos na área da saúde do trabalhador em saúde mental, os existentes relacionam as características da estrutura organizacional do trabalho com essas perturbações, sendo que aspectos subjetivos dificultam os diagnósticos, sendo difícil estabelecer regras para orientar o número ideal de trabalhadores, o limite de cobrança do empregador e metas de produtividade, que certamente contribuiria para a minimização de doenças¹¹.
O aumento significativo de incapacidades ligadas à saúde mental tem gerado preocupação em todas as instâncias, pois além do impacto na saúde mental, a saúde física também é prejudicada. Há relatos de associação desses transtornos a doenças cardiovasculares e diabetes, resultando em diminuição da qualidade de vida e da capacidade laboral do afetado¹².
Diante desse cenário, este estudo visa apresentar a organização do serviço de saúde mental em um hospital público no sul do Brasil e a contribuição do enfermeiro de saúde ocupacional no atendimento aos trabalhadores que enfrentam sofrimento emocional ou transtornos mentais no trabalho. Anteriormente, os cuidados de enfermagem para pacientes com essas enfermidades eram limitados a cuidados gerais de saúde, higiene, alimentação e administração de medicamentos. Com as mudanças, o enfermeiro se tornou parte de uma equipe multidisciplinar de atenção integral, envolvendo médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais¹³.
O Enfermeiro do Trabalho é considerado capacitado e possui competências técnicas para avaliação de riscos ocupacionais, incluindo os psicossociais, com o objetivo de conscientizar e buscar mudanças que promovam ambientes saudáveis¹⁴. Atualmente, muitas empresas têm implementado programas de saúde mental e bem-estar, sendo o enfermeiro do trabalho frequentemente encarregado de definir estratégias para minimizar riscos, promover a saúde e prevenir doenças.
2 METODOLOGIA
Este estudo apresenta um relato descritivo da experiência relacionada à organização da saúde mental ocupacional, concentrando-se nos enfermeiros do trabalho envolvidos nos atendimentos a trabalhadores que enfrentam desafios mentais no ambiente laboral. Descreve-se o funcionamento desses atendimentos em um hospital público universitário situado em Porto Alegre, no sul do Brasil, que presta serviços a aproximadamente 7 mil trabalhadores. As enfermeiras ocupacionais compartilham suas vivências na assistência em saúde mental e destacam sua contribuição para a terapêutica do trabalhador.
No fluxograma de atendimento em saúde mental do serviço ocupacional, o enfermeiro desempenha o papel de “porta de entrada” para agendamentos de consultas com psicólogos e psiquiatras. O acolhimento desempenha um papel crucial na determinação dos passos subsequentes, visando garantir conforto e/ou resolutividade diante das situações apresentadas.
Embora a atenção primária seja geralmente considerada a referência no Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos em saúde mental, é questionável, se em casos imediatos de trabalhadores em sofrimento, a abordagem adequada seria encaminhá-los diretamente à atenção primária ou a outro serviço 15. No âmbito da atenção à saúde do trabalhador, acredita-se que, ao contar com o apoio das empresas, podemos desempenhar um papel fundamental na rede de atendimentos em saúde mental. Durante a pandemia do COVID-19, identificou-se a necessidade de desenvolver estratégias nesse sentido, destacando a participação mais ativa dos enfermeiros do trabalho nos atendimentos.
3 FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO
Refletir sobre a saúde do trabalhador nos conduz a uma indagação essencial: quais são os limites e as possibilidades da atenção e do cuidado em uma sociedade completamente capitalista? Como apontado por Barretos16, a pesquisa e a saúde do trabalhador não podem ignorar que a exploração da força de trabalho é uma constante na sociedade, permeando as relações de produção. Nesse contexto, na esfera da saúde, é crucial não ocultar o conflito ao abordar o cuidado ao cuidador diante das manifestações de adoecimento relacionadas ao trabalho.
Observamos uma crescente incidência de problemas como depressão, tentativas de suicídio, abuso de álcool e drogas, estresse, crises de ansiedade, fadiga e esgotamento profissional. É evidente que a configuração atual do trabalho está intrinsecamente ligada a essas expressões de perturbações emocionais17. A pandemia da COVID-19 amplificou essa realidade, destacando a sobrecarga de trabalho e os elevados níveis de estresse, particularmente entre os profissionais de saúde18.
O impacto da pandemia foi tangível no aumento de afastamentos de colegas, resultando em sobrecarga e esgotamento físico e emocional para a equipe que permanecia ativa. As preocupações se estendiam tanto para aqueles que adoeciam, temendo sobrecarregar seus colegas, quanto para os que se mantinham saudáveis, enfrentando inquietações pessoais e profissionais relacionadas à família, medo, angústia e risco de contaminação.
Conforme Caram19 (2021) destaca, os problemas persistiram, com um claro aumento na jornada de trabalho, falta ou inadequação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), escassez de recursos materiais e humanos, e deficiência em treinamento para o desempenho das funções.
O agravamento destas condições foi amplamente documentado, sendo a ansiedade, o estresse e a depressão as mais frequentes, especialmente entre aqueles que já apresentavam algum adoecimento emocional prévio à pandemia, embora novos casos também tenham surgido20; 21.
Na instituição em questão, no mês de março de 2020, a equipe multiprofissional do Programa de Saúde Mental do Trabalhador desenvolveu e propôs um fluxo de atendimento destinado aos cuidados com a saúde mental dos trabalhadores da área da saúde durante a pandemia. Inspirado na abordagem de resposta rápida para emergências clínicas, este fluxo foi concebido como o “Time de Resposta Rápida – Saúde Mental” (TRRSM). Seu objetivo era identificar precocemente sinais de maior risco de evolução grave, visando prevenir a progressão para desfechos desfavoráveis.
Por meio da estratificação de grupos de risco para sintomas de sofrimento mental, o TRRSM operacionalizou um fluxo de prioridade de atendimento. No primeiro nível de prioridade, foram considerados os trabalhadores com quadro suspeito ou confirmado de COVID-19, assim como trabalhadores com morbidade psiquiátrica em descompensação. Nestes casos, foi realizada busca ativa, proporcionando encaminhamento especializado em colaboração com os serviços de Psicologia e Psiquiatria do hospital.
No segundo nível, foram contemplados os trabalhadores da linha de frente no atendimento a casos suspeitos/confirmados de COVID-19, colegas de trabalho diagnosticados com a doença, gestantes/lactantes e indivíduos pertencentes ao grupo de risco clínico. Intervenções coletivas de mediação in loco foram realizadas, juntamente com acolhimento individual, seja em atendimento presencial ou remoto, conforme a demanda.
No terceiro nível, foram incluídos os trabalhadores que não atendiam aos critérios anteriores, com disponibilidade de acolhimento em saúde mental conforme agenda. O protocolo TRRSM orientou grande parte dos atendimentos em saúde mental durante a pandemia do COVID-19, demonstrando-se de extrema utilidade para a assistência aos funcionários da instituição.
O enfermeiro do trabalho desempenhou um papel fundamental nesse programa, integrando a equipe de saúde mental. Ele acolheu os trabalhadores, auxiliando na identificação daqueles que poderiam estar mais vulneráveis, seja por motivo de convalescença, adoecimento de familiares ou colegas, ou qualquer fragilidade pessoal ou do grupo em que estavam inseridos. Certamente, várias pessoas foram amparadas por meio de atendimentos espontâneos no serviço, encaminhamentos por chefias e atendimento por telefone, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento do quadro, esclarecer dúvidas e verificar se a necessidade de suporte emocional havia surgido ou se modificado ao longo do tempo.
Os reflexos dessa calamidade ainda persistem até os dias de hoje, refletindo-se significativamente nas estatísticas relacionadas ao adoecimento profissional ligado à saúde mental. O Programa de Saúde Mental do Trabalhador, ainda ativo, oferece um espaço de acolhimento, avaliação e acompanhamento psicológico aos funcionários que apresentam sofrimento psíquico relacionado ao trabalho ou que foram vítimas de violência. O programa está atento às relações e aos impactos subjetivos do ambiente hospitalar, promovendo também a prevenção em saúde mental no trabalho. Suas principais frentes de atuação são:
- Acolhimento
Desenvolvido pela equipe de saúde mental, composta por enfermeiros, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, o programa oferece um acolhimento psicossocial aos colaboradores. Esse serviço visa identificar suas necessidades de atendimento, com posterior inserção no Ambulatório para acompanhamento contínuo. Além disso, proporciona encaminhamentos adequados à rede de saúde, especialmente quando a demanda não está diretamente associada às atividades profissionais.
O Ministério da Saúde22 (2004) define o acolhimento como uma diretriz fundamental da Política Nacional de Humanização (PNH). Ele é caracterizado por um atendimento que não se limita a data, local ou hora específicos, sendo uma prática contínua em que todos os profissionais estão envolvidos. Todos os momentos de diálogo nos serviços de saúde são considerados, refletindo uma conduta ética em que o usuário expressa suas queixas por meio da escuta atenta. O profissional, por sua vez, assume o compromisso de fornecer respostas às necessidades apresentadas.
- Pronto atendimento (PA)
O PA assume o papel de um espaço de escuta abrangente, englobando a recepção, acolhimento e encaminhamento dos usuários em diversas modalidades. Funciona como um dispositivo voltado para a identificação e oferta das terapias adequadas, alinhadas aos recursos disponíveis, seja no local de atendimento ou em serviços externos 23.
Em nosso serviço, o acolhimento é especialmente direcionado para fornecer orientações diante de situações de urgência psíquica relacionadas ao ambiente de trabalho. Realiza-se uma avaliação minuciosa das condições emocionais e psíquicas, visando identificar as necessidades dos indivíduos atendidos. Quando necessário, os trabalhadores são encaminhados para atendimento especializado.
Além disso, oferecemos consultas com psiquiatras e médicos assistentes, as quais são previamente agendadas e distribuídas ao longo da semana, garantindo uma abordagem integral e organizada para o cuidado com a saúde mental dos funcionários.
- Intervenções coletivas com equipe de trabalho
Ocorrências desse tipo surgem a partir de solicitações das equipes multiprofissionais, das chefias, consultorias ou de demandas identificadas em atendimentos individuais. Elas são consideradas estratégicas para a promoção da saúde coletiva, buscando analisar as situações de adoecimento e sofrimento no trabalho, bem como reinventar os modos de viver e estar no ambiente profissional.
De acordo com Nieuwenhuijsen24 (2019), para promover e implementar estratégias que previnam o absenteísmo no trabalho, é necessário considerar ações em três níveis distintos: focalizar na população de trabalhadores em geral, nos que estão em risco de desenvolver problemas psíquicos e naqueles que já apresentam distúrbios relacionados. A abordagem preventiva com ênfase na seletividade alinha-se com os grupos que possuem elevado risco de desenvolver problemas de saúde mental, tornando essencial um programa específico que atenda a essas características para a promoção da saúde.
Nesse sentido, é relevante destacar que os profissionais da saúde já estão entre os grupos de maior risco para o desenvolvimento dessas doenças, mesmo antes da calamidade que foi a pandemia 25; 26.
4 A ENFERMAGEM DO TRABALHO NA SAÚDE MENTAL
A transição do modelo biomédico para o biopsicossocial trouxe consigo mudanças significativas no papel desempenhado pela enfermagem. Competências essenciais, como aprimoramento na comunicação interpessoal, avaliação consistente de enfermagem e observação atenta de expressões verbais e não-verbais, capacitam enfermeiros de diversas especialidades a adentrarem o campo da saúde mental 27.
O serviço de atenção à saúde do trabalhador em nossa instituição dispõe de um ambulatório dedicado ao acolhimento de profissionais que enfrentam acidentes no local de trabalho ou necessitam de atendimento imediato devido a situações clínicas decorrentes de suas atividades laborais. A atuação dos enfermeiros nesse acolhimento não apenas aborda as necessidades imediatas, mas também propicia o desenvolvimento de planos preventivos e educativos, cria vínculos e aprofunda o conhecimento sobre o indivíduo e o grupo ao qual pertence. Estar próximo do trabalhador é uma oportunidade única para intervenções precoces28; 29.
Quando discutimos a promoção da saúde ocupacional, seja em nível individual ou coletivo, enfocamos a melhoria das condições de segurança no ambiente físico, o uso adequado de equipamentos de trabalho e a prevenção de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, e inclusive, os psicossociais 30.
A prática do acolhimento nos serviços de saúde representa uma resposta aos desafios enfrentados por todas as equipes. O acolhimento vai além do cuidado físico, envolvendo aspectos psicológicos, sociais, familiares e comunitários. Essa abordagem requer a escuta atenta do usuário, reconhecendo seu papel no processo de saúde e doença. Buscamos, assim, a qualidade e integralidade no atendimento, assumindo a responsabilidade de compreender e resolver as demandas do paciente 31.
No contexto laboral, os problemas mais relatados, como depressão, ansiedade, sobrecarga de trabalho, assédio, desvalorização profissional e até atos racistas, refletem desafios que, muitas vezes, não são abordados adequadamente32;33. O Ministério da Previdência Social destaca que os transtornos emocionais, como os listados nas Classificações Internacionais de Doenças (CID-10), impactam a saúde mental, com destaque para situações como agressão, circunstâncias de trabalho e transtornos ansiosos e depressivos 34.
O estresse, segundo Kinman et al. (2017), interfere no bem-estar no trabalho, evidenciando a necessidade de cuidado preventivo. Problemas como burnout, ansiedade, depressão e até tentativas de suicídio, recentemente adicionados à Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), ressaltam a importância de um olhar atento à saúde mental36.
O acolhimento ocupacional reflete o ideal em qualquer contexto dedicado a esses cuidados. Sua essência consiste em priorizar a promoção da segurança e a garantia de direitos, pautando-se no respeito às diferenças e ao sofrimento manifestado. Nesse sentido, busca-se estabelecer um ambiente de trabalho saudável, focalizando tanto nas necessidades individuais quanto nas coletivas 37. Fornecer um espaço propício para a escuta e incentivar o diálogo torna-se fundamental, uma vez que situações de sofrimento podem demandar ações como denúncias. Portanto, uma clara orientação sobre os passos a seguir assegura o apoio ao trabalhador em momentos de vulnerabilidade.
As abordagens implementadas têm o propósito de instigar no colaborador o desejo de zelar por sua saúde. Juntos, é imprescindível pensar em estratégias de resolução mútua visando o prazer no ambiente laboral. Estimular a capacidade de enfrentar situações conflitantes e aceitar a si mesmo é crucial para aprimorar as relações pessoais, promovendo um ambiente de trabalho equilibrado.
O enfermeiro desempenha uma função essencial ao assumir o papel de acolhedor durante os atendimentos. Além de oferecer escuta, direcionamento e apoio sem julgamentos, ele contribui para a identificação de possíveis vínculos entre transtornos mentais e o desempenho profissional, facilitando encaminhamentos necessários para a melhoria da saúde do trabalhador 38.
A visão do CEO da Ideia Sustentável (2020) destaca a mudança de paradigma na abordagem à saúde do trabalhador, enfatizando a importância de tratar os indivíduos com respeito e atenção ao bem-estar39. A Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT) reforça o papel crucial do enfermeiro no desenvolvimento e avaliação de programas preventivos, apontando a necessidade de inserir esse profissional no atendimento para enfrentar os desafios contemporâneos e promover um ambiente laboral saudável 40.
5 CONTRIBUIÇÕES PARA PRÁTICA PROFISSIONAL
Considerando a importância e a carência de estudos que abordem esse tema tão atual, acredita-se que os dados apresentados serão valiosos para enriquecer a literatura brasileira sobre a atuação do enfermeiro do trabalho no contexto dos cuidados com a saúde mental. Além disso, espera-se que esses dados possam fornecer suporte às equipes ocupacionais, ajudando-as a desenvolver estratégias eficazes para organizar o apoio aos trabalhadores que enfrentam desafios relacionados à saúde mental. O objetivo central é promover a saúde no ambiente de trabalho, reconhecendo a relevância desse aspecto para o bem-estar geral dos colaboradores.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao evidenciar a atual realidade do adoecimento dos trabalhadores e buscar apoio para o desenvolvimento de estratégias, deparamo-nos com políticas públicas frágeis, evidenciando um investimento insuficiente dos órgãos públicos na defesa da saúde mental. Embora persista uma resistência do poder público em relação a essa temática, observa-se uma crescente preocupação por parte de alguns gestores de empresas públicas e, especialmente, de empresas privadas, em fornecer subsídios e auxílio para abordar positivamente as questões psicológicas dos colaboradores.
As condições de estresse, assédio e sintomas depressivos que frequentemente afligem os trabalhadores prejudicam nitidamente a produtividade e a capacidade laboral, impactando tanto na esfera profissional quanto no pessoal do indivíduo, além de acarretar custos adicionais para as empresas, que se deparam com a necessidade de realizar novas contratações.
É importante adotar uma perspectiva diferenciada, reconhecendo que o sofrimento psíquico no ambiente de trabalho não deve ser considerado sinal de fraqueza. É necessário abandonar a concepção de que o trabalho sempre implica em algo positivo, compreendendo que ele também pode gerar graves adoecimentos. Esta constatação ressalta a importância dos profissionais de enfermagem, que testemunham histórias, sofrimentos e condições inadequadas, atuarem com imparcialidade ao analisar cada acolhimento.
A capacitação e um olhar diferenciado tornam-se essenciais para aprimorar os atendimentos, assegurando a segurança do trabalhador no ambiente laboral. Estratégias de redução do estresse não apenas previnem consequências negativas para a saúde, mas também contribuem para a busca constante pelo bem-estar. Compreender que um ambiente saudável, relações respeitosas de confiança e a promoção da união entre colegas favorecem a serenidade e a diminuição do estresse é crucial.
A busca por programas de bem-estar voltados à promoção da saúde mental no trabalho deve incluir incentivos a práticas que valorizem o trabalhador, promovendo mudanças significativas nos contextos vivenciados. A parceria entre a equipe multiprofissional e os gestores das organizações, alinhada aos interesses dos trabalhadores, é fundamental para melhorar indicadores de saúde mental e bem-estar, visando à redução do absenteísmo e à melhoria da qualidade de vida no trabalho.
A inserção do enfermeiro do trabalho nos atendimentos em saúde mental ocupacional é vista como uma estratégia positiva e uma nova oportunidade de trabalho, capaz de auxiliar as organizações com projetos direcionados à área. É necessário investir em estudos e recursos na saúde mental do trabalhador para formalizar estratégias de atendimento que promovam a saúde de maneira eficaz.
Manter a cooperação entre a equipe multiprofissional do trabalho é essencial para alcançar a qualidade dos cuidados e contribuir para a criação de um ambiente de trabalho positivo.
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1Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(https://orcid.org/0000-0003-2134-1157)
2Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(https://orcid.org/0009-0002-9566-5605)
3Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(https://orcid.org/0000-0002-2511-9388)
4Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(https://orcid.org/0000-0002-0650-5961)
5Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(https://orcid.org/0000-0003-0352-7679)
6Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(https://orcid.org/0009-0008-5723-6408)
7Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(http://lattes.cnpq.br/0329527171829220)
8Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
(http://lattes.cnpq.br/5998110347412167)
9Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre – RS
https://orcid.org/0009-0005-3900-8258