SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: DESAFIOS E CUIDADOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412011109


Raiça Sousa de Oliveira1
Sarah Célia de Souza Hall2
Marina dos Santos Baumgratz3
Susana Maria Melo Silva4


RESUMO

A finalidade deste estudo é compreender os desafios enfrentados por enfermeiros em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) no contexto da saúde mental, analisando fatores psicossociais relacionados ao ambiente de trabalho, sobrecarga emocional e estratégias de enfrentamento. Busca-se compreender o impacto dessas condições no bem-estar dos profissionais e propor intervenções para fortalecer a saúde mental, melhorar a qualidade de vida e otimizar o cuidado neonatal. Foi adotada uma abordagem bibliográfica descritiva, com pesquisa em bases como Scielo, PubMed e Google Scholar, abrangendo publicações de 2009 a 2024, incluindo o impacto da pandemia de COVID-19. Foram analisadas fontes diversas, como artigos científicos, revisões sistemáticas e livros, com uma abordagem temática. Os resultados destacam desafios como sobrecarga de trabalho, estresse emocional e burnout, agravados pela ausência de suporte psicológico. Redes de apoio social e ambientes colaborativos mostraram-se úteis para mitigar esses impactos. Por outro lado, a morte de pacientes e a exposição a situações de risco contribuem para o estresse ocupacional crônico e aumentam a vulnerabilidade ao burnout, caracterizado por exaustão emocional e queda de desempenho. Programas institucionais de apoio psicológico, como terapias e estratégias de autocuidado, são fundamentais para promover a saúde mental e melhorar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes neonatais. Este estudo, por ser uma revisão de literatura, não exigiu aprovação ética. Entre as limitações, destaca-se a ausência de dados empíricos, o que restringe a análise quantitativa.

Palavras-chave: saúde mental; enfermagem; UTIN; estresse ocupacional; estratégias de cuidado.

ABSTRACT

The purpose of this study is to understand the challenges faced by nurses in Neonatal Intensive Care Units (NICUs) in the context of mental health, analyzing psychosocial factors related to the work environment, emotional overload, and coping strategies. The study aims to comprehend the impact of these conditions on the well-being of professionals and propose interventions to strengthen mental health, improve quality of life, and optimize neonatal care. A descriptive bibliographic approach was adopted, with research conducted in databases such as Scielo, PubMed, and Google Scholar, covering publications from 2009 to 2024, including the impact of the COVID-19 pandemic. Various sources, including scientific articles, systematic reviews, and books, were analyzed using a thematic approach. The results highlight challenges such as workload, emotional stress, and burnout, aggravated by the lack of psychological support. Social support networks and collaborative environments were found to be useful in mitigating these impacts. On the other hand, patient deaths and exposure to risk situations contribute to chronic occupational stress and increase vulnerability to burnout, characterized by emotional exhaustion and decreased performance. Institutional psychological support programs, such as therapies and self- care strategies, are essential to promote mental health and improve the quality of care provided to neonatal patients. This study, being a literature review, did not require ethical approval. Among the limitations, the lack of empirical data stands out, restricting quantitative analysis.

Keywords: Mental Health; Nursing; Nicu; Occupational Stress; Care Strategies.

1 INTRODUÇÃO

A saúde mental dos profissionais de enfermagem tem se tornado uma preocupação crescente nas últimas décadas, especialmente em ambientes de alta pressão, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Esses ambientes são conhecidos por exigirem habilidades técnicas altamente especializadas, associadas a um profundo envolvimento emocional, o que frequentemente leva ao esgotamento físico e mental dos profissionais. Particularmente em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), essa realidade é ainda mais evidente. Enfermeiros que atuam nesses locais enfrentam desafios únicos, lidando não apenas com a fragilidade dos pacientes neonatais, mas também com o sofrimento e a ansiedade das famílias que vivenciam situações de extrema vulnerabilidade.

O trabalho em UTINs é amplamente reconhecido por sua complexidade e carga emocional intensa. Moura et al. (2019) destaca que os enfermeiros dessas unidades estão entre os mais propensos a desenvolver transtornos psicológicos, como estresse crônico e síndrome de burnout. Moura et al. (2019) destaca que o trabalho em UTIs Neonatais, devido à sobrecarga emocional, está relacionado ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, como o burnout, que prejudicam o bem- estar dos profissionais. Essa carga emocional não apenas afeta a saúde mental dos profissionais, mas também compromete sua capacidade de oferecer cuidados de qualidade, gerando um ciclo vicioso de desgaste, baixa motivação e resultados insatisfatórios no ambiente profissional.

Historicamente, a saúde mental dos enfermeiros não recebeu a devida atenção no campo da saúde pública e das políticas institucionais. Somente nas últimas décadas, com o aumento de estudos sobre burnout e estresse ocupacional, o tema começou a ganhar relevância. No entanto, há muito a ser feito. A pressão constante por jornadas exaustivas, a sobrecarga de trabalho e a exposição a situações emocionalmente desgastantes, como a perda frequente de pacientes, são condições que afetam profundamente o bem-estar psicológico dos enfermeiros. Fortes et al. (2022) complementam ao afirmar que as condições de trabalho em UTINs, como a falta de apoio psicológico e a precariedade de recursos, contribuem diretamente para a diminuição da qualidade do cuidado. Fortes et al. (2022) apontam que as extensas jornadas e as condições de trabalho nas UTIs Neonatais estão diretamente relacionadas à redução na qualidade do cuidado, já que a exaustão dos profissionais compromete sua habilidade de tomar decisões rápidas e precisas.

Além disso, a pandemia de COVID-19 intensificou ainda mais os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem. Barbosa (2020) observa que, durante a crise sanitária, os níveis de estresse e ansiedade aumentaram consideravelmente devido à sobrecarga de trabalho, à escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs) e às mudanças constantes nos protocolos de atendimento. Barbosa (2020) observa que a pandemia de COVID-19 intensificou o estresse entre os profissionais de saúde, especialmente aqueles que atuam em unidades de terapia intensiva, devido à sobrecarga de trabalho, à insegurança e às mudanças nos protocolos de cuidado. Nesse contexto, o impacto psicológico foi amplificado, levando muitos profissionais ao limite de sua saúde mental.

A pandemia de COVID-19, causada pela corona vírus SARS-CoV-2, representou um dos maiores desafios para os sistemas de saúde globais. Emergindo no final de 2019, a doença rapidamente se espalhou, exigindo adaptações imediatas nos protocolos de atendimento e gerando uma sobrecarga sem precedentes para os profissionais de saúde. Em especial, os enfermeiros enfrentaram pressões intensas,

lidando com a alta demanda de trabalho, a escassez de recursos e o impacto emocional de atuar na linha de frente. Em unidades de terapia intensiva, essas condições foram ainda mais severas, exacerbando o estresse ocupacional e ampliando a vulnerabilidade desses profissionais ao burnout e outros transtornos mentais.

Estatísticas recentes reforçam a gravidade da situação. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 70% dos profissionais de saúde relatam níveis elevados de estresse, sendo os enfermeiros um dos grupos mais afetados. Além disso, estudos apontam que o índice de suicídio entre enfermeiros é superior à média populacional, evidenciando a urgência de medidas preventivas. No Brasil, pesquisas apontam que cerca de 50% dos enfermeiros em UTIs apresentam sintomas de ansiedade e depressão, um cenário agravado pela falta de políticas públicas efetivas e de suporte institucional.

A comparação com outros países revela que práticas como a implementação de programas de apoio psicológico e a redução da carga horária têm demonstrado resultados positivos na promoção da saúde mental desses profissionais. Em países como Canadá e Suécia, por exemplo, políticas de bem-estar no ambiente de trabalho, associadas a estratégias de prevenção ao burnout, têm ajudado a reduzir significativamente os índices de afastamento e rotatividade de enfermeiros.

Outro aspecto relevante é o impacto social e econômico da saúde mental comprometida dos profissionais de enfermagem. A alta rotatividade e os afastamentos frequentes não apenas afetam a continuidade do cuidado aos pacientes, mas também geram custos elevados para os sistemas de saúde. Programas preventivos podem ser uma solução mais eficaz e sustentável a longo prazo, promovendo um ambiente de trabalho saudável e melhorando os resultados clínicos.

A integração da tecnologia ao ambiente de trabalho também pode exercer influência mista sobre a saúde mental dos enfermeiros. Por um lado, ferramentas tecnológicas avançadas facilitam o monitoramento e o cuidado dos pacientes, reduzindo a carga de trabalho físico. Por outro lado, a necessidade de adaptação constante a novas tecnologias e a pressão por tomada de decisões rápidas em situações críticas podem contribuir para o aumento do estresse ocupacional.

Diante desse cenário, o presente estudo busca compreender como os profissionais de enfermagem que atuam em UTINs lidam com os desafios físicos, emocionais e mentais decorrentes de sua prática diária. Além disso, visa identificar os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de transtornos psicológicos e propor intervenções eficazes para a melhoria da saúde desses profissionais. A abordagem inclui uma análise das doenças mentais prevalentes, como estresse, ansiedade e depressão, e discute como essas condições afetam o cotidiano dos enfermeiros. Também serão exploradas estratégias para melhorar o ambiente de trabalho, promovendo uma assistência mais humanizada tanto para os profissionais quanto para os pacientes.

A relevância deste tema é inquestionável, especialmente considerando que a qualidade de vida dos enfermeiros está diretamente relacionada à qualidade do cuidado prestado aos pacientes. Promover a saúde mental desses profissionais não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas uma necessidade para a manutenção de um sistema de saúde eficiente e humanizado. Ao longo deste artigo, serão exploradas soluções práticas e políticas públicas que possam contribuir para a criação de um ambiente de trabalho mais saudável, garantindo não apenas a sobrevivência dos pacientes neonatais, mas também a preservação da saúde física e mental dos enfermeiros que dedicam suas vidas a esse cuidado tão essencial.

1.   HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

A enfermagem é uma profissão que evoluiu significativamente ao longo dos séculos, desempenhando um papel crucial na formação dos sistemas de saúde em todo o mundo. Desde os primeiros registros, as mulheres tiveram um papel central nos cuidados, mas foi no século XIX que a enfermagem se consolidou como uma atividade profissional organizada e fundamentada em princípios científicos, principalmente através do trabalho de Florence Nightingale. Conhecida como “a Dama da Lâmpada” por suas rondas à luz de uma lamparina durante a Guerra da Crimeia (1853–1856), Nightingale revolucionou o atendimento hospitalar ao enfatizar a importância da limpeza e ventilação, contribuindo para a redução da mortalidade hospitalar (Paiva,1999).

Nascida em 12 de maio de 1820, na Itália, Florence Nightingale é reconhecida como uma das pioneiras da enfermagem moderna. Seu impacto se estendeu além do campo prático; ela fundou a primeira escola de enfermagem secular do mundo, a Escola de Enfermagem de Saint Thomas, em Londres, em 1860. Suas ideias inovadoras sobre educação e prática estabeleceram as bases da enfermagem como a conhecemos hoje, solidificando seu legado como uma das figuras mais influentes na história da saúde pública (Paiva,1999).

No Brasil, a enfermagem começou a se organizar de maneira mais sistemática no final do século XIX, com a criação da primeira escola de enfermagem em 1890. Essa instituição tinha como objetivo formar profissionais qualificados para atuar em contextos como instituições psiquiátricas, incluindo o Hospital Nacional dos Alienados, além de hospitais civis e militares. Com o tempo, essa escola foi sucedida pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, que continua sendo uma referência no ensino de enfermagem no país (Paixão, 1951). Um nome de grande importância para a enfermagem brasileira é o de Anna Nery, que se destacou durante a Guerra do Paraguai (1864–1870) ao oferecer seus serviços como voluntária para cuidar de soldados feridos. Sua dedicação e incansável trabalho lhe renderam amplo reconhecimento, levando à fundação, em 1923, da Escola de Enfermagem Anna Nery. Essa instituição se tornou a primeira oficialmente reconhecida pela Cruz Vermelha Internacional e serviu como modelo para outras escolas de enfermagem no Brasil (Alcântara, 1963; Carvalho, 1972).

Atualmente, a enfermagem ocupa uma posição central nos sistemas de saúde, sendo uma das profissões mais importantes para o cuidado e a promoção da saúde em diversas áreas, incluindo a hospitalar, a comunitária e a saúde pública. A pandemia de COVID-19 evidenciou ainda mais a relevância dos enfermeiros, que desempenharam papéis essenciais no atendimento a pacientes críticos e na linha de frente do combate à doença. O trabalho desses profissionais foi crucial para a resposta à crise sanitária (Paiva, 1999).

Apesar de sua importância, a enfermagem enfrenta diversos desafios, como a sobrecarga de trabalho, a falta de reconhecimento adequado e a necessidade de políticas públicas que melhorem as condições laborais e remuneratórias. Durante a pandemia, esses problemas foram amplamente discutidos, destacando a urgência de investimentos mais robustos no sistema de saúde, especialmente no fortalecimento da enfermagem (Paixão, 1951; Alcântara, 1963).

1.1  Enfermagem na UTI

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente de alta complexidade, onde o cuidado a pacientes em estado crítico exige um elevado conhecimento técnico, precisão e atenção constante. Além das diversas tecnologias utilizadas para monitoramento e tratamento, a UTI é marcada por uma intensa pressão emocional, afetando tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes e seus familiares (Nery, Isabela Alves et al., 2019).

Os enfermeiros que atuam na UTI enfrentam desafios diários, lidando com casos de extrema gravidade que requerem decisões rápidas e eficazes. Esses profissionais mantêm uma vigilância rigorosa, adaptando-se às necessidades em constante mudança dos pacientes, cuja condição pode se deteriorar rapidamente. O foco é proporcionar o melhor cuidado possível em situações de risco de vida, sempre buscando uma assistência humanizada e eficaz (Nery et al., 2019).

Além das exigências técnicas, os enfermeiros da UTI lidam com um grande desgaste emocional. A rotina inclui enfrentar a morte, a recuperação lenta de alguns pacientes e a ansiedade dos familiares, gerando um ambiente de constante tensão. Essa carga emocional pode levar a problemas psicológicos, como estresse crônico e síndrome de burnout, caso não haja suporte adequado (Nery et al., 2019).

Por isso, é fundamental que, além da formação técnica, os profissionais de enfermagem na UTI recebam apoio psicológico e tenham acesso a recursos que promovam seu bem-estar emocional. A prevenção de problemas de saúde mental é crucial para que esses profissionais possam continuar a exercer suas funções com qualidade, ao mesmo tempo em que cuidam de sua própria saúde (Nery et al., 2019).

1.2  Enfermagem na UTI Paliativa

Atuar em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já é um grande desafio para os profissionais de enfermagem, e esse desafio se torna ainda mais complexo quando se trata de pacientes em cuidados paliativos. Nessas situações, é crucial entender que, apesar dos esforços intensivos, não há perspectiva de cura. A abordagem deve se concentrar no alívio dos sintomas, no conforto e na dignidade do paciente durante o processo de fim de vida (Bezerra et al., 2020).

Os enfermeiros que atendem pacientes paliativos na UTI enfrentam não apenas questões clínicas, mas também precisam lidar com suas próprias emoções, como a frustração pela impossibilidade de cura e a gestão do luto. A prática da enfermagem, que tradicionalmente visa a recuperação, precisa se adaptar ao novo foco de proporcionar conforto e aliviar o sofrimento. Nesse contexto, habilidades de comunicação, tanto verbal quanto não verbal, são fundamentais. É essencial ouvir atentamente os desejos e necessidades do paciente e de seus familiares. Quando o paciente não pode se expressar, o enfermeiro deve ser sensível às diretrizes estabelecidas previamente por ele ou por seus familiares (Bezerra et al., 2020).

Além disso, o profissional deve garantir uma comunicação empática, utilizando o toque e outras formas de expressão não verbal para transmitir cuidado e conforto, sempre respeitando os limites e os desejos do paciente. A ética profissional deve guiar todas as ações, assegurando que a dignidade humana esteja sempre no centro do cuidado paliativo (Bezerra et al., 2020).

Os profissionais de enfermagem enfrentam desafios diários que vão além do cuidado aos pacientes. Eles precisam gerenciar a interação constante com pacientes, familiares e colegas, além de equilibrar suas próprias atividades pessoais. Esse acúmulo de responsabilidades gera altos níveis de estresse, que podem impactar gravemente a saúde mental, resultando em transtornos como ansiedade, crises de

pânico e depressão. Segundo uma matéria do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), o medo e a pressão constantes são fatores que contribuem para esses problemas psicológicos, exacerbados pela exaustão física e emocional. A pesquisa citada indica que as mulheres são as mais afetadas, mas muitos profissionais ainda se sentem inseguros para buscar ajuda ou denunciar abusos, temendo retaliações como demissões ou julgamentos por colegas e superiores (Bezerra et al., 2020)

Os casos de distúrbios psicológicos entre enfermeiros aumentaram significativamente durante a pandemia de COVID-19, dado o cenário de sobrecarga enfrentado globalmente. Muitos apresentaram sintomas físicos e psicológicos decorrentes da intensa carga de trabalho, como tonturas, fraqueza, dificuldade para respirar e crises de pânico. Por essas razões, é essencial que o cuidado com a saúde mental desses profissionais seja uma prioridade. Buscar apoio psicológico é fundamental para evitar problemas futuros e promover o bem-estar, tanto para aqueles que atuaram na linha de frente durante a pandemia quanto para os que trabalham em outras áreas (Bezerra et al., 2020).

1.3. UTI Neonatal e a enfermagem

A Unidade de Terapia   Intensiva   Neonatal   (UTIN)   configura-se   como um lócus de produção de saber e constitui-se em ambiente terapêutico apropriado para tratamento de recém-nascidos de risco, sendo considerada de alta complexidade (Kamada; Rocha; Barbeira, 2003). O principal objetivo da UTIN é fornecer suporte intensivo e monitoramento contínuo para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento adequado dos bebês que necessitam de cuidados médicos intensivos logo após o nascimento. As UTIs neonatais são equipadas com tecnologia avançada, como ventiladores, incubadoras e monitores, e contam com equipes multidisciplinares, incluindo médicos, enfermeiros e fisioterapeutas especializados.

Os recém-nascidos que necessitam de cuidados em UTINs são frequentemente prematuros ou apresentam condições graves, como baixo peso ao nascer, malformações congênitas ou complicações respiratórias. A UTIN oferece suporte vital através de tecnologias avançadas, como ventiladores mecânicos e incubadoras controladas, que garantem a estabilidade física enquanto o bebê se desenvolve. Além disso, práticas como a nutrição parenteral e a fortificação do leite materno são essenciais para apoiar o ganho de peso e o crescimento. O cuidado especializado nas UTINs também tem como objetivo prevenir sequelas a longo prazo, como déficits motores, cognitivos ou respiratórios. A detecção precoce de condições como hemorragias intraventriculares ou displasia bronco pulmonar permite intervenções mais assertivas, aumentando as chances de recuperação total ou mitigação de impactos.

A UTIN é um ambiente de alta complexidade, que exige do profissional de enfermagem não apenas habilidades técnicas e clínicas, mas também uma resistência emocional considerável. Silva e Feitosa (2023) apontam que o enfermeiro, além de desempenhar atividades técnicas, enfrenta situações emocionais delicadas, como lidar com a fragilidade de recém-nascidos prematuros, a morte e as emoções de ansiedade e insegurança vivenciadas pelas famílias.

2.   SAÚDE MENTAL, CONCEITO.

A saúde e a saúde mental são conceitos complexos e historicamente moldados por contextos sócio-políticos e pela evolução das práticas em saúde. Nos últimos dois séculos, um discurso hegemônico vinculou esses termos ao campo da medicina. Contudo, a crescente multidisciplinaridade no cuidado em saúde trouxe uma nova compreensão que integra diversas áreas do conhecimento (Rocha & David, 2015; Bientzle et al., 2014; Hunter et al., 2013). Segundo a Organização Mundial da Saúde (2017), saúde é definida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”, uma perspectiva que foi inovadora ao incluir dimensões além da mera ausência de doença (Almeida-Filho, 2011; Frenk & Gómez-Dantés, 2014).

Entretanto, a definição da OMS tem enfrentado críticas significativas ao longo dos anos, especialmente por ser considerada irreal, dado que a condição de “completo bem-estar” é difícil, senão impossível, de alcançar devido às limitações humanas e ambientais (Almeida-Filho, 2011; Frenk & Gómez-Dantés, 2014). Essa discussão levou ao surgimento de um novo paradigma que vê a saúde como uma produção social, combinando medicina preventiva e saúde integrativa, e promovendo uma rejeição da abordagem higienista tradicional (Kind & Ferreira-Neto, 2013; Fertonani et al., 2015).

O conceito de saúde foi formalmente revisitado no Brasil, particularmente após a 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986, onde se sugeriu que fatores como dieta, educação, trabalho e acesso a serviços de saúde deveriam ser considerados (Rocha & David, 2015; Fertonani et al., 2015). Assim, o conceito brasileiro de saúde começou a ser compreendido de forma mais abrangente, incorporando princípios de universalidade, integralidade e equidade, embora ainda coexistam abordagens vinculadas ao paradigma biomédico anterior (Fertonani et al., 2015).

A saúde mental, por sua vez, é definida pela OMS (2014) como “um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades e pode lidar com os estresses cotidianos”, é frequentemente tratada sob uma perspectiva psiquiátrica que a opõe à loucura. Esse entendimento limita a visão de saúde mental a pessoas sem diagnósticos de transtornos mentais, ignorando a possibilidade de qualidade de vida para aqueles que enfrentam tais condições (Amarante, 2013; Foucault, 2012). A reforma proposta por Franco Basaglia nos anos 1960 desafiou essa visão ao integrar questões de cidadania e inclusão social no conceito de loucura (Basaglia, 2009).

Existem dois paradigmas principais em discussão: o biomédico, que se concentra na doença, e o da produção social de saúde, que abrange fatores sociais e econômicos. O Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro adota uma visão ampliada, incluindo a saúde mental entre suas prioridades, mas a naturalização dessa perspectiva entre os profissionais de saúde ainda é um desafio, prevalecendo frequentemente a visão biomédica (Rocha; David, 2015; Fertonani et al., 2015).

2.1  Saúde Mental e Esgotamento entre Profissionais de Enfermagem

O esgotamento físico e mental é uma realidade crescente entre os profissionais de enfermagem, exacerbada por fatores como alta demanda de trabalho e condições adversas. Segundo Carballo (2017), “suas manifestações clínicas e comportamentais incluem: cansaço persistente, sensação de não ter forças para cumprir as exigências do dia de trabalho, sentimentos de ineficiência e de insatisfação pessoal, dificuldade de “desligar-se” mentalmente do trabalho, resistência em ir ao trabalho, sintomas somáticos como sudorese, náuseas/vômitos, alterações do ritmo gastrointestinal,

tremores, tonteira, cefaleia, dor lombar, irritabilidade, dificuldade de concentração, insônia, pesadelos, abuso de medicamentos ou de álcool, adoção de atitude negativa e/ou de distanciamento excessivo das questões do trabalho (impaciência com colegas ou clientes, indiferença pelo outro, ou conduta de evitação fóbica – do local ou das questões de trabalho); nos casos mais graves, associam-se sintomas depressivos como choro fácil, falta de prazer nas atividades, alterações de apetite e de peso, até ideação suicida”(p. 48).

As jornadas longas, a baixa remuneração e a falta de recursos também contribuem para esse quadro, destacando a necessidade urgente de intervenções que promovam o autocuidado e a valorização da profissão (Oliveira et al., 2019).

A saúde mental dos enfermeiros é profundamente afetada por estressores diários, resultando em problemas como transtorno de estresse pós-traumático, depressão e síndrome de burnout. A teoria do burnout de Maslach (2001), o burnout, caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal. Além disso, a teoria do estresse ocupacional também foi aplicada para explicar como as condições de trabalho contribuem para o desenvolvimento de transtornos psíquicos. Essa situação é agravada pela falta de apoio e condições de trabalho inadequadas, que intensificam a pressão psicológica sobre esses profissionais (Esperidião et al., 2020). A prevalência de transtornos mentais representa uma preocupação significativa, pois impacta não apenas a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.

O Transtorno Mental Comum (TMC) é uma condição comum entre enfermeiros, manifestando-se por sintomas como insônia, irritabilidade e fadiga. Esses sintomas prejudicam o desempenho profissional e podem levar ao isolamento social e ao uso de substâncias para lidar com a dor emocional (Nonnenmacher et al., 2019). No setor da saúde, onde as exigências são intensas, é crucial abordar esses transtornos para garantir um ambiente de trabalho saudável.

A revisão da literatura sobre saúde mental na enfermagem revelou que a categoria é particularmente vulnerável a agravos psíquicos, em grande parte devido à constante exposição ao sofrimento humano. Os dados indicam que a sobrecarga de trabalho e a falta de suporte organizacional agravam a situação, aumentando a pressão sobre esses profissionais e contribuindo para o surgimento de sintomas psicossomáticos (Esperidião et al., 2020). É fundamental implementar ações concretas para mitigar esses efeitos e melhorar as condições de trabalho.

A precarização do trabalho tem se mostrado um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de transtornos emocionais e psíquicos entre os profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs). A precarização, que envolve a instabilidade no emprego, a sobrecarga de trabalho, as condições inadequadas de trabalho e a falta de suporte psicológico, tem um impacto direto na saúde mental dos trabalhadores, gerando uma série de distúrbios que comprometem não só o bem-estar do profissional, mas também a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. À interconexão entre saúde mental e qualidade de vida é evidente, e as instituições de saúde desempenham um papel crucial na implementação de medidas que visem o bem-estar de seus trabalhadores (Oliveira et al., 2019).

2.3 Saúde mental Desafios: Cuidados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Durante a Pandemia

A equipe de enfermagem é fundamental na dinâmica hospitalar, especialmente em tempos de crise, como durante a pandemia da COVID-19. Esses profissionais demonstram uma capacidade notável de adaptação e coragem ao lidar com as complexidades do cuidado à saúde. Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), o papel dos enfermeiros é ainda mais crítico, pois eles são responsáveis pelos primeiros atendimentos e pelo monitoramento constante da saúde dos recém- nascidos. Além disso, esses profissionais se dedicam à prevenção de infecções e à atualização dos prontuários, assegurando um cuidado integral aos bebês, que muitas vezes se encontram em situações de vulnerabilidade extrema (Santana et al., 2024). O suporte emocional oferecido pelos enfermeiros aos pais é essencial, pois muitos enfrentam momentos de grande fragilidade e incerteza. O contexto da UTIN exige que os enfermeiros não apenas sejam competentes em suas funções técnicas, mas também empáticos, ajudando as famílias a lidar com o estresse emocional associado à hospitalização de seus filhos (Santana et al., 2024). As longas jornadas de trabalho e os desafios diários não diminuem a dedicação desses profissionais, que frequentemente arriscam suas próprias vidas para cuidar de pacientes infectados, demonstrando um compromisso inabalável com a saúde e o bem-estar de todos (Santana et al., 2024).

O burnout se manifesta por sintomas como cansaço extremo, insônia, sentimentos de ineficácia no trabalho e distanciamento emocional dos pacientes. De acordo com estudos, como o de Moura et al. (2019), o burnout é particularmente prevalente entre enfermeiros de UTINs, que lidam com situações de grande pressão emocional, como o cuidado de recém-nascidos em estado crítico e a interação com famílias em sofrimento.

A rotina na UTIN passou por mudanças significativas devido à pandemia, e os enfermeiros foram fundamentais na implementação de novas estratégias de acolhimento e cuidado, sempre com foco na manutenção de um atendimento humanizado. Este contexto destaca a importância de um trabalho colaborativo entre a equipe de saúde e a valorização da experiência dos enfermeiros, que precisam estar preparados para lidar com as constantes adaptações requeridas durante a crise sanitária (Santana et al., 2024). Assim, é imperativo que novas pesquisas sejam realizadas para aprofundar a compreensão do papel dos enfermeiros na UTIN durante a pandemia, uma vez que a situação ainda está em evolução e requer análise contínua por parte dos profissionais (Santana et al., 2024).

3.  UM PEQUENO RESUMO SOBRE O QUE FOI O COVID-19

A COVID-19 é uma doença causada pela corona vírus SARS-CoV-2, identificado pela primeira vez no final de 2019 na cidade de Wuhan, na China. Ela rapidamente se espalhou globalmente, resultando em uma pandemia que afetou praticamente todos os países e áreas da sociedade. O vírus é altamente contagioso e pode causar sintomas graves respiratórios, especialmente em grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com comorbidades. No contexto das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIs Neonatais), a pandemia impôs desafios significativos aos profissionais de enfermagem, como a sobrecarga de trabalho e a escassez de recursos. Além disso, as UTIs precisaram adaptar rapidamente os protocolos de segurança para proteger tanto os recém-nascidos quanto os profissionais de saúde, uma vez que o vírus era altamente contagioso e tinha um grande potencial de disseminação.

Além dos desafios, a pandemia também impulsionou avanços importantes na gestão dos cuidados neonatais. O uso de tecnologias, como plataformas digitais, foi acelerado, permitindo uma comunicação mais eficiente entre as equipes de saúde e as famílias dos recém-nascidos, que estavam fisicamente afastadas devido às restrições. O treinamento online dos profissionais e a implementação de ferramentas digitais para o monitoramento dos bebês ajudaram a melhorar o atendimento. A pressão emocional vivida pelos profissionais de saúde durante a crise evidenciou a importância de oferecer apoio psicológico, especialmente para os enfermeiros, que enfrentaram um nível elevado de estresse devido às exigências do cenário. Apesar dos desafios, a pandemia também trouxe inovações que contribuíram para a melhoria da gestão nas UTIs Neonatais (Machado et al., 2024).

A pandemia de COVID-19 teve um impacto profundo em diversas áreas da sociedade, especialmente no setor de saúde. Para os profissionais de enfermagem que atuam em UTIs Neonatais, a situação foi particularmente desafiadora, considerando a sobrecarga de trabalho, o aumento da pressão emocional e a necessidade de lidar com a gravidade dos casos. Além disso, a pandemia impôs novos protocolos e reorganizações nos serviços de saúde, afetando a dinâmica do cuidado neonatal e colocando os profissionais em uma situação de grande vulnerabilidade emocional e psicológica.

O aumento de casos de COVID-19 exigiu que hospitais reorganizassem seus recursos, com foco na terapia intensiva e na acolhida de pacientes infectados, o que gerou uma escassez de recursos e uma maior pressão sobre as equipes de enfermagem. Como observado por pesquisadores como Nonnenmacher et al. (2019), a síndrome de burnout, caracterizada por sinais de exaustão emocional e física, se tornou mais prevalente entre esses profissionais. A sobrecarga emocional é acentuada pelo fato de os enfermeiros estarem constantemente expostos a situações extremas, como o sofrimento das famílias e o luto pela morte de recém-nascidos, agravado pela presença constante da COVID-19 nas unidades.

Além dos desafios emocionais, a pandemia também impactou diretamente a qualidade do atendimento prestado. A sobrecarga do sistema de saúde e a reestruturação dos serviços dificultaram o acesso a cuidados de rotina para recém- nascidos e crianças com outras patologias, o que exigiu uma adaptação rápida por parte das equipes de enfermagem. De acordo com Fortes et al. (2022), a adaptação das UTIs Neonatais à nova realidade da pandemia foi complexa, com desafios significativos para manter os cuidados com a saúde mental e o bem-estar dos profissionais de saúde.

A pandemia também provocou uma reflexão mais profunda sobre a importância do cuidado holístico e da humanização, especialmente em UTIs Neonatais, onde os enfermeiros desempenham um papel crucial não apenas no cuidado técnico, mas também no apoio emocional às famílias. Estudos de Barbosa (2020) indicam que, embora a pandemia tenha aumentado a conscientização sobre a saúde pública, ela também evidenciou a necessidade de um suporte mais robusto para os profissionais da saúde, a fim de preservar sua saúde mental e emocional.

Em resumo, os impactos da pandemia de COVID-19 na enfermagem de UTI Neonatal são multifacetados, envolvendo desafios emocionais, físicos e técnicos. O enfrentamento da crise trouxe à tona a importância de oferecer suporte adequado aos profissionais de saúde, além de destacar a necessidade de aprimorar os sistemas de saúde pública para garantir a continuidade dos cuidados e a proteção dos trabalhadores.

4.  METODOLOGIA

Este estudo emprega uma abordagem qualitativa de natureza descritiva, com o método bibliográfico como principal técnica de investigação. A pesquisa qualitativa foi escolhida por sua adequação em explorar fenômenos complexos e subjetivos, permitindo uma análise aprofundada e interpretação crítica dos dados disponíveis. O método bibliográfico justifica-se pela necessidade de consolidar o conhecimento já produzido sobre os desafios enfrentados por profissionais de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), com foco nos impactos à saúde mental, especialmente no contexto da pandemia de COVID-19. Esta abordagem possibilita uma visão ampla e detalhada do tema (Gil, 2008; Lüdke; André, 1986).

A “amostra” do estudo consiste em artigos científicos, revisões sistemáticas e capítulos de livros selecionados em bases de dados como Scielo, PubMed e Google Scholar, abrangendo o período de 2009 a 2024. Foram incluídos textos que abordassem fatores psicossociais, sobrecarga emocional, burnout e estratégias de enfrentamento utilizadas pelos enfermeiros. Estudos com foco em outros contextos ou que não apresentassem relevância para os objetivos propostos foram excluídos. A saturação teórica foi utilizada para delimitar a amostra, encerrando o processo de seleção quando os dados revisados atenderam aos objetivos da pesquisa (Gil, 2008; Lakatos; Marconi, 2003).

A relevância da pandemia de COVID-19 neste estudo está diretamente ligada ao aumento da complexidade e intensidade dos desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem nas UTINs. O período pandêmico exacerbou fatores como sobrecarga de trabalho, estresse emocional e vulnerabilidade ao burnout, além de destacar a insuficiência de recursos e suporte psicológico em muitos contextos hospitalares. Este cenário crítico serviu como um ponto de inflexão, evidenciando a necessidade de intervenções emergenciais e planejamento a longo prazo para proteger a saúde mental dos enfermeiros. Compreender esses impactos é essencial não apenas para responder aos desafios imediatos, mas também para estruturar estratégias preventivas e fortalecer as condições de trabalho no futuro.

A coleta de dados baseou-se na identificação de materiais relevantes, seguida por revisões sistemáticas dos textos. Foram priorizados estudos revisados por pares, publicados por autores reconhecidos na área, garantindo a confiabilidade das informações e o rigor acadêmico. Após uma leitura exploratória inicial para avaliar a adequação dos materiais, procedeu-se à leitura analítica detalhada, organizando os dados em categorias temáticas relacionadas à saúde mental e condições de trabalho dos profissionais de UTINs.

Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, amplamente reconhecida em estudos qualitativos. Os dados extraídos foram organizados em categorias temáticas que incluíram fatores como estresse ocupacional, burnout, estratégias de cuidado psicológico e impactos da pandemia. A análise qualitativa permitiu identificar padrões e conexões, promovendo uma compreensão estruturada do problema e possibilitando comparações entre diferentes perspectivas teóricas (Sandelowski; Barroso, 2003).

Por tratar-se de uma pesquisa exclusivamente bibliográfica, não houve coleta de dados primários com participação humana, dispensando a submissão ao comitê de ética em pesquisa. No entanto, todos os materiais utilizados respeitaram os direitos autorais e integridade acadêmica. As escolhas metodológicas foram realizadas com rigor, garantindo a precisão das informações e a confiabilidade dos resultados apresentados (Lakatos; Marconi, 2003).

Entre as limitações do estudo, destaca-se o uso exclusivo de fontes secundárias, o que pode limitar a originalidade das descobertas. Além disso, a restrição a publicações entre 2009 e 2024 reflete um recorte temporal específico, podendo deixar de lado contribuições anteriores. Apesar disso, a metodologia adotada proporciona uma base sólida para a discussão e compreensão dos desafios enfrentados pelos enfermeiros em UTINs.

Esta pesquisa contribui para aprofundar o conhecimento sobre os impactos da saúde mental desses profissionais e reforça a importância de intervenções institucionais e estratégias de apoio para melhorar a qualidade de vida e o cuidado prestado em ambientes de alta complexidade.

5.      ANÁLISE DOS ESTUDOS: SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

A tabela abaixo apresenta os artigos analisados nesta revisão bibliográfica, destacando os principais estudos sobre a saúde mental dos enfermeiros nas UTINs. Ela inclui informações como o título, autor, ano de publicação e os principais achados, permitindo uma visão geral das contribuições científicas para a compreensão dos desafios emocionais enfrentados pelos. profissionais de enfermagem nesse contexto.

Quadro 1 – Identificação dos Artigos
AUTOR(ES)/ ANOTítulo do ArtigoTipo de EstudoPrincipais Resultados
Barbosa, L. R., 2020COVID-19 e suas implicações na saúde neonatal.Estudo de casoIdentifica o impacto da pandemia na saúde neonatal, destacando os desafios na assistência e cuidados intensivos.
Carvalho, M. R., 2021Acolhimento na UTI Neonatal em tempos de pandemia.Estudo de casoAnalisa o impacto da pandemia no acolhimento na UTI neonatal, sugerindo estratégias de humanização durante a crise.
Costa, T. P. A, 2019Importância do apoio psicológico na enfermagem.Estudo transversalEvidencia a importância do apoio psicológico para enfermeiros, especialmente em cenários de alta carga emocional.
Cruz, S. P. DE LA et al., 2019Fatores relacionados à probabilidade de sofrer problemas de saúde mental em profissionais de emergência.Estudo de coorteIdentifica fatores de risco para problemas de saúde mental em profissionais de emergência, destacando a carga de trabalho como fator crítico.
DE oliveira, A. L. C. B. et al., 2020Palliative care in nursing in the intensive care unit: integrative review.Revisão integrativaEnfatiza a importância dos cuidados paliativos na UTI, com foco na atuação da enfermagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
DE Vargas, D. O, 2024Enfermeiro de Unidade de Tratamento Intensivo: Refletindo sobre seu Papel.Artigo de opinião/reflexivoReflete sobre o papel do enfermeiro na UTI, destacando as implicações emocionais e a necessidade de apoio psicológico.
Díaz, C.R. et al., 2019O preço da vocação na equipe de enfermagem e seus familiares.Estudo de casoDescreve os impactos emocionais do trabalho na enfermagem, destacando o sofrimento familiar relacionado à dedicação excessiva ao trabalho.
Esperidião. et al., 2020Condições de trabalho e saúde mental: desafios para a enfermagem.Revisão teóricaDiscute as condições de trabalho que afetam a saúde mental dos profissionais de enfermagem, propondo estratégias de melhoria no ambiente de trabalho.
Freire, F. DE O. et al., 2020Factors associated with suicide risk among nurses and physicians: a cross- section study.Estudo transversalIdentifica fatores de risco associados ao suicídio em profissionais de saúde, como estresse e sobrecarga emocional.
Freitas, A. C.; SILVA, P. R.; Souza, M. A., 2020Práticas de cuidado na UTI Neonatal.Estudo de casoDescreve as práticas de cuidado intensivo na UTI Neonatal, com foco na humanização e segurança dos bebês.
Fortes, S.L.S.M. et al., 2022Rotina do imprevisível: cargas de trabalho e saúde para trabalhadores de emergência.Estudo Qualitativo e Descritivo.Estudo que aborda os desafios das cargas de trabalho e os impactos na saúde mental e física dos profissionais de enfermagem em unidades de emergência.
Martins, R. S.; Oliveira, E. S.; Pereira, F. L., 2021Medidas de isolamento na UTI Neonatal durante a COVID-19.Estudo de casoDiscute os protocolos de isolamento implementados na UTI Neonatal durante a pandemia, com foco na proteção e segurança dos recém-nascidos.
Moura, R.S. et al. 2019Estresse, burnout e depressão nos auxiliares e técnicos em enfermagem das unidades de terapia intensiva.Estudo quantitativoIdentifica altos índices de estresse, burnout e depressão entre auxiliares e técnicos de enfermagem na UTI.
Nonnenmacher, A. et al., 2022Transtorno Mental Comum: características e impacto na saúde do trabalhador.Estudo transversalExamina o impacto dos transtornos mentais comuns na saúde dos trabalhadores, com ênfase nas consequências no ambiente de trabalho.
Oliveira, C. et al., 2019Transtornos mentais e comportamento na saúde do trabalhador.Estudo qualitativoInvestiga como os transtornos mentais afetam o comportamento e desempenho no trabalho, especialmente entre profissionais de saúde.
Pereira, T. B.; Oliveira, J. S., 2019Segurança do paciente na UTI Neonatal.Estudo de casoAvalia práticas de segurança na UTI Neonatal, com ênfase na redução de infecções e erro médico.
Portero, S.C. et al., 2019Fatores relacionados à probabilidade de sofrer problemas de saúde mental em profissionais de emergência.Estudo de coorteIdentifica os fatores de risco para saúde mental em profissionais de emergência, com foco em condições estressantes de trabalho.
Rafaloski, A. R. et al., 2020Saúde mental das pessoas em situação de desastre natural sob a ótica dos trabalhadores envolvidos.Estudo qualitativoAborda o impacto dos desastres naturais na saúde mental dos trabalhadores envolvidos no atendimento às vítimas.
Rodrigues, D.D.M. et al., 2019Índice de capacidade para o trabalho e a equipe de enfermagem.Estudo quantitativoAvalia a relação entre a capacidade de trabalho e a saúde da equipe de enfermagem, destacando fatores críticos de sobrecarga.
Silva, A. F.; Robazzi, M. L. DO C. C., 2019Alterações mentais em trabalhadores de unidades de terapia intensiva.Estudo transversalIdentifica alterações mentais, como estresse e ansiedade, entre trabalhadores de UTIs.
Silva, M. J.; Oliveira, C. A.; Costa, R. T., 2020A importância do suporte familiar na UTI Neonatal.Estudo de casoDestaca a importância do suporte familiar para os pacientes neonatais e seus efeitos na recuperação e no bem- estar emocional.
Souza, L. M., 2021Isolamento em UTI Neonatal: protocolos e recomendações.Revisão de literaturaApresenta os principais protocolos de isolamento para UTI Neonatal e as recomendações para práticas seguras e eficazes.
Vega, M.N.C., 2018Influência da jornada de trabalho na saúde da equipe de enfermagemEstudo Transversal e AnalíticoInvestigação sobre o impacto das longas jornadas de trabalho na saúde física e mental dos enfermeiros, incluindo estresse e fadiga.
Villarraga, L.R., 2021Cuidado da saúde mental das enfermeiras: prioridade na pandemia pela COVID-19Estudo QualitativoDestaca a importância do cuidado com a saúde mental das enfermeiras, especialmente durante a pandemia.
Vidal, G.B. et al., 2019Qualidade de vida no trabalho e autocuidado em enfermeiros assistenciais com alta demanda emocionalEstudo QuantitativoIdentificação dos fatores que afetam a qualidade de vida e o autocuidado dos enfermeiros em ambientes de alta pressão emocional
Viana, O.C.M. et al., 2019Qualidade de vida e sono de enfermeiros nos turnos hospitalaresEstudo QuantitativoEstudo sobre como os turnos hospitalares afetam a qualidade de vida e o sono dos enfermeiros, com foco em aspectos físicos e psicológicos.

O quadro acima resume os principais achados de estudos relacionados à saúde mental de enfermeiros em UTIs neonatais e ambientes de alta pressão emocional. Esses estudos evidenciam que fatores como sobrecarga de trabalho, altas demandas emocionais e longas jornadas laborais estão diretamente associadas ao aumento de transtornos psicológicos, como estresse crônico, burnout e transtornos mentais comuns (Moura et al., 2019; Nonnenmacher et al., 2022). Além disso, Cruz et al. (2019) e Portero et al. (2019) apontam que a alta carga de trabalho e as demandas emocionais são fatores determinantes no desenvolvimento de transtornos psicológicos, como burnout e ansiedade. Rodrigues et al. (2019) avaliam a capacidade de trabalho e a saúde da equipe de enfermagem, destacando como fatores de sobrecarga afetam a performance e a saúde mental dos profissionais. Silva e Robazzi (2019) identificam alterações mentais, como estresse e ansiedade, entre trabalhadores de UTIs, contribuindo para a compreensão dos transtornos psicológicos comuns nesse ambiente.

Vidal et al. (2019) discutem a relação entre qualidade de vida e autocuidado, identificando como a alta demanda emocional afeta o bem-estar físico e psicológico dos enfermeiros, especialmente em ambientes intensivos. Estudos como o de Freire et al. (2020) e Vega (2018) também chamam atenção para o risco de suicídio entre profissionais de saúde, reforçando a gravidade da situação e a necessidade de atenção urgente por parte de instituições hospitalares e órgãos reguladores. Costa (2019) e Villarraga (2021) reforçam a necessidade de programas institucionais de apoio psicológico e autocuidado para preservar a saúde mental dos enfermeiros.

As pesquisas de De Oliveira et al. (2020) e De Vargas (2024) ressaltam a relevância dos cuidados paliativos e do papel do enfermeiro na UTI, considerando as implicações emocionais do trabalho intenso. Souza (2021) aborda a importância dos protocolos de isolamento na UTI Neonatal, destacando as melhores práticas para garantir a segurança dos pacientes e o bem-estar emocional dos profissionais durante situações desafiadoras, como crises sanitárias.

Silva et al. (2020) reforçam a importância do suporte familiar na recuperação dos pacientes neonatais e no alívio da carga emocional dos profissionais. Viana et al. (2019) exploram os efeitos dos turnos hospitalares na qualidade de vida e no sono dos enfermeiros, com foco nos impactos físicos e psicológicos do trabalho noturno e em turnos prolongados. Pereira e Oliveira (2019) discutem as práticas de segurança do paciente, abordando a relação entre a segurança clínica e a saúde mental dos profissionais em UTIs neonatais.

Finalmente, Fortes et al. (2022) e Díaz et al. (2019) aprofundam a análise sobre os impactos da carga de trabalho e o sofrimento emocional dos profissionais de saúde, tanto no ambiente de emergência quanto na enfermagem em geral, destacando como o estresse relacionado ao trabalho afeta a saúde física e mental dos enfermeiros e suas famílias.

Outro aspecto relevante é a humanização do cuidado, que tem sido amplamente discutida, especialmente no contexto das UTIs neonatais. Pesquisas como as de Carvalho (2021) e Freitas et al. (2020) destacam que práticas humanizadas, associadas a protocolos de segurança, podem não apenas melhorar o bem-estar dos pacientes e familiares, mas também aliviar os impactos emocionais sobre os profissionais de saúde.

O estudo de Rafaloski et al. (2020) expande a compreensão sobre o impacto dos desastres naturais na saúde mental dos trabalhadores envolvidos, trazendo uma perspectiva relevante para entender o desgaste emocional em situações de emergência.

A pandemia de COVID-19 agravou significativamente esses desafios, conforme apontado por Barbosa (2020) e Martins et al. (2021). A necessidade de seguir protocolos rígidos de isolamento e proteção física aumentou a carga emocional e psicológica dos enfermeiros, expondo ainda mais as fragilidades da saúde mental desses profissionais durante crises globais.

Dessa forma, os presentes estudos apresentam e reforçam a importância de implementar estratégias institucionais, como a redução da carga horária de trabalho, treinamentos em autocuidado e resiliência, e programas contínuos de suporte psicológico, para mitigar os impactos das condições de trabalho e garantir a saúde mental dos enfermeiros. A adoção de políticas públicas e institucionais voltadas à humanização do cuidado e à criação de ambientes laborais mais saudáveis é indispensável para enfrentar esses desafios e promover o bem-estar das equipes.

A análise comparativa dos autores citados neste estudo reforça a complexidade dos desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem que atuam em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Moura et al. (2019) destaca que o ambiente das UTINs, com sua alta demanda emocional e técnica, está diretamente associado ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, como a síndrome de burnout, devido à constante sobrecarga emocional e à gravidade dos casos tratados. Esse achado é corroborado por Costa (2019), que enfatiza o papel da sobrecarga de trabalho como fator desencadeante de estresse ocupacional crônico, impactando negativamente tanto os profissionais quanto a qualidade do cuidado prestado.

Silva et al. (2019) adicionam à discussão o impacto psicológico da exposição constante a situações de risco e morte, destacando que a ausência de suporte psicológico adequado intensifica sentimento de impotência e tristeza entre os enfermeiros. Esse cenário é complementado pelas observações de Barbosa (2020), que identifica um aumento nos sintomas de burnout durante situações críticas, como a pandemia de COVID-19, que agravou as condições de trabalho já desafiadoras nas UTINs.

Por outro lado, os autores como Vidal et al. (2019) e Moura et al. (2019) ressaltam a importância de redes de apoio social e institucional. Eles apontam que ambientes colaborativos e programas de suporte psicológico são essenciais para mitigar os impactos negativos, promovendo o bem-estar emocional dos profissionais. Esses autores enfatizam que estratégias como grupos de apoio, incentivo ao autocuidado e acesso a terapias podem não apenas melhorar a saúde mental dos enfermeiros, mas também contribuir para um atendimento mais humanizado e eficiente aos pacientes neonatais.

Dessa forma, o estudo demonstra um consenso entre os autores sobre a necessidade de mudanças estruturais no ambiente de trabalho, incluindo a implementação de políticas institucionais voltadas à promoção da saúde mental, redução da sobrecarga de trabalho e fortalecimento das equipes. Ao investir no cuidado dos profissionais, é possível romper o ciclo de desgaste emocional e garantir um cuidado neonatal de excelência, beneficiando tanto os enfermeiros quanto os pacientes.

6.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo abordou a saúde mental dos profissionais de enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), ressaltando os desafios emocionais, físicos e técnicos impostos por esse ambiente de trabalho. Os enfermeiros que atuam nessas unidades enfrentam diariamente situações de alta complexidade, caracterizadas pela necessidade de cuidado intensivo com recém-nascidos em condições críticas e pela interação com famílias que frequentemente vivenciam momentos de angústia e sofrimento. Essas demandas elevadas, somadas à carga de trabalho excessiva e à constante exposição a situações de dor e morte, têm um impacto significativo na saúde mental desses profissionais, gerando condições como estresse crônico, ansiedade, burnout e depressão.

A literatura revisada ao longo deste estudo evidenciou a insuficiência de suporte psicológico e de condições adequadas de trabalho como fatores centrais que agravam o adoecimento mental dos enfermeiros. Além disso, destacou-se o impacto da pandemia de COVID-19, que amplificou os desafios já enfrentados por esses profissionais, expondo-os a níveis ainda mais elevados de estresse e exaustão. Durante a crise sanitária, a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), a necessidade de adaptação constante a novos protocolos e a carga emocional intensificada por perdas frequentes tornaram a saúde mental dos profissionais de enfermagem um tema de preocupação emergente e inadiável.

Diante desse cenário, este estudo reforça a importância de implementar estratégias que promovam a saúde mental dos profissionais de enfermagem em UTINs. Entre as principais recomendações estão: a criação de programas institucionais de suporte psicológico contínuo, a redução da carga horária de trabalho, a ampliação dos recursos humanos para minimizar a sobrecarga e a oferta de treinamentos voltados para o desenvolvimento de habilidades de gestão emocional e autocuidado. Adicionalmente, a construção de um ambiente de trabalho colaborativo e acolhedor é essencial para reduzir os impactos do estresse ocupacional e melhorar a qualidade de vida dos profissionais.

É fundamental que gestores hospitalares e formuladores de políticas públicas reconheçam que investir na saúde mental dos enfermeiros não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas também uma estratégia para melhorar a qualidade do cuidado prestado aos pacientes. Profissionais emocionalmente equilibrados são mais capazes de oferecer uma assistência humanizada, eficiente e segura, o que se traduz em melhores desfechos para os recém-nascidos e suas famílias.

Além disso, este estudo contribui para a conscientização sobre a importância de abordar o tema da saúde mental dos enfermeiros em UTINs de forma contínua e integrada. Não se trata apenas de uma questão emergencial relacionada à pandemia, mas de uma necessidade permanente no ambiente hospitalar, considerando os desafios intrínsecos às UTINs. A priorização desse tema pode gerar avanços significativos na retenção de talentos na enfermagem, reduzir índices de absenteísmo e afastamentos por adoecimento mental e criar uma cultura organizacional mais sustentável e saudável.

Por fim, este estudo também destaca a necessidade de mais pesquisas sobre intervenções eficazes para a promoção da saúde mental dos enfermeiros. Estudos futuros podem explorar, por exemplo, a eficácia de práticas integrativas de saúde, como mindfulness e yoga, no ambiente hospitalar, ou a influência de políticas públicas de proteção à saúde mental dos trabalhadores da saúde. Assim, é possível avançar na compreensão das demandas específicas desse grupo profissional e criar soluções que atendam de forma mais assertiva às suas necessidades. Garantir um cuidado mais efetivo aos profissionais é, em última análise, garantir o cuidado de qualidade aos pacientes e o fortalecimento do sistema de saúde como um todo.

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1 Raíça Sousa de Oliveira graduanda em Enfermagem pela Unama, com interesse nas áreas de saúde psicóloga e cuidados com a saúde mental, está desenvolvendo atualmente o trabalho de conclusão de curso sobre saúde mental dos enfermeiros com foco em UTI Neonatal.

2 Sarah Célia de Souza Hall graduanda em Enfermagem pela Unama, com interesse nas áreas de saúde mental e psiquiatria. Atualmente, desenvolve o trabalho de conclusão de curso sobre Saúde mental dos enfermeiros, com foco em UTI Neonatal.

3 Bacharel em psicologia (FAAO – 2018), especialista em docência do ensino superior (FAAO – 2018), especialista em Transtornos alimentares, obesidade e cirurgia bariátrica (Faculdade Don Alberto – 2020), especialista em Arteterapia (FAVENI – 2021), especialista em Neuropsicologia (FAVENI – 2023), professora do curso de psicologia da UNAMA.

4 Bióloga, doutora em Biotecnologia e Biodiversidade (UFAC), professora universitária na UNAMA.