MENTAL HEALTH OF UNIVERSITY MEDICINE STUDENTS DURING THE COVID-19 PANDEMIC
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7295150
Anderson Melgar de Oliveira¹
Maria Luiza Fagundes Avila Dos Santos²
Daiane Gums Rodrigues³
Régia de Lourdes Ferreira Pachêco Martins4
RESUMO
Introdução: Ao final do ano de 2019 houve o início de um surto de nova doença viral iniciada na China, conhecido como coronavírus. Os Transtornos Mentais Comuns (TMC), também conhecidos como transtornos psiquiátricos menores, representam os quadros menos graves e mais frequentes de transtorno mental. Objetivo: avaliar o estado de saúde mental de estudantes universitários de medicina durante a quarenta por COVID-19. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura integrativa que compara e analisa diferentes artigos que tratam da saúde mental de acadêmicos de medicina durante a pandemia por COVID-19. Resultados: foram selecionadas 11 publicações segundo autor e ano de publicação, metodologia utilizada na pesquisa e resultados principais. Os resultados apresentaram elevados índices para ansiedade e depressão em acadêmicos de medicina provavelmente ocasionados pelas condições do isolamento social. Conclusão: Unindo-se a prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em acadêmicos de medicina e o estresse causado pela pandemia, se tem a hipótese de altos índices de acadêmicos que apresentam quadros de agravos de sintomas que diminuem a qualidade de vida.
Palavras-chave: Saúde Mental. Depressão. Ansiedade. Medicina. Estudantes.
ABSTRACT
Introduction: At the end of 2019, an outbreak of a new viral disease started in China, known as coronavirus. Common Mental Disorders (CMD), also known as minor psychiatric disorders, represent the least severe and most frequent cases of mental disorder. Objective: to assess the mental health status of medical university students during their forties by COVID-19. Methodology: This is an integrative literature review that compares and analyzes different articles dealing with the mental health of medical students during the COVID-19 pandemic. Results: 11 publications were selected according to author and year of publication, methodology used in the research and main results. The results showed high rates of anxiety and depression in medical students, probably caused by conditions of social isolation. Conclusion: Combining the prevalence of anxiety and depression disorders in medical students and the stress caused by the pandemic, it is hypothesized that high rates of academics have symptoms that reduce their quality of life.
Keywords: Mental Health, Depression, Anxiety, Medicine, Students.
INTRODUÇÃO
Ao final do ano de 2019 teve início um surto de nova doença viral iniciada na China, sendo declarado emergência internacional de saúde pública para COVID-19, conhecido como coronavírus. A partir de então foram difundidas entre as autoridades de saúde a prática do distanciamento social como melhor forma de precaução para a transmissão da doença (BEZERRA, 2020). Nesse período houve aumento significativo de perturbações psicológicas em estudantes universitários no período pandêmico quando comparado a períodos normais, podendo acarretar distúrbios na saúde mental (MAIA; DIAS, 2020).
Durante o isolamento social houve aumento significativo de perturbações psicológicas em trabalhadores da área da saúde, estudantes e a população sujeita ao distanciamento de um modo geral, quando comparado a períodos normais, podendo acarretar distúrbios na saúde mental (MAIA; DIAS, 2020). Agentes causadores de estresse no contexto da pandemia da COVID-19 estão relacionados ao tempo de duração da quarentena e ao distanciamento social, aumento de tarefas diárias, tédio e frustração em situações do cotidiano. O medo de contrair a doença também se representa como agente estressor, uma vez que se instala a preocupação com a saúde individual e familiar (ENUMO et al., 2020). Estudos sobre impactos na saúde mental em decorrência da pandemia do novo Coronavírus ainda são escassos, por se tratar de fenômeno recente, mas apontam para repercussões negativas importantes (SCHMIDT, 2020).
Segundo Fiorotti (2010), existem transtornos mentais que se apresentam através de uma sintomatologia típica que inclui fadiga, irritabilidade, entre outros sintomas psíquicos, e até mesmo sintomas somáticos. Todos os possíveis sintomas atrelados a saúde mental causados pelos efeitos da pandemia, são importantes dentro do contexto de determinados grupos, como acadêmicos de medicina, que possuem dentro do curso exigências que geram tendências ao desenvolvimento de problemas como a ansiedade e depressão por conta da pressão proveniente da sociedade, família e trabalho, desde o ensino médio até a pós-graduação, e ao despreparo psicológico desses jovens acadêmicos.
Poucos estudos exploraram os impactos da COVID-19 e da quarentena sobre a saúde mental de estudantes universitários, principalmente quanto aos níveis de depressão, ansiedade e estresse. O acompanhamento da situação em nível global e o aumento dos casos positivos para COVID-19 parecem ter gerado níveis de ansiedade, depressão e estresse entre os estudantes universitários, mesmo se sabendo que este não seria um grupo de maior risco em termos de letalidade (MAIA; DIAS, 2020). O objetivo do presente trabalho foi de realizar uma revisão da literatura acerca dos transtornos mentais ocorridos entre os estudantes de medicina durante a pandemia de COVID-19.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão de literatura baseada em estudos sobre a saúde mental de estudantes de medicina durante a pandemia de COVID-19 com objetivo de correlacionar o isolamento social com o comprometimento mental desses estudantes. O levantamento de dados foi realizado nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Foram utilizadas os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “estudante de medicina”, “COVID-19”, “saúde mental”, “pandemia” com filtro para artigos publicados nos anos de 2020 e 2021.
Foram incluídos na revisão estudos realizados com estudantes de medicina com objetivo de investigar o estado da saúde mental desse público e excluídos artigos que trazem informações globais da população no que tange a saúde mental na quarentena no Brasil e que não tratam de acadêmicos que cursam medicina. Foram pré-selecionados 31 artigos pelo título e após leitura dos artigos na íntegra foram selecionadas 11 publicações que atendiam aos critérios de inclusão. Os artigos foram avaliados segundo a qualidade das informações e os dados foram sumarizados por grupamento simples segundo autor e ano de publicação, metodologia utilizada na pesquisa e resultados principais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
COVID-19 E SUAS REPERCUSSÕES
A alta transmissibilidade do coronavírus, aliada a inexistência de tratamentos comprovadamente eficazes levou a sociedade a adoção de ações para prevenir e proteger a saúde da população, sendo a mais importante de todas o isolamento social. A quarentena pode causar inúmeros sintomas psicopatológicos, como humor deprimido, irritabilidade, ansiedade, medo, raiva, insônia, sintomas de estresse pós-traumático, confusão, entre outros. Inúmeros estudos acerca dos impactos psicológicos da pandemia e do isolamento social apontam para o surgimento de transtornos psicológicos que variam de moderados a grave, observando-se as mulheres, os estudantes e pessoas com algum grau de instabilidade psicológica prévia como os principais impactados pelo isolamento social (RODRIGUES et al., 2020).
Dentro outros agentes estressores envolvidos durante a pandemia pela COVID-19 podem-se citar além do isolamento social, o medo da infecção, a inadequação de informações disseminadas, as barreiras criadas para vivenciar o luto daqueles que morreram, perdas financeiras e estigmatização e descriminação. O impacto na saúde mental está fortemente relacionado ao isolamento físico sendo que a incidência de estresse pós-traumático, comportamentos evitativos e irritabilidade estão associados ao tempo de duração mais prolongado de distanciamento social. Tal solidão e redução das interações sociais destacam-se o surgimento da ansiedade e a depressão, transtornos mentais comuns ao momento pandêmico (NABUCO, 2020).
Historicamente, as epidemias trazem dados que indicam que pessoas com alguma instabilidade psicológica tendem a ser mais afetadas quando acometidas por uma infecção. Reflexos de situações similares anteriores demonstram, ainda, que as implicações psicossociais e econômicas são incalculáveis e prevalecem por períodos muito maiores que a própria epidemia sendo os prejuízos incalculáveis considerados a existência de diferentes contextos (ORNELL, 2020).
A compreensão dos reais impactos da pandemia na saúde mental da população certamente vai requerer tempo e pesquisas adequadas. No entanto, baseando-se em situações semelhantes de epidemias e outros desastres de grandes proporções, pode-se inferir que o adoecimento mental é inevitável podendo superar a morbidade relacionada diretamente à própria doença (NABUCO, 2020).
O vírus
As pessoas estão constantemente lidando com doenças novas e incomuns graças a doenças emergentes e reemergentes. Casos recentes de pneumonia misteriosa em Wuhan, na China, levaram à descoberta de um novo coronavírus que humanos, pássaros e outros mamíferos carregam. O 2019-nCoV é um vírus de RNA envelopado que normalmente infecta pessoas, animais e especialmente pássaros. Pode causar distúrbios respiratórios, entéricos, hepáticos e neurológicos (BELASCO; FONSECA, 2020).
Os coronavírus são agrupados em seis espécies. Os quatro primeiros, 229E, OC43, NL63 e HKU1, causam sintomas comuns de gripe em pessoas com sistema imunológico funcional. No entanto, as duas espécies de coronavírus mais perigosas – MERS-CoV e SARS-CoV – causam síndrome respiratória aguda grave (SARS) que causa altas taxas de mortalidade em indivíduos infectados. É provável que outros Coronavírus afetem os humanos periodicamente devido à alta prevalência de infecções, ampla distribuição em todo o mundo e recombinação frequente dentro do vírus. Além disso, os animais aumentaram a conectividade com os humanos graças à diversidade genética e ao aumento da presença de humanos e animais nas proximidades (QUINTANILHA et al., 2021).
Wuhan, na China, foi onde a Novel Coronavirus-Infected Pneumonia, ou NCIP, foi confirmada em pacientes. O vírus NCIP foi isolado e cultivado em pacientes que foram hospitalizados. Além disso, o sequenciamento do genoma completo foi realizado juntamente com PCR e lavado broncoalveolar para confirmar esse vírus. O vírus NCIP é do gênero betacoronavírus – também é encontrado em humanos, morcegos e outros animais selvagens (NABUCO et al., 2020).
A partir de 2019, casos confirmados de nCoV mostraram sinais e sintomas significativos. Muitos pacientes relataram mialgia ou fadiga, enquanto outros apresentaram febre ou dispneia. Além disso, a linfopenia foi relatada em 63% dos pacientes. Na cidade chinesa de Wuhan, 41 pacientes em uma coorte retrospectiva relataram sintomas ao patógeno. A idade média foi de 49 anos; 66% dos casos eram do sexo masculino. Mais de 66% dos casos relataram contato direto com um grande mercado de frutos do mar e animais (ROSA et al., 2020).
A intenção da Organização Mundial da Saúde em compartilhar seus resultados de pesquisa era espalhar secreções respiratórias como o principal meio de propagação do vírus. Eles compartilharam sua análise de células epiteliais das vias aéreas humanas, microscopia eletrônica e sequenciamento do genoma da amostra. Isso foi feito na esperança de pegar infecções 2019-nCoV globalmente e na China.
A evolução viral e a patogenicidade do 2019-nCoV são desconhecidas. Sua letalidade é de aproximadamente 3%, mas sua transmissibilidade é alta. Vários estudos sugerem que o 2019NCoV pode ser transmitido entre humanos, animais e até outros humanos. Por causa disso, a falta de uma vacina 2019NCoV no entendimento científico atual é crível e compreensível. A Organização Mundial da Saúde recomenda evitar o contato com pessoas da área onde o surto de 2019NCoV começou. Além disso, eles recomendam a realização de técnicas adequadas de lavagem das mãos para prevenir a infecção.
Para atender adequadamente os casos de infecção suspeita ou confirmada de 2019-2019, os profissionais de saúde precisam usar luvas, protetor facial, máscara cirúrgica, avental do paciente e material para lavagem das mãos. Eles também devem usar um avental, protetor facial nCoV ou óculos de proteção ao lidar com casos (MALTA et al., 2020).
A pandemia
A Organização Mundial da Saúde, ou OMS, anunciou que um vírus semelhante ao coronavírus surgiu em janeiro de 2020. Chamada de Covid-19, essa doença foi declarada uma emergência de saúde pública de interesse internacional. A OMS afirmou que o risco de este vírus se espalhar para outros países era alto. Em março de 2020, a OMS concluiu que o Covid-19 é uma pandemia (BELASCO; FONSECA, 2020).
Considerar a agenda de saúde diante da pandemia exige abordar uma ampla gama de questões. Um sinal alarmante da pandemia é um número crescente de distúrbios psicológicos, sintomas mentais e sofrimento psicológico entre a população em geral. Além disso, é preocupante que já exista uma epidemia paralela – uma com taxas crescentes de problemas de saúde mental. À medida que o coronavírus continua a se espalhar, ainda há pesquisas significativas sobre sua influência na saúde mental (NASCIMENTO et al., 2020).
Saúde mental
Ideias irracionais ou prejudiciais aprendidas com a leitura de uma pandemia levam a sofrimento desnecessário. Isso pode causar a morte por afetar a saúde mental da pessoa através das perspectivas da doença. Para melhor compreender a dinâmica social de uma população, os epidemiologistas implementam práticas de vigilância. Isso envolve monitorar a propagação do contágio, implementar programas de quarentena e isolar recursos. Eles também criam práticas de distanciamento social e até declaram estado de calamidade pública COVID-19. Isso permite que eles ganhem mais atenção de outros grupos e melhorem sua posição na sociedade (QUINTANILHA et al., 2021).
As emergências de saúde pública envolvem muitas questões diferentes; eles exigem grandes sistemas de saúde, como hospitais e clínicas. Essas emergências também exigem a coordenação diária de recursos que lidam com a escassez, como medicamentos. Há tantas barreiras para conseguir atendimento que eu enfrento como paciente de baixa renda. Essas barreiras incluem perguntas sobre a situação financeira da minha família e meu possível status de alto risco. Por que tenho que lidar com tantos obstáculos ao buscar atendimento? O que devo fazer sobre isso? Equilibrar adequadamente os cuidados de emergência e os cuidados de saúde mental de longo prazo é necessário devido à necessidade de atenção imediata ao sofrer uma crise (MALTA et al., 2020).
A pandemia de COVID-19 muda a maneira como as pessoas vivem, causando mudanças físicas significativas, bem como a morte e o adoecimento dos indivíduos. É por isso que muitas pessoas desenvolvem métodos de enfrentamento para lidar com a ameaça de morte e doença. Esses métodos incluem a adaptação a novos hábitos de vida (NABUCO et al., 2020).
É importante entender a carga mental que uma população experimenta devido a uma epidemia. Esta informação é necessária para se obter uma visão sobre como criar redes de apoio social e desenvolver ideias sobre como melhorar a saúde pública. Além disso, criar novas práticas de atenção à saúde e explorar novas implicações legais e éticas são possibilidades que podem ser exploradas graças à vulnerabilidade psicossocial da população. Vulnerabilidade é o estado de ser suscetível a danos, danos ou traumas. Quando uma ameaça ou evento traumático prejudica a autoestima de um indivíduo, ele possui um traço vulnerável. As pessoas têm traços adquiridos e inerentes que as tornam vulneráveis. Este conceito tem muitas conotações que vão além dos traços físicos e mentais (ROSA et al., 2020).
Pessoas com valores e crenças espirituais são mais resistentes ao estresse da vida do que aquelas sem essas crenças. Eles também geralmente resistem às mudanças que os incomodam perguntando sobre o processo. As pessoas que desenvolvem uma maneira mais saudável de pensar são mais capazes de permanecer fortes e resistentes ao estresse. Altas perdas financeiras ou alta taxa de mortalidade durante uma epidemia ou pandemia causam estresse psicológico significativo (NASCIMENTO et al., 2020).
Existem diferenças significativas na saúde mental entre gêneros, faixas etárias e faixas econômicas no Brasil. O bem-estar mental das pessoas também é afetado pela disponibilidade de cuidados de saúde e educação em sua área. O acesso a medidas adequadas de gestão de crises é crucial durante o atual surto de Zika. Considerando o estado atual da saúde mental no mundo, faz sentido que indivíduos que vivem em situação precária tenham maior probabilidade de desenvolver distúrbios psicológicos do que outros. Colocar em quarentena situações de alto risco é crucial quando possível. Além disso, isolar esses indivíduos quando possível é crucial para manter a ordem pública durante esse período de crise (BELASCO; FONSECA, 2020).
Quando grandes populações estão em quarentena, elas precisam ser devidamente informadas para que possam mudar seus comportamentos para evitar a propagação da doença. Qualquer privação de liberdade causa angústia mental e interrupções nas rotinas também podem causar problemas. As pessoas em funções de zelador devem ter informações confiáveis sobre mudanças comportamentais para que possam lidar melhor com quaisquer surpresas (QUINTANILHA et al., 2021).
Posteriormente, a má interpretação de informações sensacionalistas e imprecisas por meio da mídia pode levar a comportamentos não saudáveis. Estes incluem raiva, medo e agressão. A semiótica social está atualmente em desacordo com as notícias falsas. Isso ocorre porque as notícias falsas desacreditam o discurso social moldado por uma paisagem capitalista ideológica. Acontece também criar significados sociais negativos a partir da interdiscursividade da pandemia viral.
Um estudo chinês recente revelou que a pandemia de COVID-19 levou a sintomas de ansiedade e depressão em muitas pessoas. Isso causou um colapso mental em massa entre a população chinesa; eles ficaram em pânico como resultado. As pessoas entraram em pânico quando souberam a verdade sobre a pandemia de uma mídia imprecisa ou cidadãos sem instrução. Equívocos sobre informações de saúde devem ser sanados para compreensão. Alguns equívocos são pânico intencionalmente criado por causa do drama.
Na China, mais de 52.730 participantes foram entrevistados de 31 de janeiro a 10 de fevereiro de qualquer ano. Esses dados foram usados para determinar que aproximadamente 35% dos sujeitos tinham problemas psicológicos. Além disso, as mulheres relataram níveis mais elevados de sofrimento psicológico do que os homens. Os resultados deste estudo foram baseados na sobrecarga de informação causada por sites de redes sociais e outras fontes online. Além disso, os resultados mostraram que participantes de 18 a 30 anos contribuíram para altos níveis de estresse (ROSA et al., 2020).
Estar constantemente preocupado em ser pego ao viajar de transporte público causa estresse significativo. Isso leva as pessoas a se preocuparem se vão receber algum dinheiro. Esses medos ocorrem naturalmente porque o corpo está reagindo a um perigo iminente. Isso também indica que a reação instintiva do corpo é se preparar para uma possível perseguição. A inteligência emocional é importante na tomada de decisões racionais; ajuda as pessoas a pagar por medidas de segurança, como câmeras de segurança ou alarmes. Isso é por causa das informações coletadas de sua resposta emocional (MALTA et al., 2020).
Durante o processo de avaliação da COVID-19, é importante entender o sofrimento psicológico dos pacientes para que os cuidados adequados possam ser administrados. Muitos pacientes podem sentir ansiedade e medo durante esse processo. Isso pode causar estresse emocional e físico significativo no paciente. Além desse risco, alguns pacientes podem fazer uso de álcool, cigarro ou outras drogas durante a pandemia. Considere os riscos para a saúde física do paciente e as reações ao isolamento ao avaliar a saúde mental. Estes incluem abuso de álcool, tabagismo e depressão. Considere também as reações do paciente ao medo, como raiva, insônia e agitação. Isso ocorre porque a situação em torno de sua saúde mental é muito mais complicada do que as teorias anteriores acreditavam. Além dessas complicações, muitos desses pacientes apresentam complicações de saúde física que não estão relacionadas a problemas de saúde mental (QUINTANILHA et al., 2021).
Os sistemas de saúde do mundo passaram por uma grande reformulação após a primeira onda de consequências. Isso aconteceu porque os países precisavam preparar seus sistemas de saúde para tratar portadores de Covid-19. Além disso, a segunda onda de consequências diminuiu os recursos para outras questões médicas urgentes. Vários profissionais médicos mudaram seu foco para tratar pacientes impactados pela pandemia. A terceira categoria diz respeito às consequências das interrupções da doença por meio de complicações de doenças crônicas. A quarta lista transtornos mentais e traumas causados por infecção, efeitos colaterais de medicamentos ou outras causas relacionadas à pandemia (NASCIMENTO et al., 2020).
Os antecedentes, as experiências de vida e os traços individuais das pessoas afetam a forma como elas respondem ao estresse. Isso ocorre porque as pessoas reagem de maneira diferente à pandemia com base em onde vivem e na maneira como foram criadas. Em geral, as pessoas com maior risco de ter uma crise terão reações diferentes ao estresse. Pessoas que sofrem de doenças crônicas ou pacientes mais velhos podem se beneficiar disso. Além disso, os usuários do Covid-19 que trabalham na assistência também experimentam benefícios. Pessoas com transtornos mentais relacionados ao abuso de substâncias, como esquizofrenia ou abuso de substâncias, também experimentarão um aumento significativo de estresse durante uma crise (BELASCO; FONSECA, 2020).
O vírus Covid-19 altera instantaneamente o sistema nervoso, produzindo estresse e flashbacks traumáticos. Também causa taxas mais altas de distúrbios psicológicos e sintomas relacionados ao sistema nervoso. Mudanças na rotina do paciente podem ser decorrentes da perda de entes queridos, medidas de isolamento ou dificuldades de acesso aos seus medicamentos. Além disso, essas circunstâncias podem fazer com que o paciente experimente a interrupção do tratamento (MALTA et al., 2020).
As pessoas podem enfrentar vários casos dessas situações simultaneamente. Isso aumenta a probabilidade de as pessoas desenvolverem um transtorno mental ou piorarem. A distância social é criada afastando a sociedade uma da outra. As escolas fecham, o trabalho muda seus métodos e procedimentos e as brincadeiras com os amigos afastam a importância de manter laços estreitos com os outros (ROSA et al., 2020).
Quando alguém morre inesperadamente, as famílias sofrem mais com a perda e os rituais fúnebres são difíceis de realizar. O desemprego e a baixa renda podem dificultar a sincronia das famílias. As famílias ainda enfrentam estresse adicional após a morte das dificuldades financeiras causadas pelo confinamento em casa e da dificuldade de reintegrar as perdas. E as casas podem agravar os problemas financeiros e familiares da família (MALTA et al., 2020).
Muitos familiares e profissionais médicos isolam os pacientes que contraem o vírus. Isso ocorre porque as pessoas temem adoecer ou morrer, além de não conseguirem trabalhar ou obter suprimentos. Outras razões pelas quais as pessoas evitam procurar atendimento são o medo de obter remédios, tratamento ou suprimentos, não poder trabalhar e perda de renda (QUINTANILHA et al., 2021).
A situação atual da pandemia
A exportação de insumos médicos e as condições sanitárias hospitalares são recentemente regulamentadas pelo governo federal. As pessoas precisavam usar máscaras em alguns restaurantes e hospitais. Além disso, novos regulamentos de saúde afetaram novos imigrantes (CONASS, 2022).
O Ministério da Saúde Europeu confirmou que vários países da região – incluindo França, Dinamarca, Espanha e Reino Unido facilitaram suas políticas de saúde pública entre 2020 e 2021. Isso foi indicado pela diminuição dos indicadores de saúde pública entre janeiro e fevereiro de 2021 (MESTRINHO; MESTRINHO, 2022).
O governo chinês ainda mantém bloqueios rígidos em regiões onde são detectados casos de infecção por coronavírus. Isso porque eles abandonaram a política de “covid zero”, que deveria acabar com todos os surtos no início. Em vez disso, eles continuaram a política de isolar países como Nova Zelândia, Coréia e Austrália, que recentemente abriram novamente. Esses países ainda apresentam altas taxas de mortalidade e internações por coronavírus. No entanto, nas primeiras semanas após a reabertura completa desses países, as pessoas notaram um aumento nas mortes e hospitalizações pelo vírus (CONASS, 2022).
Figura 1. Situação atual da pandemia no Brasil.
Fonte: CONASS COVID-19 (2022)
A emergência de saúde no Brasil está em um estado relativamente estável em fevereiro. As médias de casos e óbitos do país registraram declínios constantes desde o início do mês. Nenhuma reversão dessa tendência ocorreu até agora com aumentos significativos em mortes ou casos. Em vez disso, máscaras foram lançadas em muitos estados durante o carnaval e nenhuma mudança ocorreu (MESTRINHO; MESTRINHO, 2022).
O ESTUDANTE DE MEDICINA NO CONTEXTO DA PANDEMIA
A relação entre o isolamento social enfrentado e os altos níveis de sofrimento psíquico somam-se a rotina acadêmica para o estudante de medicina, rotina está fortemente alterada em razão da pandemia da COVID-19. Estudos realizados com grupos de demonstram que 62,8% dos acadêmicos entrevistados sinalizaram sinais de adoecimento mental sendo possível correlacionar isso com os sentimentos de solidão, ansiedade e apatia sentidos durante o contexto de pandemia, sintomas estes resultantes do cenário vivido. Em consequência observa-se o surgimento crescente de sintomas de depressão e estresse (TEIXEIRA, 2021).
Envolvidos por toda a carga emocional que o curso de medicina ocasiona, os estudantes necessitaram lidar com mudanças na forma de ensinar em uma velocidade acelerada. As incertezas sobre o destino da formação em decorrência de tais transformações ocasionam mudanças no bem-estar mental (RODRIGUES et al., 2020). Segundo Teixeira (2021) os sinais de sofrimento psíquico foram elevados na população acadêmica, destacando a importância de discussões que envolvam as questões relativas à saúde mental com objetivo de promover o suporte psicossocial para indivíduos em sofrimento psíquico.
O gerenciamento do estresse e do bem-estar psicossocial é tão importante quanto os cuidados físicos. Com isso é indispensável que estratégias para amenizar o bem-estar psíquico de estudantes sejam adotadas por parte das instituições de ensino superior. A criação e desenvolvimento de núcleos de apoio que sejam acessíveis aos discentes são fundamentais no contexto atual. As tecnologias podem ser utilizadas de forma estratégicas no sentido de garantir a existência e manutenção de núcleos de apoio aos universitários, uma vez que garantem maior facilidade (RODRIGUES et al., 2020). Não existem protocolos ou diretrizes universais eficazes que subsidiem os primeiros socorros psicológicos, com isso, este tipo de atendimento se faz componente importante da assistência essencial a populações vítimas de emergências ou desastres (ORNELL, 2020).
É fundamental que os alunos participem de trabalho voluntário, projetos de pesquisa complexos ou performances clínicas para se envolverem e serem proativos. Isso ocorre porque a crise de saúde é muito imprevisível, tornando imperativo o envolvimento precoce. O frágil sistema de saúde do Brasil exige muita discussão do governo, professores, gestores da educação médica e pacientes do país para beneficiar a sociedade. Isso ocorre porque o cuidado adequado pode impactar negativamente o estado mental de um paciente e sua educação na profissão (MALTA et al., 2020).
Como resultado de uma pandemia mundial, o sistema educacional passou por mudanças significativas. Estes incluíam taxas de desistência mais altas e notas mais baixas para os alunos. Isso levou a que os contratos de professores fossem substituídos por escolas particulares em muitos casos. As IES sofreram inúmeras consequências da falta de acesso tecnológico devido a problemas ambientais, acesso inconsistente à tecnologia e alta taxa de migração de professores (MIRANDA et al., 2020).
Neste momento, a crise da educação médica está em seus estágios iniciais. Isso significa que é difícil determinar a magnitude de seus efeitos nos métodos de ensino atuais. No entanto, uma coisa é certa: os futuros médicos precisam reconsiderar suas lições ao considerar as implicações práticas dessa ameaça à saúde global (FARO et al., 2020).
A PANDEMIA E A MUDANÇAS
A pandemia do COVID-19 mudou drasticamente o Produto Interno Bruto do Brasil. Este é o valor de todos os bens e serviços produzidos em um ano em todo o país. Quando a pandemia chegou, o PIB caiu 4,1%. Além disso, 2,6% de todos os empregos no Brasil foram perdidos devido ao envolvimento com o evento. Antes da pandemia de 2008/2009, programas educacionais para crianças de 6 a 10 anos estavam disponíveis para 99%. Atualmente, apenas 89% dessa faixa etária frequentam programas educacionais fora da escola. Além disso, apenas 40% têm aulas presenciais com seus professores do ensino fundamental. Isso é comparado ao percentual total antes da pandemia. A economia começou a se recuperar, mas alguns indicadores econômicos permanecem inalterados desde a pandemia (NASCIMENTO et al., 2020).
O vírus COVID-19 afetou desproporcionalmente aqueles que são socialmente marginalizados. Conforme documentado pelo aumento da carga financeira e diminuição do acesso à tecnologia experimentado por trabalhadores não qualificados, bem como por cuidadores de idosos e crianças, o impacto do vírus foi sentido mais fortemente pelos mais desfavorecidos.
Os maiores efeitos do COVID-19 são vistos em famílias que lutam com circunstâncias difíceis. Isso significa que é importante mostrar a magnitude desses efeitos ao considerar os efeitos a longo prazo do vírus. Uma recente pesquisa telefônica realizada na América Latina revelou que 5,4% dos domicílios incluíam pelo menos um membro com deficiência. Esta nota explora a prevalência de membros da família com deficiência nos domicílios pesquisados (BELASCO; FONSECA, 2020).
Universidades e as adaptações em período de pandemia COVID-19
Vários métodos e opções de tecnologia têm sido empregados para lidar com as circunstâncias atuais. Isso inclui o uso de videoconferência, palestras ministradas por meio de plataformas online, vídeos de aulas postados no YouTube e grupos de WhatsApp. Criar conteúdo para videoaulas em notebooks e celulares é outra abordagem possível (FELIPPE et al., 2021).
Teixeira et al. (2021) afirmam que os professores têm acesso a muitas ferramentas por meio do Google Classroom, além de apostilas eletrônicas, incluindo espaços de trabalho imprimíveis para alunos que não possuem tecnologia. Eles também utilizam mapas conceituais, listas de filmes e outros métodos mencionados pelos professores.
Maia e Dias (2020) apontam que a criação de novos recursos de mídia exigiu a adaptabilidade dos professores brasileiros. Isso porque precisavam criar videoaulas que permitissem aos alunos acesso à videoconferência para que pudessem participar de aulas assíncronas. Aragão et al. (2021) afirmam que além disso, eles utilizaram videoconferência para participar de atividades síncronas, como palestras em sala de aula. O sistema educacional está mudando rapidamente graças aos avanços tecnológicos. Os professores mencionaram a eficácia do Google Classroom, Google Meets, Zoom, Microsoft Teams e outras ferramentas digitais que os alunos usam para manter contato. Além disso, eles observaram a eficácia do WhatsApp, Facebook e Instagram na comunicação entre os alunos (FELIPPE et al., 2021).
As consequências para a saúde mental de estudantes de medicina
As faculdades seguiram caminhos diferentes para evitar os efeitos da pandemia em sua educação. Algumas universidades criaram novos métodos de ensino para substituir as discussões presenciais (MESSIANO et al., 2021). Outras escolas decidiram fechar as portas e mudar seus métodos de ensino para evitar qualquer dano aos seus sistemas educacionais. Enquanto isso, muitas escolas decidiram tratar as referências usando plataformas online para aprendizado à distância (COLLI et al., 2022).
Atualmente, os sistemas educacionais nunca sofreram uma ruptura em grande escala como estão agora. Durante emergências como problemas de saúde ou desastres naturais, as escolas podem fechar temporariamente para atividades presenciais (ROCHA, 2021). A situação atual não tem precedentes e está causando dor e sofrimento significativos para os alunos em diferentes níveis (TEIXEIRA et al., 2021).
A dificuldade em oferecer acessibilidade presencial durante a graduação do curso de Medicina aliada à impossibilidade de manter a prática dificultam a manutenção de rotinas regulares de saúde ou o amplo acesso à internet levam a altos índices de adoecimento mental entre os estudantes. Essas circunstâncias causaram a Depressão Pandêmica do COVID-19 entre os estudantes. Além disso, os alunos que sofrem de doença mental tiveram fatores de proteção do seu lado, graças a uma taxa de resultados positivos acima da média (FELIPPE et al., 2021).
Segundo Maia e Dias (2020) os alunos que participaram de um estudo científico durante a pandemia de coronavírus relataram níveis mais altos de estresse, ansiedade e depressão do que os de um grupo de controle. Essa constatação indica que a pandemia de coronavírus tem um efeito psicológico negativo sobre os alunos. O fechamento das fronteiras russas desde 30 de março deixou muitos brasileiros que vivem no país apreensivos em voltar para casa.
Em comparação com os períodos normais, os alunos das universidades que enfrentam a pandemia do COVID-19 experimentaram aumentos significativos no estresse, depressão e ansiedade. Isso foi observado em consonância com outros estudos internacionais que analisam os efeitos psicológicos do COVID-19 e outras pandemias (COLLI et al., 2022).
Segundo Teixeira et al. (2021) estudos anteriores indicam que as pessoas não percebem diferenças significativas entre meninos e meninas. Isso pode ser porque a amostra estudada foi composta por pessoas de todo o mundo. Estudos adicionais de longo prazo são necessários para entender melhor as tendências. Esses estudos devem incluir uma gama mais ampla de nacionalidades e origens culturais.
Esta pesquisa sofre de várias limitações. Uma das maiores é que é impossível tirar conclusões a partir dos dados porque as duas amostras usadas são muito limitantes. Além disso, é incorreto supor que o aumento do estresse, depressão e ansiedade sejam causados exclusivamente pela pandemia (NERY, 2021). Outros fatores, como cargas de trabalho crescentes ou pressão social, também podem estar envolvidos. Este estudo confirma a necessidade de cuidados futuros em saúde mental ao mostrar que as pessoas precisam estar cientes dos efeitos psicológicos da doença. Além disso, fornece um ponto de partida para pesquisas futuras, mostrando os resultados deste experimento (MAIA; DIAS, 2020).
RESULTADOS DA REVISÃO DE LITERATURA
Como resultados desta revisão de literatura, foram selecionados artigos que avaliam a saúde mental de estudantes de medicina nas modalidades de relato de experiência; que combinaram estudos de campo com outras revisões bibliográficas ou que analisaram exclusivamente outras revisões bibliográficas. A sistematização de busca está representada na figura 1.
Figura 1. Fluxograma da sistematização de busca e seleção de artigos
Com base nos estudos selecionados para a análise de dados mostra-se a tabela abaixo contendo uma relação de estudos que abordam sobre a temática aqui envolvida.
Tabela 1. estudos publicados sobre a saúde mental de estudantes de medicina
e seus principais resultados
Estudo e ano de publicação | Metodologia utilizada na pesquisa | Resultados principais |
RODRIGUES, 2020. et al. | Revisão bibliográfica de estudos sobre a saúde mental de estudantes de medicina. Utilizaram-se estudos realizados com grupos de seres humanos, e ao todo foram analisadas 31 publicações. | Os resultados evidenciam mais índice de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático em estudantes de medicina, observado por estudos em países fortemente afetados pela pandemia. |
ARAGÃO et al., 2021 | Revisão bibliográfica de estudos sobre a saúde mental de estudantes de medicina, publicados nos anos de 2019 a 2021. | Além da ansiedade e depressão, outros transtornos também foram identificados, sendo eles: insônia, transtornos alimentares, estresse, transtornos mentais comuns e transtorno obsessivo compulsivo. |
MESSIANO et al., 2021 | Estudo de campo realizado com 229 estudantes de medicina de 1º a 4º ano em uma Instituição de Ensino Superior por meio de um questionário eletrônico para a coleta dos dados. | Foram identificados altos níveis de estresse e ansiedade, além de preocupação excessiva, dificuldade para concentração, irritação frequente e sensação de desgaste físico constante, pelos estudantes de medicina. |
FELIPPE et al., 2021 | Estudo de campo realizado com 320 estudantes de medicina do 1º ao último ano de graduação. Foi utilizado um questionário virtual, avaliando perfil demográfico e níveis de estresse dos estudantes. | Os resultados indicaram elevado percentual de estresse entre os estudantes e observou sintomas de transtorno psicopatológico de ansiedade. |
OLIVEIRA, 2021 | Revisão bibliográfica de estudos sobre a saúde mental de estudantes de medicina, publicados nos anos de 2016 a 2021. | Os níveis de estresse, ansiedade e sentimento de solidão aumentaram em estudantes de medicina em razão da pandemia, gerando impacto negativo. Ainda destaca que estudantes dos três primeiros anos de formação em medicina têm maiores riscos para sofrimento psíquico. |
NERY, 2021 | Revisão bibliográfica de estudos sobre a saúde mental de estudantes de medicina, publicados nos anos de 1970 a 2020. Dentre os resultados das revisões, foram avaliados 5344 estudantes de medicina. | Os resultados indicam alta prevalência de Transtornos Mentais Comuns em estudantes de medicina, que foram agravadas durante o período da pandemia de COVID-19. |
ROCHA, 2021 | Relato de experiência realizado com discentes de medicina quanto às vivências durante a pandemia. Avaliou-se o impacto na saúde mental, refletiu-se sobre as adaptações neste momento, e realizou-se mentoria para promover um ambiente seguro e de suporte para os acadêmicos da universidade. | Demonstraram-se vivências e emoções negativas na pandemia pelos acadêmicos, incertezas e imprevisibilidade do momento vivido e preocupação com a formação acadêmica. Foi observada correlação da mentoria com a melhora da saúde mental dos acadêmicos do curso de medicina. |
TEIXEIRA et al., 2021 | Estudo de campo transversal realizado em 2020 por meio de formulário eletrônico on-line (dados sociodemográficos e avaliação do estado mental), de caráter exploratório e quantitativo, com amostra de 656 estudantes de medicina de diversas universidades de todo o Brasil. | A faixa etária mais acometida é entre 18 aos 23 anos, os estudantes com maior sofrimento psíquico se situam nos três primeiros anos de curso. Observou-se indícios de sofrimento psíquico, má adaptação ao Ensino a Distância (EAD), dificuldade de concentração e mudança psicológica ou comportamental na quarentena. |
COLLI et al., 2022 | Foi realizada uma revisão narrativa de literatura, ancorada nas bases de dados Google Scholar, Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMEd e Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores: saúde mental, estudante de medicina, pandemia, Covid-19, publicados em português e inglês, ao longo do ano de 2020. | Foram selecionados 40 artigos, selecionados 14, sendo que destes, 09 foram utilizados. As análises sugerem que os principais transtornos mentais observados são ansiedade, depressão, estresse e medo, muitas vezes relacionados com a incerteza da formação, em função do cenário vigente. Este cenário conturbado, instituído pelas condutas tomadas em relação ao cenário pandêmico, gerou inseguranças quanto à formação médica, levando a uma maior incidência de universitários com a saúde mental debilitada. |
MAIA E DIAS, 2020 | O estudo foi constituído por dois grupos, sendo a amostra 1 constituída por 460 sujeitos com idade média de 20,14 anos, e a amostra 2 por 159 sujeitos com idade média de 20,40 anos. Todos preencheram um questionário sociodemográfico e as escalas de ansiedade, depressão e estresse. | Os resultados sugerem um impacto psicológico negativo da pandemia nos estudantes. Importa continuar a explorar as implicações da pandemia na saúde mental dos estudantes, para que se possam prevenir e minorar os seus efeitos. |
Com base nos resultados houveram elevados índices para ansiedade e depressão, baixos índices de positividade, enfraquecimento dos laços emocionais ocasionados pelo distanciamento social, altos índices de estresse e baixos níveis de bem-estar psicológico; provavelmente ocasionados pelas condições do isolamento social. Atualmente, estudos acerca dos prejuízos causados pelo novo contexto de vida oriundo da pandemia, ilustram as diversas situações, como isolamento social, lockdown, entre outras medidas preventivas, que acabam por configurar um risco a mais para o desenvolvimento de transtornos mentais, por induzirem estresse, tristeza e frustrações. Essas situações trazem para o dia a dia populacional um contexto em que não é possível vivenciar o luto e realizar rituais fúnebres da mesma forma, e onde ocorre o impedimento de se ter o momento de despedida do ente querido falecido no momento da pandemia, o que traz maior sofrimento para os familiares enlutados (AFONSO, 2020).
Unindo-se a prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em acadêmicos de medicina e o estresse causado pela pandemia, observam-se altos índices de acadêmicos que apresentam quadros de ansiedade e depressão; agravos de sintomas que diminuem a qualidade de vida e; sensação de solidão e desamparo. A importância da saúde mental na fase de pandemia deve considerar especialmente a promoção do autocuidado, para auxiliar a lidar com as adversidades desse período, Avaliação dos sintomas psicológicos e desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento da doença mental (CREPALDI, 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente estudo, foram metododizados os resultados sobre as implicações no comportamento e saúde mental dos estudantes de medicina frente a pandemia do Covid-19. Em suma, compreende-se que o curso de medicina exige muito do aluno por possuir cargas horárias extensas, o que os submetem a vários estressores relacionados à responsabilidade social. Nesse sentido, este artigo aponta a importância da observação minuciosa dos impactos na saúde mental dos alunos de medicina, por apresentarem traços de ansiedade e depressão. O que evidencia que o contexto do isolamento social e o afastamento dos núcleos de amizades, o contato com infectados ou suspeitos, o medo de transmitir o vírus para os familiares, seguida da perda de ente queridos juntamente com as mudanças nos hábitos diários envolvendo atividades e aulas online contribuíram para a piora da saúde psicológica dos mesmos.
A partir da experiência dessa revisão bibliográfica o presente artigo discorre e leva a reflexão acerca da importância da conscientização e educação de Instituições de Ensino Superior (IES), da sociedade e das famílias quanto a saúde mental dos estudantes. Na área de intervenção é primordial que sejam construídos espaços nas faculdades de fácil acesso a psicólogos com o objetivo de facilitar o atendimento a esses alunos. Como também, é essencial a ministração de cursos e palestras sobre técnicas de respiração e relaxamento para evitar a ansiedade. Concluindo-se que a mentoria surge como boa estratégia de enfrentamento, suporte e acolhimento destes indivíduos.
Os resultados evidenciam que a pandemia é prejudicial à saúde mental dos universitários, e enfatiza a necessidade de estudos futuros sobre o tema, para que venham diagnosticar, prevenir e tratar as doenças psicológicas adquiridas em tempos desafiadores e intrigantes.
CONFLITOS DE INTERESSE
Não há conflitos de interesse.
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¹ Graduando em Medicina, Nutricionista, e-mail: andersonmelgardeoliveira@gmail.com, currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/1553010718962501;
² Graduanda em medicina pelo Centro Universitário Aparício Carvalho (UNIFIMCA), e-mail: marilu.f.avila@hotmail.com, currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/6187110416528637;
³ Graduanda em medicina, Pedagoga, e-mail daimed2024@gmail.com, currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0742096350752491;
4 Orientadora desta pesquisa, Mestre em Saúde Pública, docente do Centro Universitário Aparício Carvalho (UNIFIMCA); currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/9940748087289209.