REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10055722
Mariela Santin1
Scheila Beatriz Sehnem2
RESUMO
A saúde mental é fundamental para o bem-estar do indivíduo, pois permite que ele desenvolva suas habilidades pessoais e sociais. Nesse sentido, o presente estudo buscou avaliar o estado de saúde mental de acadêmicos de Psicologia quanto à ansiedade, estresse, estresse psíquico, desejo de morte, desconfiança no próprio desempenho, distúrbios do sono e distúrbios psicossomáticos. Esses aspectos foram escolhidos por representarem possíveis indicadores de sofrimento psíquico ou de transtornos mentais mais severos aos quais os graduandos estão expostos. Este estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualiquantitativa. Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp – Revisado, (LIPP, 2022), o Inventário de Ansiedade Beck, (CUNHA, 2001) e o QSG – Questionário de Saúde Geral de Goldberg. De acordo com os resultados obtidos, percebeu-se os altos níveis de ansiedade, stress, stress psíquico e desconfiança do desempenho. Os sujeitos apresentaram pontos positivos como o baixo desejo de morte, distúrbios de sono e distúrbios psicossomáticos. Conclui-se que a saúde mental dos acadêmicos do último ano do curso de Psicologia apresenta algumas fragilidades, pois além da alta demanda acadêmica, inicia a preocupação com a inserção no mercado de trabalho. Nesse sentido, reforça que é importante que os acadêmicos identifiquem seus limites e suas preocupações e experienciem o processo psicoterapêutico para evitar o sofrimento psíquico e contribuir para uma boa saúde mental.
Palavras-chave: saúde mental; acadêmicos; psicologia.
ABSTRACT
Mental health plays a crucial role in an individual’s well-being, enabling the development of personal and social skills. In this regard, the present study aimed to evaluate the mental health status of psychology students in terms of anxiety, stress, psychological stress, desire for death, self-performance doubt, sleep disorders, and psychosomatic disorders. These aspects were chosen as potential indicators of psychological distress or more severe mental disorders to which university students may be exposed. The study adopted a descriptive research approach with a qualitative-quantitative methodology. Data collection utilized the Revised Lipp Adult Stress Symptoms Inventory (LIPP, 2022), Beck’s Anxiety Inventory (CUNHA, 2001), and the Goldberg General Health Questionnaire (QSG). The results revealed elevated levels of anxiety, stress, psychological stress, and self-performance doubt. However, subjects displayed lower levels of death wish, sleep disorders, and psychosomatic disorders. It is concluded that final-year psychology students exhibit certain vulnerabilities in their mental health, likely stemming from both academic pressures and concerns about entering the job market. Thus, it underscores the importance for students to recognize their limits and concerns, and engage in psychotherapeutic processes to prevent psychological distress and promote overall mental well-being.
Keywords: mental health; undergraduate students; psychology.
RESUMEN
La salud mental es fundamental para el bienestar del individuo, ya que le permite desarrollar sus habilidades personales y sociales. En este sentido, el presente estudio buscó evaluar el estado de salud mental de los estudiantes de Psicología en relación con la ansiedad, el estrés, el estrés psíquico, el deseo de muerte, la desconfianza en el propio rendimiento, los trastornos del sueño y los trastornos psicosomáticos. Estos aspectos fueron seleccionados por representar posibles indicadores de sufrimiento psíquico o trastornos mentales más graves a los que los graduandos están expuestos. Este estudio se llevó a cabo a partir de una investigación descriptiva, con un enfoque cualitativo y cuantitativo. Los instrumentos utilizados para la recopilación de datos fueron el Inventario de Síntomas de Estrés para Adultos de Lipp – Revisado (LIPP, 2022), el Inventario de Ansiedad de Beck (CUNHA, 2001) y el Cuestionario de Salud General de Goldberg (QSG). Según los resultados obtenidos, se observaron niveles elevados de ansiedad, estrés, estrés psíquico y desconfianza en el rendimiento. Los sujetos mostraron aspectos positivos como un bajo deseo de muerte, trastornos del sueño y trastornos psicosomáticos. Se concluye que la salud mental de los estudiantes del último año de la carrera de Psicología presenta algunas fragilidades, ya que además de la alta demanda académica, comienza la preocupación por la inserción en el mercado laboral. En este sentido, se enfatiza la importancia de que los estudiantes identifiquen sus límites y preocupaciones, y experimenten el proceso psicoterapéutico para evitar el sufrimiento psíquico y contribuir a una buena salud mental.
Palabras clave: salud mental; estudiantes de pregrado; psicología.
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde reconhece a importância da saúde mental e a define como um estado de bem-estar físico, mental e social. Ela se refere à capacidade de enfrentar o estresse do dia a dia para realizar suas atividades de forma produtiva e satisfatória, sendo crucial para o desenvolvimento individual, coletivo e socioeconômico (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2022).
No entanto, muitos universitários enfrentam desafios emocionais inerentes à transição da adolescência para a vida adulta, ao mesmo tempo em que têm de se adaptar às demandas da universidade. Esse processo pode ser bastante doloroso para o indivíduo e pode afetar a sua saúde física e mental, principalmente devido a alguns fatores como a pressão acadêmica, falta de apoio, mudanças, entre outros (COSTA, NEBEL, 2018).
Barbosa et al. trazem dados de um estudo realizado na América do Norte que revelou que estudantes do curso de medicina estão sujeitos a altos níveis de ansiedade e sofrimento psíquico, que podem afetar negativamente o seu desempenho acadêmico e profissional. Apesar dessa pesquisa estar situada em contexto norte-americano, essa situação foi constatada em diferentes contextos, inclusive no Brasil. Nessa e em outras investigações foram identificados sintomas de depressão e comprometimento da qualidade de vida entre os estudantes desse grupo (BARBOSA et al., 2018).
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Mantenedoras das Universidades (2023) corrobora com esses dados de Barbosa et al. (2018), identificando alta incidência de problemas de saúde mental entre universitários brasileiros, como o estresse e a ansiedade, causados principalmente por mudanças para outros ambientes e alteração da rotina desses estudantes.
A pesquisa realizada por Barbosa et al. (2018) com acadêmicos ingressantes no curso médico em três instituições do Norte de Minas permitiu descrever a saúde mental desses estudantes, em relação à qualidade de vida e transtornos por estresse mais comuns, segundo o sexo. De acordo com os resultados obtidos, foi possível observar que parcelas significativas do grupo apresentaram níveis patológicos de sonolência diurna, sintomas de estresse e depressivos de graus variados, exaustão emocional e despersonalização, podendo interferir em sua saúde mental. Além disso, os autores apontam que essa situação se torna ainda mais preocupante quando se comparam esses dados com outros estudos que apontaram que essas condições são mais prevalentes nas fases mais avançadas da graduação.
Nessa mesma linha, Cavalcanti et al. (2018) desenvolveram uma pesquisa acerca do nível de saúde mental dos estudantes da área da saúde, como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Biomedicina e Odontologia. Os dados revelaram que a prevalência de ansiedade leve foi de 62,2%, além de que 27,9% dos estudantes apresentaram nível moderado, enquanto 9,9% foram classificados com nível considerado grave. Cabe destacar a maior incidência de casos de ansiedade no curso de Fisioterapia e mais associada ao sexo feminino. Um dos aspectos mais fortemente associados à ansiedade foi a baixa quantidade de sono, sendo a insônia uma das principais características referidas pelos alunos avaliados.
Dessa forma, evidencia-se que as instituições de ensino necessitam reconhecer esse cenário e compreender a necessidade de promover a saúde de universitários, uma vez que esses indivíduos são mais vulneráveis aos problemas de saúde mental. Para isso, é imperativo identificar as situações que podem desencadear esses problemas e oferecer apoio adequado aos estudantes durante toda a formação acadêmica (COELHO et al., 2022).
Com base nessas informações, esta pesquisa objetivou avaliar a saúde mental dos acadêmicos do último ano do curso de Psicologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Joaçaba com o intuito de mensurar o quanto a saúde mental pode interferir no dia a dia dos acadêmicos.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Saúde Mental
Após a Reforma Psiquiátrica no Brasil, o conceito de saúde mental foi alterado e, a partir disso, começou a ganhar espaço no cenário atual. De acordo com Rosa (2009), a reforma é uma nova abordagem de cuidados com a saúde mental, priorizando a reinserção nos processos terapêuticos. Ao longo dos anos, o conceito e aplicação da saúde mental foi ampliado e diversificado, sendo essencial para o convívio social e para si.
Conforme propõe Assunção et al. (2022), os conceitos de saúde e saúde mental são complexos e influenciados pelos contextos sociopolíticos ao longo da história, bem como, pela transformação e evolução das práticas em saúde. Nesse sentido, pode-se considerar que, com o avanço da medicina, a saúde tem se articulado cada vez mais com diversas áreas multidisciplinares, contribuindo para os avanços da medicina e da ciência.
Ainda, de acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde (2022), a “saúde mental é um estado de bem-estar mental, que permite às pessoas a lidarem com os momentos estressantes da vida, desenvolver as habilidades, sendo um direito humano fundamental, e essencial para o desenvolvimento pessoal e socioeconômico do indivíduo”.
De modo complementar à definição da OMS, Rosa (2009) defende que a saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional, podendo compreender a competência de um indivíduo contemplar a sua vida e existência, procurando um equilíbrio entre as atividades. Dessa maneira, as questões que envolvem a saúde mental estão interligadas em todos os aspectos do indivíduo.
Conforme previamente mencionado, o ensino superior é marcado por transformações e desafios diários e potencialmente estressores, que podem “influenciar no modo como eles [os discentes] aproveitarão as oportunidades oferecidas pela universidade, tanto com relação à formação profissional, quanto ao desenvolvimento psicossocial” além de interferir no processo de adaptação saudável do estudante ao contexto universitário (SAHÃO; KIENEN, 2021).
Dentro da perspectiva da saúde mental de universitários, é válido destacar os inúmeros aspectos psicológicos que os estudantes passam ao longo da formação acadêmica. Castro (2017) menciona que, embora não haja muitos estudos sobre a saúde mental de universitários, sobretudo brasileiros, é perceptível que há uma sobrecarga e riscos à saúde mental desses indivíduos.
Isso ocorre porque, além de aprender a lidar com o estresse diário provocado por questões diversas no decorrer da vida acadêmica, “o estudante pode também sofrer pela expectativa acerca de seu futuro, ou seja, onde atuará, como atuará, e essas questões muitas vezes acabam também influenciando o seu contexto diário” e até pelo próprio curso de Psicologia (ANDRADE et al., 2019).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2022), há determinantes individuais, sociais e estruturais que até certo ponto podem proteger ou prejudicar a saúde mental das pessoas. Além disso, há fatores psicológicos, sociais, emocionais, ambientais, assim como a própria genética, que podem tornar as pessoas mais vulneráveis a problemas de saúde mental.
Desse modo, como aponta Rosa (2009), é necessário que haja intervenções de saúde mental, e que essas intervenções sejam acolhedoras, integradas e de vinculação ao projeto terapêutico. Isso porque, ao considerar que a literatura aponta que estudantes universitários com uma boa saúde mental apresentam um melhor desempenho acadêmico, a garantia da saúde mental é também um fator que interfere na equidade de acesso à formação acadêmica. Dessa forma, considerando tal contexto, são necessárias estratégias participativas na interrelação entre universidade e serviços de saúde mental, tendo em vista minimizar as doenças psíquicas que podem estar correlacionadas a essa fase.
1.2. Psicologia
A Psicologia surgiu como uma área de conhecimento no século XIX e início do século XX, com o intuito de estudar o homem e a sua interação com o mundo. Desde então, ela se configurou como um campo de estudo que atua na adaptação e ajustamento dos indivíduos em relação a si mesmos, aos demais e à sociedade que estão inseridos. (BERETA, 2020).
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (1992), a função do psicólogo dentro do exercício de sua formação é exercer as ações e intervenções de “avaliação e diagnóstico psicológico […], elaboração de programas de pesquisa de saúde mental e atuação com equipe multidisciplinar no sentido de identificar, compreender e criar estratégias para trabalhar as questões de problemas de saúde mental.”
Com base nessas questões, a formação do profissional de Psicologia “deve ser capaz de incluir uma prática pluralista, que seja crítica e transformadora, que reconheça as demandas e cujas propostas de intervenção atendam às necessidades destas” (BERETA, 2020, p. 30).
Ainda, conforme apontam Borges & Gomes, (2021), “para que o profissional de psicologia possa trabalhar com os problemas de saúde mental, é necessário compreender a origem das angústias vivenciadas e considerar a singularidade de cada um dos indivíduos”, uma vez que cada sujeito tem experiências diferentes.
Para tanto, observa-se que um dos objetivos da formação em psicologia deve ser o de formar profissionais comprometidos com o indivíduo e com o social, permitindo, a partir de suas atuações, contribuir para formação de sujeitos mais autônomos, críticos de seu papel na sociedade e construtores/modificadores das realidades em que estão inseridos (BERETA, 2020).
2. METODOLOGIA
Este estudo foi desenvolvido tendo por base uma pesquisa descritiva, com abordagem qualiquantitativa. A pesquisa descritiva foi escolhida por ter como objetivo apresentar os aspectos de diferentes populações, estudando suas características (GIL, 2002), o que será indispensável para a observação dos transtornos mentais que acometem os estudantes acadêmicos. Ademais, a pesquisa quantitativa apresenta os resultados através da análise de dados numéricos e de estatística, sendo objetiva e precisa (CRESWELL; CRESWELL, 2021), o que confere maior precisão aos dados que serão contrapostos às análises. A abordagem qualitativa, por sua vez, “se ocupa […] com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado […] é entendido como parte da realidade social” (GOMES; MINAYO, 2007) sendo, portanto, complementar aos dados observados e quantificados.
Os sujeitos que compuseram a amostra da pesquisa foram todos os 25 acadêmicos do último ano de Psicologia da Universidade do Meio Oeste de Santa Catarina, matriculados no primeiro semestre de 2023. Vale ressaltar que, apesar de a turma ser composta por 27 estudantes, dois estavam ausentes no dia da aplicação e, portanto, não fazem parte do escopo desta pesquisa. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e concordaram em participar da pesquisa.
Os instrumentos utilizados foram: um questionário semiestruturado, composto por nove questões fechadas, cujo objetivo era identificar a população estudada; o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp – Revisado (LIPP, 2022), para classificar o nível de estresse; o Inventário de Ansiedade Beck (CUNHA, 2001), para rastrear o nível de ansiedade apresentado pelos alunos; e o QSG – Questionário de Saúde Geral de Goldberg, incluindo os sintomas somáticos ansiedade e insônia, disfunção social e depressão grave. (ANDRIOLA et al., 1996).
A coleta de dados aconteceu em sala de aula, no dia 30 de maio de 2023, data agendada pela coordenação do curso, na presença do professor do componente curricular que estava sendo ministrado na ocasião. A aplicação aconteceu de forma coletiva, com duração aproximada de trinta e cinco minutos.
A análise dos dados coletados foi realizada posteriormente, através da tabulação dos resultados qualiquantitativos. Os resultados foram comparados e fundamentados com a literatura científica sobre o assunto disponível, principalmente aquelas com relação com os testes anteriormente mencionados.
Destaca-se que esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) e aprovada sob o parecer número 6.021.690.
3. ANÁLISE E DISCUSSÕES DE DADOS
Nesta seção são apresentadas as categorias analíticas que emergiram do processo de análise, a saber: 1) sintomas de estresse, 2) níveis de ansiedade e 3) saúde mental.
Nesse sentido, com o intuito de contextualizar a pesquisa, apresentaremos a seguir os dados relativos ao grupo de estudantes que compõem o escopo deste estudo. Os questionários foram administrados a um conjunto de 25 acadêmicos matriculados no ano de 2023 no programa de bacharelado em Psicologia da Universidade do Meio-Oeste de Santa Catarina (UNOESC). Essa amostra representou 96,6% dos 27 acadêmicos matriculados no último período do curso. Os resultados revelaram uma predominância do gênero feminino, com 92% dos participantes (23 alunas). Quanto à faixa etária, a maioria dos participantes está situada na faixa etária de 20 a 23 anos, abrangendo 76% da amostra, o que equivale a 19 participantes.
As análises serão estruturadas apresentando distintamente os sintomas psíquicos mais frequentes no contexto acadêmico. Através desse sistema, pretende-se realizar uma análise segmentada do desempenho psicológico dos estudantes universitários para obter uma compreensão mais abrangente das questões de bem-estar e saúde mental dos estudantes universitários e identificar possíveis áreas de intervenção e apoio.
3.1. Sintomas de estresse
O estresse corresponde a uma resposta física, psíquica e hormonal do organismo em uma situação desafiadora na qual o organismo necessita se adaptar. É uma das respostas físicas mais recorrentes no contexto acadêmico, devido à rotina exaustiva, que exige responsabilidade e competitividade dos estudantes. (ARAUJO et al., 2019).
Antes de adentrarmos uma análise mais detalhada, a Tabela 1 expõe os dados de identificação dos sujeitos participantes em relação às experiências de estresse no ambiente acadêmico, resultado da coleta de dados:
Tabela 1 – Dados de classificação de estresse dos participantes
20-23 anos | 24-27 anos | > 27 anos | Total | ||||
Classificação ISSL – R | F | M | F | M | F | M | |
Fase de alerta: sintomas não qualificáveis | 1 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 2 |
Fase de resistência: sintomas leves | 3 | 0 | 1 | 0 | 2 | 0 | 6 |
Fase de quase exaustão: sintomas moderados | 8 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 9 |
Fase de exaustão: sintomas graves | 5 | 0 | 2 | 0 | 1 | 0 | 8 |
Total Geral | 25 |
Fonte: as autoras
A partir das informações desse quadro constatou-se que 8% dos estudantes (2) apresentaram sintomas não qualificáveis de estresse, 24% (6) relataram sintomas leves, 36% (9) sintomas moderados, e 32% (8) alegaram sintomas graves. É importante destacar que todos os casos de sintomas leves e graves foram identificados em estudantes mulheres. Esses dados apresentam consonância com o estudo de Lameu et al. (2016) segundo o qual o sexo feminino tem alta prevalência de estresse, tanto no meio acadêmico quanto na população em geral, principalmente devido ao ambiente em que estão inseridas, pela cultura e pelos papeis que assume durante toda a vida.
A primeira fase, também chamada de fase de alerta, pode ser considerada o estágio positivo do estresse, pois proporciona energia e motivação para o indivíduo (ANACLETO et al., 2018). Conforme observado na tabela, somente dois acadêmicos se encaixam nesse perfil: um do sexo feminino e outro do sexo masculino, ambos com idade entre 20 e 23 anos. Essa quantidade reduzida também foi identificada por uma pesquisa realizada por Lameu et al. (2016) com 317 acadêmicos. Dentre todos os entrevistados, somente dez encontravam-se na fase de alerta, ou seja, sem sintomas de estresse, o que evidencia a seriedade dessa discussão.
A segunda fase, conhecida como a fase de resistência, é quando o corpo trabalha para a adaptação e sobrevivência aos estressores e tenta voltar ao equilíbrio, conforme destaca Goulart et al. (2018). Embora os sinais sejam menos intensos, ainda podem se manifestar como ansiedade, isolamento social, nervosismo, falta ou excesso de apetite e medo. Neste trabalho de investigação, seis estudantes apresentaram tais sintomas, sendo todas do sexo feminino. Tais estatísticas coincidem com uma pesquisa de Araujo et al. (2019), realizada com estudantes do curso de Medicina, os quais foram divididos em grupos de 70 alunos matriculados por período/turma, resultando em 6 turmas do primeiro até o sexto ano da graduação. Quando analisados os dados de ocorrência de estresse no último ano do curso, observou–se que 66,43% dos alunos que apresentavam algum sintoma pertenciam ao sexo feminino.
No que se refere ao estresse moderado, a fase de quase exaustão indica que o organismo não conseguiu se reequilibrar na fase anterior, quando estava nos sintomas leves, podendo causar doenças como hipertensão, gastrite, problemas dermatológicos, entre outros sintomas (BATISTA, 2022). Além disso, de acordo com Abreu et al. (2023), existem indicativos de que a prevalência de sintomas de estresse moderado e grave é maior entre estudantes da área da saúde, quando comparados a outras áreas do conhecimento. Dos sujeitos pesquisados por eles, nove apresentaram esse resultado, sendo oito do sexo feminino. Araujo et al. (2019) também encontraram uma alta proporção de alunos de medicina com estresse moderado, correspondendo a 49,52% da amostra. Além disso, eles também observaram que as mulheres apresentaram maiores índices de estresse, conforme demonstrado no teste aplicado.
O estresse grave, também chamado de fase de exaustão, é o estágio mais avançado no processo de adoecimento por estresse. Nesse estágio normalmente o indivíduo apresenta a síndrome do esgotamento, a falta de energia e de recursos emocionais para lidar com a rotina do dia a dia (MENEZES, 2020). Nesta pesquisa, oito participantes (36% dos entrevistados) se encontravam nesse estágio. Em uma pesquisa similar, desenvolvida por Albuquerque et al. (2016), que avaliou o estresse de 525 acadêmicos do curso de Medicina, 60,09% (274 participantes) se encontravam estressados, sendo que 20,83% (95) estavam na fase de exaustão. Os resultados mostraram ainda que os alunos do primeiro período tinham uma prevalência de 6,24% (4), enquanto os do segundo período apresentaram uma elevação para 26,56% (17).
De modo geral, observa-se que os resultados desta pesquisa são relevantes e apresentam um contexto preocupante, pois a maior parte dos sujeitos participantes apresentaram sintomas elevados de estresse. Estas condições podem levar à diminuição do rendimento acadêmico e do convívio social, além do declínio na saúde psíquica do indivíduo.
3.2. Níveis de ansiedade
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais – DSM – V, os transtornos de ansiedade incluem características de medo e ansiedade excessiva. O medo é a resposta emocional e a ansiedade é a antecipação da ameaça futura (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Desse modo, a ansiedade é uma manifestação fisiológica que faz parte do ser humano, sendo parte da sobrevivência, que o impulsiona a enfrentar as situações do dia a dia.
Dentre os transtornos mentais, a ansiedade é um sintoma de alta prevalência em universitários, devido aos diversos fatores que envolvem a vida acadêmica. Entre eles, destacam-se as exigências das atividades acadêmicas, a pressão da família, o estresse com os estudos e, muitas vezes, a conciliação entre estudo e trabalho (DONADON et al., 2018).
Na Tabela 2, descrevem-se os dados acerca do sintoma de ansiedade descrito pelos sujeitos participantes, resultante da coleta de dados:
Tabela 2 – Dados de classificação de ansiedade dos participantes
20-23 anos | 24-27 anos | > 27 anos | Total | ||||
Classificação BAI | F | M | F | M | F | M | |
Sintomas mínimos | 5 | 2 | 1 | 0 | 1 | 0 | 9 |
Sintomas leves | 5 | 0 | 2 | 0 | 1 | 0 | 8 |
Sintomas moderados | 5 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 6 |
Sintomas graves | 2 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 2 |
Total Geral | 25 |
Fonte: as autoras
A partir da análise desses dados, constatou-se que 36% (9 estudantes) dos participantes apresentaram sintomas mínimos para a ansiedade. Quanto aos sintomas leves, 32% (8) dos participantes são afetados, dados que se assemelham aos números sobre estresse apresentados anteriormente, apontando que esses sintomas se manifestam predominantemente em sujeitos do sexo feminino. Nos sintomas moderados, há um percentual de 24% (6), enquanto que nos sintomas graves, pode-se observar um percentual de 8% (2). Cabe destacar que todas as participantes que apresentaram sintomas graves de ansiedade possuem idade entre 20 e 23 anos. A Organização Mundial da Saúde destaca que há a prevalência de diagnósticos de ansiedade em mulheres, devido a questões como a violência de gênero, desvantagem socioeconômica, baixa renda e desigualdade social (OMS, 2018). Quando se considera o acúmulo desses fatores às já mencionadas condições acadêmicas, é compreensível que as mulheres estejam no topo desses dados quantitativos.
Para Cunha (2001), a ansiedade mínima é quando os sujeitos respondem de forma condizente com os desafios do dia a dia, não tendo perda significativa no seu bem-estar e qualidade de vida. Esse nível de ansiedade foi observado em diversos estudos com estudantes universitários. Por exemplo, Fermoseli et al. (2019), realizaram uma pesquisa com uma amostra de 102 estudantes de uma universidade particular, matriculados nas fases finais do curso de Psicologia. De acordo com essa pesquisa, dos quatro níveis de ansiedade elencados, a maior parte dos estudantes apresentou o grau mínimo de ansiedade, resultando em 43,14% dos entrevistados. Em outro estudo, Silva (2018) avaliou os sintomas de ansiedade em universitários e constatou que a maior parte dos sujeitos apresentou nível leve, ou seja, foram classificados como sem queixa. Nesta pesquisa foram identificados nove acadêmicos que não apresentaram sintomas de ansiedade.
A classificação leve de ansiedade apresenta perda na qualidade de vida do indivíduo, demonstrando irritabilidade, impaciência, agitação, dificuldades no sono e na aprendizagem, entre outros sintomas. Dos sujeitos pesquisados, oito apresentaram poucos sintomas de ansiedade, sendo cinco entre 20 e 23 anos e todas do sexo feminino. De acordo com uma pesquisa realizada por Santos (2020) sobre a ansiedade e o estresse como meios dificultadores da aprendizagem no ensino superior remoto, o nível de estresse moderado por identificado na maior parte dos estudantes. Com base nessa pesquisa, foi possível mensurar o nível de ansiedade, sendo que 20,7% de todos os entrevistados foram categorizados com ansiedade leve. Em outra pesquisa realizada por Arruda (2020) sobre os graus de ansiedade em acadêmicos, percebeu-se que a ansiedade leve foi a segunda maior categoria da escala.
No que tange aos níveis mais altos de ansiedade, Arinõ et al. (2018) apontam que, em casos considerados como moderados e graves, a ansiedade pode desfavorecer no desempenho acadêmico, afetando a atenção, a memória, a concentração e o raciocínio dos estudantes. Conforme observado na tabela apresentada anteriormente, seis participantes, todas do sexo feminino, apresentaram sintomas moderados, sendo cinco dessas, jovens de até 23 anos. Esses dados são semelhantes aos encontrados por Almeida et al. (2021), que investigaram internos do curso de Medicina e apontaram que, numa turma de maioria feminina, 25,7% das jovens estavam com sintomas de ansiedade leve a moderada e 15% de moderada a grave.
A ansiedade passa a ser reconhecida como grave quando os sintomas são exagerados e interferem na qualidade de vida do indivíduo. Seguindo o mesmo padrão das pesquisas anteriores, a ansiedade grave também é observada com mais frequência em acadêmicas do sexo feminino, conforme evidencia a pesquisa realizada por Catanho et al. (2021). De acordo com essa pesquisa, a ansiedade grave em acadêmicos estava na marca de 12%. Há que se salientar que essa pesquisa foi realizada na época de pandemia da COVID-19 e com aulas remotas, mas ainda serve como uma referência importante. Em relação à pesquisa realizada por Silva (2021), os resultados mostraram que a maioria entre os universitários na área da saúde eram mulheres e todos incluídos em fatores de risco para ansiedade, sendo que 28% com ansiedade grave. Além disso, em uma pesquisa realizada por Barros et al. (2019), foi verificado que os níveis de ansiedade e estresse em estudantes universitários exibiam níveis entre mínimo e moderado na maioria dos casos, sendo que na ansiedade grave obteve-se o menor índice, com um percentual de 8,1%. Neste trabalho de investigação, foram identificados que duas participantes apresentaram sintomas ansiosos graves.
Frente à análise dos resultados, o presente estudo evidenciou a importância da investigação acerca da ansiedade em universitários. Apesar do percentual ser mais alto na categoria mínima, houve um resultado acentuado nas categorias de sintomas médio e alto o que pode ocasionar na diminuição do desempenho acadêmico e da saúde mental.
3.3. Saúde mental
A saúde mental é um tema extremamente relevante, pois influencia nos aspectos sociais, individuais e institucionais. No contexto universitário, a sua promoção pode influenciar positivamente nos processos de aprendizagem, na formação profissional e na permanência institucional. (BARRETO et al., 2020).
O sofrimento mental inclui ansiedade, depressão, sintomas psicossomáticos, além de aumentar o risco de outros problemas de saúde mental. Nesse sentido, é preocupante notar que os universitários apresentam elevados níveis de sofrimento mental quando comparados com a população em geral, o que pode estar relacionado com as responsabilidades exigidas no período acadêmico (CARDOSO et al., 2023).
Em relação aos dados de saúde mental observados durante esta pesquisa, a Tabela 3 apresenta a os sintomas descritos pelos sujeitos participantes:
Tabela 3 – Dados de classificação da saúde mental dos participantes
20-23 anos | 24-27 anos | > 27 anos | Total | ||||
Variáveis da saúde mental | F | M | F | M | F | M | |
Estresse psíquico | 9 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0 | 12 |
Desejo de morte | 1 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 2 |
Desconfiança no desempenho | 5 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0 | 8 |
Distúrbios do sono | 3 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 3 |
Distúrbios psicossomáticos | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 |
Total saúde geral | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 |
Fonte: as autoras
Os resultados acima apresentados foram obtidos através do Questionários de Saúde Geral (QSG – 12), o qual avalia sintomas como o estresse psíquico, o desejo de morte, distúrbios do sono, distúrbios psicossomáticos, a desconfiança no próprio desempenho, além de fornecer um escore global sobre a saúde geral, indicando a gravidade da saúde mental. Constatou-se, a partir da aplicação desse teste, que a maioria dos participantes apresentaram saúde mental dentro da normalidade, de acordo com os critérios do QSG – 12. Segundo esse instrumento, um escore igual ou superior a 3 em qualquer um dos cinco fatores ou no fator geral sugere a presença de sintomas psicossomáticos.
Segundo Pasquali et al. (1996), o estresse psíquico é uma reação do organismo e da mente aos eventos que desafiam o equilíbrio pessoal do indivíduo, causando sensações de tensão, irritação, impaciência, cansaço e sobrecarga que dificultam o bem-estar e a felicidade. Concernente aos dados da tabela 3, observou-se que, dos 25 participantes, 11 apresentaram estresse psíquico, sendo a maioria (10) do sexo feminino. Esses dados são semelhantes ao estudo realizado por Moura et al. (2020) com acadêmicos do curso de Medicina, que constatou a prevalência de 64,1% de estresse psíquico na amostra. Nesse estudo, os fatores mais associados ao estresse psíquico foram a insuficiência de sono para renovar as energias, seguido pelo sentimento de cansaço-irritação e a percepção de estar constantemente sob tensão (MOURA et al., 2020).
Outra pesquisa que investigou a saúde mental de estudantes universitários foi a de Barbosa et al. (2015), que analisou indicadores de vulnerabilidade e bem-estar psicológicos em estudantes universitários de seis diferentes instituições de ensino superior. Dos 1.403 graduandos avaliados, 39,97% apresentaram sofrimento psicológico de grande proporção.
Em relação ao desejo de morte, evidencia-se o desejo de acabar com a própria vida, pois ela se mostra vazia, sem sentido e sem perspectivas. Essa realidade pode afetar o desempenho acadêmico e desencadear problemas de saúde mental, que podem levar ao comportamento suicida (GONÇALVES et al., 2019). Nesta pesquisa, 23 sujeitos apresentaram percentis considerados dentro da normalidade, indicando ausência de ideação suicida, e duas apresentaram sintomas, correspondendo a 8% da amostra.
Em um estudo realizado por Bottoli et al. (2021) sobre as ideações e comportamento suicida no contexto universitário, participaram 296 estudantes universitários, com idade média de 24,2 anos, sendo 63,6% do sexo feminino. Nessa pesquisa, os resultados apontam para maior prevalência de ideações suicidas prévias entre estudantes dos cursos de Engenharia Civil e Sistema de Informação, resultando em 5,6%, enquanto pensamentos atuais de suicídio foram maiores nos universitários dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Direito, Pedagogia e Psicologia, resultando em 8,7%. Nos cursos de Agronomia, Educação Física, Medicina e Medicina Veterinária, obteve-se um percentil de 4,1%. Felizmente, a pesquisa demonstrou que a maioria dos estudantes não apresentou ideação de morte. Por outro lado, uma pesquisa realizada por Calderari et al. (2020), com 545 estudantes tanto de graduação quanto de pós-graduação, com média de idade de 22,8 anos, e sendo também a maioria do sexo feminino, verificou a prevalência de ideação suicida em 44 estudantes, totalizando 8,1%.
Além desses dados, é possível observar também estudo realizado por Faro & Silva (2020) no curso de Psicologia de todos os períodos em uma universidade pública, envolvendo 129 estudantes. Nessa pesquisa, 72,1% (93) dos participantes eram do sexo feminino, com idade média de 23,3 anos. Os resultados mostraram que 70,5% afirmaram ter pensado ou tentado se matar, 24% pensaram em se suicidar no último ano, 28,7% comunicaram a intenção suicida a alguém e 11,6% consideraram a possibilidade de se matar em um curto período. Pode-se observar, que o estudo obteve frequências consideradas altas no que se refere a ideação suicida.
Um dos fatores que pode influenciar a ideação suicida é a desconfiança no próprio desempenho, que expressa a dificuldade de desempenhar ou realizar as tarefas diárias de forma satisfatória (PASQUALI et al., 1996). Esse fator está relacionado com a percepção que o indivíduo tem de suas próprias capacidades para executar ações necessárias a fim de atingir determinados tipos de desempenhos e permite aos sujeitos estimar a possibilidade de realizar tarefas e alcançar os resultados desejados (Castro et al., 2020). Nesta pesquisa, pode-se observar através da tabela 3 que, dos 25 participantes, 8 relataram desconfiança no próprio desempenho, sendo o segundo com maior percentil, totalizando 32%. Esses dados estão de acordo com o estudo de Moura et al. (2020), que constatou uma taxa de 57,4% na falta de confiança na capacidade de desempenho, resultado que também ocupa a segunda posição no escore. Ainda, os mesmos autores mencionam que a falta de confiança na capacidade de desempenho desencadeia estresse psíquico, o qual resulta em manifestações psicossomáticas e impactam na qualidade de vida do discente.
Além desse fator, o sono apresenta grande influência, pois é uma função biológica essencial à vida, que se caracteriza como um estado comportamental capaz de restaurar a energia física e cognitiva do indivíduo. Assim, os distúrbios do sono podem comprometer a consolidação da memória e as alterações fisiológicas que influenciam o desempenho físico, ocupacional, social e o processo de aprendizagem, resultando em lapsos de sono não intencionais que, consequentemente, prejudicam a qualidade de vida do estudante (ANSELMO et al., 2019). Conforme observado na tabela anteriormente apresentada, três participantes apresentaram distúrbios do sono, todas do sexo feminino e idade entre 20 e 23 anos, representando, portanto, um baixo percentil. Esses resultados diferem do estudo realizado por Barros et al. (2021) com 489 estudantes universitários com idades entre 17 e 56 anos e na sua maioria do sexo feminino. Nesse estudo, os autores observaram que mais da metade dos respondentes (53%) indicou distúrbios do sono. Ainda uma pesquisa, realizada por Fonseca et al. (2022) com 124 universitários de enfermagem apontou a ocorrência de distúrbios do sono em quase metade dos estudantes, totalizando um percentil de 46%.
Outro fator de transtorno mental é a somatização. Esse sintoma é uma psicopatologia em que o indivíduo apresenta indícios físicos que são causados ou intensificados por razões emocionais. Esse problema pode afetar negativamente a qualidade de vida, o rendimento acadêmico e outros aspectos da saúde mental desses sujeitos (AMARAL et al., 2021). Neste estudo, somente um dos 25 participantes alegou sintomas somáticos. Esse resultado diverge daquele obtido pela pesquisa realizada por Greco et al. (2016) com 163 estudantes regularmente matriculados no curso de Enfermagem. De acordo com a pesquisa de Greco et al., as maiores pontuações de sintomas somáticos foram nas questões de “cansa-se com facilidade”, que resultou no percentil de 61,7% e na “dificuldade de pensar com clareza”, que pode ser observado em mais da metade dos entrevistados (51 %).
Com base nisso, é notório que a transição acadêmica é vivenciada por múltiplos estressores que podem culminar no aparecimento de problemas relacionados à saúde mental, incluindo ansiedade, depressão, estresse e sintomas somáticos (FARIA et al., 2021). Além disso, segundo Moises (2019) em uma pesquisa realizada com 20 estudantes, sendo metade calouros, e a outra metade, formandos, os formandos apresentaram maior prevalência de estresse tanto da fase leve quanto de exaustão, em comparação aos calouros. Em relação ao fator ansiedade, mais da metade dos calouros apresentavam nível mínimo, enquanto os formandos apresentaram níveis de ansiedade de mínimos a moderados. Segundo Cardoso et al. (2023), em um estudo para verificar a saúde mental e qualidade de vida de universitários, cerca de 55,3% dormem menos que 8 horas/dia. Concernente aos sintomas de ansiedade e depressão, constatou-se que quase 84% relataram se sentirem nervosos, tensos ou preocupados. Em relação aos sintomas somáticos, foi identificado que 46,3 % dos estudantes apontaram que dormem mal, além de 11 tiveram ideação suicida e 37% indicaram ter perdido o interesse pelas coisas.
Diante dos resultados acima apresentados, observou-se que a maior parte dos participantes apresentou algum sintoma das variáveis da saúde mental, sendo a maioria do sexo feminino. O perfil dos graduandos deste estudo assemelha-se à pesquisa realizada por Carreta (2021) a respeito das características sociodemográficas dos graduandos de Psicologia, sendo que quase 93% são do sexo feminino, com idade média de 26 anos. No que tange às variáveis da saúde mental, os sintomáticos corresponderam a um total de 52,8%, e mais da metade apresentaram humor depressivo/ansioso.
Diante disso, ao analisar as variáveis da saúde mental do universitário, pode-se citar as complicações, sendo de maior prevalência o estresse psíquico e a desconfiança no desempenho, sendo os demais sintomas de menor prevalência. É notório que estratégias devem ser tomadas para auxiliar os graduandos a enfrentar as dificuldades nesse período.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a saúde mental de acadêmicos do último ano de Psicologia. Esse interesse se deve ao fato que o ingresso à universidade é marcado por um período de transição, no qual os estudantes passam por um processo de adaptação, fazendo com que parte dessa população possa se sentir mais sobrecarregada, podendo corroborar para o aumento disfuncional dos níveis de estresse, ansiedade e a saúde geral.
Embora os estudantes passem por um período inicial de adaptação acadêmica, à medida que avançam em seus cursos, os desafios tendem a aumentar, tornando-se progressivamente mais complexos. Isso requer uma constante readequação e esforço por parte dos estudantes para atender às crescentes demandas acadêmicas.
Nesse contexto, a saúde mental tem se tornado uma temática de maior visibilidade no âmbito acadêmico, pois pode influenciar no desenvolvimento e rendimento estudantil, além de ser um fator determinante para problemas disfuncionais. É um fator inseparável do desempenho, uma vez que representa um aspecto importante para o ser humano, por estar associado ao bem-estar do indivíduo e se caracterizar pela capacidade de enfrentar situações do cotidiano. Nesta pesquisa, foi possível perceber que os acadêmicos do último ano de Psicologia apresentaram altos índices de estresse, o que pode indicar a alta demanda de atividades do último ano da graduação, além de incertezas para o mercado de trabalho.
No entanto, observa-se também que, em relação aos sintomas de ansiedade, a maior parte dos sujeitos apresentaram sintomas mínimos e leves, o que pode indicar que, apesar dos níveis altos de estresse, ainda há recursos emocionais para gerenciar a ansiedade de forma que não prejudique tanto a saúde mental.
No quesito saúde geral, pode-se observar os pontos positivos no resultado, com o baixo índice de sujeitos que responderam à ausência do desejo de morte, distúrbios do sono e psicossomáticos. Contudo, o estresse psíquico e a desconfiança no desempenho resultaram em altos índices, podendo-se levar em consideração as atividades estressoras nesse período.
Apesar dos resultados, a pesquisa possui limites e sugere-se que os estudos nesta área sejam aplicados em uma amostra maior, além de serem complementados por outros instrumentos e estudos, a fim de avaliar melhor a saúde mental dos acadêmicos do último ano do curso de Psicologia.
Salienta-se que é imprescindível que os discentes procurem ajuda na universidade para compreender melhor as suas demandas, compartilhar as suas vulnerabilidades e os fatores desencadeantes em relação a saúde mental.
Sendo assim, é importante que a universidade continue amparando os graduandos que necessitam de auxílio psicológico e que os acadêmicos procurem o suporte na universidade, o qual pode contribuir nos relacionamentos saudáveis, na regulação das emoções e evitar o agravamento de situações de stress, ansiedade, stress psíquico e desconfiança no desempenho.
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1 Graduanda do curso de Psicologia na Universidade do Oeste de Santa Catarina
E-mail:mariela.santin@unoesc.edu.br
2 Mestre em Educação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; Professora do curso de Psicologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Joaçaba.
E-mail: scheila.sehnem@unoesc.edu.br