MEN’S HEALTH AND SOCIAL VULNERABILITY: CHALLENGES AND STRATEGIES FOR SELF-CARE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202412071438
Ana Júlia Souto Leite1, Fernando De Oliveira Martins2, Larissa Martins Cabral3, Luana Aires de Albuquerque4, Marcus de França Barros Filho5, Maria Clara Diniz Martins6, Misael de Sousa Teixeira7, Mônya Aparecida Moreira de Araújo8, Larissa Jacome Barros Silvestre9, Lilia Cristina Carvalho Santos Constantino10, Ana Maria Dias Batista dos Santos11, Josy Barros Noleto de Souza12, Natália Couto Fernandes13 , Domingas Thayse Pereira Ribeiro14, Lorena Kabrini Barros Costa15, Orientador: Nailson Pereira Ribeiro16
RESUMO
Este trabalho é fruto de uma experiência vivenciada pelos acadêmicos do terceiro período do curso de Medicina da FAPAC/ITPAC Porto Nacional 2024/2, no Amigos do Meio Ambiente – AMA, e está alinhado com os objetivos da disciplina Práticas Interdisciplinares de Extensão, Pesquisa e Ensino III (PIEPE III). Este trabalho tem como objetivos, sensibilizar a população trabalhadora do AMA sobre a importância do autocuidado masculino e reiterar os impactos causados por hábitos maléficos, como o etilismo e o tabagismo, visando a melhoria da qualidade de vida do indivíduo de modo sistêmico. Além disso, expor a necessidade da identificação de Doenças Crônicas em cada um com o intuito de fazer uma prevenção primária, promover a longo prazo a redução de mortes súbitas e a melhoria do bem-estar cotidiano. Os resultados obtidos sugerem que a discussão acerca da saúde masculina através de ferramentas lúdico-pedagógicas e dinâmicas educativas, com foco no público adulto masculino, promove um melhor entendimento sobre a saúde do homem, proporcionando informações para que os homens deem mais importância à sua própria saúde e procurem os serviços de saúde com mais frequência.
Palavras-chave: Autocuidado masculino. Qualidade de vida. Bem-estar. Saúde do homem.
1 INTRODUÇÃO
A extensão universitária é um processo social e científico que promove a interação entre a universidade e a sociedade, facilitando a troca de saberes e a integração de diferentes áreas do conhecimento. Ela desempenha três funções principais: acadêmica, social e articuladora, sendo um instrumento fundamental para promover a transformação social através da educação e das ações práticas. No contexto da saúde do homem, a extensão é uma ferramenta eficaz para aproximar os homens dos serviços de saúde, promovendo a prevenção e o cuidado. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), lançada em 2009, destaca que os problemas de saúde masculina, como doenças cardiovasculares e câncer, são questões de saúde pública que exigem uma abordagem mais eficaz. A baixa procura dos homens por cuidados de saúde, em grande parte, está relacionada a estereótipos de gênero que associam o cuidado à fragilidade, exacerbando a vulnerabilidade dos homens a doenças graves (BRASIL, 2009).
Estudos indicam que os homens geralmente buscam os serviços de saúde de forma tardia, quando as doenças já estão em estágios avançados, o que compromete o tratamento e aumenta os custos para o sistema de saúde (SCHRAIBER et al., 2010; TONELI et al., 2010). A falta de adesão ao cuidado preventivo está ligada a construções sociais de masculinidade que associam a busca por saúde à fraqueza e à feminilidade, o que impede os homens de procurarem assistência médica até que seja tarde demais (SOUZA E SOUZA et al., 2021). Esses fatores culturais são reforçados pela ideia de masculinidade hegemônica, que valoriza a força e a invulnerabilidade, criando barreiras para a adoção de práticas preventivas e de autocuidado.
A saúde masculina deve ser abordada de maneira integral, considerando aspectos físicos, mentais e sociais. Para White, Fawkner e Holmes (2006), a saúde dos homens envolve não apenas doenças relacionadas aos órgãos reprodutivos masculinos, mas também a qualidade de vida em termos físicos, emocionais e sociais. Muitos homens adotam comportamentos prejudiciais à saúde devido a pressões culturais, como o consumo excessivo de álcool e tabaco, que são fatores de risco para uma série de doenças graves, como câncer, doenças cardiovasculares e doenças hepáticas (SOUZA e SOUZA et al., 2021). O alcoolismo, por exemplo, está relacionado a doenças hepáticas graves, como cirrose e hepatite alcoólica, além de cânceres e problemas cardíacos (NIAA, 2024; CDC, 2024). O tabagismo, igualmente, é um fator de risco significativo para doenças respiratórias, cardiovasculares e vários tipos de câncer, especialmente o câncer de pulmão (INCA, 2022).
Estudos apontam que o comportamento de buscar atendimento médico apenas em estágios avançados de doenças é comum entre os homens, o que dificulta a adoção de medidas preventivas (SOUSA et al., 2019). Nesse cenário, o autocuidado se apresenta como uma estratégia vital para melhorar a saúde masculina. O autocuidado envolve práticas cotidianas, como uma alimentação saudável, exercícios físicos regulares e a gestão do estresse, elementos fundamentais para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida (OLIVEIRA E ALMEIDA, 2018). A promoção do autocuidado, no entanto, deve ser adaptada às realidades sociais e culturais dos homens, especialmente daqueles em situações de vulnerabilidade (FREITAS e CAMPOS, 2021).
O alcoolismo e o tabagismo têm impactos severos não apenas na saúde física, mas também na saúde mental, contribuindo para a depressão, ansiedade e comportamentos agressivos (NHS, 2024). Esses hábitos também afetam a produtividade no trabalho, gerando custos econômicos tanto para os indivíduos quanto para a sociedade (FIOCRUZ, 2015). A combinação de álcool e tabaco aumenta os riscos para várias doenças crônicas e, portanto, é essencial que políticas públicas e programas de saúde abordem essas questões de maneira eficaz.
Políticas públicas adaptadas às especificidades culturais e sociais dos homens são fundamentais para reduzir os impactos negativos desses comportamentos. A educação em saúde, que desmistifica os estigmas associados ao cuidado de saúde, é uma ferramenta essencial para mudar a percepção de que os homens devem evitar cuidados médicos e resistir à demonstração de vulnerabilidade (RIBEIRO e COSTA, 2020). Além disso, é fundamental que os programas de saúde incentivem práticas de autocuidado e a busca por serviços médicos de forma preventiva.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
A saúde do homem é um aspecto crítico da saúde pública que merece atenção especial, especialmente quando se considera a intersecção com a vulnerabilidade social. O Ministério da Saúde (2019) enfatiza que “a saúde do homem deve ser abordada de forma integral, considerando não apenas os aspectos físicos, mas também os mentais e sociais”. Essa visão abrangente é necessária, dado que muitos homens enfrentam dificuldades significativas em acessar serviços de saúde adequados.
Os homens, por diferentes razões, costumam adotar comportamentos prejudiciais à saúde, o que gera fatores de risco para o desenvolvimento de doenças. Entre os fatores culturais, destaca-se o modelo de masculinidade hegemônica, que associa a demonstração de necessidades de saúde à fraqueza e à feminilização. A preservação desse ideal contribui para tornar os homens mais suscetíveis a diversos problemas de saúde (SOUZA e SOUZA et al., 2021).
Esse público enfrenta dificuldades em buscar assistência à saúde, pois percebem o cuidado como uma responsabilidade exclusivamente feminina. Solicitar cuidados é visto como algo que compromete o ideal de ser o provedor. Dessa forma, essa imagem de invulnerabilidade pode comprometer práticas de autocuidado, aumentando sua vulnerabilidade a diversos problemas de saúde. Com isso, muitos homens tendem a negar a dor ou o sofrimento para reafirmar um ideal de força e masculinidade, tentando se distanciar do que consideram feminino (SOUZA e SOUZA et al., 2021).
No mesmo sentido, o estudo conduzido por Sousa e colaboradores (2019) revela que os homens costumam procurar atendimento nas esferas de atenção secundária ou terciária, geralmente em decorrência do aparecimento de sinais e sintomas de doenças já em estágios avançados, muitas vezes com risco à vida. Nessa fase, os agravos impedem a realização de atividades cotidianas, como o trabalho. Assim, essa busca por atendimento tende a ser limitada, tardia e distante de um comportamento preventivo, o que dificulta a adoção de medidas para minimizar o adoecimento (CORTEZ et al., 2022).
As estratégias de autocuidado emergem como uma abordagem essencial para melhorar a saúde masculina. O autocuidado envolve práticas que os indivíduos podem implementar em suas rotinas diárias, como uma alimentação balanceada, a prática regular de exercícios físicos e técnicas de gerenciamento do estresse. Oliveira e Almeida (2018) defendem que “a promoção do autocuidado é vital para que os homens se tornem agentes ativos na gestão de sua saúde”. Programas de educação em saúde que promovem a conscientização sobre a importância do autocuidado são fundamentais. Tais programas podem incluir workshops sobre nutrição, atividade física e saúde mental, buscando desmistificar os preconceitos associados à procura de ajuda.
Intervenções voltadas para a saúde do homem em contextos vulneráveis devem ser adaptadas às realidades locais. Freitas e Campos (2021) sugerem que “é fundamental investigar como as intervenções de autocuidado podem ser adaptadas a diferentes contextos sociais e culturais para serem mais eficazes”. Essa pesquisa é essencial para criar estratégias que sejam realmente impactantes e que considerem as realidades específicas dos homens em situação de vulnerabilidade.
Portanto, a relação entre saúde do homem e vulnerabilidade social exige uma abordagem integrada. Promover a saúde masculina por meio do autocuidado não apenas melhora a qualidade de vida dos homens, mas também contribui para a redução das desigualdades em saúde. Ribeiro e Costa (2020) afirmam que “estratégias adaptadas às necessidades dos homens vulneráveis são essenciais para um impacto positivo na saúde pública”.
Essa construção social da masculinidade pode levar à negligência do autocuidado e à adoção de hábitos prejudiciais à saúde, como o consumo excessivo de álcool e tabaco (GARCIA et al., 2019). O abuso de álcool e tabaco está diretamente relacionado a uma série de complicações médicas graves.
O alcoolismo pode trazer uma série de riscos significativos para a saúde física e mental. A nível físico, o consumo excessivo de álcool está associado a doenças hepáticas graves, como cirrose e hepatite alcoólica, além de pancreatite, hipertensão e diversos tipos de câncer, incluindo câncer de boca, esôfago, fígado e mama (NIAA, 2024). O etilismo também pode afetar o coração, causando cardiomiopatia, arritmias e aumentando o risco de acidente vascular cerebral (CDC, 2024).
Além disso, a ingestão alcoólica excessiva pode enfraquecer o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções. No âmbito mental, a bebida em excesso pode agravar condições como depressão e ansiedade, além de estar associado a comportamentos agressivos e suicídio (NHS, 2024). O álcool interfere nas vias de comunicação do cérebro, afetando o humor, o comportamento e a capacidade de pensar com clareza, afetando de maneira direta nas relações sociais, familiares e empregatícias. Esses riscos demonstram a importância de abordar o abuso de álcool como uma questão de saúde pública crítica.
O tabagismo, por sua vez, está frequentemente relacionado a transtornos de ansiedade e depressão, criando um ciclo vicioso de dependência e deterioração da saúde mental (OPAS, 2018). É também um dos principais fatores de risco para uma série de doenças graves e debilitantes, afetando significativamente a vida dos homens. O consumo de tabaco está diretamente associado a lesões endoteliais ocasionando doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, além de ser a principal causa de câncer de pulmão, boca, garganta e bexiga (INCA, 2022).
Além dos impactos físicos, o cigarro também pode afetar a saúde mental, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão. No âmbito social e profissional, o hábito de fumar pode levar ao isolamento social, uma vez que muitos ambientes públicos e locais de trabalho proíbem o fumo, limitando a interação social dos fumantes (FIOCRUZ, 2015). Ademais, a produtividade no trabalho pode ser comprometida devido a faltas frequentes e a menor capacidade de concentração, resultando em prejuízos econômicos tanto para o indivíduo quanto para a sociedade (BRASIL, 2019).
A combinação desses dois hábitos aumenta exponencialmente os riscos para a saúde, resultando em uma maior morbidade e mortalidade entre os homens. Portanto, é essencial que políticas públicas e programas de saúde sejam implementados para reduzir os impactos negativos na vida dos homens. A colaboração entre profissionais de saúde, educadores, formuladores de políticas e a sociedade em geral é primordial para criar um ambiente que apoie e incentive os homens a cuidarem melhor de si mesmos, promovendo uma vida mais saudável e equilibrada.
3 METODOLOGIA
Trata-se de um trabalho realizado por meio de projeto de extensão, desenvolvido por acadêmicos do terceiro período do curso de medicina do ITPAC Porto Nacional-TO, da disciplina de Prática Interdisciplinares de Extensão, Pesquisa e Ensino (PIEPE).
Esta pesquisa tem como intuito sensibilizar a população masculina sobre o papel do cuidado pessoal com a saúde em suas vidas, o qual visa expor que a prática regular de exames rotineiros e uma rotina com atividades físicas promove uma boa qualidade de vida, resultando na redução de doenças crônicas e da exclusão nos ciclos sociais cotidianos. Para isso, foram realizadas discussões sobre a negligência do autocuidado masculino, enfatizando os fatores de risco associados, bem como testes de glicose e aferição de pressão dos homens presentes que trabalham no Amigos do Meio Ambiente – AMA, juntamente com uma palestra abordando a importância do autocuidado masculino.
O projeto tem como objetivo sensibilizar a população trabalhadora do AMA sobre a importância do autocuidado masculino e reiterar os impactos causados por hábitos maléficos, como o etilismo e o tabagismo, visando a melhoria da qualidade de vida do indivíduo de modo sistêmico. Além disso, expor a necessidade da identificação de Doenças Crônicas em cada um com o intuito de fazer uma prevenção primária, promover a longo prazo a redução de mortes súbitas e a melhoria do bem-estar cotidiano.
Grupo majoritariamente formado por homens e são peças centrais de um projeto paisagístico da Prefeitura de Porto Nacional, o qual tem o objetivo de aumentar a área verde da cidade e trazer conforto para a população. A escolha do grupo é justificada por ser um público que apresenta diversas demandas de saúde e mostrou estar disposto a novas propostas de mudanças do estilo de vida.
O trabalho proposto não envolve a captação de dados primários de pacientes. Dessa forma, não necessita a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). A pesquisa em questão é fruto da parceria entre o Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC) e o Amigos do Meio Ambiente (AMA). Consiste em uma proposta pedagógica voltada à melhoria da qualidade de vida dos homens, sendo considerada um método social e educacional de aquisição de novos conhecimentos visando os efeitos de autocuidado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Realizamos primeiramente uma visita ao local escolhido com o intuito de investigar as necessidades dos trabalhadores Amigos do Meio Ambiente (AMA), além disso pudemos conhecer o público que são 110 trabalhadores, suas individualidades, os principais problemas que enfrentam na esfera da saúde e na sua rotina.
A partir do levantamento das necessidades do público-alvo, foram traçadas estratégias para realizar a ação, baseando-se na atual realidade que se encontravam. Com esse contato inicial entendemos que a questão da subvalorização da saúde masculina é presente, por amplos fatores: às vezes negligência própria, desconhecimento sobre como utilizar o sistema de saúde ou até como forma de fuga para o enfrentamento de doenças.
A concretização da ação contou com foco na promoção da saúde do homem, de início realizamos uma triagem, na qual aferimos a pressão arterial dos trabalhadores, a glicemia e a oximetria, com a coleta desses dados como já era esperado avaliamos em sua grande maioria homens hipertensos que não tinham conhecimento algum sobre a pressão alta e consequentemente as dificuldades que ela promove, houve também um caso de glicemia alta no qual o trabalhador desconhecia sobre informações a respeito dos índices de açúcar no sangue e seus riscos e malefícios.
Dessa forma, direcionamos melhor a temática de acordo com as particularidades, pois um dos problemas evidenciados no grupo é que alguns deles não tinham conhecimento sobre os índices normais de sinais vitais ou sequer sabiam o que significava, o que revela um grave problema e confirma a ideia de que o público masculino costuma quase sempre negligenciar sua saúde por diversos fatores ao longo da vida o que os deixa suscetíveis a adquirir várias doenças, essa negligência contribui para tornar os homens mais suscetíveis a diversos problemas de saúde (Souza e Souza et al., 2021).
Durante a primeira visita foi relatado que esses trabalhadores tinham constante contato com poeira e poluição aérea, portanto durante o planejamento do projeto foi destacado a importância de tratar também dessa temática direcionando-os aos cuidados necessários com esse tipo de ambiente com o intuito de evitar a contração de doenças no aparelho respiratório, Além disso realizamos entrega de equipamentos de proteção individual como máscaras e luvas e foi ressaltado durante a roda de conversa sobre a importância de sempre utilizar o equipamento e evitar exposição desnecessária, em razão do sistema respiratório ser bastante delicado e uma importante ferramenta do corpo que vale a pena ser cuidada.
Na segunda etapa promovemos uma palestra mais dinâmica e interativa para não tornar o momento engessado e desinteressante, tendo em vista que pode ser um assunto repetitivo. Por isso, essa abordagem foi realizada no estilo roda de conversa com o espaço aberto para questionamentos e apontamentos dos trabalhadores e a temática foi a questão da importância da saúde masculina de forma educativa a como manter cuidados básicos e também o que evitar na rotina para manter a saúde em dia, foi tratado também sobre o uso exacerbado de álcool e tabaco que é bastante comum no grupo abordado.
Explicamos como os trabalhadores podem buscar ajuda nas unidades básicas e em casos mais graves a UPA, além disso foi ressaltado o hábito de não procurar atendimento apenas em casos extremos de doenças, mas sim realizar acompanhamento pelo menos uma vez ao ano para manter os índices ideais e garantir uma vida tranquila e de qualidade. O objetivo principal foi sensibilizar os participantes sobre a importância do monitoramento regular da saúde e da adoção de hábitos saudáveis, pois assim como destacam Hemmi, Baptista e Rezende (2020) o estímulo ao autocuidado é de suma importância para a protagonização masculina na gestão da própria saúde.
Durante todo o processo foi possível perceber uma resposta positiva do grupo abordado, que demonstraram interesse pela temática da conversa, pelos valores aferidos na triagem e apesar de os resultados revelarem uma condição de saúde preocupante em alguns dos participantes, a grande maioria demonstrou disposição em adotar mudanças positivas após a palestra houve uma boa interação dos trabalhadores o que destacou o interesse deles em melhorar sua saúde, mudança dos hábitos e a busca pela rede de saúde.
Isso confirma que a educação em saúde, sobretudo, por meio de projetos de intervenção social tem grande potencial para mobilizar a comunidade masculina a buscar cuidados preventivos. A adesão a cada momento desde a triagem até a palestra revelou o interesse dos trabalhadores em melhorar, apesar da notória falta de conhecimento de alguns deles sobre cuidados básicos, sobre a importância de consultas periódicas, sobre a prevenção e da monitoração da saúde. Por isso, o cuidado com a saúde masculina que é tão negligenciada deve ser cada vez disseminado e estimulado com o intuito de promover uma saúde de qualidade a todos e de reverter a ideia ainda enraizada de que homem não deve se preocupar com a própria saúde.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos sugerem que a discussão acerca da saúde masculina através de ferramentas lúdico-pedagógicas e dinâmicas educativas, com foco no público adulto masculino, promove um melhor entendimento sobre a saúde do homem, proporcionando informações para que os homens deem mais importância à sua própria saúde e procurem os serviços de saúde com mais frequência.
Além disso, esclarecer tal público sobre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, assim como a necessidade de quebrar barreiras culturais e estigmas relacionados ao cuidado com a saúde é de extrema relevância para promover uma maior adesão, por parte dos homens, a um acompanhamento médico regular e autocuidado. Ressalta-se também a relevância de conscientizar o público masculino sobre temas como saúde mental, doenças crônicas, entre outros, incentivando um diálogo aberto e a busca de apoio em momentos de necessidade.
Portanto, conforme o que foi descrito, a promoção da saúde do homem é de extrema importância para a prevenção de doenças e manutenção do bem-estar físico e mental. Por isso, a divulgação de conhecimento tanto nos locais de trabalho, quanto em ambientes públicos torna-se imprescindível para uma melhor compreensão da problemática e para proporcionar uma melhor qualidade de vida à sociedade.
REFERÊNCIAS
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1Acadêmica do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: dra.anajuliasouto@hotmail.com
2Acadêmico do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: fernandomartins.medicina@gmail.com
3Acadêmica do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: larissamartnsc@gmail.com
4Acadêmica do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: luanaaires2005@gmail.com
5Acadêmico do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: marcusfilhoxboxlive2014@gmail.com
6 Acadêmica do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: mariaclaradiniz717@gmail.com
7 Acadêmico do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: mogmisael@gmail.com
8 Acadêmica do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: monya8312@gmail.com
9 Docente do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. Doutora em Ciências (IPEN/USP). e-mail: larissa.silvestre@itpacporto.edu.br
10 Psicóloga do ITPAC – Porto Nacional-TO. Especialista em Atendimento Sistêmico, Família, Rede Social e Docência do Ensino Superior.( CEULP ULBRA/Faculdade Única). e-mail: liliaconstantino74@gmail.com
11 Coordenadora de Imunização e Vigilância Epidemiológica na Secretaria Municipal de Saúde em Silvanópolis. Graduada em enfermagem. e-mail:anamariadiasenf@hotmail.com
12 Docente do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. Especialista em Urgência e Emergência, Enfermagem do Trabalho e UTI (CGESP-GO). e-mail: josy.souza@itpacporto.edu.br
13 Enfermeira na Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Porto Nacional – TO. Especialista em Gestão em Saúde Pública em Ênfase em Saúde Coletiva da Família- Faculdade Suldamérica. e-mail: natalia_tailove@hotmail.com
14 Enfermeira. e-mail: thayseenfermagem@hotmail.com
15 Psicopedagoga do ITPAC – Porto Nacional-TO. Especialista em psicanálise da clínica aos espaços institucionais, Intervenção ABA – Aplicada ao transtorno do espectro autista e deficiência intelectual (IPOG/GO). e-mail: lorena.costa@itpacporto.edu.br
16 Docente do curso de Medicina do ITPAC – Porto Nacional-TO. e-mail: Especialista em Psicologia Clínica e Docência do Ensino Superior (Faculdade Iguaçu). e-mail: nailsonhistoria@gmail.com