RISKS RELATED TO FEMALE GENITAL TRACT INFECTION DURING CHILDBIRTH AND THE PUERPERIUM PERIOD: A DESCRIPTIVE STUDY
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12669167
Naira Carla de Oliveira Alves1, Anselmo Soares da Silva Filho², Vitória Régia de Lima Mouta³, Bruno de Oliveira Alves4, Mariana da Cruz Leão5, Ítalo José do Nascimento Silva6, Lucas Roberto da Costa Estevam7, Isaac Levi Genuino Sampaio8, Francisco Danilo Rodrigues9, Jozélio Pereira de Sousa10
RESUMO
Uma infecção bacteriana do trato genital que afeta o aparelho genital feminino logo após o parto deve ser diferenciada das infecções decorrentes de abortamento, devido às suas diferenças epidemiológicas, etiológicas, fisiopatológicas e terapêuticas. O diagnóstico das infecções puerperais é clínico, baseando-se nos sinais e sintomas apresentados pela paciente, como febre, deterioração do estado geral, dor abdominal que se intensifica à palpação ou toque, útero amolecido e alterações do lóquio. A motivação para explorar e analisar os fatores de risco surge da importância da saúde da mulher e da preocupação com o aumento da mortalidade materna. Assim, o propósito deste estudo é identificar e descrever os principais fatores de risco associados à infecção puerperal. Este estudo utilizou abordagem exploratória e pesquisa bibliográfica para investigar fatores de risco associados à infecção puerperal. Foram identificados 114 artigos nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde e PubMed. Os critérios de inclusão focaram em fatores relacionados à infecção puerperal após parto vaginal ou cesárea, sendo excluídos aqueles que tratavam de infecções prévias. O estudo utilizou leitura pré-textual, seletiva e analítica para proporcionar uma visão ampla do tema e simplificar a compreensão das complicações puerperais. Pode-se concluir que o tema de infecção puerperal em cirurgias de cesárea ainda não é muito abordado em estudos, já que apenas 6 artigos se encaixaram nos critérios da pesquisa. O risco de infecção puerperal pode ser diminuído com ajuda dos profissionais da área da saúde, tanto no ambiente hospitalar quanto na atenção básica, deve ser aplicada a orientação a puérpera quanto aos cuidados com a ferida operatória e higiene pessoal para assim diminuir o risco de infecções.
Palavras-chave: Trato genital. Riscos de infecção. Parto.
ABSTRACT
A bacterial infection of the genital tract that affects the female genital tract immediately after delivery should be differentiated from infections resulting from abortion, due to their epidemiological, etiological, pathophysiological and therapeutic differences. The diagnosis of puerperal infections is clinical, based on the signs and symptoms presented by the patient, such as fever, deterioration of the general condition, abdominal pain that intensifies upon palpation or touch, soft uterus and changes in lochia. The motivation to explore and analyze the risk factors arises from the importance of women’s health and the concern with the increase in maternal mortality. Thus, the purpose of this study is to identify and describe the main risk factors associated with puerperal infection. This study used an exploratory approach and bibliographic research to investigate risk factors associated with puerperal infection. A total of 114 articles were identified in the Virtual Health Library and PubMed databases. The inclusion criteria focused on factors related to puerperal infection after vaginal delivery or cesarean section, excluding those that dealt with previous infections. The study used pre-textual, selective and analytical reading to provide a broad view of the topic and simplify the understanding of puerperal complications. It can be concluded that the topic of puerperal infection in cesarean surgeries is still not widely addressed in studies, since only 6 articles met the research criteria. The risk of puerperal infection can be reduced with the help of health professionals, both in the hospital environment and in primary care. Guidance should be given to the puerperal woman regarding care of the surgical wound and personal hygiene to reduce the risk of infections.
Keywords: Genital Tract. Risks of infection. Childbirth.
INTRODUÇÃO
Uma infecção bacteriana do trato genital que afeta o aparelho genital feminino logo após o parto deve ser diferenciada das infecções decorrentes de abortamento, devido às suas diferenças epidemiológicas, etiológicas, fisiopatológicas e terapêuticas. O diagnóstico das infecções puerperais é clínico, baseando-se nos sinais e sintomas apresentados pela paciente, como febre, deterioração do estado geral, dor abdominal que se intensifica à palpação ou toque, útero amolecido e alterações do lóquio. Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial no reconhecimento desses sintomas, além de orientar as mulheres sobre os cuidados necessários e o que devem evitar (Lima et al., 2014).
A infecção puerperal geralmente se desenvolve entre o 4º e o 5º dia após o parto, sendo que quanto mais cedo ela surgir, mais virulenta será. O quadro clínico inclui aumento da temperatura, que pode chegar a 38,5 a 39 °C, lóquios purulentos e com odor fétido, e um colo uterino que, ao ser manipulado, excreta secreção purulenta e é permeável à polpa digital. Além disso, a mulher pode apresentar sintomas como cefaleia, anorexia e mal-estar geral. Para evitar essa patologia, é essencial adotar medidas profiláticas, especialmente relacionadas à higiene, tanto por parte das puérperas e seus acompanhantes quanto dos profissionais de saúde (Gibbons et al., 2012). No Brasil, o excesso de intervenções no modelo de assistência ao parto tem contribuído para o aumento das cesarianas e da morbimortalidade materna e neonatal (Gomes et al., 2014; Nascimento et al., 2015).
A prática de controle das infecções hospitalares tem sido reconhecida pelos profissionais e usuários do sistema de saúde como algo essencial para a qualidade do cuidado. Atualmente, a infecção puerperal constitui, ainda, grande problema pela sua prevalência, morbidade e, até mesmo, letalidade (Soares et al., 2018).
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) estabelece a definição de infecção puerperal como a identificação de um microrganismo no endométrio, um aumento da temperatura corporal para 38°C ou mais durante os três primeiros dias após o parto, a ocorrência de taquicardia repentina e persistente, a presença de drenagem purulenta do útero e a experiência de dor abdominal associada à hipersensibilidade uterina (Nascimento et al., 2015).
A infecção pode estar restrita a uma área específica ou se disseminar para outras partes do corpo, chegando a se tornar generalizada e resultando em septicemia. Dependendo do local afetado, pode manifestar-se como períneo-vulvovaginite, cervicite, infecção da episiotomia, endometrite, parametrite, anexite (incluindo salpingite e ovarite), peritonite ou tromboflebite pélvica séptica, e pode avançar para um choque séptico (Gomes et al., 2014).
Também podem acontecer infecções pós-cirúrgicas após cesarianas, que podem ser mais ou menos graves, desde feridas operatórias até endometrite, e, mais raramente, sepsis. Os microrganismos associados a essas infecções são diversos e podem ter origem na pele ou na invasão ascendente do trato genital durante a gestação e o pré-parto (Duarte et al., 2014).
Os resultados da combinação de ensaios controlados por placebo indicam um benefício significativo da antibioticoprofilaxia na prevenção da endometrite e da infecção pós-cesariana, com uma eficácia em torno de 65% para ambos os desfechos. Essa intervenção poderia não apenas reduzir a morbidade, mas também diminuir a necessidade de serviços ambulatoriais e, em alguns casos, hospitalares (Berlet, 2015).
A motivação para explorar e analisar os fatores de risco surge da importância da saúde da mulher e da preocupação com o aumento da mortalidade materna. Assim, o propósito deste estudo é identificar e descrever os principais fatores de risco associados à infecção puerperal.
REVISÃO DE LITERATURA
Vantagens e atributos de um parto normal
O parto normal é caracterizado como um processo fisiológico natural, onde todos os eventos ocorrem de maneira espontânea, sem a necessidade de intervenções médicas desnecessárias durante o trabalho de parto, o nascimento e o período pós-parto. Este tipo de parto deve ser vivenciado com segurança e respeito à mulher, garantindo não apenas o bem estar físico dela e do bebê, mas também o emocional, proporcionando uma experiência positiva e empoderadora. O parto normal reduz significativamente a incidência de complicações pós-parto, como infecções, facilitando uma recuperação mais rápida e permitindo um início imediato da amamentação, o que é benéfico tanto para a mãe quanto para o recém-nascido (Vicente et al., 2017).
A partir da valorização do parto normal, surgiu a iniciativa internacional de humanização do parto, que prioriza o uso de novas tecnologias somente quando estritamente necessário. Esta abordagem visa não apenas a segurança clínica, mas também a promoção de uma relação de qualidade entre os profissionais de saúde e a gestante. A humanização do parto defende a autonomia da mulher, respeitando suas escolhas e necessidades durante todo o processo, desde o pré-natal até o pós-parto. Esta filosofia de atendimento reconhece a importância de um ambiente acolhedor e de apoio, onde a gestante se sinta segura e respeitada, reduzindo a ansiedade e o medo associados ao parto (Barros, 2011).
Desde 1990, o Ministério da Saúde brasileiro adota a expressão “humanização do parto”, referindo-se a uma série de políticas públicas promovidas por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o Banco Mundial, com o apoio de organizações não governamentais (ONGs) e entidades profissionais. Essas políticas visam transformar a maneira como o parto é conduzido, focando na promoção de práticas baseadas em evidências que respeitem a fisiologia natural do parto e o protagonismo da mulher. A colaboração com ONGs e entidades profissionais tem sido crucial para a implementação dessas políticas, garantindo que as práticas de humanização sejam difundidas e aplicadas de forma consistente em diferentes contextos de saúde (Nascimento et al., 2010).
A criação do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) pela portaria nº 569 de 01/06/2000 representou um marco importante para a implementação do parto humanizado no Brasil. Este programa tem como objetivo principal resgatar a dignidade da mulher durante o trabalho de parto e o período puerperal, promovendo o parto normal como a opção prioritária sempre que possível, e evitando o uso excessivo de medicamentos e intervenções cirúrgicas desnecessárias. O PHPN também enfatiza a importância do acompanhamento contínuo e de qualidade durante o pré-natal, garantindo que a gestante receba todas as orientações e cuidados necessários para um parto seguro e saudável (Nascimento et al., 2010).
A humanização do parto, com foco no parto normal, busca oferecer à gestante a liberdade de escolha, atendendo às suas necessidades individuais, esclarecendo dúvidas e aliviando seus medos e ansiedades. É essencial estabelecer uma relação de confiança entre a gestante e a equipe de saúde, baseada no diálogo aberto e no esclarecimento de crenças e mitos sobre o parto. Este relacionamento de confiança é fundamental para que a gestante se sinta segura e apoiada durante todo o processo, o que pode contribuir para um parto mais tranquilo e positivo. A humanização do parto também envolve a criação de um ambiente acolhedor e respeitoso, onde a mulher possa se sentir confortável e em controle de sua experiência de parto (Barros, 2011).
Na maioria dos casos, se a mulher for deixada à vontade, as chances de um parto normal são elevadas, pois este é o método natural de nascimento. O corpo da mulher está fisiologicamente preparado para dar à luz, e muitas vezes, intervenções desnecessárias podem interromper esse processo natural. A recuperação pós-parto é mais rápida e menos complicada no parto normal, permitindo que a mãe se levante logo após o nascimento e cuide de seu filho. A amamentação se torna mais fácil e benéfica para o bebê, promovendo um vínculo inicial essencial entre mãe e filho. Comparado ao parto cesariano, o parto normal apresenta menos complicações graves e menor incidência de infecções hospitalares. No entanto, o parto normal pode gerar ansiedade na gestante devido à espera e ao temor da dor, mas com o suporte adequado, esses medos podem ser minimizados (Ferreira; Viana; Mesquita, 2014).
Cesariana: uma análise dos aspectos mais importantes
A Organização Mundial da Saúde recomenda que a taxa de cesarianas não ultrapasse 15% dos partos, mas essa não é a realidade no Brasil. O país está entre os líderes mundiais em cesarianas, com cerca de 40% dos nascimentos ocorrendo por meio desse procedimento. Desde a década de 1970, o número de cesarianas tem aumentado continuamente no Brasil. Em 1990, a taxa já era de 27,1%, comparável a outros países com altos índices de cesarianas (Vicente et al., 2017).
Os médicos frequentemente recomendam a cesariana devido a condições médicas que realmente justificam a intervenção. Situações como descolamento prematuro de placenta, infecção por HIV, malformações fetais, sofrimento fetal crônico, cardiopatia materna, placenta prévia, desproporção cefalopélvica verdadeira e eclampsia são algumas das razões legítimas para a realização de uma cesariana. No entanto, o aumento significativo na taxa de cesarianas não tem sido acompanhado por uma melhoria correspondente nos benefícios para mãe e bebê, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. A OMS destaca que a cesariana é frequentemente usada de maneira inadequada e desordenada, sem uma justificativa médica sólida (Haddad; Cecatti, 2011).
Quando a cesariana é realizada sem indicação médica apropriada, os riscos aumentam tanto para a mãe quanto para o bebê. Para a parturiente, os riscos incluem hemorragias, embolia pulmonar, infecções puerperais, complicações anestésicas e até mesmo a morte materna. Para o recém-nascido, os riscos incluem problemas respiratórios, prematuridade iatrogênica, icterícia, anóxia e até mortalidade neonatal (Vicente et al., 2017).
Estudos recentes que analisaram complicações maternas associadas ao tipo de parto utilizaram uma amostra de 1.748 gestantes. Os resultados mostraram que 56,5% dos partos foram cesarianas e 43,5% foram partos normais. Entre as gestantes com mais de 35 anos, a taxa de cesarianas foi de 62,9%, indicando uma maior incidência desse tipo de parto em mulheres que podem apresentar mais complicações durante o trabalho de parto. Mulheres acima de 35 anos estão mais sujeitas a anormalidades clínicas (Haddad; Cecatti, 2011).
Desde 1998, o Sistema de Infecções Hospitalares do Sistema Único de Saúde tem monitorado o procedimento chamado “parto normal sem distocia realizado por enfermeiro obstetra”. Visando melhorar o atendimento, as portarias MS/GM 569, 570, 571 e 572 de 01 de junho de 2000 estabeleceram o programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Esse programa tem como objetivo proporcionar uma assistência obstétrica integral às gestantes e afirmar os direitos das mulheres. A humanização do atendimento é uma prioridade, garantindo que as gestantes e suas famílias recebam um cuidado digno e respeitoso durante todo o processo de parto (Vicente et al., 2017).
Período puerperal
O puerpério, cujo termo deriva do latim “puer”, que significa criança, e “parus”, que significa trazer à luz, é definido como o período do ciclo gravídico-puerperal. Durante essa fase, o organismo da mulher passa por uma série de transformações locais e sistêmicas provocadas pela gestação e pelo parto, com o objetivo de retornar à condição pré-gravídica. Este processo é fundamental para a recuperação pós-parto, permitindo que o corpo da mulher volte gradualmente ao seu estado anterior à gravidez (Brasil, 2001; Cunningham, 2016). Esse período de adaptação é essencial para a restauração das funções reprodutivas e de outros sistemas corporais, influenciando diretamente o bem-estar físico e emocional da mulher.
O puerpério, que se estende por aproximadamente seis a oito semanas após o parto, pode ser didaticamente segmentado em três períodos distintos: o puerpério imediato, que ocorre logo após a expulsão da placenta e dura do 1º ao 10º dia; o puerpério tardio, que se estende do 11º ao 45º dia; e o puerpério remoto, que se inicia a partir do 45º dia (Andrade et al., 2015).
Durante essas fases, o corpo da mulher passa por várias alterações fisiológicas específicas. No puerpério imediato, por exemplo, ocorre a involução uterina, onde o útero começa a diminuir de tamanho para retornar às suas dimensões pré-gestacionais. Além disso, há a expulsão de lóquios, uma secreção vaginal composta de sangue, muco e tecido placentário, e a modificação nas mamas, que se preparam para a amamentação. Essas mudanças são cruciais para a recuperação física da mulher e para a adaptação do seu corpo às novas demandas pós-parto (Andrade et al., 2015).
Ao longo da gestação, o útero sofre profundas modificações devido ao aumento do fluxo sanguíneo necessário para manter a gravidez e o desenvolvimento do feto. Após o parto, os vasos sanguíneos do útero reduzem-se de tamanho em decorrência da contração do miométrio, facilitando o retorno do útero às suas dimensões aproximadas anteriores à gravidez (Cunningham, 2016; Ravelli, 2014).
Esse processo de involução uterina é acompanhado pela eliminação de lóquios, uma secreção fisiológica constituída por transudatos, exsudatos, células escamosas e sangue. Inicialmente, os lóquios apresentam uma coloração avermelhada, conhecidos como lóquios rubros, sendo mais intensos nos primeiros dias após o parto. Com o passar do tempo, cerca de três a quatro dias depois, os lóquios tornam-se serosos, adquirindo uma coloração rosada ou amarronzada. Aproximadamente dez dias após o parto, os lóquios se tornam albos, com coloração amarelada ou esbranquiçada. Este processo de eliminação dos lóquios pode durar entre 24 e 36 dias, variando de mulher para mulher (Cunningham, 2016; Ravelli, 2008).
Além das mudanças físicas, o puerpério também envolve significativas alterações emocionais e psicológicas. As variações hormonais e a adaptação à nova rotina com o bebê podem afetar o estado emocional da mãe, sendo essencial o suporte familiar e profissional durante essa fase. A correta compreensão e manejo das mudanças fisiológicas e emocionais no puerpério são fundamentais para a promoção de uma recuperação saudável e a prevenção de complicações. O acompanhamento médico, associado ao apoio psicológico e social, desempenha um papel vital na saúde integral da mulher nesse período (Mazzo et al., 2014).
METODOLOGIA
Nesta pesquisa em questão, foi realizado um estudo descritivo com uma abordagem exploratória, utilizando um referencial teórico-metodológico baseado em pesquisa bibliográfica. O objetivo principal foi realizar um levantamento bibliográfico sobre os fatores de risco associados à infecção puerperal. Utilizando os descritores “trato genital”, “riscos de infecção” e “parto”, foram realizadas buscas nos bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e PubMed, resultando na identificação de 114 artigos. Os critérios de inclusão foram artigos que abordassem os fatores de risco da infecção puerperal após parto vaginal e/ou cesárea, em língua portuguesa ou inglesa, enquanto os artigos que tratavam de infecções virais adquiridas antes do parto foram excluídos. Após a seleção dos 114 artigos, 17 resumos foram escolhidos. Desses, 11 foram descartados por não estarem alinhados com o tema do estudo ou por não serem de acesso livre, resultando na inclusão de 6 artigos para análise.
Os procedimentos adotados para a coleta de dados neste estudo incluíram a leitura pré-textual, a leitura seletiva e, por fim, a leitura analítica. A leitura pré-textual proporcionou uma visão abrangente do tema em questão, ajudando a identificar se havia informações relevantes que atendam ao objetivo específico da pesquisa.
Assim, abordamos categorias preliminares no estudo com o intuito de esclarecer os objetivos da pesquisa. A intenção foi simplificar a compreensão das complicações associadas às infecções puerperais e destacar métodos preventivos. Dessa forma, asseguramos que a puérpera possa desfrutar de uma saúde satisfatória após o parto, beneficiando-se de um acompanhamento de saúde criterioso e seguro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As pesquisas realizadas revelaram que os principais fatores predisponentes para a infecção puerperal são: cesariana, presença de mecônio no líquido amniótico, duração do trabalho de parto, quantidade de toques vaginais, ruptura das membranas por mais de seis horas, uso de fórceps, partos assistidos por indivíduos sem treinamento adequado, emprego de material não esterilizado para laqueação, falta de acompanhamento pré-natal e ausência de banho no período pós-parto (Quadro 1).
Quadro 1: Disposição da divisão dos artigos sobre fatores de risco para infecção puerperal disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde e no PubMed.
Dos seis artigos selecionados para compor a amostra desta revisão, dois deles destacaram a obesidade como um fator de risco significativo para o desenvolvimento de infecção durante o período pós-cesariana. A obesidade, considerada um distúrbio crônico e multifatorial, resulta do desequilíbrio positivo entre a ingestão calórica e o gasto energético. Esse desequilíbrio leva ao acúmulo excessivo de tecido adiposo, manifestando-se principalmente pelo ganho de peso acima dos valores normativos para uma determinada altura (Misra; Straughen; Trudeau, 2013; Silva-del valle; Sánchez-villegas; Serra-majem, 2013; Zeng et al., 2013).
Além disso, a obesidade está associada a um maior risco de complicações cirúrgicas, como a deiscência da ferida e infecções do trato urinário. Mulheres obesas necessitam de acompanhamento rigoroso durante o período pós-parto para prevenir e tratar precocemente qualquer complicação. Estudos adicionais corroboram esses achados, destacando a obesidade como um fator predisponente significativo para infecções puerperais. Isso ocorre devido à circulação tecidual ineficaz, que pode levar ao acúmulo de hematomas e seromas. A presença de tecido subcutâneo espesso (mais de dois centímetros) também está associada a uma maior probabilidade de deiscência da ferida operatória (Silva et al., 2014; Ferreira, 2014).
Entre os fatores de risco para infecção puerperal, destacam-se o tempo prolongado de bolsa rota e o trabalho de parto prolongado. A ruptura das membranas, associada a um trabalho de parto prolongado e a um elevado número de toques vaginais, aumenta a probabilidade de contaminação da cavidade amniótica por microrganismos anaeróbicos e aeróbicos, tanto patogênicos quanto comensais (Rodrigues et al., 2008).
A bolsa rota prolongada, que ocorre quando as membranas que envolvem o feto rompem antes do início do trabalho de parto, expõe o ambiente intrauterino a microrganismos do canal vaginal. Este cenário pode resultar em corioamnionite, uma infecção das membranas fetais, que aumenta o risco de infecções neonatais e complicações maternas. A intervenção precoce e o uso de antibióticos profiláticos são estratégias essenciais para mitigar esses riscos (Ferreira, 2014).
Dois estudos mencionaram a presença de mecônio no líquido amniótico como um fator de risco para infecção puerperal. A presença de mecônio no líquido amniótico (MLA) é comum em partos de mulheres consideradas de risco habitual, com incidência entre 10% e 16%. Este cenário está vinculado a resultados adversos tanto para as mães quanto para os recém-nascidos, sendo um fator de risco para a invasão microbiológica do líquido amniótico. De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, a presença de mecônio no líquido amniótico deve aumentar a suspeita de infecção pós-parto em mulheres e seus bebês (Romero et al., 2014; Santos et al., 2016).
O mecônio, as primeiras fezes do recém-nascido, pode ser liberado no líquido amniótico durante o estresse fetal. Quando inalado ou ingerido pelo feto, pode causar síndrome de aspiração meconial, resultando em sérias complicações respiratórias. Além disso, a presença de mecônio é um indicador de sofrimento fetal, exigindo vigilância intensa durante o trabalho de parto e após o nascimento (Romero et al., 2014).
Outro fator analisado foi a deficiência imunológica, frequentemente associada às necessidades metabólicas da gravidez, ao diagnóstico de anemia durante a gestação e às perdas sanguíneas durante procedimentos cirúrgicos. Um estudo constatou que essas condições podem aumentar significativamente o risco de infecção puerperal (LIMA et al., 2014). A anemia, caracterizada pela redução da hemoglobina no sangue, compromete o transporte de oxigênio para os tecidos, debilitando o sistema imunológico e a capacidade do corpo de combater infecções.
Além disso, a duração prolongada da cirurgia cesariana foi identificada como um fator de risco para infecções. A exposição prolongada das estruturas internas ao ambiente externo aumenta os riscos de infecção na ferida operatória e nas estruturas subjacentes (Cruz, 2013). Essa exposição prolongada permite que microrganismos do ambiente hospitalar contaminem os tecidos internos, aumentando a probabilidade de infecções graves. Os tempos cirúrgicos prolongados estão frequentemente associados a procedimentos mais complexos, que podem envolver dificuldades técnicas ou condições maternas complicadas. O uso profilático de antibióticos e a adesão estrita às técnicas assépticas durante a cirurgia são cruciais para minimizar o risco de infecções. O monitoramento pós-operatório rigoroso é igualmente importante para a identificação precoce e o tratamento de qualquer sinal de infecção.
Após um parto cesáreo, é comum que ocorram complicações infecciosas, como febre, infecção na região da incisão cirúrgica, endometrite e infecção urinária, que afetam aproximadamente 8% das mulheres. Em casos mais graves, complicações como abscesso pélvico, bacteremia, choque séptico, fasciíte necrosante e tromboflebite podem ocorrer, podendo levar à mortalidade materna (Silva et al., 2014; Ferreira, 2014).
Para reduzir esses riscos, é fundamental que as puérperas recebam orientações detalhadas sobre os cuidados com a ferida operatória e a manutenção da higiene pessoal. Medidas preventivas, como o uso de antibióticos profiláticos antes da cesariana, técnicas estéreis durante a cirurgia e o acompanhamento pós-operatório rigoroso, desempenham um papel vital na redução das taxas de infecção. A educação contínua dos profissionais de saúde e a implementação de protocolos baseados em evidências são essenciais para garantir a segurança e o bem-estar das mães e dos recém-nascidos (LIMA et al., 2014; Cruz, 2013).
CONCLUSÃO
No Brasil, o modelo de assistência ao parto é amplamente reconhecido por um número excessivo de intervenções médicas, o que tem contribuído de forma significativa para o aumento das taxas de cesarianas e da morbimortalidade tanto materna quanto neonatal. A cesariana, definida como o nascimento de um bebê através de incisões cirúrgicas na parede abdominal e no útero, tornou-se cada vez mais frequente. Esse procedimento é muitas vezes visto como uma opção mais controlada e segura, especialmente em casos de complicações durante o trabalho de parto, mas sua popularização tem levado a um crescimento preocupante nas taxas de intervenções desnecessárias.
Com o crescimento da prática de cesarianas, observou-se também um aumento proporcional no número de infecções puerperais, que são infecções que surgem no aparelho genital após o parto. Essas infecções podem comprometer seriamente a recuperação da mãe e, em casos graves, podem levar a condições potencialmente fatais. A infecção puerperal é descrita como qualquer processo infeccioso que afeta a mãe, causado por bactérias presentes no trato genital e extragenital feminino. Essas infecções podem se manifestar desde o momento da ruptura das membranas amnióticas até 42 dias após o parto, representando um risco considerável para a saúde materna.
Essas infecções podem variar em gravidade, desde infecções leves que requerem tratamento mínimo até complicações graves que podem necessitar de intervenção médica intensiva. Sintomas comuns incluem febre, dor abdominal, secreção vaginal anormal e mal-estar geral. É essencial que as infecções puerperais sejam diagnosticadas e tratadas precocemente para evitar complicações mais sérias, como a sepse, que pode ser fatal se não for tratada a tempo.
Durante a condução da pesquisa, foram identificados dados substanciais sobre os fatores predisponentes de infecção no sítio cirúrgico em cesarianas durante o puerpério. Esses fatores incluem a obesidade, que pode complicar o processo de cicatrização; a ruptura das membranas, que expõe o útero a infecções; o trabalho de parto prolongado, que aumenta o tempo de exposição ao risco; a deficiência imunológica, que compromete a capacidade do corpo de combater infecções; e a duração da cirurgia, que está correlacionada com um maior risco de contaminação.
Além disso, a pesquisa revelou que o tema das infecções puerperais em cirurgias cesarianas ainda é relativamente pouco explorado na literatura científica. Apenas quatro artigos atenderam aos critérios estabelecidos para a pesquisa, e muitos dos textos disponíveis datavam de mais de uma década, o que dificultou o uso de referências atualizadas. Essa lacuna na literatura ressalta a necessidade de mais estudos contemporâneos e abrangentes sobre o assunto para melhor entender e combater essas infecções.
As políticas de saúde pública precisam ser revisadas para incentivar práticas de parto mais naturais e reduzir a dependência excessiva de cesarianas. Isso pode incluir o aumento do suporte para partos vaginais, a educação das gestantes sobre os riscos e benefícios de diferentes tipos de parto, e a melhoria das condições de trabalho para os profissionais de saúde para que possam oferecer um cuidado mais individualizado e baseado em evidências.
É importante destacar que o risco de infecção puerperal pode ser consideravelmente reduzido com a assistência adequada dos profissionais de saúde. Tanto no ambiente hospitalar quanto na atenção básica, é essencial que as puérperas recebam instruções claras e detalhadas sobre os cuidados com a ferida operatória e a manutenção da higiene pessoal. Essas orientações são cruciais para minimizar o risco de infecções e promover uma recuperação saudável e segura. Medidas preventivas, como o uso de antibióticos profiláticos antes da cesariana, técnicas estéreis durante a cirurgia e o acompanhamento pós-operatório rigoroso, também desempenham um papel vital na redução das taxas de infecção.
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¹Graduanda em Farmácia – UNIFG Enfermagem – UNEB Orcid: https://0009-0004-9979-8653. Email: alvesnaira104@gmail.com
²Graduado em Biomedicina Pós-graduado em Imagenologia (Medicina Nuclear) Auditoria em Saúde MBA Executivo em Gestão Hospitalar Orcid: https://0009-0009-5425-4536 Email: anselmossfilho@gmail.com
³Graduada em Biomedicina – UNINTA Pós-graduanda em Estética Avançada Orcid: https://orcid.org/0009-0006-8331-9691 Email: vitoriamoutta18@hotmail.com
4Graduado em Biomedicina – UNINTA Pós-graduando em Hematologia Clínica e Laboratorial Orcid: https://orcid.org/0009-0007-2792-4229 Email:srbrunoalves123@gmail.com
5Técnica em agricultura Orcid: https://0009-0006-5815-1356 Email: dacruzleaomariana@gmail.com
6Graduando em Medicina Orcid: https://orcid.org/0009-0008-4916-9540 Email: italojns.silva@gmail.com
7Graduando em Medicina Orcid: https://orcid.org/0009-0001-6431-3909 Email: lucasrobeerto231@hotmail.com
8Graduando em Medicina – UFCG. Orcid: https://orcid.org/0009-0005-8108-6719 Email: isaaclevi538@gmail.com
9Graduado em Enfermagem – UNINTA Mestrando em Biotecnologia – UNINTA Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3256-1139 Email: enfer.danilorodrigues@gmail.com
10Graduado em Biomedicina – UNINTA Pós-graduado em Patologia Clínica – FACUMINAS Mestrando em Biotecnologia – UNINTA Orcid: https://orcid.org/0009-0001-5597-2398 Email: jozeliobiomedico@gmail.com