RISCOS CLÍNICOS E CONTEXTUAIS EM CRIANÇAS PREMATURAS: REVISÃO NARRATIVA E PERSPECTIVAS DE PREVENÇÃO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410102113


Luana Franco Marques¹;
Nadia Cristina Valentini²;
Alessandra Bombarda Müller³.


RESUMO

O nascimento prematuro é uma das principais causas de mortalidade infantil e de alterações no desenvolvimento infantil em todo o mundo. Devido à imaturidade dos sistemas orgânicos e ao baixo peso ao nascer, crianças prematuras enfrentam uma combinação de fatores de risco clínicos e contextuais. A detecção precoce desses fatores é fundamental para oferecer cuidados adequados e reduzir complicações. Esta revisão de literatura busca descrever os principais fatores de risco clínicos e contextuais associados à prematuridade, suas repercussões no desenvolvimento infantil, e estratégias de prevenção. Método: Realizou-se uma busca online nas bases Medline, LILACS, Google Scholar, PubMed e SciELO, abrangendo publicações de 2000 a 2024. Selecionaram-se 69 artigos, um manual de intervenção precoce e sete documentos oficiais de órgãos governamentais e universidades. Esta revisão narrativa aborda os seguintes tópicos: (1) Fatores de risco e prematuridade, (2) Fatores de risco clínicos e neurodesenvolvimento de prematuros, (3) Fatores de risco contextuais e neurodesenvolvimento de prematuros, (4) Prevenção de riscos e desfechos indesejados. Para minimizar os danos à mãe e à criança, é essencial identificar precocemente os fatores de risco para o neurodesenvolvimento e adotar medidas preventivas. O acompanhamento longitudinal e a participação em programas de intervenção precoce são fundamentais para promover o desenvolvimento adequado e prevenir ou reduzir futuros transtornos.

Palavras-chave: Recém-nascido prematuro. Fatores de risco. Desenvolvimento da criança. Fatores de proteção. Desenvolvimento infantil. 

INTRODUÇÃO

O nascimento prematuro é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil em todo o mundo, estima-se que 15 milhões de bebês nascem prematuros, antes das 37 semanas de gestação, todos os anos. As causas mais recorrentes que levam a prematuridade incluem fatores de risco demográficos, genéticos, obstétricos, nutricionais, doenças crônicas, problemas psicossociais, infecções, e o acompanhamento pré-natal (BLENCOWE et al., 2013; DINIZ et al., 2011). Partos prematuros ocorrem também por indução, e os motivos que levam a essa necessidade, podem ser devido as condições maternas como por exemplo a pré-eclâmpsia/eclampsia, a hemorragia materna, o descolamento de placenta, a diabetes, e outras doenças crônicas anteriores à gravidez, como insuficiência renal ou cardíaca. Condições fetais como por exemplo o retardo de crescimento, oligo e polihidrâmnios, sofrimento e a morte fetal (PASSINI et al., 2014), são condições também para o parto prematuro.

Aproximadamente um milhão de crianças morrem a cada ano devido a complicações da prematuridade (OLIVEIRA et al., 2016). A prematuridade é a principal causa de morte em crianças com menos de 5 anos em todo o mundo e os índices só vem aumentando (RUBENS et al.,2014; WHO, 2016). O Brasil ocupa a 10ª posição dos países com o maior número de prematuridade, ainda segundo a OMS são 279 mil partos prematuros por ano no país (OMS, 2016), com uma taxa de 11,7% entre os nascidos vivos (LANSKY et al., 2014).  Sendo que no Brasil, a prematuridade é a causa de 70% dos óbitos em menores de um ano nas primeiras 24 horas de vida, configurando-se a principal causa de mortalidade infantil na primeira semana de vida em todas as regiões brasileiras (OLIVEIRA, 2016). A combinação da prematuridade e do baixo peso ao nascer (baixo peso < 2500g, muito baixo peso < 1500g, extremo baixo peso < 1000g), um risco inicial inerente à prematuridade, aumenta os riscos de mortalidade nesta população (DINIZ et al., 2011; WHO, 2016).

Destaca-se que a taxa de sobrevivência dessa população aumentou significativamente nas últimas décadas, como resultado de avanços nos cuidados perinatais e neonatais, bem como mudanças na abordagem de manejo hospitalar. No entanto, a sobrevida tem sido acompanhada por maiores taxas de desfechos clínicos adversos relacionados ao nascimento prematuro (YANG et al., 2021; TWILHAAR et al., 2021), os quais podem comprometer o desenvolvimento da criança ao longo da infância.

Ainda mais, em decorrência da imaturidade do sistema e do baixo peso ao nascer, crianças prematuras podem apresentar diversos fatores de risco combinados. Uma vez que essas crianças são clinicamente frágeis e podem sofrer maior morbimortalidade e maiores complicações no período perinatal entre elas, síndrome de sofrimento respiratório, hemorragia intraventricular, retinopatia do prematuro, complicações cardíacas como persistência do canal arterial, complicações intestinais como enterocolite necrotizante e outras (ZELKOWITZ, 2017).

Diversos fatores contextuais são reconhecidos riscos ao desenvolvimento da criança prematura, como por exemplo o ambiente em que a criança convive (PINO, 2010), o nível socioeconômico familiar (BRADLEY; CORWYN, 2002; HASS et al, 2022; VALENTINI et al., 2021), a idade materna (GONÇALVES; MONTEIRO, 2012), a educação formal dos pais (ANDRADE et al., 2005; PANCERI et al., 2020), os cuidados e hábitos parentais (PEREIRA; SACCANI; VALENTINI, 2016;), e a atenção fornecida a criança (BRASIL, 2011; ZAGO et al., 2017).

Esses fatores de risco afetam o desenvolvimento da criança ao longo dos anos iniciais, com repercussões, muitas vezes, permanentes. A identificação precoce dos mesmos é crucial para proporcionar cuidados adequados às crianças prematuras.  Portanto essa revisão de literatura tem como objetivo apresentar os principais fatores de risco clínicos e contextuais associados a prematuridade, as repercussões desses riscos para o desenvolvimento da criança, e as estratégias de prevenção.   

DESENVOLVIMENTO

Realizou-se uma busca online nas bases Medline, LILACS, Google Scholar, PubMed e SciELO, abrangendo publicações de 2000 a 2024. Selecionaram-se 69 artigos, um manual de intervenção precoce e sete documentos oficiais de órgãos governamentais e universidades. Esta revisão narrativa aborda os seguintes tópicos: (1) Fatores de risco e prematuridade, (2) Fatores de risco clínicos e neurodesenvolvimento de prematuros, (3) Fatores de risco contextuais e neurodesenvolvimento de prematuros, (4) Prevenção de riscos e desfechos indesejados.

1. Fatores de risco e prematuridade

O nascimento prematuro traz consigo diversas complicações responsáveis por mais de um milhão de mortes por ano e sendo 50% das mortes no período neonatal (WOOD et al., 2021).  A maioria dessas complicações é causada por órgãos e sistemas orgânicos que ainda não se desenvolveram ou amadureceram totalmente (BLENCOWE et al., 2013; RAMOS; CUMAN, 2009). Os desfechos clínicos adversos associados aos prematuros, principalmente aos extremos, incluem a síndrome do desconforto respiratório, displasia broncopulmonar, enterocolite necrosante, hemorragia peri-intraventricular, leucomalácia periventricular e retinopatia da prematuridade (GU et al., 2021; PANCERI et al., 2020; ROGERS; HINTZ, 2016; SARDA; SARRI; SIFFEL, 2021). Ainda as principais deficiências de desenvolvimento neurológico geralmente associado à hemorragias incluem paralisia cerebral, déficits visuais, déficits auditivos, atraso cognitivo e dificuldades comportamentais (GOTARDO et al., 2019).

Os desfechos neurocomportamentais e emocionais tendem a ser identificados mais tarde, depois dos primeiros anos de vida, na idade escolar, podendo persistir na idade adulta (GU et al., 2021; ROGERS; HINTZ, 2016; WILLIAMS; LEE; ANDERSON, 2010). Quando se trata de comprometimento do neurodesenvolvimento, são reportados atrasos cognitivos e sensorias (JANVIER; LORENZ; LANTOS, 2012), e atrasos cognitivos, motores e de linguagem (HASS et al., 2022; PANCERI et al., 2020, 2022; VALENTINI et al., 2021) os quais podem permanecer ao longo dos anos iniciais (PANCERI et al., 2022; VALENTINI et al., 2021).

Os riscos do prematuro após o nascimento são multifatoriais e soma-se aos diversos riscos estabelecidos nos períodos pré-natal e perinatais (ROGERS; HINTZ, 2016). No pré-natal, o diabetes materno, cuidados pré-natais inadequados, infecções maternas e desnutrição tem sido associado a desfechos de desenvolvimento e alterações neurológicas. No período perinatal, os desfechos atípicos no neurodesenvolvimento têm sido associados à baixa idade gestacional no nascimento, a instabilidade clínica, e a lesões cerebrais adquiridas, como hemorragia intraventricular ou lesão da substância branca.

Após o nascimento, complicações clínicas de longo prazo, como a necessidade de oxigênio suplementar ou alimentação por sonda tem sido relacionadas às taxas de deficiência (GU et al., 2021).  Dentre a deficiências em crianças prematuras, a paralisia cerebral é observada entre 9 e 18% (JARJOUR, 2015), o transtorno do espectro autista em 6.1% dos prematuros extremos, 2.6% dos prematuros moderados e 1.9% dos prematuros tardios (CRUMP; SUNDQUIST; SUNDQUIST, 2021), o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em aproximadamente 6% dos prematuros de forma geral (CRUMP; SUNDQUIST; SUNDQUIST, 2023), e o transtorno do desenvolvimento da coordenação em entre 19% e 40.4% das crianças prematuras (WILLIAMS; LEE; ANDERSON, 2010: DEWEY et al., 2019; VAN HOORN et al., 2021). Esses comprometimentos têm um impacto negativo significativo na vida da criança afetando o desempenho escolar e a socialização (DELOBEL-AYOUB et al., 2009; WILLIAMS; LEE; ANDERSON, 2010; SPITTLE et al., 2021). Fatores contextuais, como o menor nível socioeconômico da família e o pouco acesso a terapias de apoio ao desenvolvimento contribuem para a incidência de atipicidades no desenvolvimento (GU et al., 2021), esses fatores serão discutidos a seguir.

2. Fatores de risco clínicos adversos e o neurodesenvolvimento de prematuros

Devido à imaturidade de órgãos e sistemas, a prematuridade esta associada a uma série de fatores de riscos clínicos adversos, que tornam a criança vulnerável a atrasos e no desenvolvimento (TABILE; JACOMETO, 2017). Quanto maior o número de fatores de risco biológicos ou a combinação dos memos, maior será o comprometimento no desenvolvimento da criança (HALPERN et al., 2000; PEREIRA, SACCANI; VALENTINI, 2016).

Os fatores de risco biológicos estão relacionados aos eventos pré, peri e pós-natais e os mais recorrentes são as infecções maternas (SILVEIRA; TING, 2024; SILVA et al., 2021), a menor idade gestacional, o baixo peso ao nascer (LINHARES et al., 2000), o menor perímetro cefálico, e um baixo APGAR.           A menor idade gestacional, o baixo peso ao nascer (PORYO et al., 2018; ROSÁRIO et al, 2019), e o retardo do crescimento intra-uterino (FRANCIOTTI; MAYER; CANCELIER, 2010) são fatores associados a atrasos no neurodesenvolvimento. Crianças prematuras com menor idade gestacional e baixo peso demonstram escores motores (CHIQUETTI, 2020; COSTA-WILTGEN et al., 2023; PANCERI et al., 2020; VALENTINI et al., 2021), cognitivos e de linguagem (HASS et al., 2022; VALENTINI et al., 2021) menores que seus pares ao longo dos primeiros anos de vida. Outro fator de risco é o menor perímetro cefálico e possíveis alterações no crescimento encefálico no período neonatal; esses parâmetros permitem identificar neonatos com risco de comprometimento no neurodesenvolvimento (RUGOLO, 2005; QUERO et al., 2004).

A menor idade gestacional e o baixo peso ao nascer peso, são fatores que predispõem o prematuro a sepse, infecção bacteriana invasiva que ocorre durante o período neonatal. A sepse tem sido associada a fator de risco para o atraso do desenvolvimento motor e paralisia cerebral (MIKKOLA et al., 2005). Por exemplo, em um estudo que investigou a associação entre a sepse neonatal e alteração do neurodesenvolvimento aos 24 meses de idade corrigida em uma coorte de prematuros extremos, demonstrou que as crianças que desenvolveram sepse neonatal apresentavam três vezes mais chances de desenvolver paralisia cerebral (FERREIRA; MELLO; SILVA, 2014).

Outro fator relevante é o APAGAR. Um baixo escore no APGAR no quinto minuto é associado a um desfecho clínico adverso desfavorável no período neonatal e a escores mais pobres de neurodesenvolvimento (VALENTINI et al., 2021) e alterações neurológicas (BALLARDINI et al., 2014). Em um estudo com bebês prematuros o baixo índice de APGAR no quinto minuto foi associado a necessidade de ventilação mecânica, alterações neurológicas, e ultrassonografia craniana anormal (BALLARDINI et al., 2014). Em outro estudo, Valentini et al (2021) demonstrou que os escores baixos do APGAR no quinto minuto estavam associados ao longo de 24 meses a escores mais pobres motores em prematuros extremos, e cognitivos em prematuros moderados/tardios.  Em outro estudo Panceri et al (2020), evidenciou que o APGAR no quinto minuto compôs o modelo latente de fatores adversos que afetam o desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem de crianças prematuras.

Ao longo do período neonatal as hemorragias peri-intraventriculares e leucomalácia periventricular são lesões cerebrais comuns em bebês prematuros (SILVEIRA; PROCIANOY, 2005, 2012). A hemorragia peri-intraventricular é considerada um importante causa de morbimortalidade, sendo uma das principais afecções neurológicas que acometem o recém-nascido prematuro causando sequelas neuropsicomotoras, paralisia cerebral, e ou déficit cognitivo e comportamental (CHRISTIAN et al., 2016; CIZMECCI et al., 2019; VALENTINI et al, 2021; PANCERI et al., 2020).  O efeito devastador deste fator de risco pode ser observado em dois recentes estudos.  Panceri et al (2020), demonstrou que   a hemorragia periventricular foi a variável mais forte no modelo latente de fatores clínicos adversos que afetam o desenvolvimento cognitivo, motor e de linguagem de prematuros. Valentin et al (2021) evidenciou que associações são observadas entre este fator de risco e o desenvolvimento cognitivo para prematuros extremos ao longo dos primeiros 24 meses de vida. Em consequência das hemorragias, crianças prematuras são clinicamente frágeis e podem sofrer maior morbimortalidade (ZELKOWITZ, 2017).

Outro fator de risco é a enterocolite necrosante neonatal, a enterocolite é uma síndrome caracterizada por distensão abdominal, vômitos biliosos e hematoquezia. Representa a pior e mais letal complicação gastrintestinal nas unidades de tratamento intensivo neonatal, sua incidência é inversamente proporcional à idade gestacional, acometendo 5 a 15% dos recém-nascidos prematuros. Dos sobreviventes, 50% desenvolvem complicação crônica, sendo as duas mais comuns a estenose intestinal e a síndrome do intestino curto. A atenção a essa população requer observação minuciosa para identificação precoce de eventos desfavoráveis e comprometimentos no desenvolvimento (VIEIRA; LOPES, 2003; NEVES et al., 2009).

A fragilidade da criança prematura a predispõem a estes desfechos clínicos adversos comprometendo sua saúde e desenvolvimento. A identificação precoce dos fatores de risco biológicos e clínicos em crianças prematuras é fundamental para promover intervenções que possam minimizar potenciais impactos negativos em seu desenvolvimento. Detectar esses fatores desde os primeiros dias de vida permite que os profissionais de saúde adotem estratégias preventivas e personalizadas, ajudando a reduzir complicações de longo prazo e a melhorar a qualidade de vida dessas crianças. Além disso, o monitoramento contínuo e a avaliação dos riscos biológicos e clínicos possibilitam uma melhor compreensão dos desafios enfrentados por essa população, facilitando a criação de políticas de saúde mais eficazes e a otimização dos cuidados oferecidos. Portanto, a ênfase na detecção precoce desses riscos se mostra essencial para apoiar o desenvolvimento saudável e maximizar o potencial de cada criança prematura.

3. Fatores de risco contextuais e o neurodesenvolvimento de prematuro

Além da imaturidade de órgãos e sistemas, a prematuridade esta associada a uma série de fatores de riscos ambientais que ao combinarem-se com fatores clínicos adversos tornam a criança prematura ainda vulnerável para atrasos no desenvolvimento (PANCERI et al., 2020; VALENTINI et al, 2021).

Alguns fatores contextuais tem ao longo dos ultimas décadas demonstrado resultados robustos de associações com o desenvolvimento de prematuros, destaca-se o ambiente hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTINeo) nos primeiros meses de vida (PANCERI et al., 2020), o período extensivo no ambiente hospitalar (PANCERI et al 2012), a idade materna (GONÇALVES; MONTEIRO, 2012), o nível socioeconômico familiar (BRADLEY; CORWYN, 2002), a educação formal dos pais (ANDRADE et al., 2005) são fatores ambientais relevantes para o desenvolvimento infantil de prematuros. Ainda mais, a saúde materna e as consultas pré-natais (VALENTINI et al 2021), as interações entre pais e filhos (VALENTINI et al., 2021) bem como a interrupção da amamentação (HASS et al., 2022) também são fatores essenciais associados ao neurodesenvolvimento do prematuro.

Em relação ao ambiente hospitalar, a UTINeo é o primeiro ambiente a qual a criança prematura de risco está exposta, muitas. A sobrevida de recém-nascido prematuro de risco acarreta um período de hospitalização prolongado na UTINeo, o qual expõem o recém-nascido a uma serie de procedimentos que embora necessários para a manutenção da vida do prematuro podem repercutir negativamente no desenvolvimento, por exemplo ao excesso de manipulação, o repouso inadequado, a luminosidade e sons intensos, a estimulação sensorial inadequada. Esse tratamento altamente especializado, do qual depende a sobrevivência da criança, esta associado ao aumento da incidência de distúrbios neuromotores (GIANCHETTA et al., 2010; PANCERI et al., 2012; SILVA et al., 2021) e de atrasos no desenvolvimento cognitivo e motor entre os prematuros (HASS et al 2022; VALENTINI et al., 2021). 

Os fatores socioeconômicos também podem influenciar o desenvolvimento de crianças prematuras, tais como o ambiente que vivem e as características de seus familiares. Para um ambiente ser considerado de qualidade adequada para o desenvolvimento infantil ele deve oferecer relacionamentos sustentadores, promoção da segurança física, proteção contra doenças, suprimento das necessidades básicas, além de experiências diversificadas (ANDRADE et al., 2005). Há várias décadas a baixa renda familiar (HASS et al., 2022; PANCERI et al., 2020; VALENTINI et al., 2021) e a menor escolaridade dos pais (PANCERI et al 2020; Valentini et al., 2021) são fatores que se associam negativamente ao desenvolvimento da criança. Nos últimos anos, outros fatores contextuais como por exemplo o conhecimento parental sobre o desenvolvimento da criança (HASS et al., 2022), o número de irmãos que convivem na mesma casa e  dividem a atenção da mãe ao prematuro (VALENTINI et al., 2021), as praticas parentais diárias (HASS et al., 2022; VALENTINI et al., 2021), e a organização do ambiente domestico com objetos e estímulos adequados ao desenvolvimento (HASS et al., 2022) são elementos que impactam no neurodesenvolvimento da criança prematura em diferentes dimensões (FILHO; MEDEIROS; LAMY, 2011; SILVA et al., 2014; SILVA; MAGALHÃES, 2011).

A idade materna e outro fator de risco contextual relevante. Adolescentes e mulheres com 35 anos geralmente estão suscetíveis a resultados perinatais adversos e morbidade e mortalidade materna. Estão relacionados à gravidez precoce, os riscos aumentados ao recém-nascido de baixo peso ao nascer, deficiências de micronutrientes e restrição do crescimento intra-uterino, levando a alterações na evolução dessa gestação e no crescimento fetal e consequente repercussão negativa no neurodesenvolvimento. Nas mulheres com gestação tardia, assim como os riscos citados na gravidez na adolescência, também se observa maior risco para mortalidade perinatal, síndromes hipertensivas, ruptura prematura de membranas, presença de diabetes, maior chance do índice de APGAR no quinto minuto ser menor que sete (GRAVENA et al., 2013), esses fatores estão também associados a atrasos no neurodesenvolvimento.

A duração da amamentação exclusiva é um fator contextual de risco ou de proteção importante ao recém-nascido prematuro (NASCIMENTO et al., 2021). Iniciar a amamentação na primeira hora após o parto estimula a produção de ocitocina, previne episódios de hemorragias no pós-parto, acelerando o processo de involução uterina e diminuindo o risco de anemia. As evidências apontam que a lactação diminui a incidência e/ou a gravidade de diarreia, enterocolite necrotizante, alergias, doenças infecciosas e respiratórias, leucemia entre outras doenças (BASTIAN; TERRAZZAN, 2015; GRADIM et al., 2011). A amamentação continuada possibilita o desenvolvimento de vínculo mãe-bebê em crianças potencializando o desenvolvimento da criança (HASS et al., 2022). Estudos também demonstram a relação positiva entre o aleitamento e o desenvolvimento cognitivo (TOMA; REA, 2008; VIEIRA et al., 2016), e motor, como por exemplo na aquisição do engatinhar (ESCAMILLA, 2011) e a preensão em pinça (DEWEY et al., 2001; VESTERGAARD et al., 2001).

Destaca-se ainda que outro fator contextual é o acompanhamento pré-natal. O comparecimento às consultas de pré-natal permite o diagnóstico e o tratamento de complicações durante a gestação e a consequente redução ou eliminação de riscos passíveis de serem corrigidos, como as infecções congênitas. Por exemplo Valentini et al (2021) demonstram que um o maior número de consultas pré-natal estava associado ao melhor desenvolvimento longitudinal de linguagem de crianças muito prematuras.

A identificação precoce dos fatores ambientais de risco em crianças prematuras é essencial para proporcionar um suporte adequado e promover um ambiente propício ao desenvolvimento saudável. Aspectos como o ambiente familiar, a exposição a toxinas, e o acesso a cuidados de saúde de qualidade podem influenciar significativamente o crescimento e o desenvolvimento dessas crianças. Detectar esses fatores permite a implementação de intervenções que mitigam riscos e otimizam as condições de vida, auxiliando na prevenção de possíveis complicações a longo prazo. Além disso, a atenção a esses fatores contribui para o fortalecimento de redes de apoio e para o desenvolvimento de políticas públicas que visem à proteção e ao bem-estar de crianças vulneráveis. Assim, a análise e intervenção sobre os fatores ambientais se revelam indispensáveis para assegurar um futuro mais saudável para crianças nascidas prematuramente.

4. A prevenção de riscos e desfechos indesejados

A prematuridade e o baixo peso ao nascer são fatores determinantes de mortalidade infantil, vários fatores de risco podem ser minimizados por um sistema efetivo de prevenção do planejamento à gestação, e ao longo do período pré-natal e dos primeiros anos de vida das crianças prematura.

Em se tratando do planejamento para a gestação, uma vez que as dolescentes e mulheres com 35 anos geralmente estão suscetíveis a resultados perinatais adversos e morbidade e mortalidade materna, esses grupos etários devem ser o foco de programas de planejamento familiar, promoção da saúde e implementação de políticas públicas (PEREIRA et al., 2015, 2020). 

Uma vez que a vida intrauterina tem forte influência nas condições de saúde no nascimento, no período neonatal e nos problemas crônico-degenerativos ao longo da vida do indivíduo, como a diabetes mellitus, as doenças cardiovasculares, e as psicopatologias (BRASIL, 2011a); e, que a exposição as doenças da mãe na vida intrauterina também afetam o desenvolvimento da criança (COSTA-WILTGEN et al., 2023)  a prevenção deve iniciar no período pré-natal. Neste período o aconselhamento sobre dieta saudável e nutrição ideal; o uso de álcool, drogas e outras substâncias; as medições fetais, incluindo o uso de ultrassom; e um mínimo de oito contatos com profissionais de saúde durante a gravidez para identificar e controlar outros fatores de risco, como infecções são essenciais para identificar e controlar outros fatores de risco, como infecções.

Durante o parto e período neonatal, o fornecimento de injeções de esteroides, antibióticos para tratar infecções neonatais os cuidados com a mãe, a inserção das mães em programas canguru (contato pele a pele), o incentivo a amamentação frequente, e o acompanhamento do desenvolvimento do bebê prematuro (WHO, 2016) possibilita a atenção de qualidade e humanizada sendo essencial para a saúde materna e da criança prematura, e para a identificação de problemas e riscos em tempo oportuno para intervenção (BRASIL, 2014). Durante este período de grande vulnerabilidade, a criança necessita de cuidados especiais com atuação integral e qualificada de proteção social e de saúde (RUBENS et al., 2014). A promoção do aleitamento materno exclusivo deve já iniciar neste período, ser incentivas a ser exclusiva por 6 meses subsequentes, e complementar até os dois anos ou mais (BASTIAN; TERRAZZAN, 2015; GRADIM et al., 2011).

As ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dirigida a mãe-bebê influenciam na condição de saúde da criança e são efetivas na redução da mortalidade e morbidade infantil, e, portanto, devem ser conduzidas por equipe multidisciplinares no pré-natal e neonatal, e ao longo dos anos iniciais. Por exemplo, uma das estratégias criadas pelo Ministério da Saúde em 2011, a fim de reduzir as taxas de morbimortalidade materna e infantil, sobretudo a neonatal, foi a Rede Cegonha. Trata-se de uma rede de cuidados com a finalidade de assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis (UNA-SUS, 2015; ANDRADE et al., 2016). A Rede Cegonha prioriza o acesso ao pré-natal de qualidade, a garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, a vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro, segurança na atenção ao parto e nascimento, atenção à saúde das crianças de zero a 24 meses com qualidade e resolutividade, além de acesso às ações do planejamento reprodutivo (BRASIL, 2009, 2011, 2017).

Outra medida preventiva de proteção do desenvolvimento infantil, a qual tem sido utilizada no cuidado do recém-nascido prematuro é o método canguru. Este método, o qual consiste em expor a criança ao contato pele a pele precoce com a mãe, tem o como objetivo potencializar a atenção da criança e reduzir o tempo de permanência hospitalar e consiste no (BRASIL, 2017). A literatura aponta diversos benefícios do método, entre eles, melhora do relacionamento da entre mãe-filho, mantém a temperatura da criança, melhora a qualidade do neurodesenvolvimento, favorece a estimulação sensorial adequada, desenvolvimento na movimentação espontânea e tônus muscular, estímulo ao aleitamento materno precoce, ganho de peso e um menor tempo dentro da UTI, diminui risco de infecção hospitalar, atenua estresse, dor e o tempo de choro, entre outro (HENNING et al., 2006; SILVA; GARCIA; GUARIGLIA, 2013).

Outro fator extremamente importante na prevenção é detectar alterações no desenvolvimento durante o primeiro ano de vida. Alterações no neurodesenvolvimento podem ser indicativo para problemas cognitivos, motores e de linguagem a médio e longo prazo (HASSANO, 2011; PANCERI et al., 2020; VALENTINI et al 2021; COSTA-WILTGEN et al., 2023). A integridade de sistema pode ser estimada por meio de avaliações do neurodesenvolvimento, a aquisição ou não de marcos específicos são indicadores importantes para o acompanhamento do desenvolvimento e da saúde integral da criança. Quanto mais precocemente forem detectadas essas alterações, maior será a probabilidade de detecção de atrasos, e maiores serão as chances de intervir de forma efetiva, possibilitando o desenvolvimento adequado dessas crianças (SILVEIRA et al., 2021).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identificação precoce das condições de risco para o neurodesenvolvimento em crianças prematuras é mais do que uma medida preventiva; é um compromisso com o futuro delas e de suas famílias. Agir cedo significa proporcionar à criança não apenas uma chance de desenvolvimento saudável, mas também reduzir o peso emocional e físico para as mães e familiares. Medidas preventivas eficazes são capazes de minimizar complicações e melhorar a qualidade de vida, assegurando que essas crianças tenham oportunidades de crescer e se desenvolver. O acompanhamento longitudinal e a inserção em programas de intervenção precoce não são apenas recomendados, mas essenciais para transformar vulnerabilidades em oportunidades. Ao mobilizarmos recursos e apoio para essas crianças desde o início, investimos em um futuro em que elas possam superar os desafios da prematuridade e alcançar seu pleno potencial. Cada ação preventiva e cada acompanhamento próximo representam uma esperança renovada de um desenvolvimento pleno e livre de limitações.

REFERÊNCIAS

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1Fisioterapeuta e Mestra em Ciências do Movimento Humano na Escola Superior de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2Ph.D. Health and Human Performance. Professora titular da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
3Doutora em Ciências do Movimento Humano na Escola Superior de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora titular na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).