REVISÃO NARRATIVA SOBRE O MANEJO DA DOR ONCOLÓGICA EM CUIDADOS PALIATIVOS: CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM

NARRATIVE REVIEW ON THE MANAGEMENT OF CANCER PAIN IN PALLIATIVE CARE: NURSING CONTRIBUTIONS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202506031713


Francinara Ester de Oliveira Sant`´Ana1
Luciana Soares Rodrigues2
Polliana Lucio Lacerda Pinheiro3
Talita Ingrid Magalhães Silva4
Ivani Pose Martins5
André Carvalho Costa6


RESUMO 

A dor oncológica é um dos principais desafios enfrentados no contexto dos cuidados paliativos, exigindo intervenções qualificadas que promovam conforto e qualidade de vida aos pacientes. Este estudo teve como objetivo analisar as contribuições da enfermagem no manejo da dor de pacientes oncológicos em cuidados paliativos, destacando as principais estratégias utilizadas. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com abordagem qualitativa, realizada nas bases Google Scholar, SciELO e PubMed, no período de 2010 a 2025. A busca foi conduzida utilizando os descritores “terminal cancer”, “pain management”, “nursing staff” e “palliative care”, combinados com o operador booleano AND, em português, espanhol e inglês. Foram incluídos estudos que abordaram intervenções analgésicas realizadas por profissionais de enfermagem em pacientes oncológicos, excluindo-se aqueles relacionados a outras patologias, artigos não disponíveis na íntegra e duplicados. Os resultados evidenciaram que as intervenções de enfermagem são fundamentais no alívio da dor, por meio de práticas como a administração segura de analgésicos, cuidados não farmacológicos, suporte emocional e comunicação efetiva com pacientes e familiares. Além disso, destacou-se a importância do respeito à autonomia e da humanização no cuidado. Contudo, a atuação da enfermagem no manejo da dor oncológica em cuidados paliativos é indispensável para garantir uma assistência integral e de qualidade, embora ainda existem desafios relacionados à capacitação profissional e à padronização de protocolos específicos.

Palavras-chave: Câncer terminal. Manejo da dor. Equipe de enfermagem. Cuidados paliativos.

ABSTRACT 

Oncologic pain is one of the main challenges faced in the context of palliative care, requiring qualified interventions that promote comfort and quality of life for patients. This study aimed to analyze the contributions of nursing in the management of pain in cancer patients under palliative care, highlighting the main strategies used. This is a narrative literature review with a qualitative approach, conducted in the Google Scholar, SciELO, and PubMed databases, covering the period from 2010 to 2025. The search was carried out using the descriptors “terminal cancer,” “pain management,” “nursing staff,” and “palliative care,” combined with the Boolean operator AND, in Portuguese, Spanish, and English. Studies that addressed analgesic interventions performed by nursing professionals in cancer patients were included, while those related to other pathologies, articles not available in full text, and duplicates were excluded. The results showed that nursing interventions are fundamental in pain relief through practices such as the safe administration of analgesics, non-pharmacological care, emotional support, and effective communication with patients and families. Furthermore, the importance of respecting autonomy and humanization in care was highlighted. However, the role of nursing in the management of oncologic pain in palliative care is essential to ensure comprehensive and quality assistance, although challenges related to professional training and the standardization of specific protocols still exist.

Keywords: Terminal cancer. Pain management. Nursing staff. Palliative care.

1  INTRODUÇÃO 

A dor constitui uma das queixas mais frequentes entre pessoas com câncer, especialmente nos estágios mais avançados. Estimativas indicam que mais de 50% dos indivíduos com neoplasias metastáticas ou terminais apresentam dor de moderada a intensa, e muitas vezes não é aliviada da forma adequada. Em grande parte, isso ocorre, pelo fato dos profissionais que lidam com esse problema e os próprios doentes, negligenciarem que o sintoma doloroso é uma experiência subjetiva, dinâmica e multifatorial, com aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais interligados, que demanda uma abordagem terapêutica individualizada e interdisciplinar (Lima et al., 2013).

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou mais de 700 mil novos casos de câncer para o triênio 2023–2025. Com o envelhecimento populacional e o aumento da sobrevida de pacientes oncológicos, cresce também a demanda por cuidados contínuos e paliativos, especialmente no manejo da dor (INCA, 2023). Dados apontam que entre 30% e 40% dos pacientes oncológicos em fases iniciais e intermediárias enfrentam dor não controlada, número que se eleva para aproximadamente 75% entre aqueles em fase terminal (Morikawa et al., 2023). A dor oncológica mal manejada acarreta não apenas sofrimento intenso e consequentemente perda da qualidade de vida, mas também diversas repercussões fisiológicas negativas como: alterações hemodinâmicas, retenção hídrica, estados pró-trombóticos, disfunção respiratória, lentificação do trânsito intestinal e imunossupressão, além do risco de cronificação do quadro doloroso (Oliveira; Palma; Cunha, 2016).

Apesar dos avanços terapêuticos, a dor permanece como um dos principais desafios na prática clínica oncológica. A oferta limitada de cuidados paliativos, somada à subutilização de intervenções baseadas em evidências, contribui para a manutenção de um cenário de sofrimento evitável. Além disso, as repercussões da dor transcendem o indivíduo enfermo, pois os familiares e cuidadores, frequentemente vivenciam sofrimento emocional, estresse e sobrecarga, o que compromete a rede de apoio e agrava o sofrimento global do núcleo social envolvido (Knaul et al., 2018; INCA, 2012; APED, 2019).

Outro ponto de destaque é com relação aos termos econômicos, já que a má gestão da dor contribui para o aumento da utilização de serviços de emergência, hospitalizações recorrentes e uso excessivo de medicamentos, impactando diretamente os custos da saúde pública e a eficiência dos serviços. Nesse contexto, a atuação da enfermagem se mostra essencial para o manejo eficaz da dor, uma vez que esses profissionais estão diretamente envolvidos no cuidado contínuo, monitoramento de sintomas e implementação de estratégias terapêuticas. (Knaul et al., 2018; INCA, 2012; APED, 2019).

Considerando a elevada prevalência da dor entre pacientes com câncer em cuidados paliativos e os impactos negativos de seu manejo inadequado, este estudo teve como questão norteadora: quais intervenções podem ser realizadas pelo enfermeiro no manejo da dor em pacientes oncológicos em cuidados paliativos?

Dessa forma, o objetivo foi analisar as principais intervenções de enfermagem voltadas ao controle da dor em pacientes com câncer em cuidados paliativos, com ênfase em sua eficácia e repercussões sobre a qualidade de vida. A relevância da temática se justifica pela necessidade de fortalecer práticas fundamentadas em evidências, que contribuam para um cuidado mais humanizado, resolutivo e alinhado às necessidades dos pacientes em fim de vida. 

2  METODOLOGIA 

Esta revisão narrativa consiste em um tipo de publicação ampla, apropriada para descrever e discutir o desenvolvimento ou o “estado da arte” de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou contextual (Bernardo; Nobre; Jatene, 2004). Constituem, basicamente, de análise da literatura publicada em livros, artigos de revista impressas e/ou eletrônicas na interpretação e análise crítica pessoal do autor.   As buscas foram realizadas entre os meses de abril e maio de 2025, nas bases de dados: PubMed, Google Scholar e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), em português e inglês, com o uso do operador booleano “AND”. Os truncamentos em português foram: “Câncer terminal”, AND “Manejo da dor”, AND “Equipe de enfermagem”, AND “Cuidados paliativos”. Já em inglês: Terminal cancer”, AND “Pain management”, AND “Nursing staff”, AND “Palliative care”. A seguir, o quadro abaixo, apresenta as bases de dados pesquisadas e seus respectivos filtros:

Quadro 1 – Bases de Dados e Descritores

Fonte: dados da pesquisa, 2025.

Após a utilização dos filtros nas bases escolhidas e eliminação dos artigos que estavam duplicados, foi feita a leitura dos títulos e análise preliminar dos resumos. Os estudos que não estavam de acordo com as perguntas propostas pelo presente trabalho, foram removidos. Na sequência foi feita a leitura completa dos estudos elegíveis e aplicou-se os critérios de inclusão e exclusão previamente determinados. 

Com relação a esses critérios, poderiam ser incluídos os artigos de revisão sistemática, ensaios clínicos controlados, estudos observacionais e de revisão bibliográfica. Além disso, deveriam apresentar, como temática principal, a utilização de terapias analgésicas, aplicadas por profissionais de enfermagem, em pacientes oncológicos. Foram excluídos estudos que abordavam a aplicação de cuidados na dor de pacientes com outras patologias que não fosse o câncer e estudos nos quais o texto não estava disponível gratuitamente na íntegra. 

A busca eletrônica resultou na identificação de 125 artigos. Destes, oito eram duplicados e foram removidos. Dos 117 artigos restantes, 13 foram excluídos por apresentarem conteúdo sobreposto, 59 por não atenderem aos critérios de inclusão e 39 por abordarem temáticas que divergiam do foco do presente estudo. Por fim, apenas seis artigos foram selecionados para discussão, conforme apresentado no fluxograma abaixo. 

Fluxograma 1 – Estudos selecionados para discussão

Fonte: elaborado pela autora, 2025.

3  RESULTADO  

Quadro 2 – Descrição dos estudos selecionados

Fonte: dados da pesquisa, 2025.

4  DISCUSSÃO

A assistência em cuidados paliativos demanda uma abordagem integral, orientada para a promoção da qualidade de vida de pacientes com doenças potencialmente letais, sendo a dor oncológica um dos sintomas mais prevalentes e debilitantes nesse contexto. Sua natureza multifatorial e complexa exige dos profissionais de enfermagem competências específicas para uma avaliação minuciosa e um manejo terapêutico eficaz (Lima et al., 2023). No entanto, a aplicação prática desses conhecimentos apresenta desafios importantes, especialmente no cenário brasileiro, marcado por desigualdades regionais e fragilidades na estrutura dos serviços de saúde.

A compreensão dos tipos de dor – nociceptiva, neuropática e nociplástica – constitui um elemento fundamental para orientar a conduta clínica adequada. A dor nociceptiva, comumente associada a lesões teciduais, e a neuropática, resultante de alterações no sistema nervoso, requerem estratégias terapêuticas distintas. Já a dor nociplástica, caracterizada por uma nocicepção alterada sem evidência de lesão, envolve mecanismos neurofisiológicos complexos, como a hiperexcitabilidade e a disfunção inibitória do sistema nervoso central, sendo frequentemente associada a sintomas como fadiga, alterações no sono e impacto emocional significativo (Buitrago et al., 2019). Embora essa classificação seja amplamente aceita, sua aplicação na prática clínica nem sempre ocorre de forma adequada, sobretudo pela dificuldade na diferenciação diagnóstica e pela ausência de protocolos bem estabelecidos em muitas unidades de saúde no Brasil.

A avaliação da dor, embora fundamental, ainda é realizada de maneira insuficiente em diversos contextos assistenciais. Muitos profissionais restringem-se à mensuração da intensidade, negligenciando aspectos qualitativos essenciais, como localização, fatores desencadeantes e resposta a intervenções anteriores. León et al. (2019) destacaram que pacientes com dor leve frequentemente permanecem subtratados, evidenciando falhas na triagem e no uso adequado de analgésicos não opioides. Tal realidade reflete também o contexto brasileiro, onde estudos mostram que a utilização sistemática de escalas de avaliação da dor é limitada, especialmente na atenção primária e em hospitais públicos (Lima et al., 2023). Esse déficit compromete não apenas a qualidade do cuidado, mas também a segurança do paciente, perpetuando a dor não tratada como um problema crônico.

Embora existam avanços na compreensão sobre o manejo farmacológico, persistem controvérsias importantes. González et al. (2020) recomendam o uso de AINEs e paracetamol para dores associadas a processos inflamatórios e metástases ósseas, alertando para o seu efeito teto, que limita a eficácia com o aumento da dose. No entanto, a revisão sistemática de Haywood et al. (2015) questiona a efetividade dos corticosteroides no controle da dor oncológica, apontando que, além de benefícios limitados, há riscos de efeitos colaterais significativos, sobretudo em uso prolongado. Essa divergência reforça a necessidade de uma abordagem crítica e individualizada por parte dos enfermeiros, especialmente no Brasil, onde o acesso a medicamentos pode ser irregular e muitas vezes restrito, exigindo que as decisões terapêuticas considerem não apenas as evidências científicas, mas também as condições socioeconômicas e estruturais do paciente.

Adicionalmente, a analgesia multimodal, amplamente defendida para o manejo de dores neuropáticas e viscerais, exige dos profissionais conhecimentos aprofundados sobre a farmacodinâmica e farmacocinética dos medicamentos, bem como suas possíveis interações e efeitos adversos. A formação dos enfermeiros brasileiros, entretanto, muitas vezes não contempla de forma suficiente esses aspectos, o que pode comprometer a qualidade do cuidado prestado (Lima et al., 2023). Tal lacuna educacional demanda o fortalecimento da educação continuada e da capacitação técnica específica para o manejo da dor oncológica.

As intervenções não farmacológicas também emergem como componentes relevantes no manejo da dor, especialmente em cuidados paliativos. A metanálise de Yan et al. (2025), envolvendo 17 ensaios clínicos, demonstrou que terapias como massoterapia, reflexologia, acupressão, acupuntura e aromaterapia proporcionam alívio significativo da dor oncológica. Contudo, os próprios autores alertam para a heterogeneidade moderada a alta dos estudos, que compromete a consistência das evidências, especialmente no caso da acupressão e da acupuntura, cujos efeitos foram significativos, mas acompanhados de alta variabilidade metodológica (I² = 67% e 88%, respectivamente). Tal limitação impõe cautela na generalização dos achados, especialmente no Brasil, onde a oferta dessas terapias integrativas é ainda incipiente e majoritariamente concentrada em centros urbanos de maior porte, com acesso restrito nas regiões Norte e Nordeste.

Outra lacuna importante na literatura é a ausência de críticas robustas à qualidade metodológica dos estudos incluídos. Muitas das revisões, inclusive aquelas citadas nesta discussão, não realizam avaliações sistemáticas do risco de viés, o que fragiliza a confiabilidade dos resultados e dificulta sua aplicação na prática clínica (Haywood et al., 2015; Yan et al., 2025). Além disso, a maioria dos estudos concentra-se em contextos hospitalares, sendo escassas as investigações sobre o manejo da dor no domicílio e na atenção primária, que constituem cenários predominantes no cuidado paliativo no Brasil.

Outro ponto negligenciado em parte da literatura é o impacto das práticas culturais e das crenças sobre a dor no manejo realizado pela enfermagem. No Brasil, ainda há resistência cultural ao uso de opioides, associada ao estigma e ao medo de dependência, o que pode limitar a adoção de condutas farmacológicas eficazes (Lima et al., 2023). Tais fatores precisam ser considerados na elaboração de políticas públicas e estratégias de formação profissional, a fim de superar barreiras que comprometem o controle adequado da dor.

A atuação do enfermeiro na abordagem da dor oncológica, especialmente em cuidados paliativos, deve transcender a administração de medicamentos, incorporando uma avaliação contínua e integral dos sintomas, escuta ativa e aplicação de intervenções personalizadas. Conforme destaca Lima et al. (2023), cabe ao enfermeiro a elaboração de avaliações completas, a identificação das causas da dor e a escolha das estratégias terapêuticas mais adequadas à realidade e às necessidades de cada paciente. Contudo, para que essa atuação seja efetiva, é imprescindível que o profissional esteja inserido em uma equipe multiprofissional bem articulada, com acesso a protocolos clínicos atualizados e suporte institucional para a implementação de práticas baseadas em evidências.

Além do impacto direto na qualidade de vida do paciente, a má gestão da dor oncológica repercute em consequências sociais e econômicas importantes, como maior demanda por serviços de emergência, hospitalizações recorrentes e elevação dos custos com saúde pública (Morlion et al., 2020). Portanto, a qualificação da equipe de enfermagem e a implementação de políticas públicas que assegurem o acesso a terapias eficazes, farmacológicas e não farmacológicas, devem ser prioridades estratégicas no enfrentamento desse desafio no contexto brasileiro.

Em síntese, embora os avanços na compreensão do manejo da dor oncológica sejam significativos, a prática clínica ainda está permeada por lacunas de conhecimento, limitações metodológicas nos estudos disponíveis e desafios estruturais que comprometem a aplicabilidade das evidências. Assim, recomenda-se a realização de pesquisas nacionais que explorem as especificidades culturais, econômicas e organizacionais do sistema de saúde brasileiro, bem como a criação de programas de capacitação permanente para os profissionais de enfermagem, visando à melhoria da qualidade do cuidado prestado aos pacientes oncológicos.

Diante desse cenário, torna-se urgente a qualificação da equipe de enfermagem para o manejo adequado da dor oncológica, sobretudo em contextos paliativos. Tal qualificação inclui o fortalecimento da educação continuada, a elaboração de protocolos clínicos fundamentados em evidências e a integração efetiva da equipe multiprofissional, com vistas a assegurar um cuidado resolutivo, ético e compassivo.

5  CONCLUSÃO

A dor, presente tanto no curso da doença quanto nos próprios tratamentos, exige manejo eficaz desde o diagnóstico até os cuidados de fim de vida ou a sobrevivência a longo prazo. Para que o alívio da dor seja efetivo, é imprescindível uma avaliação abrangente que contemple dimensões físicas, psicológicas, sociais e espirituais, subsidiando intervenções de natureza multidisciplinar. Nesse contexto, os avanços nas terapias de controle da dor e nos cuidados paliativos têm promovido abordagens eficazes, que incluem desde recursos farmacológicos até estratégias cognitivo-comportamentais.

A literatura evidencia que o cuidado de enfermagem ao paciente com dor oncológica tem despertado crescente interesse acadêmico. No entanto, ainda persiste uma lacuna significativa de estudos que explorem, de forma aprofundada, o papel do enfermeiro na gestão da dor em pacientes oncológicos, especialmente no contexto brasileiro e em cenários de atenção primária e domiciliar.

Diante disso, recomenda-se que os profissionais de enfermagem invistam continuamente em capacitação específica no manejo da dor oncológica, com ênfase na utilização adequada de escalas de avaliação, no conhecimento atualizado sobre terapias farmacológicas e não farmacológicas, e na abordagem humanizada e centrada no paciente. Programas de educação continuada, protocolos clínicos baseados em evidências e espaços de discussão interprofissional devem ser estimulados como estratégias essenciais para qualificar a prática assistencial.

Além disso, sugere-se que futuras pesquisas aprofundem a investigação sobre as barreiras enfrentadas pelos enfermeiros na implementação de práticas eficazes de manejo da dor, bem como avaliem a efetividade de diferentes modelos de capacitação e a adaptação de intervenções ao contexto sociocultural brasileiro. Tais estudos são fundamentais para fortalecer a atuação da enfermagem como um componente essencial e resolutivo no cuidado integral ao paciente oncológico, promovendo qualidade de vida e dignidade em todas as fases do processo de adoecimento.

REFERÊNCIAS

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1ORCID: https://orcid.org/0009-0000-1197-9507
Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG), Brasil
E-mail: francinarasantana@gmail.com
2ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2965-2593 Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG), Brasil
E-mail: lusoarero@yahoo.com.br
3ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4554-5982
Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG), Brasil
E-mail: pollianallacerda@gmail.com
4ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0230-7439
Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG), Brasil
E-mail: talithaingrid@hotmail.com
5ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3990-4993
Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG), Brasil
E-mail: ivani@uniformg.edu.br
6ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7830-9257 Curso de Enfermagem e Fisioterapia, Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-
MG), Brasil
E-mail: andrecfisio@hotmail.com