REVISÃO INTEGRATIVA DA CONSCIENTIZAÇÃO DE MULHERES SOBRE OS RISCOS DO USO EXCESSIVO DO CONTRACEPTIVO DE EMERGÊNCIA

INTEGRATIVEREVIEW OF THE AWARENESS OF WOMEN ABOUT THE RISKS ASSOCIATED WITH EXCESSIVE USE OF EMERGENCY CONTRACEPTIVES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10077013


Samara Pereira Santos1;
LeideanneMac’Dovel Ribeiro Brasil1;
Aldenise Maria Cunha Pantoja1;
Prof. Mestre Thiago Freitas Silva2;
Sabrina Carvalho Cartagenes3


Resumo

Introdução: O Levonorgestrel, popularmente chamado de pílula do dia seguinte, é um método contraceptivo de emergência com finalidade de prevenir uma gravidez indesejada. A fácil acessibilidade deste método sem a orientação de um profissional causa questionamentos quanto à conscientização do seu uso, tendo em vista o aumento do consumo do CE de forma repetitiva, substituindo o método contraceptivo regular. Este estudo tem como objetivo apresentar os principais estudos clínicos com levonorgestrel em mulheres e a conscientização do público feminino acerca do uso deste medicamento. Metodologia: Foi utilizado uma revisão integrativa da literatura através da seleção de artigos científicos com pesquisas clínicas, que apontavam o uso de consumo e conhecimento acerca do medicamento. Resultados: Dentre os principais resultados encontrados destaca-se que o uso exagerado de CE entre as mulheres está relacionado ao baixo conhecimento sobre o medicamento e dos riscos associados ao mesmo. Verificou-se ainda que outro fator para aumento da utilização do CE está relacionado ao sexo desprotegido, mostrando que mesmo se obtendo informações nas mídias as mulheres ainda adotam uma conduta incorreta quanto ao uso. A partir das análises e discussões feitas, ressalta-se que a orientação sobre a contracepção de emergência deve ser feita com mais rigor por profissionais da saúde, em especial o farmacêutico, que devem alertar sobre os riscos, reações adversas e efeitos colaterais em longo prazo. 

Palavras-chave:Anticoncepção pós-coito. Contraceptivo de emergência. Pílula do dia seguinte. Levonorgestrel.

1 INTRODUÇÃO

O método contraceptivo de emergência (CE), popularmente conhecido por pílula do dia seguinte (PDS) ou ainda anticoncepção pós-coito, tem a finalidade de prevenir uma gravidez após a relação sexual sem proteção; violência sexual; ou quando ocorre a falha do anticoncepcional regular (BRANDÃO et al.,2017). É um contraceptivo que pode ser administrado em situações emergenciais, dentro do prazo de 72 horas, para se evitar uma gravidez, ou seja, pode ser tomado até 3 dias após o ato, para garantir a sua eficácia (CÉSAR et al., 2023). Esses medicamentos são compostos por estrogênio e progesterona (método Yuzpe) ou somente a progesterona – levonorgestrel, que é a forma mais utilizada desse método de emergência (OLIVEIRA & OLIVEIRA, 2015).

A procura pelo CE teve um aumento significativo nos últimos 10 anos (RIBEIRO, SILVA & BARROS, 2020). Contudo, a utilização de forma inadequada também tem crescido como a utilização prolongada e/ou repetitiva, sem respeitar o intervalo devido entre doses, causando grandes prejuízos à saúde da mulher, ocasionando uma possível gestação indesejada pela diminuição da eficácia do medicamento, e em casos mais graves a infertilidade (PÉGO, CHAVES & MORAIS, 2021).

Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, o CE foi utilizado alguma vez na vida por 12% das mulheres, entre 15 e 49 anos, sendo seu uso mais frequente entre jovens de 20 a 24 anos de idade (18,5%). Os adolescentes ainda são os grupos mais estudados em relação ao CE e pouco se sabe sobre sua utilização e fatores associados entre mulheres de diferentes regiões (BORGES et al., 2021). No Brasil estima-se que entre 20 e 30% das mulheres que utilizam a pílula do dia seguinte, recorram à ela de maneira cotidiana, sendo essa prática considerada nociva à saúde. Reafirmando que as ações de prevenção e promoção do uso racional de medicamentos não foram suficientes (RODRIGUES, OLIVEIRA & HOTT, 2022).

Entende-se que o uso exacerbado desse método se deve principalmente à falta de conhecimento acerca dos riscos associados, o que está relacionado à falta de orientação de um profissional de saúde, como os farmacêuticos (BRANDÃO et al., 2016). Seu consumo deve ser somente em casos de urgência, respeitando o limite de tempo entre uma administração e outra (PÉGO, CHAVES & MORAIS, 2021). Sendo a orientação de somente uma vez por ano, pois doses repetidas podem ocasionar riscos como a desregulação do ciclo menstrual, tromboembolismo venoso (TEV), doença hepática, aumento do risco de câncer de mama, aumento da incidência em pacientes com prognósticos como diabetes com complicações vasculares, aumento do cansaço, e da sensibilidade das mamas (LEAL, RODRIGUES & DALCIN, 2019); (OLIVEIRA & JUNIOR, 2021).

Ademais, destacamos que o uso frequente quando não associado à utilização de preservativos, não previnem a transmissão de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) (VARGAS et al., 2017). Sendo importante ressaltar que o levonorgestrel não pode ser consumido rotineiramente como anticoncepcional regular, em decorrência da elevada dosagem, uma vez que os riscos mencionados anteriormente fazem com que a mulher perca o controle do funcionamento do seu próprio organismo (LEAL, RODRIGUES & DALCIN, 2019).

Diante desse cenário, onde o uso indiscriminado de CE aumentou, entende-se que é necessária a atuação do profissional habilitado para exercer as orientações quanto ao uso correto desta droga. O farmacêutico no contexto da Atenção Farmacêutica pode contribuir de forma significativa no controle da aquisição do contraceptivo emergencial, sendo primordial para a orientação quanto ao uso adequado dos medicamentos, com direcionamento, acompanhamento e orientação farmacêutica, ressaltando os riscos à saúde da mulher associados a altas doses de levonorgestrel (MATSUOKA & GIOTTO, 2019). Desta forma, o objetivo deste artigo é contribuir para a conscientização dos riscos associados ao consumo elevando de CE, destacando as principais reações adversas associadas a esta prática, de acordo com estudos clínicos.

2 METODOLOGIA 

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, sobre os riscos associados ao uso indiscriminado do contraceptivo de emergência Levonorgestrel, por meio da análise crítica dos resultados encontrados nos artigos científicos com pesquisas clínicas e ensaios randomizados.

A revisão integrativa é uma abordagem metodológica que tem como objetivo reunir, sintetizar e analisar informações provenientes de diversos estudos científicos, com o objetivo de compreender de forma mais abrangente e profunda um determinado tema de pesquisa. Esta metodologia é particularmente útil na área da saúde, onde a quantidade de informações disponíveis é vasta e muitas vezes complexa, tornando necessário um processo sistemático de análise para orientar a tomada de decisões clínicas e a prática baseada em evidências (SOUZA et al.,2010).

Neste artigo foram realizadas seis etapas para a elaboração da revisão integrativa, sendo elas: A definição do tema e o direcionamento do estudo; busca nas bases de dados; seleção criteriosa das pesquisas; ordenação dos estudos selecionados; revisão dos artigos incluídos; compreensão dos resultados e comparações com outras pesquisas (ARAÚJO &CARTAGENES, 2021). O direcionamento do estudo tem como objetivo ressaltar os riscos acometidos pelo levonorgestrel administrado de maneira exacerbada, através de estudos clínicos que comprovam os malefícios decorrentes do uso indevido do medicamento.

Para a seleção dos artigos foram utilizadas as seguintes bases de dados: Scielo (Scientific Eletronic Library Online), PubMed (UsNational Library of Medicine) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). O levantamento bibliográfico foi realizado no período de agosto a outubro de 2023, através de descritores em Ciências da Saúde (DeCS) isolados ou em conjuntos: anticoncepção pós-coito, contraceptivo de emergência, pílula do dia seguinte e levonorgestrel.

Como critérios de inclusão foram estabelecidos, artigos publicados na língua portuguesa e inglesa, disponíveis gratuitamente online, no período de 2013 a 2023, que tratassem de estudos clínicos controlados e/ou randomizados sobre as consequências do uso indiscriminado de levonorgestrel como CE.

Os critérios de exclusão foram artigos que não se relacionam com o conteúdo proposto, tendo como exemplo, estudos clínicos in vitro, e/ou em animais. Artigos não disponíveis na íntegra, com mais 10 anos de publicação, artigos de relato de casos e os artigos repetidos em diferentes bases de dados, sendo incluída apenas uma única vez.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total, foram encontrados na pesquisa 748 artigos com os descritores citados nas bases de dados mencionadas, e destes desconsiderados 2 duplicados, sendo assim, analisamos o título e o resumo de 746 estudos e destes excluiu-se 720 artigos. 

Foram então selecionados 26 artigos para análise na íntegra e em seguida retirados 20 por ser diferente do tema proposto, chegando-se ao número de 6 artigos, de acordo com o fluxograma abaixo.

Figura 1 – Fluxograma da seleção dos artigos para elaboração do estudo 

Fonte: Autores.

Para a análise dos artigos inclusos neste estudo de revisão integrativa foram destacadas as seguintes informações: nome do artigo, autores, ano, revista, metodologia do estudo e os principais resultados encontrados, conforme (quadro 1), no qual é possível identificar o conhecimento de mulheres e adolescentes sobre os efeitos e reações adversas ocasionadas a sua saúde quanto ao uso rotineiro do levonorgestrel.

Quadro1 – Resumo das informações dos artigos selecionados.

Nome do artigoAutores/AnoRevistaMetodologiaResultados Principais
Anticoncepção de emergência: conhecimento e atitude de acadêmicos de enfermagemVeloso et al; 2014Revista Gaúcha de EnfermagemEstudo transversal, desenvolvido na Faculdade de Enfermagem (FEN) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Por meio da aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a maio de 2011. Participaram do estudo um total de 178 estudantes do curso de enfermagem.96% já ouviram falar sobre o método e 29% relataram ter feito a utilização do CE. Apenas 5% equivocaram-se ao informar que a AE pode ser utilizada antes da relação sexual desprotegida
Conhecimento sobre anticoncepção de emergência entre adolescentes do Ensino Médio de escolas públicas e privadasChofakian et al; 2014Caderno de Saúde PúblicaEstudo transversal com a participação de 705 estudantes na faixa de idade entre 15 a 19 anos, matriculados no Ensino Médio de escolas públicas e privadas de um município do Estado de São Paulo.78,8% dos entrevistados acham que o AE deve ser administrado antes da relação sexual, 75,3% dizem que esse método previne doenças sexualmente transmissíveis (DST) e 54,5% afirma que o AE é mais eficaz que outros métodos contraceptivos.
Práticas contraceptivas de mulheres jovens: inquérito domiciliar no Município de São Paulo, BrasilOlsen et al; 2018Caderno de SaúdePúblicaEntrevista “face a face” envolvendo 633 mulheres entre 15 a 44 anos de idade. As informações foram coletadas por meio de um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores.Das entrevistadas 30,4% já utilizaram o CE por não estar com preservativos no momento da relação. Outras 16% das mulheres utilizaram pelo uso incorreto do preservativo e 9% por não ter utilizado o contraceptivo de rotina de maneira adequada.
Emergency hormonal contraception in adolescenceMonteiro et al; 2020Revista Associação Médica BrasileiraEstudo descritivo transversal, envolvendo adolescentes do sexo feminino com idade entre11 e 19 anos. Foram divididos em dois grupos: de  (10 a 14 anos) e adolescência e  (15 até 19 anos). As entrevistas ocorreram entre  os meses de julho a dezembro de 2016, totalizando 148 entrevistadas. 58,8% dos adolescentes de 10 a 14 anos não sabem os efeitos colaterais do CE, já 60,5% dos adolescentes de 15 a 19 anos mencionaram que os principais efeitos colaterais são náuseas e vômitos.

Anticoncepção de emergência em universitárias: prevalência de uso e falhas no conhecimento

Barbian et al; 2021

Revista de Saúde Publica

Estudo observacional quantitativo, transversal, desenvolvido em duas IES* da cidade de Santa Maria (RS), uma pública e outra privada. A pesquisa, realizada no período de maio a outubro de 2017.  Foram entrevistadas um total de 1.740 acadêmicas.

52,9% das graduandas afirmaram já ter utilizado a AE. Apenas11,9% das entrevistadas receberam orientação sobre esse método. A maioria 62,7% conheceu o método por amigos e 24,4% por meio de propagandas.

Knowledge and patterns of use of emergency oral contraception among portuguese female users of healthcare services

Rodrigues et al; 2022

Revista Científica da Ordem dos Médicos.

Estudo observacional, transversal e multicêntrico em 280 mulheres portuguesas utilizadoras dos cuidados de saúde, através da aplicação de um questionário original e anónimo constituído por 30 questões.

60,6% das mulheres consideraram insuficiente a informação disponível sobre CE, e 83,9% necessitavam de mais informação, principalmente através de profissionais de saúde. Já 67,5% considera que o CE está associado a efeitos adversos graves e 76% desconhece o intervalo de tempo eficaz do método.

*IES: Instituição de Ensino Superior.

O baixo conhecimento sobre o método contraceptivo de emergência entre as adolescentes e mulheres é evidente. Além disso, o seu consumo vem se tornando frequente e preocupante. Segundo o estudo de Veloso et al. (2014) realizado em uma Universidade em Goiás, notou-se que muitas acadêmicas que já utilizaram o CE não conheciam os riscos e os efeitos colaterais provocados no organismo em virtude do consumo exacerbado do levonorgestrel.

Olsen et al. (2018) relata que os principais motivos para o uso desse tipo de contraceptivo foram: estar sem preservativo no momento da relação e ter usado o anticoncepcional de rotina de forma inadequada causando insegurança no método empregado. Nesse sentido, podemos observar nos estudos de Barbian et al. (2021) que as mulheres mesmo após informações nas mídias, ainda adotam o discurso de utilizar CE em decorrência dos mesmos fatores relatados anteriormente.

Identificou-se ainda na pesquisa de Chofakian et al. (2014) que a maioria das adolescentes receberam informações sobre o CE com amigos e conhecidos; seguida por escola e televisão. É preocupante a baixa  número de menções dos profissionais de saúde como fonte de informação sobre esse método. Outro artigo que reforça o desconhecimento por parte das usuárias de CE é o de Monteiro et al. (2020), que evidenciou o desconhecimento das adolescentes sobre possíveis complicações decorrentes do uso da CE. No estudo,30,3% não sabiam que a pílula do dia seguinte pode ocasionar vários danos ao organismo da mulher, até mesmo câncer, reforçando, mais uma vez, a falta de informação vinculada ao assunto. 

Colaborando, o autor Rodrigues et al. (2022) avaliou que muitas mulheres consideraram insuficiente seu conhecimento sobre a medicação, e que necessitavam de mais informações sobre a utilização do levonorgestrel, citando novamente a negligência por parte dos profissionais de saúde. Os autores também ressaltam que o acesso à pílula do dia seguinte em farmácias privadas é a principal forma de obtenção, e o fácil acesso ao medicamento, sem necessidade de receita, contribui para este quadro.

Esse fato torna-se preocupante, pois muitas mulheres que utilizam o CE de forma inadequada têm acesso principalmente às farmácias que não exigem quaisquer restrições de dispensação. Além do exposto, Costa et al. (2022), ressalta que muitas mulheres não sabem como utilizar o CE, se privando do uso em caso de necessidade por falta de informação correta, não sabendo o mecanismo de ação e a sua disponibilidade de acesso, apenas conhecem a sua finalidade. Sendo necessária a garantia de acesso à informação quanto à utilização correta do CE a todas as mulheres em idade fértil e com risco de gravidez não planejada.

Como já discutido, se administrada com freqüência, a pílula do dia seguinte pode ter redução da sua eficácia, além de desencadear problemas hormonais e em casos mais graves até a infertilidade. Outro fator desencadeado é a sua ação sobre os hormônios femininos inibindo a ovulação através do Hormônio folículo estimulante (FSH) juntamente com o Hormônio Luteinizante (LH) que age impedindo a maturação do folículo do óvulo como relatado por Vargas et al. (2017).

Colaborando com a pesquisa anterior Meira et al, (2023) relata que os principais efeitos colaterais incluem: dor de cabeça; náuseas e vômito; aumento da retenção de líquidos; dor abdominal; sangramento; amenorreia; menstruação irregular, que pode acelerar ou retardar o sangramento; fadiga excessiva; riscos tromboembólicos; aumento do risco de doença cardiovascular e aumento do risco de gravidez ectópica.

Outra questão importante, segundo Vasconcelos et al. (2021) o levonorgestrel requer atenção quando usado em indivíduos com histórico de doenças hepáticas e da vesicular biliar, pacientes com antecedentes de câncer de mama, útero ou ovário, doenças cardíacas, aumento da pressão do crânio, derrame, alterações das células do sangue, icterícia diante de contraceptivos de anticoncepcionais hormonais ou durante a gestação. Ademais, também existem as contraindicações que alertam as grávidas sobre o consumo e também mulheres com sangramentos vaginais anormais não diagnosticados. Além de ressaltar que no caso de diabetes, asma, hipertensão, enxaqueca e entre outros o consumo não é indicado.  

Do mesmo modo, um dado alarmante analisado nos resultados dos estudos obtidos foi a pouca preocupação das mulheres com a utilização do CE em contrair infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). Pois, Segundo Pereira et al. (2021) um dos motivos que muitas mulheres possuírem parceiros considerados fixos onde se obtém uma confiança mútua e com isso acabam não se prevenindo durante a relação sexual, mesmo não havendo garantia de segurança tanto em possíveis doenças quanto a uma gestação não planejada. 

Nesse sentido, Matsuoka e Giotto, (2019) destacam a importância primordial que a Atenção Farmacêutica possui no controle e segurança da dispensação do CE, justamente por ser o farmacêutico o profissional que está mais próximo da paciente no momento da aquisição da pílula do dia seguinte, assegurando e alertando no momento da compra, dando segurança através de orientações sobre a administração correta do medicamento, informando sobre a posologia e possíveis reações adversas, além dos riscos que podem ser ocasionados às mulheres. Garantindo qualidade de saúde e conscientizando sobre a importância da prevenção sobre possíveis problemas decorrentes da utilização inadequada da substância.

Sendo assim, é de suma importância que os farmacêuticos exerçam o papel de promover a utilização racional de medicamentos, sendo ele o profissional que terá o último contato com a paciente de acordo com o ciclo da medicação, devendo auxiliar e impedir a utilização incorreta do CE, orientando a respeito dos riscos eminentes que podem acontecer ao seu organismo. Ele deve informar que existem outros métodos que podem ser usados como prevenção da gestação e doenças sexualmente transmissíveis, como descrito no trabalho de Santos et al. (2020).

4 CONCLUSÃO

A partir do estudo é possível perceber que o papel do farmacêutico no momento da dispensação é crucial para uma utilização eficaz e com menos riscos à saúde da mulher, pois mesmo diante de um cenário onde a educação em saúde é observada, a principal motivação para a utilização do CE ainda continua sendo o não uso do preservativo durante o ato sexual, bem como a utilização errônea do contraceptivo de rotina. Diante disto, o farmacêutico entra como peça fundamental para uma informação clara sobre a melhor forma de realizar o tratamento, esclarecendo as possíveis contra indicações e interações medicamentosas, de forma efetiva, minimizando os riscos da automedicação e possíveis reações adversas. Certamente, este cuidado promoverá um atendimento personalizado, humanizado e cientificamente correto, melhorando assim a qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIAS

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1Discentes do Curso Superior de Farmácia da faculdade Cosmopolita, Belém/PA. E-mail:mara015pereira@gmail.com/leideannem@gmail.com/ denise.cunhapantoja123@gmail.com;
2Docente do curso de Farmácia da Faculdade Cosmopolita, Belém, Pa. mestre em ciênciasfarmacêuticas. e-mail: tfsilvafarma@gmail.com;
3Docente do curso de Farmácia da Faculdade Cosmopolita, Belém, Pa. Doutora em Neurociencias e Biologia Celular. e-mail: Sabrina.carvalho@faculdadecosmopolita.edu.br