REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7971856
Marcelo Silva de Araújo
Orientador: Omero Martins Rodrigues Junior
RESUMO
A vitamina C (ácido ascórbico) é uma substância orgânica de baixo peso molecular, que participa de vários processos metabólicos, e pelo de agir como um forte antioxidante, atua neutralizando os radicais livres, enfrentando quadros de estresse oxidativo. Sabendo-se que o uso desta formulação se centraliza, muitas vezes, na prevenção ao envelhecimento cutâneo precoce e ainda no retrocesso do mesmo, o objetivo deste artigo busca investigar achados científicos que identifiquem os benefícios da vitamina C para o combate do envelhecimento cutâneo. Para tal, realizou-se uma revisão integrativa de cunho qualitativo descritivo a partir de 5 estudos selecionados. Para a seleção destes, limita-se ao idioma português e inglês, aos textos na íntegra e aos temas compatíveis ao pesquisado neste trabalho, com limitadores temporais no período de publicação de 2016 até 2022, consultados nas bases de dados: SCIELO, Pubmed e BVS. A vitamina C quando empregada de forma correta exerce propriedade benéfica como a função despigmentante, antioxidante e estimula a colagênese. Na via tópica, pode agir como protetor biológico, reduzindo os danos motivados pelo RUV. Verificou-se que a ação do ácido ascórbico é potencializada dependendo da concentração e da via de administração, sendo melhor aproveitada topicamente, especialmente, por meio de nanocosméticos, se comparada com o uso oral, devido à liberação controlada do fármaco. Acredita-se que a maior colaboração deste estudo seja informar a população quanto aos benefícios deste importante nutriente em sua saúde.
Palavras-chave: Ácido ascórbico. Vitamina C. Eficiência da vitamina C. Envelhecimento cutâneo.
INTRODUÇÃO
A vitamina C (ácido ascórbico) é a mais conhecida dentre as vitaminas. Trata-se de uma substância orgânica de baixo peso molecular, que atua em reduzidas doses, sem qualquer valor energético inerente. Os seres humanos dependem da ingestão desta vitamina em uma dieta alimentar, suplementos alimentares ou medicamentos para a manutenção de seus níveis, já que o organismo não possui capacidade de biossíntese. Ela é classificada quanto a sua solubilidade como hidrossolúvel, por não ser armazenada no corpo, sendo eliminada de forma direta pelas vias de excreção, ou seja, não é absorvida pelo organismo (ANG et al., 2018; SANTOS et al., 2019).
Esta vitamina participa de vários processos metabólicos, dentre estes a concepção do colágeno e síntese de epinefrina, corticosteróides e ácidos biliares. Sendo que além de co-fator enzimático, ela compõe processos de óxido-redução, elevando a absorção de ferro e a inativação de radicais livres (CAVALARI e SANCHES, 2018; NUNES et al., 2018). Neste sentido, a vitamina C está conexo a imunidade, uma vez que no organismo, ela compõe diversas funções celulares dos sistemas imunológicos inato (considerada primeira linha de defesa do organismo) e adaptativo (que é desenvolvida depois do contato com agentes invasores) (CAVALARI e SANCHES, 2018; NUNES et al., 2018).
Contudo, pelo fato da vitamina C agir como um forte antioxidante, atua neutralizando os radicais livres, enfrentando quadros de estresse oxidativo (VIDAS e FREITAS, 2015). Assim, acaba atuando na produção de colágeno, sendo essencial em cicatrizações, e na constituição orgânica de ossos, dentes e cabelos. Auxilia ainda no controle da flacidez, da celulite e tem implicações lipolíticas, sendo fundamental para o trabalho normal de certas enzimas, para se ter o metabolismo de ácido fólico, da histamina, da fenilalanina, do triptofano e da tirosina (DEVANANDAN et al., 2020; PUHL, 2018; SANTOS et al., 2018).
Desta forma, percebe-se que a vitamina C tem potencial para além de fortalecer e estimular o sistema imunológico em geral, combater o envelhecimento cutâneo que é o objeto deste estudo. Uma vez que o envelhecimento humano é uma etapa da vida em que todos os seres vivos irão encarar, sendo que esta etapa pode ser impactada pela genética, fatores ambientais e comportamentais. Esse processo acontece no organismo dos seres humanos ao longo da vida e está ligado a várias mudanças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas (DOS SANTOS et al., 2021).
Assim, as extensas e demasiadas exposições aos raios ultravioletas, consumo excessivo de álcool, cigarros e os aspectos ambientais colaboram para o envelhecimento humano. Esses fatores ocasionam o acúmulo de danos determinados por reações químicas metabólicas que produzem os radicais livres no interior do corpo humano (SILVA e SANTIS, 2017). Estas substâncias geradas pelas oxidações químicas e processos enzimáticos antecipam o fenômeno do envelhecimento humano causados por lesões ao DNA e pela ação na desidrogenação, hidroxilação e glicação de proteínas (ESTEVES e BRANDÃO, 2022).
Como efeito, tem-se a perda de funções essenciais do colágeno e proteoglicanas que são alguns exemplos de proteínas impactadas, derivando em mudanças na estrutura das membranas e perda da elasticidade da pele (ESTEVES e BRANDÃO, 2022). De tal modo, o exagero de radicais livres no corpo podem ser enfrentados por substâncias designadas de antioxidantes, que são geradas pelo organismo humano a partir da ingestão de alimentos ricos em vitamina C (GONZADA et al., 2019).
Contudo, ressalta-se que a necessidade de suplementação desta vitamina é vastamente exposta na mídia, e a comercialização de infinitos produtos ricos em ácido ascórbico é rotina, até mesmo na internet. A promessa de funcionalidade relacionada à prevenção e tratamento de doenças não confirma muitas vezes achados de estudos in vitro, experimentação animal e ainda estudos clínicos em humanos. Partindo daí a motivação deste estudo, em buscar na literatura atual evidências acerca da eficiência da vitamina C para intervenções terapêuticas e preventivas no corpo humano. Neste contexto, para compreender o tema proposto é necessário que seja respondida a seguinte pergunta norteadora: Quais os reais benefícios da ingestão de vitamina C para o corpo humano, quanto a prevenção do envelhecimento cutâneo?
Sabendo-se que o uso desta formulação se centraliza, muitas vezes, na prevenção ao envelhecimento cutâneo precoce e ainda no retrocesso do mesmo, o objetivo deste artigo busca investigar, através de uma revisão integrativa, achados científicos que identifiquem os benefícios da vitamina C para o combate do envelhecimento cutâneo, assim como entender os efeitos que a deficiência na ingestão de vitamina C pode provocar ao organismo, a partir de informações atuais e concisas, em sites de bancos de dados.
METODOLOGIA
A metodologia seguida para a elaboração deste artigo foi a revisão de literatura do tipo integrativa, de cunho qualitativo descritivo, baseada em estudos já desenvolvidos acerca do tema. Trata-se de um método que tem a finalidade de sintetizar resultados alcançados em pesquisas a respeito de um tema ou questão, de maneira sistemática, ordenada e abrangente (LIRA, 2019).
O levantamento bibliográfico foi desenvolvido através de bases de dados disponíveis nas plataformas SciELO (Cientificar Eletronic Library online), Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com o uso de tais descritores (DECS): ácido ascórbico, vitamina C e eficiência da vitamina C, envelhecimento cutâneo, e os operadores booleanos AND e OR combinados entre si, nos idiomas inglês e português.
A busca pelos estudos ocorreu nos meses fevereiro e março de 2023, no qual foram identificados dados disponíveis em textos completos indexados nas bases de dados mencionadas, através dos Descritores. Primeiramente, a busca foi realizada sem o uso de filtros, porque esses foram aplicados apenas quando existe um quantitativo excessivo de resultados. Para a busca de estudos nas bases de dados, foram empregados os descritores no campo de busca geral e nos campos de busca avançada, satisfazendo de tal modo as estratégias de pesquisa de cada base de dados.
Foram incluídas publicações classificadas como artigos, teses, dissertações, publicações em revistas, nos idiomas português e inglês entre o período de 2016 a 2022, coerente com o tema exposto. Foram excluídos estudos que não apresentavam resultados conforme a temática do presente artigo, bem como os que não estavam disponíveis na íntegra, e fora do recorte temporal.
Portanto, após a leitura inicial dos títulos e resumos, realizou-se uma avaliação minuciosa dos estudos encontrados, que abrangeu uma leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa, com a finalidade de agrupar apenas estudos que contemplassem a presente temática. Após a seleção, os estudos elegíveis foram comparados e confrontados, para se ter a discussão de seus resultados.
Este método de busca seguido nesta revisão integrativa encontra-se na Figura 1.
Figura 1 – Método de busca seguido nesta revisão integrativa.
Fonte: Autoria própria.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nos últimos tempos, a literatura tem demonstrado que a formação de radicais são as principais razões do envelhecimento humano e das doenças degenerativas conexas a ele, por conta da sua elevada capacidade de reagir com outras moléculas, antecipando assim o processo de envelhecimento.
De acordo com Gonzaga et al. (2019), radicais livres consistem em moléculas orgânicas e inorgânicas e átomos que têm em sua configuração eletrônica um ou mais elétrons livres. Sendo que esta configuração específica promove a estas moléculas, reatividade e instabilidade, com pequeno tempo de vida.
O uso de moléculas antioxidantes na alimentação ou dieta humana é um dos mecanismos de defesa que podem ser empregados contra os radicais livres. São designados antioxidantes, as substâncias que auxiliam na redução dos efeitos do estresse oxidativo e da ausência de oxigênio, desenvolvendo complexos que reduzem a velocidade das reações causadoras de radicais livres. Assim, os antioxidantes são agentes que inibem e diminuem as lesões celulares motivadas pelos radicais livres (CAVALARI e SANCHES, 2018).
Atualmente, diversos estudos epidemiológicos recomendam a ingestão de quantidades fisiológicas de antioxidantes como a Vitaminas C, sendo uma vitamina presente em diversas substâncias e de elevado proveito na indústria farmacêutica.
Trata-se de uma substância de cor branca, estável na sua forma seca. Contudo, se oxida com facilidade em solução e ainda com mais facilidade quando exposta ao calor. Quanto a sua estrutura química, a vitamina C é uma alface lactona, como é visto na Figura 1, com seis átomos de carbono compondo um anel de lactona. É um composto hidrossolúvel proveniente da oxidação da glicose em que não pode ser sintetizada pelos seres humanos e primatas (GATTO et al., 2019; VIEIRA, 2020).
Figura 1: Estrutura da vitamina C.
Fonte: CAVALARI e SANCHES (2018).
Esta vitamina é consumida em elevada quantidade pelos seres humanos, de forma a evitar a formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos, sendo absorvida ligeiramente no trato gastrointestinal, por via de transporte ativo de íons sódio (ANJOS et al., 2021; PACHECO e LOBO, 2021).
A vitamina C ainda possui funções importantes na integridade da nossa pele, pois a formação de colágeno é completamente condicionada a vitamina C. De acordo com Da Silva e Andreata (2018) e Nogueira et al. (2018), o ácido ascórbico é fundamental para o funcionamento das células, logo na manutenção do tecido conjuntivo, durante a formação do colágeno. Pois, na pele, colágenos tipos I e III colaboram com 85 a 90% e 8 a 11% do colágeno total sintetizado, respectivamente.
Destaca-se que a vitamina C é co-fator para duas enzimas essenciais na biossíntese do colágeno. A lisil e a prolil hidroxilases catalisam a hidroxilação dos resíduos prolil e lisil nos polipeptídeos colágenos, e essas alterações pós translacionais possibilitam a composição e estabilização do colágeno de tripla hélice, e sua consequente secreção no espaço extracelular como procolágeno. O procolágeno é assim transformado em tropocolágeno, e por fim, fibras colágenas são desenvolvidas por um rearranjo espacial espontâneo das moléculas tropicais colágenas. Por conseguinte, a hidroxilação é uma etapa crítica na biossíntese de colágeno, já que regula a formação da tripla hélice, da excreção do procolágeno e do cross-linking do tropocolágeno (CASSEB et al., 2018; GATTO et al., 2019).
Pelo fato de a lisil e a prolil hidroxilase serem enzimas férricas, a vitamina C, como co-fator, evita a oxidação do ferro e, deste modo, resguarda as enzimas contra a auto inativação. Portanto, promove a síntese de uma trama colágena madura e normal através da completa manutenção da atividade das enzimas lisil e prolil hidroxilases. Além de agir como grande cofator para as enzimas já mencionadas, a vitamina C regula ainda a síntese de colágeno tipo I e III, pelos fibroblastos dérmicos humanos (DE SANTANA, 2016; MANGELA e MARTINS, 2021).
Segundo Zampier e Lupi (2017), embora a síntese do colágeno decaia com a idade, a Vitamina C possui a capacidade de promover a síntese do colágeno sem importar a idade do indivíduo e sem impactar na síntese de outras proteínas não colágenas. A vitamina C foi capaz de aprimorar a propagação dos fibroblastos de pacientes com idade entre 78 e 93 anos, assim como elevar a síntese do colágeno em níveis idênticos aos de células de recém-nascidos.
Para Cossetin et al. (2016) e De Freitas et al. (2020), mulheres que empregaram vitamina C na pele tiveram níveis de RNAm (opera na tradução dos aminoácidos para constituir proteínas) aumentados de colágenos I e III aumentados e por conseguinte foi delineado que o uso da vitamina C tópica tem a capacidade de diminuir a quebra de colágeno. Logo, a vitamina C possui importante propriedade contra as mudanças resultantes do envelhecimento cutâneo, além de incitar a formação de colágeno I e III, ela inativa a formação de radicais livres, aprimora a capacidade de propagação dos fibroblastos (ZAMPIER e LUPI, 2017).
Conforme Vieira (2020) e Câmara e Tavares (2019), a aplicação tópica da vitamina C na pele ocasiona muitos benefícios, como ação anti-inflamatória em tratamentos de dermatites inflamatórias, doenças fotossensibilizantes e autoimunes. O uso tópico da vitamina C é um potencial alvo da indústria cosmética por conta de suas aplicações e efeitos satisfatórios no combate ao envelhecimento cutâneo.
Entretanto, a carência de vitamina C ocasiona escorbuto no adulto (Figura 2), em que há habitualmente afrouxamento dos dentes, gengivite e anemia, e doença de Barlow, escorbuto em crianças (Figura 3). A Doença de Barlow é o prolapso da válvula mitral, é um problema cardíaco no qual a válvula que separa as câmaras superior e inferior do lado esquerdo do coração não fecha apropriadamente (MINTSOULIS et al., 2016; PEYTAVIN, 2017; REIS e LEMOS, 2019).
Figura 2: Escorbuto.
Fonte: CAVALARI e SANCHES (2018).
Figura 3: Coração de uma criança com Doença de Barlow.
Fonte: CAVALARI e SANCHES (2018).
Neste contexto, na Tabela 1, a seguir, será apresentada a síntese dos estudos que se enquadraram nos critérios de inclusão deste artigo, que abordam os benefícios da vitamina C para o combate do envelhecimento cutâneo. Neste aspecto, 5 estudos foram selecionados criteriosamente e exclusivamente para esse tópico. Destaca-se que a principal finalidade para a coleta dos artigos foi a semelhança do tema, fundamentação que atendia absolutamente aos objetivos dessa revisão e a presença de dados mais relevantes e atuais, esses com o objetivo de enriquecer o conhecimento científico. Os anos de publicação dos artigos científicos incluídos para discussão ficaram distribuídos entre 2016 a 2022.
Tabela 1 – Apresentação dos estudos selecionados para a revisão integrativa.
TÍTULO | AUTORES | OBJETIVO | PRINCIPAIS RESULTADOS |
Atividade antioxidante da vitamina c: aplicações na indústriaFarmacêutica e de alimentos e formas de evitar a oxidação mantendo sua estabilidade. | Vieira (2020) | Realizar uma revisão bibliográfica sobre a atividade antioxidante da vitamina C, suas aplicações na indústria farmacêutica. | Devido à vitamina C possuir efeito eficaz como antioxidante, tornou-se bastante consagrada pela indústria farmacêutica, pois é usada em formulações cosméticas, dermatológicas e em medicamentos, apresenta ação na prevenção e no retrocesso do envelhecimento precoce, atua como despigmentante, tem ação sinérgica com filtros solares e efeito anti-inflamatório em tratamentos de dermatites. A aplicação da vitamina C em produtos cosméticos possibilita alcançar níveis que não seriam possíveis com a alimentação, visto isso seu uso tópico é um grande alvo da indústria cosmética, gerando resultados satisfatórios no tratamento das alterações cutâneas provocadas pelo envelhecimento. |
Benefícios da vitamina c na pele. | Mangela e Martins (2021) | Identificar os vários benefícios oferecidos pela vitamina C sobre a pele, descrever a atuação nas alterações decorrentes do envelhecimento cutâneo e pesquisar a ação antioxidante desta vitamina. | A vitamina C é um ativo poderoso na busca pela pele perfeita, por isso é bastante consagrada na indústria farmacêutica pelo uso antioxidante ser bastante perceptível e eficaz. |
Utilização da vitamina c na prevenção do envelhecimento cutâneo. | Oliveira (2020) | Discorrer sobre o uso da vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo. | Pode-se notar que apesar de suas propriedades benéficas como: ser antioxidante, despigmentante e atuar na síntese de colágeno, a Vitamina C, quando utilizada em cosméticos possui estabilidade baixa, se oxidando rapidamente. Por esse motivo a indústria utiliza derivados a fim de se obter uma melhor estabilidade e melhorar sua aplicabilidade, porém apesar de melhorar sua absorção na pele, o princípio ativo é reduzido, não gerando tanta eficácia. Portanto, o ideal seria que se produzisse uma forma cosmética tópica que mantenha as propriedades ativas da vitamina C sobre a pele, reduzindo sua instabilidade sem reduzir sua eficácia. |
Eficácia do uso tópico ou oral de vitamina c na prevenção do envelhecimento cutâneo. | Dos Santos et al. (2021a) | Investigar os benefícios e aeficácia do uso tópico ou oral da vitamina C na prevenção e tratamento do envelhecimentocutâneo. | Devido a vitamina C não ser sintetizada em humanos, a suplementação oral tem sido utilizada, no entanto, para a prevenção e tratamento do envelhecimento cutâneo, é mais eficiente pela via tópica, fornecendo absorção e a maior concentração desta substância na pele. Contudo a combinação de ambos surge como um importante contributo para a prevenção precoce do envelhecimento cutâneo. |
Os benefícios da Vitamina C no combate ao Envelhecimento Cutâneo. | Da Silva e Mejia (2016) | Mostrar os benefíciosda vitamina C, aliados a uma boa hidratação, no combate ao envelhecimento precoce. | A vitamina C tem ação antioxidante, combatendo os radicais livres na parte aquosa dos tecidos, evitando assim o envelhecimento precoce. Participa na formação do colágeno dando rigidez à pele e aumentando o nível de cicatrização dos tecidos. |
Fonte: Autoria própria.
A partir da análise dos estudos acima avaliados, foram selecionados e escolhidos de acordo com os objetivos trazidos durante o artigo. Verificou-se em todos os estudos que a principal razão do envelhecimento humano é conferida a formação acentuada de radicais livres e a principal contribuição da vitamina C para combater isso está em sua capacidade de diminuir espécies reativas de oxigênio. Notou-se em todos os estudos que a vitamina C pode ajudar na prevenção de doenças, no fortalecimento do sistema imunológico e na integridade do colágeno de nossa pele, por todos os benefícios que ela ocasiona a curto e em longo prazo.
Vieira (2020) e Oliveira (2020) citaram em seus estudos que os princípios ativos que previnem o envelhecimento, apresentam como referência o emprego da vitamina C, esta que é muito buscada na indústria farmacêutica por sua função antioxidante, promovendo grandes propriedades cosmecêuticas à pele, em formulações cosméticas e dermatológicas. Para Vieira (2020), Oliveira (2020) e Mangela e Martins (2021), a aplicação tópica da vitamina C tem ação contra os efeitos dos raios ultravioletas (UV), ação despigmentante em manchas senis, atua na proteção e estímulo da síntese das proteínas estruturais da pele como o colágeno e elastina, responsáveis pela consistência e elasticidade cutânea e ainda causa vários benefícios fisiológicos, como efeito anti-inflamatório em tratamentos de dermatites inflamatórias, doenças fotossensibilizantes e autoimunes.
Neste contexto, Mangela e Martins (2021) e Da Silva e Mejia (2016) acrescentam que o emprego da vitamina C tópica como um fotoprotetor foi estudado in vitro e in vivo, confirmando seus efeitos na prevenção da queimadura solar em células e reduzindo o eritema pós-exposição tanto para as radiações UVA quanto UVB. O acréscimo da vitamina tópica para qualquer protetor solar anti-RUVA ou RUVB apresentou melhor proteção solar que quando comparado ao uso do protetor solar isolado. Mangela e Martins (2021) ainda destacaram que o uso desse ativo tópico nos produtos para uso “depois do sol” foi eficiente na retirada das espécies reativas induzidas pelo UV. Oliveira (2020) ainda confirma que a vitamina C pode ser empregada como aditivo “pós-sol”, pois acarreta interferência nas espécies de oxigênio reativo que são suscitadas a partir da exposição aos raios UV.
Desta forma, Mangela e Martins (2021) e Garcia et al. (2017) verificaram que a vitamina C é útil em tratamentos cujas finalidades sejam a prevenção ou redução dos resultados nocivos da radiação UV assim como a evolução da pele afetada por distúrbios de hiperpigmentação, estrias ou eritema pós-laser. Puhl et al. (2018) e Da Silva e Mejia (2016) garantem que o ácido ascórbico tem decorrência foto protetora na pele, não atuando como um filtro solar por si só, já que não absorve luz solar no espectro UV. Assim, o protetor solar tópico cumpre um bloqueio externo contra a radiação do sol, já que atua superficialmente. Ao combinar o emprego do filtro solar com antioxidantes, a proteção torna-se interna, uma vez que a ação se delonga para as células. Da Silva e Mejia (2016), em seu estudo, menciona que a vitamina C tópica é muito empregada como antioxidante tópico para prevenir contra os danos motivados pelo sol e para tratamento de melasma, estria e eritema pós-operatório em pacientes tratados com laser.
Na pesquisa de Vieira (2020), o autor cita que em um estudo sobre a eficácia da vitamina C livre ou encapsulada, foram vistas alterações expressivas entre a quarta e oitava semanas de uso contínuo, recomendando uma pele mais viscoelástica e mais firme. Vieira (2020) igualmente Mangela e Martins (2021), ainda demonstrou em seu estudo a eficiência da vitamina C quando usada em pele prejudicada pelas radiações solares, em comparação com um placebo, alcançando resultados satisfatórios na aparência clínica da pele fotoenvelhecida e diminuição das rugas finas e em rugas dinâmicas.
Dos Santos et al. (2021a) em seu estudo, fez um ensaio clínico randomizado duplo-cego para determinar se o uso tópico de uma formulação de vitamina C pode incitar a pele, reparar danos motivados pelo sol e derivar em melhoras clinicamente notáveis. E assim, propôs a dez pacientes aplicarem uma formulação com vitamina C 10% em uma base de gel de polissilicone anidro para a metade do rosto e o polissilicone inativo à base de gel para o lado oposto. Como resultados, Dos Santos et al. (2021a) constatou uma melhora significativa do lado tratado com vitamina C, onde foi notada redução de fotoenvelhecimento nas bochechas. Nenhum paciente sentiu que o lado do placebo apresentou melhora unilateral. A partir deste ensaio, Dos Santos et al. (2021a) concluiu que a formulação de vitamina C impacta em uma melhora clinicamente visível e expressiva nas rugas quando utilizada topicamente por 12 semanas
Mangela e Martins (2021) e Garcia et al. (2017) citaram que a vitamina C tem função essencial no crescimento e reparação do tecido conectivo e na síntese de colágeno, uma vez que é um cofator fundamental na hidroxilação da prolina e lisina, aminoácidos essenciais para estrutura, manutenção e função do colágeno, e glicosaminoglicanas, que são indispensáveis para o tônus e firmeza cutânea. Da Silva e Mejia (2016) ainda citam que a vitamina C participa na formação do colágeno dando rigidez à pele e aumentando o nível de cicatrização dos tecidos.
Mangela e Martins (2021) e Oliveira (2020) mencionam em seu estudo que a vitamina C possui efeitos fisiológicos na pele, como: a inibição da melanogênese, favorecendo o clareamento de manchas na pele e proteção da síntese do colágeno que em um tratamento tópico delongado pode derivar na ativação da síntese de fibroblastos e atenuar as cicatrizes determinadas pela idade, especialmente na região periorbital. Oliveira (2020) cita que a vitamina C age inibindo a melanogênese, descorando e reduzindo a quantidade de melanina na pele, proporcionando uma eficácia no enfrentamento das manchas, assinalando sua ação despigmentante. Oliveira (2020) destaca que ela diminui a hiperpigmentação por conta da inibição da tirosinase.
Vieira (2020) afirma que a aplicação tópica é o método de preferência para elevar a concentração da vitamina na pele, chegando a 20 ou 30 vezes maior, quando empregada topicamente em comparação ao seu uso por via oral. Mas Dos Santos et al. (2021a) cita que para a prevenção e tratamento do envelhecimento cutâneo, é mais eficiente pelo uso da vitamina C pela via tópica, fornecendo absorção e a maior concentração desta substância na pele, porém a combinação com a via oral surge como um importante contributo para a prevenção precoce do envelhecimento cutâneo, possibilitando alcançar níveis que não seriam possíveis com somente ingestão oral.
Porém, Vieira (2020) citou que há barreiras em relação ao uso da vitamina C tópica devido a sua dificuldade em ser estabilizada, pois é um ativo solúvel em água, com facilidade de ser oxidado ao ar e que não tem estabilidade na forma tópica. Neste contexto, Mangela e Martins (2021) afirmam que a vitamina C tópica, embora muito usada, é muito instável, sobretudo quando veiculada em cremes e loções, oxidando-se ligeiramente e perdendo sua implicação cosmética. Segundo Mangela e Martins (2021) ainda, o contato com a luz, o ar e mudanças de temperatura acelera a degradação.
Neste sentido, Vieira (2020) e Oliveira (2020) esclarecem que por conta da capacidade de oxidação da vitamina C, a indústria cosmetológica tem investido em seus derivados, para alcançar formulações com maior estabilidade química e, ainda continuar com penetração cutânea em níveis eficazes, para que não comprometa as funções farmacodinâmicas. Mangela e Martins (2021) confirma, alegando que outras formas de empregar a vitamina C no tratamento das alterações cutâneas oriundas do envelhecimento são por meio do uso de seus derivados, como o fosfato de ascorbil magnésio (FAM) e o palmitato de ascorbila (PA), garantindo mais benefícios clínicos. Dos Santos et al. (2021a) citam que dentre os derivados mais empregados, tem-se as nanoesferas, Nano Lightening® C, e a vitamina C na forma de Ascorbil Fosfato de Sódio estabilizada em nanocápsulas de fosfolipídios naturais, que tem elevada permeação e ação prolongada.
Neste panorama, Mangela e Martins (2021) e Oliveira (2020) afirmam que a eficácia da vitamina C e seus derivados em cosméticos e dermatológicos é confirmada na inibição da melanogênese, na síntese do colágeno e na ação antioxidante, o que auxilia na prevenção e reversão sobretudo do envelhecimento cutâneo.
Oliveira (2020) acrescenta em seu estudo que como a Vitamina C empregada em cosméticos, traz estabilidade baixa, se oxidando rapidamente, vê-se a necessidade de derivados para alcançar uma melhor estabilidade e aprimorar sua aplicabilidade, entretanto embora melhore sua absorção na pele, o princípio ativo é diminuído, não provocando tanta eficácia. Assim, Oliveira (2020) destaca que o ideal seria que se produzisse uma forma cosmética tópica que sustentasse as propriedades ativas da vitamina C sobre a pele, diminuindo sua instabilidade sem diminuir sua eficácia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo central deste artigo foi investigar achados científicos que identifiquem os benefícios da vitamina C para o combate do envelhecimento cutâneo, e após o exposto, verifica-se que sua finalidade foi alcançada, visto que a literatura selecionada constatou os efeitos da vitamina C, que por agir sobre os radicais livres e ativá-los, deve-se ter uma elevada concentração de Vitamina C na pele.
Foi possível notar que a vitamina C quando empregada de forma correta exerce propriedade benéfica como a função despigmentante, antioxidante e estimula a colagênese. Na via tópica, pode agir como protetor biológico, reduzindo os danos motivados pelo RUV, por conta disso, o mercado de cosméticos tem investido em produtos contendo este ativo nas formulações.
Pode-se concluir que a vitamina C e seus derivados, quando empregados na pele em veículos e concentrações apropriados, em um período de tempo suficiente para que desempenhem não apenas os seus efeitos na epiderme, mas ainda em profundidade, são de grande importância para prevenir e até mesmo tratar algumas mudanças derivadas do envelhecimento cutâneo, aprimorando o aspecto da pele como um todo, ou seja, conservando-a com bons níveis de hidratação, elevando a sua firmeza e reduzindo, consequentemente, a aparência das rugas.
Verificou-se que a ação do ácido ascórbico é potencializada dependendo da concentração e da via de administração, sendo melhor aproveitada topicamente, especialmente, por meio de nanocosméticos, se comparada com o uso oral, devido à liberação controlada do fármaco.
Conforme foi visto, sua característica antioxidante é muito importante na prevenção dos efeitos prejudiciais que a produção exacerbada dos radicais livres pode provocar. Contudo, constatou-se que é um desafio manter a estabilidade da vitamina C em cosméticos e medicamentos. Por isso, concluiu-se que é indispensável o aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas tecnologias que possam ajudar a manter sua estabilidade constante, assim podendo envolver de forma ampla e qualificada seu uso, na indústria farmacêutica. De tal modo proporcionando ótimos benefícios financeiros para as indústrias e por conseguinte, melhorias para a saúde da população.
Por fim, acredita-se que a maior colaboração deste estudo seja informar a população quanto aos benefícios deste importante nutriente em sua saúde.
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