REVASCULARIZAÇÃO PULPAR: TRATAMENTO DE PRIMEIRA ESCOLHA EM DENTES IMATUROS NECROSADOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7982616


Rebeca Santos de Santana¹
Danielle Cardoso Albuquerque Maia Freire²


RESUMO

Dentes diagnosticados com rizogênese incompleta, acometidos por traumas ou cárie profunda que levam a necrose pulpar, necessitam ser tratados endodonticamente. Porém, por se tratar de dentes que possuem o ápice radicular aberto, há um risco de extravasamento de material obturador para tecidos adjacentes. Portanto esse trabalho teve como objetivo, apresentar, através da revisão de literatura os benefícios da revascularização pulpar, que é o tratamento de escolha atualmente. Visando sanar as dificuldades que a apicificação não consegue resolver a revascularização pulpar vem sendo uma excelente escolha de tratamento, pois promove a continuidade da formação radicular, é feito em poucas sessões, é utilizado células tronco do próprio paciente, reduzindo custos com materiais biocompatíveis, conseguindo também através das células o fortalecimento das paredes dentinárias. Após diagnóstico e radiografias, dá-se início a técnica propriamente dita: limpeza do sistema de canais com soluções irrigadoras, medicação intracanal e estimulação do coágulo sanguíneo para o interior do canal e devido selamento apical, respeitando sempre a resposta biológica de cada paciente. Por apresentar resultados biológicos satisfatórios e necessários para resolução da rizogênese incompleta, a revascularização pulpar é uma técnica de primeira escolha a ser utilizada.

Palavra-chave: Rizogênese incompleta. Apicificação. Revascularização pulpar. Irrigação.                                 

ABSTRACT

Teeth diagnosed with incomplete rhizogenesis, affected by trauma or deep caries that lead to pulp necrosis, need to be treated endodontically. However, as these are teeth with an open root apex, there is a risk of filling material leaking into adjacent tissues. Therefore, this work aimed to present, through a literature review, the benefits of pulp revascularization in relation to apexification. In order to remedy the difficulties that apexification cannot resolve, pulp revascularization has been an excellent choice of treatment, as it promotes continuity of root formation, is done in a few sessions, uses stem cells from the body itself, reducing costs with biocompatible materials, achieving also through the cells the strengthening of the dentinal walls. After diagnosis and radiographs, the technique itself begins: cleaning the canal system with irrigating solutions, and stimulation of the blood clot inside the canal, so that proper apical sealing occurs, always respecting the biological response of each patient. As it presents satisfactory and necessary biological results for the resolution of incomplete rhizogenesis, pulp revascularization is a first choice technique to be used.

Keyword: Incomplete rhizogenesis. Apicification. Pulp revascularization. Irrigation.

1. INTRODUÇÃO

Algumas circunstâncias são capazes de impedir o completo desenvolvimento da raíz dentária, ocasionando a rizogênese incompleta. Lesões cariosas, traumas e, até mesmo, variações na anatomia de cada dente são exemplos de estímulos nocivos para o desenvolvimento radicular de dentes imaturos (DIÓGENES, 2013).

Tratar dentes imaturos necrosados com rizogênese incompleta é desafiador pelo fato da fragilidade das suas paredes dentinárias que acarretam o risco de fratura (HACHMEISTER et al., 2002; PACE etal., 2007).

Dentre as opções terapêuticas, destacam-se os métodos de apicificação e revascularização, sendo que a última está constituindo-se como uma abordagem alternativa à apicificação, procedimento de primeira escolha para a maioria dos casos dessa magnitude (IWAYA; IKAWA e KUBOTA, 2001).

Uma das vantagens relacionadas com a técnica de revascularização pulpar são, restabelecimento da vitalidade pulpar e da resposta imunitária contra as agressões bacterianas e toxinas, assim como da percepção da dor, formação de dentina reacional e reparadora, e sobretudo a continuação do desenvolvimento radicular (El ASHIRY etal., 2016; GALLER, 2016).

Esta pesquisa aborda como um dente imaturo que sofreu necrose pulpar deve ser tratado, visando o reparo e regeneração dos tecidos danificados pelos microrganismos. Apresenta através da revisão de literatura os benefícios e vantagens da revascularização pulpar como tratamento de primeira escolha em relação à apicificação em dentes diagnosticados com rizogênese incompleta.

O objetivo geral deste estudo é discorrer sobre a preferência da aplicação da revascularização pulpar, ao invés da apicificação, no tratamento de dentes necrosados com rizogênese incompleta. Expondo através da revisão da literatura fatores inerentes à terapêutica de dentes imaturos necrosados com paredes delgadas e ápice aberto.

2. METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida através da revisão de literatura, com busca em livros, artigos, dissertações e teses disponíveis em formatos completos nas seguintes bases de dados científicos: SCIELO Brasil, PUBMED e Google Acadêmico.

Os livros, artigos, dissertações e teses pesquisados foram trabalhos publicados entre os anos 2002 até 2022. As palavras-chave utilizadas na busca foram: rizogênese incompleta, apicificação, revascularização pulpar e irrigação.                     

3. REVISÃO DE LITERATURA

A polpa dentária é um tecido altamente vascularizado e inervado, constituída por um tecido conjuntivo frouxo envolvido por tecido dentinário. A perda da vitalidade da polpa pode acontecer após fratura dentária e/ou doença periodontal, culminando na perda do elemento dentário (TATULLO et al., 2015; ZHANG e YELICK, 2010).

A polpa dental é responsável não somente pela vitalidade e saúde dos dentes, como também pela sensação de dor, defesa imunológica e reparação/regeneração de tecidos após lesões dentárias (PIMENTEL et al., 2017).

Quando as raízes dentárias permanentes estão sendo formadas, está ocorrendo um processo chamado rizogênese, que diz respeito ao processo de maturação radicular.

Um dente permanente presente num arco é imaturo até que a junção apical cemento-dentina esteja presente. Este dente imaturo é um dente que ainda não terminou o seu desenvolvimento radicular e que ainda apresenta um ápice aberto (GALLER et al., 2016).

Segundo Nolla (1960), a medida de maturação é baseada pelos seguintes índices indicando o desenvolvimento de cada dente:

Estágio 0 – Ausência de cripta
Estágio 1 – Presença de cripta
Estágio 2 – Calcificação inicial
Estágio 3 – Um terço de coroa completa
Estágio 4 – Dois terços de coroa completa
Estágio 5 – Coroa praticamente completa
Estágio 6 – Coroa completa
Estágio 7 – Coroa completa, um terço de raiz formada
Estágio 8 – Coroa completa, dois terços de raiz formada
Estágio 9 – Coroa completa, raiz praticamente completa, ápice aberto
Estágio 10 – Dente totalmente formado com ápice radicular completo

Quando uma criança sofre um trauma durante o período de maturação, ou possui experiência com cárie, ocasionando consequentemente a necrose pulpar, haverá a interrupção da continuidade da formação radicular.

A invasão bacteriana promove gradualmente a inflamação dos tecidos pulpares e, se não tratada, evolui para necrose pulpar (NAGATA et al., 2014).

 A necrose pulpar é caracterizada como um processo inflamatório em que ocorre a desvitalização ou então a morte da polpa, sendo silenciosa e pode não apresentar sintomatologia (PACHER, 2017).

A necrose pulpar dá-se quando o fluxo sanguíneo para a polpa dentária é interrompido e ocorre a falta de oxigênio por causa da falha de circulação do sangue no tecido pulpar (MARCHESAM et al., 2008).

Segundo Barcelos et al (2016) a necrose pulpar é caracterizada pela morte da polpa seguida da invasão de microrganismos, promovendo condições ideais de substrato orgânico, temperatura e umidade, para o desenvolvimento e proliferação da bactéria.

O dente com rizogênese incompleta, além de não possuir a completa formação radicular e ápice aberto, não possuem também a dentina apical revestida por cemento, ou seja, paredes dentinárias frágeis, esses dentes apresentam também um quadro de imaturidade e necrose.

Tratar dentes imaturos necrosados endodonticanente é desafiador, pelo fato de ser contraindicado a realização de instrumentação do canal radicular, suas paredes dentinárias são delgadas aumentando o risco de fratura (HACHMEISTER et al., 2002; PACE et al., 2007).

Decorrente de tal situação, deve-se lançar mão de técnicas que solucionem as intercorrências apresentadas e levem a um selamento radicular. A literatura nos traz possíveis tratamentos nos casos de rizogênese incompleta, como a apicificação e a revascularização pulpar.

O tratamento endodôntico pioneiro utilizado na resolução desses casos chama-se apicificação. O termo apicificação refere-se a um processo de indução de barreira calcificada em dentes com polpa necrosada em que não houve a completa formação do ápice radicular (MARCHESAN et al., 2008).

Consiste em uma técnica odontológica que expressa a aplicação de um material biocompatível como o hidróxido de cálcio em várias sessões, formando uma barreira apical, proporcionando a obturação sem que haja extravasamento, porém há uma desvantagem, devido à realização de várias sessões, seu tempo de tratamento torna-se prolongado (PETRINO et al., 2010; RAFTER, 2005).

O hidróxido de cálcio é um dos medicamentos mais indicados para apicificação, pois apresenta um excelente efeito antibacteriano, inibe a atividade osteoclástica e previne a entrada de exsudato e tecido de granulação. Induzindo a formação, nesses casos, de tecido mineralizado na região periapical.

A apicificação utilizando o hidróxido de cálcio, possui alta taxa de sucesso, porém a técnica se torna desvantajosa porque a raiz permanece frágil, além de uma possível recontaminação do canal, decorrente das várias sessões clínicas (NOSRAT, SEIFI e ASGARY, 2011).

O hidróxido de cálcio apresenta também outras desvantagens como o tempo de tratamento, devido as várias trocas de material que se fazem necessárias, pode acarretar a indisponibilidade do paciente em comparecer ao consultório, há também a possibilidade de cárie infiltrativa, já que o dente é restaurado provisoriamente.

Outra técnica muito eficiente utilizada, é o tampão ou plug confeccionado com MTA (trióxido de mineral agregado), que não demanda de excessivas trocas de material, possibilitando a obturação em uma única sessão. Apesar da característica que possibilita a obturação em sessão única, o MTA, assim como o hidróxido de cálcio, não estimula a continuação do desenvolvimento radicular, deixando a raiz frágil e propícia à fratura (SANTOS et al., 2018). Esta técnica não promove uma continuação da formação radicular, somente é realizado um batente apical (NOSRAT et al., 2011).

Nas últimas década um novo conceito de terapia endodôntica para dentes imaturos vem sendo estudada, tal técnica consiste na limpeza dos canais radiculares com remoção dos tecidos orgânicos, irrigação, seguida da inserção de medicação e em outra consulta a estimulação de um sangramento no interior do canal radicular seguida pelo selamento deste (BRITO JÚNIOR et al., 2011; CASTRO et al., 2011; FEIGIN e SHOPE, 2017).

Para Torabinejad et al., (2017), independente da técnica empregada no tratamento dos dentes imaturos, a experiência do profissional influenciará diretamente no resultado do tratamento.

Bezgin et al., (2015) relata que os resultados são superiores quando se opta pela técnica de revascularização como opção de escolha para o tratamento de dentes com rizogênese incompleta.

Buscando uma solução que pudesse fortalecer as paredes dentinárias e estimular a continuação radicular, foi desenvolvida a técnica de revascularização pulpar (LOVELACE et al., 2011).

A revascularização surgiu como uma nova opção no tratamento endodôntico de dentes com rizogênese incompleta, para sanar a questão da fragilidade e propensão à fratura. Essa terapêutica tem mostrado grande interesse por parte dos pesquisadores e clínicos da área da endodontia regenerativa, por apresentar a continuidade do desenvolvimento radicular, um exemplo de suas vantagens (LOVELACE et al., 2011).

De acordo com Namour e Theys (2014), a técnica de revascularização permitiria o crescimento da raiz evitando assim a permanência de paredes finas e frágeis, proporcionando, após o tratamento, um dente vital capaz de completar a sua maturação radicular. Essa opção de terapêutica fundamenta-se na difusão de células do tecido perirradicular para o interior do canal, ocupando o espaço vago deixado pelo tecido necrótico.

Segundo Banchs e Trope (2004), muitos casos documentados têm promovido a revascularização pulpar de dentes necrosados utilizando métodos de desinfecção e provocando o sangramento dentro do canal por sobreinstrumentação, até a formação do coágulo sanguíneo.

Consiste na desinfecção dos sistemas de canais, acompanhado da indução de um sangramento na região periapical, consequentemente o canal radicular irá ser preenchido com um coágulo sanguíneo. Então, células que estão presentes na papila apical, iniciarão a formação de um novo tecido no interior do canal radicular. Estas são as células-tronco, que substituem, reparam e melhoram tecidos danificados (WANG et al., 2010).

Objetiva-se com a revascularização o restabelecimento da vitalidade pulpar e a continuidade do desenvolvimento radicular (MURRAY, GARCIA-GODOY e HARGREAVES, 2007). Visa à desinfecção dos canais radiculares, bem como a formação de coágulo no interior do canal, sendo que este dá suporte ao crescimento e diferenciação celular (DOTTO et al., 2006).

Dentre as diversas recomendações destaca-se a importância da desinfecção utilizando-se farta irrigação (TURKISTANI e HANNO, 2011) e medicação intra canal (MIC) (LOVELACE et al., 2011). Podendo ser utilizado o hidróxido de cálcio (SHIMIZU et al., 2012) ou a pasta tripla antibiótica (BANCHS e TROPE, 2004), com o intuito de eliminar as bactérias presentes nas paredes dentinárias (LAW, 2013).

Em razão da fragilidade das paredes dentinárias dos canais de dentes com rizogênese incompleta, a descontaminação deve ser executada de maneira cuidadosa (LOVELACE et al., 2011). 

Iwaya et al., (2011), retratam que antibióticos desinfetam eficazmente os canais radiculares e ajuda o mesmo a favorecer um ambiente asséptico para a formação do coágulo e revascularização de dentes necróticos imaturos.

Porém para o desenvolvimento completo e eficaz desta técnica é necessário lançar mão de protocolos que precisam ser seguidos minuciosamente, controlando primeiramente possíveis infeções, evitar a instrumentação radicular, potencializando a irrigação com soluções irrigadoras biocompatíveis, visando a desinfecção do sistema de canais para que haja uma perfeita formação do coágulo sanguíneo, desenvolvendo a regeneração pulpar e selamento apical da raiz.

Segundo Shah et al., (2008) a revascularização se respalda numa boa desinfecção e na indução de sangramento da região periapical, preenchendo todo canal radicular com coágulo sanguíneo, provocando um novo tecido, tendo em vista, o término radicular com a raiz fortalecida.

Permanecer sem sintomatologia e mobilidade, com profundidade de sondagem normal, percussão normal, observação radiográfica da continuação do desenvolvimento e espessamento das paredes radiculares, regressão de lesão periapical e fechamento do forame apical, indicam o sucesso do processo de revascularização pulpar. (LIMA et al., 2019 p.138).

É de fundamental importância a eliminação das bactérias dos canais radiculares para prevenir a reinfecção e garantir a formação do novo tecido permitindo que a raiz complete sua maturação (SILVA et al., 2017).

Deve-se realizar a irrigação e a medicação intracanal, de maneira que elimine o máximo possível de microrganismos, pois a indução das células-tronco no interior do canal, não será eficaz em meio contaminado (TURKISTANI e HANNO, 2011).

Entre as soluções irrigadoras disponíveis, podemos destacar o gluconato de clorexidina (CHX) que é um excelente antimicrobiano, porém, não dissolve tecido orgânico e o hipoclorito de sódio (NaOCl) que também é antimicrobiano, consegue dissolver material orgânico, mas apresenta um alto índice de toxicidade. Como se trata de dentes que possuem o ápice aberto, o risco de extravasamento é muito alto, dessa forma é indicado que a irrigação com o NaOCl seja feita 4 milímetros aquém do comprimento de trabalho. Em vista disso, para diminuir os riscos, é adequado fazer uso da irrigação com soro fisiológico após o uso do hipoclorito de sódio (NAGATA et al., 2014).

Além das soluções irrigadoras, a medicação intracanal representa uma peça-chave na desinfecção dos canais radiculares (TURKISTANI e HANNO, 2011). Percebendo que algumas bactérias são resistentes as medicações com hidróxido de cálcio. HOSHINO et al., (1996), levantaram um estudo para analisar a ação antimicrobiana de antibióticos sozinhos e associados sobre microrganismos presentes na dentina radicular, polpa dental e lesões periapicais. Concluíram que há uma pasta contendo três antibióticos: Ciprofloxacina, Metronidazol e Minoclicina que conseguiu extinguir bactérias provenientes da superfície dentinária. Além disso, essa pasta foi capaz de eliminar microrganismos mesmo nas camadas mais profundas de dentina. Formada a pasta, ela pode ser inserida no interior do canal por uma broca lentulo.

Porém a minociclina, acarreta alguns casos o escurecimento da coroa dental, ocasionando em uma grande desvantagem (KIM et al., 2010). Contudo, buscando substituir a pasta tri-antibiotica, foi recomendado o uso do hidróxido de cálcio com clorexidina gel 2% para evitar o escurecimento da coroa, por conseguinte foi analisado no gel, a habilidade bactericida e antimicrobiana (BASRANI, GHANEM e TJADERHANE, 2004).

Segundo a AAE (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE ENDODONTIA), o atendimento com o paciente deve seguir o seguinte protocolo:

• Seleção de caso:

Dente com polpa necrótica e ápice imaturo; não é necessário espaço para a polpa para a restauração final; pacientes não alérgicos, medicamentos e antibióticos necessários para completar o procedimento (ASA 1 ou 2); consentimento dos responsáveis.

• Consentimento Informado: É necessária duas ou mais sessões. Uso de antimicrobianos. Possíveis efeitos adversos: coloração da coroa / raiz, falta de resposta ao tratamento, dor / infecção, caso ocorra, alternar para a apicificação de MTA, não realizar tratamento ou extrair (quando considerado não recuperável).

• Primeira Sessão:

1- Anestesia local, isolamento e acesso de barragens dentárias.

2- Irrigação abundante e suave com 20ml de NaOCl usando um sistema de irrigação que minimiza a possibilidade de extrusão de irrigantes para o espaço periapical (por exemplo, agulha com extremidade fechada e aberturas laterais). Concentrações mais baixas de NaOCl são aconselhadas, 1,5% NaOCl (20mL / canal, 5 min) e então irrigado com solução salina ou EDTA (20 mL / canal, 5 min), com a agulha de irrigação posicionada a cerca de 1mm da extremidade da raiz, para minimizar a citotoxicidade para células-tronco nos tecidos apicais.

3- Canais secos com pontas de papel.

. 4- Coloque hidróxido de cálcio ou baixa concentração de pasta de antibiótico triplo. Se o triplo pasta de antibiótico é usada: 1) considere a vedação da câmara pulpar com um agente de união dentinária [para minimizar o risco de manchas] e 2) misture 1: 1: 1 de ciprofloxacina: metronidazol: minociclina para uma concentração final de 0,1-1,0 mg / ml. A pasta antibiótica tripla tem sido associada à descoloração dos dentes. Pasta dupla de antibiótico sem pasta de minociclina ou substituição da minociclina por outro antibiótico (por exemplo, clindamicina; amoxicilina; cefaclor) é outra alternativa possível como desinfetante de canal radicular

5- Distribuir no sistema de canal por meio de seringa

6- Se for usado antibiótico triplo, certifique-se de que permanece abaixo do CEJ (minimize a coloração da coroa).

7- Sele com 4-4 mm de um material restaurador provisório.

8- Dispensar o paciente por 1 a 4 semanas.

• Segunda Sessão (1-4 semanas após 1° Visita):

1- Avalie a resposta ao tratamento inicial. Se houver sinais / sintomas de infecção persistente, considere o tempo de tratamento adicional com antimicrobiano ou antimicrobiano alternativo.

2- Anestesia com 4% de mepivacaína sem vasoconstritor, isolamento absoluto.

3- Irrigação abundante e suave com 20ml de EDTA 17%.

4- Seque com pontas de papel.

5- Crie sangramento no sistema de canal por instrumentação excessiva (induza girando uma lima K pré-curvada a 2 mm além do forame apical com o objetivo de ter todo o canal preenchido com sangue até o nível do junção cemento-esmalte). Uma alternativa para a criação de um coágulo de sangue é o uso de plasma rico em plaquetas (PRP), fibrina rica em plaquetas (PRF) ou fibrinamatriz autóloga (AFM).

6- Pare o sangramento em um nível que permita 4-4 mm de material restaurador.

7- Coloque uma matriz reabsorvível, como CollaPlug, Collacote, CollaTape sobre o coágulo de sangue se necessário e MTA branco como material de cobertura.

8- Uma camada de ionômero de vidro de 4-4 mm é passada suavemente sobre o material de cobertura e fotopolimerizada por 40 s. O MTA foi associado à descoloração. Alternativas ao MTA (biocerâmicas ou cimentos de silicato tricálcico [por exemplo, Biodentine, Septodont, Lancasted, PA, EUA]) devem ser consideradas em dentes onde há uma preocupação estética.

9- Dentes anteriores e pré-molares – Considere o uso de Collatape / Collaplug e restauração com 4 mm de um material restaurador não-mancha seguido pela colagem de um compósito preenchido à margem chanfrada do esmalte.

10- Dentes molares ou dentes com coroa PFM – Considere o uso de Collatape / Collaplug e restauração com 4 mm de MTA, seguido por RMGI, composto ou liga. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE ENDODONTIA, 2016, p.01).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização desta pesquisa através dos conceitos citados, observou-se que o método mais indicado para tratamento de dentes necrosados com rizogênese incompleta é a revascularização por coágulo sanguíneo, devido as vantagens que essa técnica pode apresentar, demonstrando como a desinfecção do sistema de canais radiculares é demasiadamente importante para o sucesso.

Concluindo então que a técnica de revascularização promove a continuidade da raiz e traz o fortalecimento das paredes dentinárias, tornando-se um tratamento de primeira escolha, quando referente a dentes diagnosticados com rizogênese incompleta.

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1Discente do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: 17rsantana@gmail.com
2Docente do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: danitamaia@hotmail.com