REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202412041520
Pedro Augusto Araujo da Silva1
Olirio Mateus Rodrigues Oliveira2
Gabriel de Carvalho Separowic3
João Victor Badio Damas4
Amanda Rocha Ponciano5
Orientador: Prof. José Francisco Toledo Melara
Resumo
O trabalho aborda uma obra civil de um restauro do Edifício Casarão FESPSP, tombado pela CONPRESP em 2005, situado na Vila Buarque, São Paulo-SP, como dois exemplos neste contexto, a Catedral de Notre-Dame, em Paris e o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, o restauro de edifícios de grande importância histórica é um tema que envolve não apenas questões técnicas, mas também sendo importante a consideração de aspectos socioculturais. Cada um desses casos ilustra o impacto do restauro na conservação da herança arquitetônica, além de demonstrar como essas estruturas podem ser adaptadas para continuar desempenhando funções essenciais nas cidades contemporâneas. Com foco no restauro do Edifício Casarão FESPSP, detalharemos a obra civil em etapas começando pela sua história, as patologias resultando na causa da reforma, o restauro, a finalização e suas melhorias.
Palavras-chave: Desenvolvimento. Referências. Publicação. Conclusão.
1. INTRODUÇÃO
O edifício conhecido como casarão centenário, atualmente propriedade da instituição de ensino FESPSP, é uma construção que foi tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, em 2005 pela CONPRESP, a moradia situada na Rua General Jardim – Bairro Vila Buarque-SP.
Adquirido em 1953, segue suas atividades com centro de ensino e extensão, assim como epicentro de iniciativas para projetos de amplitude pública e privada, sendo a décadas reconhecido pelo curso celebrado em seu nome, Fundação Escola de Sociologia e Política. Construção esta que a nível urbanístico pouco se diferencia dos modismos da época, onde a edificação principal, inspirada no classicismo francês, arquitetônica europeia nos anos “20“, determinada pela elite do café, com suas moradias amplas, unifamiliares, recuos frontais, laterais e jardins, determina o partido arquitetônico adotado, construção está em alvenaria de tijolos com cal, com três pavimentos, com estruturas de concreto armado, alvenaria estrutural, metálica e de madeira.
Com experiência na área de restauro na obra citada, e, com inspiração nos conteúdos de história, foi a inspiração da junção de duas áreas, como a construção civil e por patrimônios históricos que deveriam ter cuidados.
O imóvel já passou por reformas e ampliações anteriores vezes reformado sem critérios que respeitassem sua arquitetura original ou mesmo aspectos de segurança estrutural. Muitos imóveis tombados também existe a questão de falta de incentivo, ao tombar o imóvel se pagar uma parcela de IPTU consideravelmente alta, com acordo de deixar a estrutura intacta, porém como é algo antigo, para restaurar precisa de dinheiro e autorização, o que acaba dificultando o incentivo para restauros de imóveis antigos e tombados.
O objetivo geral desta pesquisa tem como tema a importância o restauro e manutenção de imóveis tombados e imóveis antigos, sendo assim, se refere a importância do restauro, visto que, o seu estado de conservação é regular, o que justifica a necessidade de obras de manutenção, que satisfaça as regularizações modernas de segurança sem perder o dimensionamento do partido arquitetônico original.
2. DESENVOLVIMENTO
Muitos edifícios antigos têm suas patologias com o desgaste do tempo como trincas, infiltrações, desgaste da estrutura, e também tem algumas questões atuais de modo que instalações modernas como, elevadores, rede, lógica, hidrantes, novos cabeamentos de instalação elétrica, ar condicionado, inclusive falta de manutenção predial e destes equipamentos citados. Alguns edifícios antigos que não possuíram o devido cuidado com a manutenção da estrutura, suas patologias e de instalações modernas, alguns imóveis foram destruídos por fogo ou tiveram risco de desabamento por conta da estrutura.
O restauro de estruturas de imóveis antigos desempenha um papel fundamental na preservação do patrimônio histórico e cultural de uma nação, ao mesmo tempo em que assegura a funcionalidade dessas edificações para as necessidades do mundo contemporâneo. Muitas dessas construções carregam significados históricos, culturais e arquitetônicos profundos, refletindo o desenvolvimento de uma sociedade ao longo do tempo. O desafio do restauro está em equilibrar a preservação da originalidade da estrutura e dos elementos artísticos com a implementação de melhorias que garantam a segurança e o uso adequado para as necessidades modernas. Exemplos notáveis de restaurações conhecidas e bem-sucedidas são a Catedral de Notre-Dame, em Paris, e o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que neles guardam inúmeras histórias e memórias para que sejam repassadas para gerações futuras. Outro exemplo é a restauração do Edifício Casarão FESPSP, localizado em São Paulo que ao longo de sua existência passou por algumas reformas para sua melhoria.
A Catedral de Notre-Dame, é um dos maiores ícones da arquitetura gótica e símbolo de Paris, sofreu um devastador incêndio em 2019 que destruiu boa parte de sua estrutura, incluindo a famosa flecha da torre e o telhado. A restauração da catedral envolveu uma ampla intervenção que combinou técnicas de engenharia civil, como o reforço das fundações e a reconstrução de elementos de madeira e pedra com a utilização de métodos tradicionais, como a “travail de taille” (corte de pedras), e o uso de materiais originais (pedra calcária, carvalho). A engenharia civil foi essencial para a restauração da estrutura de suporte, especialmente na reconstrução do teto de madeira, que exigiu a engenharia de uma nova tecnologia para garantir a estabilidade e segurança, utilizando também materiais modernos de alta resistência sem comprometer o aspecto histórico (Guillaume, 2020).
O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, um dos mais importantes museus de história natural e antropologia do Brasil, foi severamente danificado por um incêndio em 2018. A construção do edifício, que data de 1892, era de estilo neoclássico e enfrentava problemas estruturais devido ao desgaste do tempo, o que tornou o processo de restauração ainda mais complexo. A engenharia civil desempenhou um papel fundamental no projeto de recuperação do museu, com intervenções que incluíram o reforço das fundações, a recuperação das fachadas e a renovação das instalações internas, que estavam obsoletas e fora de conformidade com as normas de segurança e acessibilidade modernas.
As intervenções da engenharia também se estenderam ao tratamento das instalações elétricas e de climatização, elementos essenciais para a preservação de acervos museológicos. O uso de tecnologias avançadas de monitoramento e controle ambiental, como sistemas de controle de umidade e temperatura, foi integrado ao projeto, garantindo que o museu não apenas fosse restaurado, mas que se tornasse capaz de atender às exigências do século XXI, tanto para o público quanto para a preservação de seu acervo. O projeto de restauração do Museu Nacional destaca a importância de integrar soluções contemporâneas de engenharia em edifícios históricos, sem comprometer sua estética original (Mendonça, 2019).
No Casarão FESPSP, o edifício foi construído para ser uma residência, no início do século XX e passou por algumas reformas ao longo da sua existência. No entanto, por ter salas de aula e ser local de trabalho de várias pessoas, sofreu um desgaste natural decorrente do uso contínuo. Como a edificação é centenária, as anomalias encontradas nas áreas estrutural e arquitetônica podem colocar em risco as pessoas que utilizam o edifício. Então é recomendável a contratação de reparos, sob pena de aumentar as patologias, acarretando assim custos maiores para a sua reparação. É importante destacar as patologias e reparações a serem executadas como principal objetivo caracterizar a situação física referida ao edifício, dados estudados e retirados após a vistoria cautelar e feito o laudo técnico realizado pela empresa Rodovias Engenharia Municipal, contratada pela FESPSP para este serviço:
- Arquitetura: Preservar as características arquitetônicas, fachadas, janelas e design interior;
- Estrutura: Problemas com risco de desabamento com vigas e pilares fora de amarração, falta de acessibilidade aos andares;
- Hidráulica: Reparo do telhado já bastante antigo, com isso melhoria da drenagem de águas pluviais na cobertura que estão facilitando para inúmeras infiltrações no imóvel;
- Elétrica: Há uma defasagem entre as instalações elétricas existentes limitando a utilização de mais espaços e serviços, fazendo com que dimensionamento antigo de instalações com a constante modernização de ambientes tem provocado uma sobrecarga por uma quantidade de energia maior, resultando em risco de incêndio;
- Climatização: Problemas com climatização, não há um sistema central de ar condicionado. Os aparelhos atuais são antigos e grandes consumidores de energia, além de prejudicarem bastante a estética da arquitetura do casarão.
De acordo com o engenheiro responsável, para a realização da reforma do casarão, foi de suma importância conter documentos que puderam evidenciar o tombamento do imóvel, que podem ser destacados como: Averbação do tombamento do casarão, Aprovação pelo CONPRESP do projeto da reforma do casarão, Alvará de execução de reforma do casarão.
A obra teve início em 17 de outubro de 2022, com previsão inicial de conclusão em setembro de 2023. Contudo, após alguns imprevistos comuns de obras, adiaram a conclusão em fevereiro de 2024. Trata-se de uma edificação de três pavimentos de uso institucional, julgados em: Pavimento Térreo, 1º Pavimento e Sótão, e é composta por uma estrutura mista com áreas de alvenaria portante tijolinho maciço, cal, gabião com pedras, estrutura de madeira e áreas reformadas com estrutura convencional de concreto armado e vigas metálicas.
A obra respeitou todas as orientações do tombamento, modernizando apenas as áreas não abrangidas por ele. Quando não possível o restauro, os elementos foram repostos com fac-símiles, como foi o caso de algumas esquadrias, o madeiramento, como os barrotes e os assoalhos foram totalmente preservados. As instalações elétricas, de lógica, iluminação e de climatização foram totalmente renovadas ou implantadas pela primeira vez, sem afetar o partido arquitetônico e a memória histórica da arquitetura do início do século XX de São Paulo.
Fonte: São Paulo (imagem) Planta Atualizada do Projeto de Restauro do Pavimento Térreo do Casarão FESPSP (“Planta feita pela empresa de Arquitetura CBM”)
Fonte: São Paulo (imagem) Planta Atualizada do Projeto de Restauro do 1º Pavimento do Casarão FESPSP (“Planta feita pela empresa de Arquitetura CBM”)
Fonte: São Paulo (imagem) Planta Atualizada do Projeto de Restauro do Sótão do Casarão FESPSP (“Planta feita pela empresa de Arquitetura CBM”)
Fonte: São Paulo (imagem) Planta Atualizada do Projeto de Restauro da Cobertura do Casarão FESPSP (“Planta feita pela empresa de Arquitetura CBM”)
Com a criação de alguns espaços, toda a estrutura foi reforçada com alguns pilares que não estavam com amarração, estruturas de madeiras como a tesoura, trama, caibros, ripas, apoio que foram retiradas sem preocupação em algum momento do centenário do edifício casarão, foram reestruturadas para que não chegue a ceder com o peso e não haver mais trincas, também com a instalação especialmente para a implantação do elevador com estruturas metálicas para acessibilidade que antes não havia dentro do edifício.
Figura 1 – Esforços Diagrama Momento Fletor ( Memória de cálculo ESTRUTURA DA CAIXA DO ELEVADOR – CÁLCULO E DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA)
Figura 1 – Imagem do vão para Estrutura do Elevador do Sótão ao Térreo (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 2 – Modelo de números finitos – 3D ( Memória de cálculo ESTRUTURA DA CAIXA DO ELEVADOR – CÁLCULO E DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA METÁLICA )
Figura 2 – Imagem da Estrutura Metálica do Elevador no Sótão (Fotos retiradas pelo próprio autor)
O sótão foi adaptado para funções administrativas e foi criado um espaço para reuniões do Conselho Superior. Manteve-se a mesma estrutura de madeira da cobertura e deixou-se aparente em alguns lugares as vigas e traves de apoio.
Figura 1 e Figura 2 – Imagens das salas do Sótão destacando sua estrutura de madeira e recebendo tratamento de recuperação do piso, isolamento térmico e acústica para o forro e paredes (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 1 e Figura 2 – Imagens das salas do Sótão destacando o pós restauro do piso, forro e a reminiscência da estrutura da taipa francesa (Fotos retiradas pelo próprio autor)
A cobertura teve que ser removida e novo telhamento foi implantado, a drenagem de águas pluviais na cobertura foram trocadas pois a anterior era a causadora de muitas infiltrações que colocavam em perigo a segurança do imóvel
Figura 1 – Imagem da instalação das placas cimentícias e detalhamento do antigo telhamento da cobertura (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 2 – Imagem da finalização da cobertura (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Com inúmeros serviços da área de engenharia e construção civil realizados, segue o resumo da grande maioria:
Recuperação estrutural de vigas e paredes;
Pintura de paredes;
Restauro de portas, janelas e esquadrias;
Modernização da instalação elétrica; Implantação de lógica e telefonia;
Implantação de sistema de combate a incêndio;
Modernização do sistema de proteção a descargas elétricas;
Reparo e troca de calhas;
Implantação de ar condicionado, sistema vrf, com entrada e saída de ar;
Instalação do elevador vertical predial de uso restrito mecânico agf com 3 paradas;
Instalação de banheiros pne e acessibilidade em geral;
Troca da cobertura;
Restauro dos assoalhos;
Troca dos forros de madeira por placas de gesso;
Troca do piso do terraço;
Ajustes nos sistemas hidráulicos;
Troca do piso externo por mosaico português;
Restauro do gradil do muro frontal;
Troca das janelas na área de convívio;
Instalação de um shaft de serviços;
Restauro dos adornos do saguão do térreo e fachadas;
Troca e restauro das fechaduras das portas e janelas;
Troca das 2 caixas d´água de 1000;
Restauro do piso de mármore da escada de acesso ao térreo;
Instalação de divisórias de vidro;
Instalação de divisórias de dry-wall;
Modernização de interruptores, tomadas de energia e redes;
Instalação de equipamentos sanitários e metais;
Instalação das placas cimentícias nas paredes do sótão;
Reparo de trincas;
Reparo de piso;
Reparo de umidade de infiltração de teto com grauteamento químico;
Reparo de pintura do teto;
Reparo de pingadeira com resina e vedação com pu;
Restauro de portas e janelas;
Limpeza e recuperação de portas;
Novas instalações elétricas e hidráulicas;
Passagem de infra de ar condicionado;
Remoção de revestimento de parede;
Remoção de louças;
Remoção de viga metálica;
Execução de viga metálica com berço de concreto;
Remoção de forro;
Troca de calhas;
Demolição de paredes;
Instalação de manta no forro do sótão (subcobertura);
Instalação de telhado com 2 inclinações com placas cimentícias e com telhas termo acústicas (sanduíche);
Modernização de tomadas, interruptores e materiais elétricos;
Estrutura metálica de sustentação do elevador;
Abertura de poço do elevador;
Instalação da base dos equipamentos de ar condicionado na área externa;
Instalação dos condensadores; Pintura com tinta à base de silicato, permeável, na fachada frontal.
Figura 11 – Imagem da Fachada Frontal do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 12 – Imagem da Fachada lateral do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 13 – Imagem da Fachada Posterior do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 14 – Imagem da Fachada Posterior do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 15 – Imagem do Saguão Principal no Térreo do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 16 – Imagem do Saguão Principal no 1º Pavimento do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 17 – Imagem da Escada para acesso ao Sótão do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 18 – Imagem do Hall da Escada do Sótão do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 19 – Imagem do Elevador recém implantado para acessibilidade e reminiscência da estrutura da taipa francesa no Sótão do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
Figura 20 – Imagem da sala de Reuniões do Conselho no Sótão do Casarão FESPSP pós Restauro (Fotos retiradas pelo próprio autor)
3. METODOLOGIA
A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, com um estudo de caso detalhado, articulando métodos bibliográficos e de campo. Essa abordagem foi escolhida para permitir uma análise ampla e fundamentada do casarão estudado, considerando suas características estruturais, históricas e culturais.
Pesquisa Bibliográfica
A fundamentação teórica foi construída com base na leitura do livro “Comissão de Patrimônio Cultural: Bens Imóveis Tombados ou em Processo de Tombamento da USP”, que apresenta diretrizes importantes sobre a preservação de bens tombados, detalhando aspectos técnicos e normativos de restauração e conservação. Além disso, foram consultados relatórios técnicos do casarão, documentos normativos do IPHAN e artigos acadêmicos voltados para o restauro de imóveis históricos.
Os objetivos da pesquisa bibliográfica foram:
Entender os conceitos e métodos aplicados à restauração de imóveis tombados.
Identificar técnicas de intervenção compatíveis com os materiais e métodos construtivos originais do casarão.
Mapear diretrizes normativas aplicáveis ao caso estudado, em conformidade com as políticas nacionais de preservação do patrimônio cultural.
Pesquisa de Campo
As visitas in loco ao casarão foram essenciais para a identificação de patologias estruturais e a avaliação do estado de conservação do imóvel. Durante as inspeções, foi utilizado um checklist baseado nas normas da ABNT NBR 16747:2020 (Inspeção Predial), complementado por diretrizes extraídas da obra bibliográfica principal e de outros documentos técnicos.
As atividades de campo seguiram as etapas:
Inspeção Visual: Avaliação detalhada das condições das fundações, estruturas de madeira, estruturas metálicas, alvenarias, telhado, e elementos decorativos.
Registro Fotográfico: Documentação completa de todas as patologias e características arquitetônicas relevantes, utilizando câmeras digitais de alta.
Consultas com Especialistas: Entrevista com o engenheiro responsável pela obra,
Recursos Técnicos Utilizados
Os recursos técnicos empregados foram os seguintes:
Ferramentas de Inspeção: Trena, paquímetro, laser scanner e lupa para análise detalhada de fissuras e desgastes.
Tecnologias Digitais: Softwares como AutoCAD para atualização das plantas e plotagens, Excel para controle da obra e Word para relatórios da obra
Laboratório de Materiais: Testes em laboratório para identificar propriedades físicoquímicas dos materiais originais e selecionar técnicas de restauro compatíveis.
Equipamentos Fotográficos: Utilização de câmeras para capturar imagens detalhadas e fornecer uma visão global do estado de conservação.
Análise dos Dados
Os dados foram organizados em categorias, considerando os tipos de patologias observadas e as áreas do casarão afetadas. Para assegurar uma análise consistente, foi realizada uma triangulação entre as informações coletadas no campo, as diretrizes técnicas apresentadas no livro “Comissão de Patrimônio Cultural: Bens Imóveis Tombados ou em Processo de Tombamento da USP”, e as normas estabelecidas pelos órgãos de preservação do patrimônio.
Essa metodologia possibilitou um diagnóstico preciso do estado atual do imóvel, além de fornecer embasamento para a proposição de um plano de intervenção alinhado às boas práticas de conservação patrimonial e restauro estrutural.
CONCLUSÕES E RESULTADOS
Quando um imóvel é reconhecido pelo seu valor histórico, são tombados para preservar o patrimônio cultural e sua própria história, muitos imóveis antigos que para restaurar precisam de um dinheiro consideravelmente alto e autorização por meio de uma aplicação de legislação específica, acaba dificultando o incentivo para restauros. No caso do Casarão FESPSP, suas atividades ainda são bem recorrentes, por ser uma Faculdade de Sociologia e Política que registra a memória da sociedade demonstrando sua importância para todas as futuras gerações, assim levando sua importância do tombamento. Como é um edifício centenário e ainda em atividade, sua estrutura, que foi modificada internamente aos longos dos anos, sofreu desgastes decorrente do uso podendo causar risco às pessoas que usam o ambiente, e também o risco de desabamento de um edifício histórico. Por isso sua reforma é importante. No térreo, foi destinado a atividades culturais e palestras, no 1º Pavimento foi destinado para a diretoria executiva da FESPSP, Sótão foi destinado para algumas áreas administrativas da FESPSP, como Financeiro, Jurídico e Controladoria, com inclusão de uma sala de reunião para o conselho, foram recuperados os adornos, portas principais e recuperados os assoalhos, alguns ainda com o madeiramento original. Na retaguarda do imóvel criou-se uma área de convívio para os funcionários e sanitários para uso geral.
O novo Casarão será uma referência cultural para a Vila Buarque e poderá ser uma fonte de atração até mesmo para as atividades acadêmicas da Escola de Sociologia e Política, através de seu uso para debates e palestras, com isso atraindo novos alunos nas diversas áreas de ensino da Fundação.
A memória histórica e a arquitetura agradecem o investimento majestoso efetuado pela FESPSP.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos funcionários e bibliotecários da FESPSP/ CEDOC, ao Ricardo Pereira (Engenheiro Civil), a Jessika Rodrigues (Professora Pedagógica), também a Victoria Fonseca (Universitária do curso de Sociologia da FESPSP).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação – artigo em publicação periódica técnica e/ou científica – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
CECILIA, Maria. O Bens Imóveis Tombados ou em Processo de Tombamento da USP. 2. ed. [S.2.]: CPC, 1999.
· Guillaume, S. (2020). Notre-Dame de Paris: La Restauration d’une Icone. Paris: Editions du Patrimoine.
· Mendonça, L. (2019). Museu Nacional: O Processo de Restauração após o Incêndio de 2018. Rio de Janeiro: UFRJ Editora.
· Silva, R. (2021). O Edifício Prestes Maia: Restauro e Modernização. São Paulo: Editora SENAI.
1Graduação em Engenharia Civil – Universidade São Judas Tadeu – USJT Guarulhos
pedroaugusto_araujo@hotmail.com,
2Graduação em Engenharia Civil – Universidade São Judas Tadeu – USJT Guarulhos
oliriomateus@live.com,
3Graduação em Engenharia Civil – Universidade São Judas Tadeu – USJT Guarulhos
rm.separowic@gmail.com,
4Graduação em Engenharia Civil – Universidade São Judas Tadeu – USJT Guarulhos
joaovictorbadio@hotmail.com,
5Graduação em Engenharia Civil – Universidade São Judas Tadeu – USJT Guarulhos
arponciano.04@gmail.com