REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8087782
Jéssica França Mendonça¹
Bruna Sampaio Tavares²
Rodolpho Costa dos Santos Gérard Henri Poussielgue³
Manuelly Pereira de Morais Santos⁴
José Gilberto de Oliveira Júnior⁵
Kleber Jose Canedo Pimentel⁶
Ariana Hurlimann⁷
Raphael Lima Saraiva⁸
Izabelle Lopes Quintino⁹
Maria Eduarda Castro Ferreira de Siqueira¹⁰
Danielle Pereira dos Santos¹¹
Adilson Gomes de Campos¹²
Cláudio Rodrigues de Lima¹³
Andrea Branco Marinho¹⁴
Itaécio Felipe Silva¹⁵
Yasmin Lima Caldas¹⁶
Marcos Vinicius de Almeida Teles¹⁷
Leticia Paiva Fiquene¹⁸
Gabrielle Nepomuceno da Costa Santana¹⁹
Amanda Santana Goes da Silva²⁰
RESUMO
A taxa de mortalidade bruta associada à bacteremia em UTI é estimada em 35 a 60%, com mortalidade de 27%, na qual varia de 12 a 80%, contudo depende do tipo de instituição e população estudada. Na pediatria, as infecções relacionadas à assistência à saúde são complicadores no tratamento da criança hospitalizada. Objetivo: trazer a tona sobre a resistência bacteriana dentro das UTIS pediátricas e suas repercussões durante o internamente da criança. Busca-se saber: os profissionais estão aptos para a administração segura e assertiva dos antibióticos. Metodologia:Trata-se de estudo de caráter qualitativo, uma revisão bibliográfica realizada por meio de base dados internacionais como Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Além disso, foram elencados os seguintes critérios de inclusão: estar disponível na íntegra de forma gratuita, artigos em português, inglês ou espanhol, recorte temporal preferencialmente dos últimos 5 anos e estar de acordo com a temática proposta. Discussão:As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam uma causa importante de morbidade e mortalidade em adultos e crianças gravemente enfermos, significando aumento do tempo de internação, maior afastamento do paciente de seus cotidianos. As infecções primárias de corrente sanguínea (IPCS) estão entre as mais comumente relacionadas à assistência à saúde.O uso de antibióticos indiscriminadamente trazem consequências, sendo uma delas às interações medicamentosas podendo ter maior repercussão em determinados grupos, como idosos, indivíduos imunodeprimidos, e/ou hospitalizados, e em crianças. As crianças apresentam características fisiológicas que se modificam de acordo com o seu desenvolvimento, sendo seu perfil farmacocinético e farmacodinâmico modificados, o que as torna mais vulneráveis quanto à utilização de medicamentos. Além disso, a escassez de estudos e de medicamentos específicos para estes pacientes, não estabelece uma faixa de segurança para uso de medicamentos em pediatria. Conclusão: aoavaliar as repercussões do uso indiscriminado de antibióticos nas UTIS pediátricas foi possível observar a necessidade do estudo contínuo dos profissionais de saúde sobre o uso consciente de antibióticos. Ademais, Sabendo-se que os paciente pediátricos são mais suscetíveis à ocorrência de problemas relacionados aos medicamentos, a avaliação das prescrições, através das intervenções de enfermagem e da equipe multidisciplinar é essencial auxiliando na melhora do quadro clínico desses pacientes com efeito positivo sobre a diminuição do período de internação e consequentemente dos custos relacionados à assistência.
Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Pediatria. Medicamentos.
INTRODUÇÃO
As Infecções da Corrente Sanguínea (ICS), tanto primária como secundária, constituem ocorrências graves e potencialmente letais, avaliadas como a terceira causa de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IrAS) em hospitais gerais. Essas ocorrências representam importante causa de mortalidade e aumento significativo nos custos hospitalares. Essas infecções podem apresentar-se como bacteremias ou sepses. Em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a incidência de ICS é 7,4 vezes maior que aqueles que estão em enfermaria. A taxa de mortalidade bruta associada à bacteremia em UTI é estimada em 35 a 60%, com mortalidade de 27%, na qual varia de 12 a 80%, contudo depende do tipo de instituição e população estudada. Na pediatria, as infecções relacionadas à assistência à saúde são complicadores no tratamento da criança hospitalizada. Essa afecção aumenta a morbidade e mortalidade, tempo de internação, custos e sofrimento para a criança e sua família (FREIRE et al., 2013).
No Brasil, os registros de óbito por sepse neonatal indicam aproximadamente 3.000 crianças por ano. Em 2021, na cidade de São Paulo, estimou-se que a infecção foi responsável por 27,5% dos óbitos neonatais (DE OLIVEIRA; SANTOS; DALARMI, 2023).
O presente artigo tem o objetivo de trazer a tona sobre a resistência bacteriana dentro das UTIS pediátricas e suas repercussões durante o internamente da criança. Busca-se saber: os profissionais estão aptos para a administração segura e assertiva dos antibióticos ?
METODOLOGIA ou DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
Trata-se de estudo de caráter qualitativo, uma revisão bibliográfica realizada por meio de base dados internacionais como Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Além disso, foram elencados os seguintes critérios de inclusão: estar disponível na íntegra de forma gratuita, artigos em português, inglês ou espanhol, recorte temporal preferencialmente dos últimos 5 anos e estar de acordo com a temática proposta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de microrganismos resistentes temos os procedimentos invasivos, como por exemplo a ventilação mecânica e o uso de cateteres, internações prolongadas, doenças crônicas, como também o uso inadequado e excessivo de antibióticos de amplo espectro, sendo esta a terapia administrada em cerca de 70% dos pacientes internados em UTI (SANTOS, 2022).
UTI pediátrica, há fatores específicos desses pacientes que são determinantes diretos de infecção como a lenta maturação do sistema imunológico, imunodeficiências, uso de imunossupressores, tempo de internação prolongado e procedimentos invasivos e, devido a essas peculiaridades, as IRAS em UTI pediátrica tendem a ser mais freqüentes do que em adultos. Normalmente, as infecções nosocomiais mais situadas em UTI são as respiratórias, seguidas das infecções relacionadas à corrente sistêmica.
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) representam uma causa importante de morbidade e mortalidade em adultos e crianças gravemente enfermos, significando aumento do tempo de internação, maior afastamento do paciente de seus cotidianos. As infecções primárias de corrente sanguínea (IPCS) estão entre as mais comumente relacionadas à assistência à saúde (DA SILVA GIMA et al., 2020).
O uso de antibióticos indiscriminadamente trazem consequências, sendo uma delas às interações medicamentosas podendo ter maior repercussão em determinados grupos, como idosos, indivíduos imunodeprimidos, e/ou hospitalizados, e em crianças. As crianças apresentam características fisiológicas que se modificam de acordo com o seu desenvolvimento, sendo seu perfil farmacocinético e farmacodinâmico modificados, o que as torna mais vulneráveis quanto à utilização de medicamentos. Além disso, a escassez de estudos e de medicamentos específicos para estes pacientes, não estabelece uma faixa de segurança para uso de medicamentos em pediatria (DA SILVA OLIVEIRA et al., 2020).
Na população pediátrica estima-se que 2/3 da mortalidade geral está relacionada a doenças infecciosas e a resistência aos antibióticos de primeira linha para o tratamento dessas doenças vem crescendo e se tornando cada vez mais frequente. Quando falamos de pacientes internados, os dados são ainda mais alarmantes. Mais de 60% das crianças internadas recebem pelo menos um antibiótico durante a internação. Em crianças internadas em unidade de terapia intensiva (UTI), que receberam ventilação prolongada, foram submetidas à colocação de cateter venoso ou com tempo de internação maior do que 14 dias, o uso de antibioticoterapia pode chegar a 90%. Além disso, os agentes de amplo espectro foram mais frequentemente utilizados neste grupo de pacientes (DIAS et al., 2019).
A farmacologia clínica pediátrica, ainda existe carência de informações quanto aos aspectos relevantes na terapia infantil, especialmente no que se refere à farmacocinética e farmacodinâmica. Estes fatores contribuem para classificar as crianças como sendo um grupo de risco, pois são poucos os medicamentos especificamente autorizados para utilização na idade pediátrica.
CONCLUSÃO
No presente estudo, ao avaliar as repercussões do uso indiscriminado de antibióticos nas UTIS pediátricas foi possível observar a necessidade do estudo contínuo dos profissionais de saúde sobre o uso consciente de antibióticos. Ademais, Sabendo-se que os paciente pediátricos são mais suscetíveis à ocorrência de problemas relacionados aos medicamentos, a avaliação das prescrições, através das intervenções de enfermagem e da equipe multidisciplinar é essencial auxiliando na melhora do quadro clínico desses pacientes com efeito positivo sobre a diminuição do período de internação e consequentemente dos custos relacionados à assistência.
REFERÊNCIAS
DA SILVA GIMA, Matheus Breno et al. Características microbiologicas e perfil de resistencia de microrganismos causadores de infecções hospitalar em uma UTI para pacientes pediátricos de um hospital referência em infectologia do Amazonas. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 4, p. 8663-8678, 2020. Disponível em:https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/13490 Acesso em: 19 Junho 2023.
DE OLIVEIRA, Ana Beatriz Batistela; SANTOS, Jessyka Silva; DALARMI, Luciane. SEPSE NEONATAL: TRATAMENTO, PREVENÇÃO E A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO DENTRO DA UTI PEDIÁTRICA. Visão Acadêmica, v. 23, n. 4, 2023. Disponível em:https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/87546 Acesso em: 19 Junho 2023.
DA SILVA OLIVEIRA, Patrícia et al. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E SUA IMPORTÂNCIA EM PACIENTES CRÍTICOS PEDIÁTRICOS. Educação, Ciência e Saúde, v. 7, n. 1, 2020. Disponível em:https://scholar.archive.org/work/hn7wxoma5ngxvdeoccopi2s5cy/access/wayback/http://periodicos.ces.ufcg.edu.br/periodicos/index.php/99cienciaeducacaosaude25/article/download/196/pdf_77 Acesso em: 19 Junho 2023.
DIAS, Déborah Cardoso Albernaz de Almeida et al. Análise de um programa de gestão de antimicrobianos em unidade de terapia intensiva pediátrica. 2019. Disponível em:https://app.uff.br/riuff;/bitstream/handle/1/12601/D%C3%89BORAH%20CARDOSO%20ALBERNAZ%20DE%20ALMEIDA%20DIAS%20DISSERTA%C3%87%C3%83O.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 19 Junho 2023.
FREIRE, Izaura Luzia Silverio et al. Perfil microbiológico, de sensibilidade e resistência bacteriana das hemoculturas de unidade de terapia intensiva pediátrica. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 3, n. 3, p. 429-439, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/index.php/reufsm/article/view/8980 Acesso em: 18 Junho 2023.
SANTOS, Milena Lima Valério dos. Flora bacteriana e uso de antimicrobianos em pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em:https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/51956 Acesso em: 19 Junho 2023.
TORRES, LUCIANA. Perfil de bactérias multirresistentes em pacientes críticos de um hospital pediátrico. Revista Cereus, v. 12, n. 1, p. 91-105, 2020. Disponível em:http://ojs.unirg.edu.br/index.php/1/article/view/2386 Acesso em: 19 Junho 2023.
¹Graduanda em Psicologia, UEPB
²Graduanda em Medicina, FPS
³Graduando em Medicina, FITS
⁴Graduanda em Medicina, FPS
⁵Graduando em Medicina, FITS
⁶Graduando em Medicina, FMO
⁷Graduanda em Medicina, FPS
⁸Graduando em Medicina, Uninassau
⁹Graduanda em Medicina, FMO
¹⁰Graduanda em Medicina, UNIFAN
¹¹Graduanda em Medicina, Unicerrado
¹²Graduado em Enfermagem, UFMT
¹³Graduado em Enfermagem, FTESM
¹⁴Graduada em Enfermagem, UNESA
¹⁵Graduado em Enfermagem, URCA
¹⁶Graduada em Psicologia, UNIT/AL
¹⁷Graduado em Medicina, UNIRV
¹⁸Especialista em Enfermagem em Saúde da Criança, UFMA
¹⁹Graduada em Enfermagem, UNESA
²⁰Graduada em Enfermagem, UNIPLI