ASSISTED REPRODUCTION: CHALLENGES AND ADVANCES IN IN VITRO FERTILIZATION AND ARTIFICIAL INSEMINATION WITH CURRENT AND FUTURE PERSPECTIVES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410280932
Jhennifer Santos da Silva1
Victoria Francine Silva de Almeida2
MSc. Gabriel de Oliveira Rezende3
Resumo
A reprodução humana assistida (RHA) é um conjunto de técnicas médicas que permitem a reprodução humana de maneira assistida, contribuindo para casos de infertilidade, idade avançada, casais homoafetivos, gestação independente e planejamento familiar. As principais técnicas são a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV). Este estudo exploratório-descritivo investiga os desafios enfrentados por esses casais, assim como os avanços recentes e as perspectivas futuras dessas técnicas. A análise inclui a revisão de literatura recente, enfocando avanços como protocolos aprimorados de estimulação ovariana e seleção de embriões, além do impacto de tecnologias emergentes. O estudo também aborda as variáveis taxas de sucesso, os custos dos procedimentos e as questões éticas envolvidas. Espera-se que as inovações contínuas melhorem as taxas de sucesso, reduzam riscos e ampliem a acessibilidade desses tratamentos. Atualmente, a técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é muito utilizada. Apesar dos desafios, a RHA permitiu que casais inférteis realizassem o sonho da paternidade. Com os avanços científicos e tecnológicos, espera-se que as técnicas de RHA continuem evoluindo para beneficiar cada vez mais casais que desejam ter filhos.
Palavras-chave: Infertilidade; Idade avançadas; Casais homoafetivos; Gestação Independente; Técnicas de RHA.
Abstract
Assisted human reproduction (AHR) is a set of medical techniques that enable human reproduction with assistance, contributing to cases of infertility, advanced age, same-sex couples, independent gestation, and family planning. The main techniques are artificial insemination and in vitro fertilization (IVF). This exploratory-descriptive study investigates the challenges faced by these couples, as well as recent advancements and future perspectives of these techniques. The analysis includes a review of recent literature, focusing on advancements such as improved ovarian stimulation protocols and embryo selection, as well as the impact of emerging technologies. The study also addresses the variable success rates, procedure costs, and ethical issues involved. It is expected that ongoing innovations will improve success rates, reduce risks, and enhance the accessibility of these treatments. Currently, the technique of intracytoplasmic sperm injection (ICSI) is widely used. Despite the challenges, AHR has enabled infertile couples to realize their dream of parenthood. With scientific and technological advancements, it is anticipated that AHR techniques will continue to evolve to benefit more and more couples wishing to have children.
Keywords: Infertility; Advanced age; Same-sex couples; Independent gestation; AHR technique;
1 INTRODUÇÃO
A fertilização in vitro (FIV) e a inseminação artificial (IA) representam avanços significativos no campo da medicina reprodutiva, oferecendo esperança e oportunidades para casais que enfrentam dificuldades de concepção. No entanto, essas técnicas não estão isentas de desafios, e os avanços recentes e as perspectivas futuras desses procedimentos têm despertado interesse e questionamento em diversos âmbitos. (Londra, 2014)
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da (OMS, 2023), diz que a grande proporção de pessoas afetadas mostra a necessidade de ampliar o acesso aos cuidados de fertilidade e garantir que esse problema não seja mais deixado de lado nas pesquisas e políticas de saúde, para que as pessoas, tenham formas seguras, eficazes e acessíveis de ter filhos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2023) se debruçou sobre mais de 12000 pesquisas, em todos os continentes, até consolidar uma robusta revisão com base em 133 estudos populacionais realizados entre 1990 e 2021. Descobriu-se, na média a que 17,5% das pessoas têm algum grau de infertilidade, taxa superior ao que os especialistas em reprodução humana imaginavam.
A inseminação artificial (IA) é uma técnica de reprodução assistida com uma taxa de sucesso que varia entre 10% e 20% no Brasil. Um estudo envolvendo 139 casais analisou 220 ciclos de inseminação intrauterina, a média de ciclos por casal foi de aproximadamente 1,6 ciclos, com a idade média das mulheres sendo 31 anos e a duração média da infertilidade sendo de 34,6 meses. O resultado final de uma gravidez com sucesso em cada ciclo de IA foi de aproximadamente 14,5%. Comparativamente, a fertilização in vitro (FIV) apresenta taxas de sucesso mais elevadas. A taxa de gravidez por ciclo de FIV pode variar entre 30% e 35% em mulheres com até 35 anos, mas diminui para cerca de 15% em mulheres com mais de 40 anos. (Martins, 2011).
Os fatores de risco mais comuns associados á FIV são as falhas de tratamento, como conseqüência da estimulação ovariana, e o risco de gravidez 8 múltipla. Algumas complicações que podem afetar na IA estão relacionadas a condições médicas subjacentes, como o número insuficiente de óvulos liberados durante a estimulação ovariana e uterinas adversas, como endometriose ou miomas. (Miranda, 2018)
A Resolução CFM nº 2.320/22 estabelece novas diretrizes relacionadas A reprodução assistida e à gestação por substituição no Brasil. De acordo com essa resolução, o número de embriões gerados em laboratório não tem mais um limite definido, permitindo que os pacientes decidam quantos embriões serão transferidos. Caso haja impossibilidade de atender à relação de parentesco padrão estabelecida (primeiro grau ao quarto grau) uma autorização de excepcionalidade pode ser solicitada ao Conselho Regional de Medicina (CRM, 2022).
A inseminação artificial pode ser homóloga, utilizando material genético do próprio casal, ou heteróloga, com material de pessoa anônima. Na homóloga, não é necessária a autorização do marido e até mesmo após seu falecimento a lei permite o procedimento. Já na heteróloga, são utilizados gametas de terceiros, podendo ser realizada por pessoas solteiras, divorciadas ou viúvas. No entanto, a legislação atual não aborda completamente questões como a negação da paternidade em casos de filhos concebidos por inseminação heteróloga. (Diniz, 2012)
Então buscamos oferecer uma visão abrangente dos desafios atuais e das possibilidades futuras relacionadas á FIV e a IA, destacando a importância contínua da pesquisa e da inovação no campo da medicina reprodutiva. Enquanto enfrentam desafios como custo e acessibilidade, continuam a avançar através de melhorias técnicas e científicas. As perspectivas futuras incluem aprimoramentos na precisão diagnóstica, desenvolvimento de tecnologias emergentes e expansão de suas aplicações além da infertilidade. Esses avanços têm o potencial de melhorar as taxas de sucesso e amplia o alcance dessas técnicas, oferecendo esperança para uma gama mais ampla de pessoas que buscam realizar seu desejo de ter filhos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
A reprodução assistida, constantemente impulsionada por avanços científicos e tecnológicos, oferece soluções eficazes para o tratamento da infertilidade, apoiadas por práticas baseadas em evidências. No entanto, além de enfrentar os desafios emocionais da infertilidade, os futuros pais também lidam com barreiras financeiras e a falta de informações claras sobre os processos e técnicas da Reprodução Humana Assistida (RHA), ressaltando a necessidade de um suporte integral no tratamento. (Cunha, 2018).
Os casais que recorrem às técnicas de Reprodução Humana Assistida (RHA), como o coito programado, a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV), muitas vezes enfrentam uma série de desafios emocionais e psicológicos. A busca por uma gestação desejada pode trazer sentimentos de vulnerabilidade, impotência e perda de controle sobre a vida pessoal e os planos de ter filhos. Esse processo pode ser vivenciado como uma crise, afetando não apenas a saúde emocional e psíquica, mas também os aspectos físicos e socioculturais dos indivíduos e do casal. A necessidade de apoio psicológico durante esse período é fundamental para ajudar a lidar com os impactos complexos e multifacetados que surgem ao longo do tratamento. (Leite, 2019)
A classificação das técnicas de Reprodução Assistida em baixa e alta complexidade é crucial para personalizar o tratamento da infertilidade. Técnicas de baixa complexidade, como a inseminação artificial (IA), são menos invasivas e indicadas como primeira opção para muitos casais. Já as técnicas de alta complexidade, como a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), são necessárias em casos mais complicados, exigindo manipulação laboratorial. A combinação dessas técnicas com tratamentos complementares, como correção hormonal e intervenções cirúrgicas, aumenta as chances de sucesso e oferece soluções personalizadas. (Smith, 2016)
As taxas de sucesso na Fertilização In Vitro (FIV) e na Inseminação Artificial (IA) são influenciadas por fatores como a idade da mulher, que impacta a qualidade dos óvulos, a qualidade dos gametas e embriões, e a receptividade do endométrio. Na IA, a idade, a saúde geral e a qualidade do sêmen também desempenham papéis cruciais, com taxas de sucesso variando entre 10% e 20% por tentativa, sendo menores em mulheres acima de 35 anos. Casais com boa saúde geral e sem infertilidade prolongada tendem a ter maiores chances de sucesso. (Pubmed, 2018)
A seleção de embriões em tratamentos de reprodução assistida envolve questões éticas complexas que podem impactar profundamente o bem-estar emocional dos casais. A prática levanta preocupações sobre discriminação genética, a pressão pela “perfeição” e a escolha dos critérios de seleção, que podem gerar sentimentos de ansiedade, medo, culpa e dúvida. Essas emoções negativas podem ser exacerbadas pela percepção de eugenia e a falta de consenso ético. No Brasil, a seleção de embriões é regulada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que proíbe a escolha de características físicas, exceto em casos de prevenção de 13 doenças genéticas. A aplicação ética e terapêutica da seleção de embriões é essencial para garantir que os avanços científicos sirvam ao bem-estar e à saúde dos futuros filhos. (Fecondare, 2021)
3 METODOLOGIA
Este estudo segue uma abordagem descritiva e exploratória, com o objetivo de investigar os desafios e avanços das técnicas de fertilização in vitro (FIV) e inseminação artificial (IA). Para isso, a pesquisa será conduzida a partir de uma revisão bibliográfica sistemática, com a coleta e análise de dados provenientes de diversas fontes acadêmicas e institucionais. A revisão de literatura visa proporcionar uma base sólida para a discussão das inovações tecnológicas, questões éticas e variáveis que influenciam o sucesso dos procedimentos de reprodução assistida.
A coleta de dados será realizada por meio de consultas a bases de dados acadêmicas de relevância reconhecida na área de saúde e medicina reprodutiva. As principais bases de dados que serão utilizadas são SCIELO (Scientific Electronic Library Online), PUBMED, e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Essas fontes foram escolhidas pela ampla gama de artigos científicos revisados por pares, garantindo a qualidade e a confiabilidade das informações coletadas.
Além das bases de dados científicas, serão utilizados sites e portais de saúde de instituições governamentais e institutos de pesquisa, como o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas fontes serão consultadas para obtenção de dados complementares, especialmente sobre as regulamentações e diretrizes atuais relacionadas à fertilização in vitro e à inseminação artificial, bem como para um panorama mais amplo sobre a acessibilidade e os custos desses procedimentos no Brasil e internacionalmente.
Para cumprimento desta pesquisa serão selecionados literaturas e artigos em língua portuguesa e língua inglesa publicados no período de 2011 a 2024, que ofereçam informações sobre o tema do trabalho, sendo assim excluídos todos os dados com mais de 15 anos de publicação e que não proporcionou dados com relação à temática.
Será realizada nos meses de fevereiro a novembro de 2024 através de levantamento de obras literárias já publicadas, destacando a ideologia dos mesmos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Em 1978, a Reprodução Humana Assistida (RHA) atingiu um marco histórico com o nascimento do primeiro “bebê de proveta” na Inglaterra, seguido pela Índia e Escócia. Esse avanço revolucionou a medicina reprodutiva, proporcionando novas possibilidades para casais com dificuldades de fertilidade e simbolizando esperança para muitos, transformando o cenário da reprodução assistida no mundo. (Leite A & Guimaraes 2019)
A implementação da RHA exige comprometimento significativo de casais e profissionais de saúde, envolvendo várias etapas complexas, como avaliação da fertilidade, estimulação ovariana, coleta de gametas, fertilização e transferência embrionária. Cada fase demanda coordenação, especialização e atenção cuidadosa, oferecendo esperança e a possibilidade de realizar o sonho da paternidade e maternidade para quem enfrenta dificuldades em conceber naturalmente. (Félis & Almeida 2016)
A crescente busca pela realização do sonho de ter filhos através da reprodução assistida no Brasil é impulsionada por avanços tecnológicos e aprimoramento das técnicas. Essas inovações tornam os procedimentos mais acessíveis e eficazes, proporcionando esperança e possibilidades reais para casais enfrentando dificuldades de fertilidade. A evolução da ciência na área de reprodução assistida tem sido um marco importante, permitindo que cada vez mais pessoas realizem o sonho de construir suas famílias. (Luna 2015)
Nas últimas três décadas, mais de 80 mil bebês no Brasil foram concebidos por meio de tratamentos de infertilidade. Um dado relevante é o aumento de mulheres acima de 40 anos que buscam esses procedimentos. O Brasil se destaca na América Latina em reprodução assistida, como fertilização in vitro, inseminação artificial e transferência de embriões. Em 25 anos, 83 mil bebês nasceram devido a essas técnicas, evidenciando o avanço na área de reprodução assistida no país e a crescente aceitação desses tratamentos por casais que desejam ter filhos. (CORRÊA, 2015)
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A reprodução assistida, em especial a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação artificial (IA), representa avanços significativos na medicina reprodutiva, oferecendo soluções para casais que enfrentam dificuldades de fertilidade. Os desafios enfrentados nesse campo vão além das barreiras biológicas e incluem também questões emocionais, éticas e financeiras, que impactam tanto os pacientes quanto os profissionais envolvidos nos tratamentos. Apesar dos obstáculos, os avanços tecnológicos nas técnicas de reprodução assistida têm ampliado as taxas de sucesso, proporcionando esperança para muitos casais. A idade da mulher, a qualidade dos gametas e embriões, e a receptividade do endométrio permanecem como fatores críticos que influenciam os resultados dos tratamentos. Além disso, a IA, mais acessível e menos invasiva, continua sendo uma opção inicial para muitos, enquanto a FIV, mais complexa, proporciona soluções em casos mais severos. As perspectivas futuras apontam para a personalização dos tratamentos, o aperfeiçoamento das técnicas de manipulação genética e uma maior acessibilidade das tecnologias, inclusive em sistemas de saúde pública. Paralelamente, é essencial o contínuo debate sobre as questões éticas envolvidas, como a seleção de embriões, para garantir que os avanços sejam implementados de forma responsável, respeitando a diversidade e as implicações sociais e culturais. Em conclusão, a reprodução assistida, em constante evolução, não apenas melhora as chances de concepção para muitos casais, mas também promove discussões importantes sobre o papel da biotecnologia na sociedade. O equilíbrio entre os avanços científicos e o respeito às questões éticas será crucial para garantir que essas tecnologias continuem a servir ao bem-estar humano, assegurando um futuro mais inclusivo e equitativo no tratamento da infertilidade.
REFERÊNCIAS
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¹Acadêmica do curso de Biomedicina do Centro Universitário Fametro. E-mail: silvajhennifer88@gmail.com
²Acadêmica do curso de Biomedicina do Centro Universitário Fametro. E-mail: victoriafrancine29@hotmail.com