SOCIAL REPRESENTATION OF THE TRAFFIC PSYCHOLOGIST
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506301750
Gizele Maria da Silva1
Resumo
Este artigo analisa a representação social do psicólogo de trânsito entre os condutores de veículos automotores habilitados pelo DETRAN, com ênfase na atuação desses profissionais no estado de Pernambuco. A pesquisa, de caráter quantitativo e qualitativo, buscou identificar as percepções dos motoristas sobre as funções desempenhadas pelos psicólogos credenciados, questionando se sua atuação é restrita à aplicação de testes psicotécnicos ou se existe espaço para atividades educativas e preventivas no trânsito. Os resultados apontam que, apesar de a psicologia do trânsito ser reconhecida como um campo de atuação importante, ainda prevalece a visão reducionista do psicólogo como mero aplicador de testes. A pesquisa envolveu 50 participantes e revelou que 100% já passaram por avaliação psicológica, mas nunca receberam orientação ou educação no trânsito por parte desses profissionais. O estudo propõe reflexões sobre a ampliação das funções do psicólogo de trânsito e sua integração em equipes multidisciplinares, a fim de promover uma atuação mais efetiva na prevenção de acidentes e educação para o trânsito.
Palavras-chave: Psicólogo; trânsito; condutores; representação social.
Abstract
This article analyzes the social representation of traffic psychologists among licensed motor vehicle drivers by the DETRAN, focusing on these professionals’ roles in the state of Pernambuco. The quantitative and qualitative research aimed to identify drivers’ perceptions regarding the functions of credentialed psychologists, questioning whether their role is limited to psychotechnical testing or if there is potential for educational and preventive traffic activities. The results indicate that, although traffic psychology is recognized as a significant field of practice, a reductionist view of the psychologist as a mere test administrator still prevails. The study involved 50 participants and found that all had undergone psychological evaluations but never received traffic guidance or education from these professionals. The article encourages reflections on expanding the psychologist’s role and integrating them into multidisciplinary traffic teams to enhance their impact in accident prevention and traffic education.
Keywords: Psychologist; traffic; drivers; social representation.
1. INTRODUÇÃO
O trânsito é um espaço social dinâmico, onde se manifestam diferentes comportamentos humanos, que refletem aspectos culturais, psicológicos, econômicos e políticos. A psicologia do trânsito surge como campo de atuação específico dentro da psicologia, com o objetivo de compreender e intervir nesses comportamentos, promovendo segurança, prevenção e educação no contexto viário. Contudo, a atuação do psicólogo de trânsito no Brasil é frequentemente reduzida à aplicação de testes psicotécnicos para obtenção ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o que limita a percepção da sociedade quanto à amplitude de suas possíveis contribuições.De acordo com Rozestraten (1988), a função do psicólogo do trânsito vai além da mera aplicação de testes; ela abrange a compreensão dos fatores emocionais, cognitivos e sociais que influenciam o comportamento dos motoristas2. Apesar disso, a realidade prática revela um distanciamento entre essa concepção ampliada e o papel efetivamente desempenhado pelos psicólogos credenciados pelo DETRAN.
A escolha do tema deste estudo justifica-se pela necessidade de aprofundar a compreensão da representação social do psicólogo de trânsito junto aos condutores de veículos automotores habilitados pelo DETRAN de Pernambuco. Segundo Silva (2021), a representação social que se constrói em torno dessa figura profissional é essencialmente reduzida e tecnicista, o que prejudica tanto a atuação do psicólogo quanto a eficácia de políticas públicas voltadas à segurança no trânsito3.
Essa representação social é entendida, segundo Moscovici (1981), como “um conjunto de conceitos, explicações e enunciados que se originam na vida cotidiana, no curso das comunicações interindividuais”4. Tais representações não são neutras; elas influenciam práticas sociais, legitimações profissionais e decisões institucionais. Assim, compreender como os condutores percebem o psicólogo de trânsito permite refletir sobre as possibilidades de expansão de sua atuação e de transformação dessa imagem social.
Nesse contexto, Hoffmann et al. (2003) defendem que a inserção do psicólogo no trânsito deve envolver também ações educativas, preventivas e de promoção da saúde mental, atuando em conjunto com equipes multidisciplinares5. Porém, como revela a pesquisa empírica desenvolvida por Silva (2021), 100% dos condutores entrevistados relataram nunca ter recebido qualquer tipo de orientação do psicólogo fora da avaliação obrigatória, mesmo tendo passado por clínicas credenciadas6.
Essa ausência contribui para a construção de uma imagem limitada do psicólogo, o que pode ser compreendido à luz dos conceitos de ancoragem e objetivação, propostos por Moscovici (1988). A ancoragem refere-se ao processo de atribuir significado ao novo a partir de categorias já conhecidas, enquanto a objetivação transforma ideias abstratas em imagens concretas6. No caso do psicólogo de trânsito, a sociedade tende a ancorá-lo à figura do “testador” e a objetivá-lo como um mero instrumento de aprovação para obtenção da CNH.
Conforme apontado por Leme (2020), “o ato de representar transfere o estranho, perturbador do universo exterior ao interior, situando-o em uma categoria e contexto conhecidos”7. Esse processo de familiarização impede que o novo papel do psicólogo no trânsito — como agente preventivo, educador e promotor de cidadania — seja reconhecido e valorizado pela sociedade.
Silva (2021) enfatiza que a representação social construída sobre o psicólogo de trânsito possui implicações diretas na identidade profissional e na forma como esse profissional é inserido nas práticas institucionais. A autora afirma que “as representações sociais ajudam o indivíduo a situar-se dentro de um campo social, contribuindo para a formação de sua identidade pessoal e coletiva”8.
Portanto, a escolha dessa temática permite trazer à tona uma discussão necessária sobre os limites e as potencialidades da atuação do psicólogo de trânsito, propondo uma reflexão crítica sobre a forma como ele é percebido e sobre como pode (re)construir sua imagem profissional junto à população. Como afirma a própria autora da tese: “não se trata de invalidar as avaliações psicotécnicas, mas de somar a elas outras formas de intervenção que valorizem o saber psicológico no trânsito”9.
A presente investigação tem, portanto, como objetivo geral analisar a representação social do psicólogo de trânsito junto aos condutores habilitados pelo DETRAN de Pernambuco, buscando identificar as percepções predominantes e refletir sobre estratégias para ampliar a atuação deste profissional. Os objetivos específicos envolvem: compreender se os psicólogos de trânsito fazem parte das equipes multidisciplinares, verificar suas contribuições sociais além das avaliações, e refletir sobre outras formas de atuação possíveis no contexto do trânsito10.
Com base nessa fundamentação teórica e empírica, espera-se contribuir para o avanço do debate em torno da psicologia do trânsito como campo relevante de intervenção social e humana.
2. ESTADO DA ARTE
A atuação do psicólogo de trânsito no Brasil, embora consolidada em termos legais e técnicos, ainda é marcada por limitações práticas e conceituais. Diversos estudos, como os de Amorim e Cardoso (2015) e Oliveira et al. (2015), apontam que a função desses profissionais é comumente reduzida à aplicação de testes psicotécnicos. Essa visão limitada compromete a efetividade das contribuições que a psicologia pode oferecer ao trânsito, como a educação para segurança viária, o apoio a vítimas de acidentes e a participação em campanhas de prevenção.
A representação social do psicólogo de trânsito, portanto, é fortemente influenciada por essa função única e repetitiva, resultando em uma imagem pública distorcida e empobrecida. Segundo Novak e Teixeira (2020), os comportamentos de risco no trânsito — como o consumo de álcool, a alta velocidade e a violação das normas de circulação — exigem ações educativas e preventivas que ultrapassam o simples diagnóstico psicológico. Assim, a psicologia do trânsito necessita ampliar seu campo de atuação e reconstruir sua imagem diante da sociedade.
A representação social, conforme formulada por Serge Moscovici (1981), consiste em um conjunto de conceitos, crenças e valores socialmente construídos, que orientam o comportamento e a percepção dos sujeitos. Ela serve como uma forma de conhecimento prático, útil para a compreensão e adaptação ao mundo social.
No contexto da psicologia do trânsito, essa representação se materializa na visão que os condutores têm do psicólogo como um mero avaliador técnico. Esse estereótipo é reforçado por práticas institucionais, como as normativas do DETRAN, que restringem a atuação dos psicólogos ao exame de aptidão mental para conduzir veículos. No entanto, autores como Rozestraten (1988) e Hoffmann (2000) defendem uma abordagem interdisciplinar, na qual o psicólogo atua não apenas como avaliador, mas também como educador, agente preventivo e promotor de saúde pública.
Portanto, a Psicologia do Tráfego pode ser definida como uma área da psicologia que estuda, por meio de métodos científicos válidos, o comportamento humano no trânsito e os fatores, processos externos e internos, conscientes e inconscientes, que o causam ou alteram. Resumindo; É o estudo dos comportamentos: movimentos do trânsito e suas causas. (Rozestraten, 1988, p. 9).
A Psicologia do Tráfego é um ramo especializado da ciência psicológica que se concentra na investigação sistemática e científica do comportamento humano em contextos de trânsito. Esta disciplina visa entender não apenas as ações observáveis de motoristas, pedestres e outros participantes do tráfego, mas também os intricados mecanismos psicológicos que afetam essas condutas.
Através de metodologias científicas rigorosas, a área investiga tanto os fatores externos, como condições ambientais, sinalizações e características das vias, quanto os elementos internos, incluindo aspectos cognitivos, emocionais e motivacionais que atuam nos níveis consciente e inconsciente dos indivíduos.
O objetivo primordial desta disciplina, conforme salientado por Rozestraten (1988), é identificar e analisar as causas subjacentes aos movimentos e comportamentos observados do tráfego. Isso abrange desde as decisões dos motoristas em situações cotidianas até as reações em emergências, incluindo a compreensão de como fatores como personalidade, experiência, estado emocional e processos perceptivos influenciam as escolhas comportamentais no contexto viário.
Esta abordagem científica possibilita não apenas compreender os fenômenos do trânsito, mas, sobretudo, as razões subjacentes, oferecendo fundamentos robustos para a formulação de estratégias mais eficazes na prevenção de acidentes e na promoção de comportamentos seguros nas vias.
3. METODOLOGIA
A pesquisa que fundamenta este artigo foi desenvolvida com abordagem mista — quantitativa e qualitativa — de caráter descritivo e exploratório. Os dados foram coletados por meio de questionários com perguntas abertas e fechadas, aplicados a uma amostra de 50 condutores habilitados pelo DETRAN de Pernambuco.
A seleção dos participantes foi aleatória, com equilíbrio entre os gêneros e diferentes faixas etárias. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Escola de Saúde de Pernambuco (AECISA), conforme parecer emitido na Plataforma Brasil sob CAAE 23018719.7.0000.5569. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
As perguntas abordaram experiências com psicólogos de trânsito, percepções sobre sua atuação e sugestões para ampliar seu papel no trânsito. As respostas foram analisadas por meio de categorização temática (análise qualitativa) e frequências percentuais (análise quantitativa).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados indicaram que 100% dos entrevistados já realizaram avaliação psicológica para obtenção ou renovação da CNH, mas 100% também relataram nunca ter recebido qualquer tipo de orientação ou atividade educativa por parte dos psicólogos de trânsito. Apenas 28% dos participantes sabiam que o psicólogo poderia atuar além das avaliações psicotécnicas.
Outros dados relevantes apontam que 72% dos condutores já passaram por situações em que acreditam que o apoio psicológico poderia ter sido útil, especialmente após acidentes ou infrações graves. Entretanto, a ausência de psicólogos em ações educativas, campanhas de prevenção e reabilitação contribui para reforçar a visão limitada de seu papel.
A análise dos dados revela uma dissonância significativa entre o potencial da psicologia do trânsito e sua atuação percebida. Apesar das regulamentações que reconhecem a importância desse profissional, sua presença no cotidiano dos condutores ainda é inexpressiva. Isso se deve, em parte, à institucionalização de um modelo reducionista, que restringe a prática à aplicação de testes psicotécnicos.
Segundo Rozestraten (1988), a segurança no trânsito não pode ser alcançada apenas com boas vias e veículos modernos, mas sim com a educação dos sujeitos para o convívio nas vias públicas. Nesse sentido, o psicólogo deve ser integrado às equipes multidisciplinares de trânsito, atuando em escolas, empresas de transporte, órgãos de regulação e centros de reabilitação.
Ademais, a teoria das representações sociais de Moscovici reforça que a imagem de um profissional é construída pela experiência prática que a sociedade tem com ele. Portanto, enquanto o psicólogo de trânsito estiver ausente de ações sociais mais amplas, continuará sendo representado apenas como um avaliador técnico.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise da representação social do psicólogo de trânsito evidencia a urgência de uma revisão nas práticas institucionais e sociais que envolvem este profissional. A pesquisa realizada com condutores habilitados no estado de Pernambuco demonstrou que a maioria absoluta dos participantes associa a figura do psicólogo apenas à aplicação de testes psicotécnicos, desconhecendo outras possíveis contribuições desse profissional para a segurança e educação no trânsito.
Essa percepção limitada compromete a efetividade do trabalho psicológico e reduz sua legitimidade social. Ao restringir o campo de atuação do psicólogo, perdem-se oportunidades valiosas de intervenção em áreas como prevenção de acidentes, reabilitação de condutores infratores, campanhas educativas, mediação de conflitos no trânsito e apoio psicológico a vítimas e familiares.
É fundamental que os órgãos reguladores, como o DETRAN, repensem o modelo de credenciamento e atuação dos psicólogos, estimulando sua inserção em equipes multidisciplinares e abrindo espaço para práticas mais integradas e humanizadas. Além disso, é necessário que os próprios profissionais da psicologia se mobilizem para ocupar esses espaços, produzindo conhecimento, articulando políticas públicas e ampliando sua visibilidade social.
A transformação da representação social do psicólogo de trânsito depende de uma mudança nas práticas e na presença desse profissional nos contextos cotidianos de circulação viária. Apenas assim será possível construir uma imagem pública mais condizente com a complexidade e importância de sua atuação.
Os resultados evidenciaram que os motoristas enxergam o psicólogo de trânsito apenas como um agente burocrático, sem participação na segurança viária. A ausência do psicólogo no cotidiano dos condutores sugere a necessidade de integração maior entre Psicologia e trânsito. Além da educação formal nas autoescolas, campanhas de conscientização podem ser desenvolvidas com participação ativa dos psicólogos.
Recomenda-se mudanças estruturais, como avaliações periódicas para condutores habilitados, incorporação do psicólogo nas equipes de fiscalização, criação de programas de reabilitação para motoristas infratores e campanhas de conscientização sobre saúde mental.
A implementação de políticas públicas mais abrangentes pode ser fundamental para a redução de acidentes. A presente pesquisa contribui para esse debate, abrindo caminho para futuras investigações sobre o impacto do trabalho dos psicólogos na segurança viária e na qualidade de vida dos motoristas.
2ROZESTRATEN, R. J. A. Trânsito: um estudo psicossocial. São Paulo: Edicon, 1988.
3SILVA, G. M. da. Representación social del psicólogo de tránsito. Tese (Doutorado em Psicologia
Social) – Universidad John F. Kennedy, Buenos Aires, 2021.
4MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Rio de Janeiro:
Vozes, 1981.
5HOFFMANN, M. V.; CRUZ, R. M. Psicologia do trânsito: um novo campo de atuação. Campinas:
Alínea, 2003.
6SILVA, G. M. da. Representación social del psicólogo de tránsito. Tese (Doutorado em Psicologia
Social) – Universidad John F. Kennedy, Buenos Aires, 2021.
REFERÊNCIAS
ANTIPOFF, H. Introdução à psicologia geral. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1956.
ARAUJO, J. C.; NOVAES, L. M. Psicologia e trânsito: entre a norma e o cotidiano. São Paulo: Cortez, 2020.
ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2003.
BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro. Lei n.º 9.503, de 23 de setembro de 1997. Diário Oficial da União, Brasília, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política sobre o álcool e segurança viária. Brasília: MS, 2007.
CHRISTO, M. A. Psicologia do trânsito e políticas públicas. Recife: Edupe, 2012.
CRISTO-SILVA, A.; GÜTHER, G. Atuação do psicólogo no trânsito: desafios e possibilidades. São Paulo: Vetor, 2009.
FURTADO, J. P. Prevenção de acidentes de trânsito e saúde pública. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 445–451, 2008.
HOFFMANN, M. V.; CRUZ, R. M. Psicologia do trânsito: um novo campo de atuação. Campinas: Alínea, 2003.
JUNG, C. G. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
LIBÂNEO, J. C. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2015.
LEMOS, L. F. Representações sociais e identidade profissional. Curitiba: Appris, 2020.
MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Rio de Janeiro: Vozes, 1981.
PEÑA, M. C. História do transporte e das vias terrestres. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993.
ROGERS, C. Liberdade para aprender. São Paulo: EPU, 1969.
ROZESTRATEN, R. J. A. Trânsito: um estudo psicossocial. São Paulo: Edicon, 1988.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia e trânsito: contribuições para um novo paradigma. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2019.
SILVA, G. M. da. Representación social del psicólogo de tránsito. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Universidad John F. Kennedy, Buenos Aires, 2021.
SILVA, M. T.; HOFFMANN, M. V.; CRUZ, R. M. Intervenções psicológicas no trânsito: educação e prevenção. São Paulo: Vetor, 2003.
VASCONCELLOS, E. A. A cidade, o trânsito e o cidadão. São Paulo: Contexto, 1998.
1Doutora em Psicologia Social, Universidad John F. Kennedy, Buenos Aires. Contato: gizelemariadasilva@email.com