REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248310732
Paula Akemi Fujishima1
Gilton José Ferreira da Silva2
RESUMO
Objetivo: Descrever o manejo e cuidados adotados para um paciente com malária internado na Clínica Médica 2 no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, vinculado à Rede de Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH. Relato de experiência: Destaca o caso de um paciente de 68 anos, apresentou sintomas de febre alta, calafrios, cefaleia e fraqueza. O diagnóstico de malária por Plasmodium vivax foi confirmado por exames laboratoriais. Diante do risco de complicações associadas à idade avançada, foi iniciado tratamento com artemeter-lumefantrina, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. Considerações finais: Considerações finais enfatizam a necessidade de estratégias eficazes de prevenção e controle da malária, especialmente para populações vulneráveis.
Palavras-chave: Malária, Plasmodium vivax, Idoso, Artemeter-lumefantrina, Vigilância Epidemiológica.
INTRODUÇÃO
A malária é uma doença parasitária transmitida por mosquitos do gênero Anopheles e representa um desafio contínuo para a saúde pública em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a doença é causada principalmente por Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum (FERREIRA et al., 2022). O diagnóstico precoce e o tratamento são cruciais para evitar complicações graves, especialmente em populações vulneráveis como os idosos (SENA, 2024). Em abril de 2024, Sergipe registrou um caso significativo de malária envolvendo um idoso, destacando a necessidade de atenção contínua e estratégias eficazes de controle da doença (G1, 2024).
A malária é uma doença infecciosa de significativa relevância global, responsável por considerável morbidade e mortalidade, especialmente em regiões tropicais e subtropicais (DE ARAUJO et al., 2023). Causada por protozoários do gênero Plasmodium, a malária é transmitida pela picada de mosquitos do gênero Anopheles. Apesar dos avanços no controle e tratamento, a doença continua a ser um desafio de saúde pública, com cerca de 241 milhões de casos e 627 mil mortes em 2020, conforme relatado pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021).
No Brasil, a malária é endêmica em áreas da Amazônia Legal, mas casos esporádicos têm sido relatados em outras regiões, como no estado de Sergipe, onde a doença é menos comum (SILVA et al., 2023). A presença de casos em áreas não endêmicas levanta preocupações sobre a vigilância epidemiológica e o manejo clínico adequado, uma vez que profissionais de saúde podem não estar familiarizados com a doença, o que pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento (MAIA et al., 2017).
Este relato de experiência detalha o manejo clínico de um paciente com malária, admitido na Clínica Médica 2 do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, vinculado à Rede de Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, um centro de referência para doenças infecciosas na região. O relato enfatiza os desafios clínicos enfrentados, as estratégias terapêuticas implementadas e os resultados obtidos. O objetivo é fornecer uma visão aprofundada das práticas de cuidado e manejo da leishmaniose visceral, contribuindo para o avanço das abordagens terapêuticas para o enfrentamento desta doença debilitante.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Paciente masculino, 68 anos, residente em uma área rural de Sergipe, foi admitido no Hospital Regional de Socorro com sintomas de febre alta, calafrios intensos, dor de cabeça e fraqueza geral, com duração de 5 dias. O exame físico revelou febre de 39°C, esplenomegalia e desidratação moderada. Os exames laboratoriais indicaram anemia (hemoglobina de 7,2 g/dL), leucopenia e plaquetopenia. A gota espessa e a lâmina de sangue confirmaram a presença de Plasmodium vivax.
Devido à condição clínica do paciente e ao risco de complicações associadas à idade avançada, o paciente foi transferido para o HU-UFS para tratamento especializado. No HU-UFS, foi iniciado tratamento com artemeter-lumefantrina conforme as diretrizes do Ministério da Saúde para malária não complicada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021). Além disso, o paciente recebeu suporte para a anemia e cuidados de suporte para a desidratação.
O paciente apresentou melhora significativa com a redução da febre e normalização dos parâmetros laboratoriais após 48 horas de tratamento. Após 10 dias de internação e acompanhamento, o paciente teve alta com orientações para acompanhamento ambulatorial e medidas de prevenção contra recidivas.
DISCUSSÃO
A malária em idosos pode apresentar um risco aumentado de complicações devido à comorbidades e à diminuição da reserva fisiológica. O tratamento com artemeter-lumefantrina é eficaz para a forma não complicada da malária e é recomendado pelo Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021). A resposta rápida ao tratamento, conforme observada neste caso, é crucial para prevenir a progressão para formas graves da doença e minimizar o risco de complicações.
A transferência do paciente para um centro de referência, como o HU-UFS, sublinha a importância de uma abordagem integrada e a necessidade de recursos especializados para o manejo de casos mais complexos. Este caso também ressalta a importância de manter uma vigilância ativa e estratégias eficazes de controle e prevenção da malária, especialmente em regiões endêmicas e para populações vulneráveis.
O controle da malária requer esforços contínuos, incluindo a educação da população, o uso de medidas de proteção contra mosquitos e o tratamento adequado dos casos confirmados. O registro deste caso em Sergipe reforça a necessidade de um sistema de saúde preparado para lidar com a malária e outras doenças infecciosas em áreas de risco.
REFERÊNCIAS
DE ARAÚJO, Ellen Cristina Alves et al. O impacto das doenças tropicais negligenciadas na expectativa de vida do Brasil e das regiões brasileiras: uma análise para o período 2010-2019. 2023.
G1. Idoso é diagnosticado com malária em Sergipe. Disponível em: https://g1.globo.com/google/amp/se/sergipe/noticia/2024/04/16/idoso-e-diagnosticado-com-malaria-em-se.ghtml. Acesso em: 16 ago. 2024.
FERREIRA, Laryssa Kathleen Mendonça et al. Investigação de novos compostos a base de naftoquinonas contra o Plasmodium falciparum como estratégia terapêutica no controle da malária. 2022. Tese de Doutorado.
MAIA, Raquel et al. Malária grave a plasmodium falciparum–a experiência de uma unidade de cuidados intensivos. Revista Clínica do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, 2017.
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis – 2. ed. atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
OMS – Organização Mundial da Saúde, 2021.
SENA, Thiago Lopes et al. Delirium-uma revisão abrangente sobre a epidemiologia, etiologia, fatores de risco, diagnóstico, estratégias de prevenção e manejo. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 4, p. e71698-e71698, 2024.
SILVA, Rafaela Maria Rodrigues da et al. Distribuição espacial e análise epidemiológica dos casos de malária na região Nordeste. 2023.
1 Hospital Universitário de Sergipe da Universidade Federal de Sergipe, vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Aracaju – SE. *E-mail: paula.fujishima@ebserh.gov.br.
2 Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE.