REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7365775
Lara de Castro Santana
Laura Camarota Evangelista
Ronara Rodrigues de Queiroz
Alessandra Rezende Batista
Jéssya Pierazzo Rodrigues Freitas
Júlia Bocamino Caruso
Orientador: Haroldo da Silva Santana
Resumo
Este trabalho apresenta um relato de experiência sobre o atendimento a uma paciente com história de obstrução intestinal e uso de bolsa de colostomia há mais de dez anos, relacionando seu caso às repercussões na qualidade de vida, bem como suas possíveis complicações. O objetivo deste texto é descrever como o uso prolongado da bolsa de colostomia interfere nos fatores biopsicossociais e afeta negativamente o âmbito familiar. A partir da obtenção dos dados colhidos durante a experiência, foi possível relatar os tipos de ostomias e tempo de permanência, o perfil biopsicossocial da paciente demonstrando sentimentos de vergonha, incerteza e falta de controle do procedimento, além da carência de amparo familiar que instigou a institucionalização da paciente idosa. Conclusivamente, foi uma experiência ímpar e que contribuiu para refletir como o uso duradouro de bolsa coletora pode se sobrepor aos riscos de reversão cirúrgica diante de fatores de risco como idade, comorbidades e apoio social vulnerável.
Palavras chave: colostomia, efeitos adversos de longa duração, qualidade de vida, complicações pós-operatórias
INTRODUÇÃO
As estomias intestinais são procedimentos cirúrgicos abdominais denominados de colostomia e ileostomia, realizados no segmento cólico ou ileal, respectivamente, em que é produzido um desvio do fluxo luminoso para a parede abdominal, exteriorizando seu conteúdo, para permitir a eliminação de fezes em indivíduos que apresentam qualquer alteração que os impeça de evacuar. Tal abertura cirúrgica promoveu melhora na taxa de morbidade e mortalidade de várias patologias desde sua criação no século 18. Contudo, existem impactos na qualidade de vida e seus aspectos biopsicossociais à medida que ocorre excreção de fezes e flatos, despertando problemas com a imagem corporal, insegurança e medo, o que dificulta a convivência social. (1) (2)
Em se tratando dos estomas intestinais, encontram-se divididos em dois tipos, o temporário e o permanente, de acordo com a possibilidade de reconstrução do trânsito intestinal. Um estoma temporário geralmente tem duração de seis meses, enquanto o permanente pode ser necessário quando a extremidade inferior do intestino ou reto for acometida pela doença ou quando o paciente apresentar comorbidades que aumentem o risco do procedimento de reconstrução. Também podem ser de emergência se precisar de uma intervenção cirúrgica imediata ou eletiva, se não possuir riscos. (3)
Independentemente do tempo de permanência, o estoma afeta negativamente a qualidade de vida do paciente. Assim, o principal impasse é o enfrentamento da autoimagem, repercutindo na rotina diária a partir de constrangimentos como: perda de libido, fadiga, depressão e isolamento social. Logo, fatores de risco como idade, sexo e tempo de tratamento afetam significativamente a qualidade de vida específica da estomia e riscos de possíveis complicações. (4)
Ademais, a vida dos estomizados também parece ser afetada pelo envelhecimento, pois os idosos vivenciam mais restrições em suas funções físicas, enquanto os jovens estão mais preocupados com questões emocionais e perspectivas econômicas futuras.
Assim, uma importante habilidade a ser adquirida quanto à colostomia é a resiliência, a qual é descrita figurativamente como a capacidade de se recobrar facilmente ou adaptar-se à má sorte ou às mudanças. Na prática, significa que, diante de uma adversidade, a pessoa utiliza sua força interior para se recuperar. Essa característica em pacientes com colostomias permanentes é diretamente afetada por sua atitude, adaptabilidade e qualidade de vida, as quais são equivalentes à evolução da doença e aos procedimentos aos quais o paciente foi submetido. Estudos têm demonstrado que pessoas com altos níveis de resiliência podem ver elementos positivos nos problemas que enfrentam, experimentar menos episódios depressivos e ter sentimentos mais positivos. (5)
Outrossim, dados epidemiológicos no Brasil têm sido pouco elucidativos em relação à proporção real de pessoas com estomas intestinais, porém, destaca-se a prevalência do sexo feminino, idade superior a 60 anos e câncer colorretal como fatores de riscos predominantes. Tais características estão associadas ao maior risco de necessidade da colostomia de longa permanência. (6)
Ainda, a colostomia pode ser indicada no tratamento de diversas patologias, congênitas ou adquiridas, envolvendo malformação anorretal, doença de Hirschsprung, perfuração intestinal, neoplasias malignas, doença inflamatória intestinal, diverticulite ou lesões traumáticas. (7)
Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo compreender os benefícios do uso prolongado da bolsa de colostomia, o impacto na qualidade de vida de seu usuário e suas possíveis complicações, tendo como pergunta norteadora da pesquisa: “Dez anos de colostomia, está tudo bem?” Dessa maneira, este trabalho visa auxiliar as instituições de longa permanência do idoso (ILPIs) na assistência de forma integral à pessoa com colostomia, considerando o âmbito social, psicológico, espiritual, fisiopatológico e nutricional do indivíduo, buscando melhorar a qualidade de vida no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
METODOLOGIA
Este trabalho descreve um relato de experiência com método qualitativo que, de acordo com Maria Cecília de Souza Minayo, busca aprofundar a reflexão sobre o processo de análise na pesquisa qualitativa a partir de autores referenciais e da experiência dos próprios autores (8). As bases de dados utilizadas foram: Biblioteca Virtual da Saúde, Google Acadêmico e Scielo, dos quais foram selecionados 12 artigos para a realização do trabalho presente.
O local de desenvolvimento do trabalho foi em uma instituição de longa permanência do idoso, na cidade de Franca-SP, onde estudantes de medicina da Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade (LAMFAC) da Universidade de Franca têm parceria para a realização de atividades voluntárias no estabelecimento. No local descrito, foi observada uma paciente idosa portadora de ostomia no trato gastrointestinal por longo período de tempo, influenciando em seu cuidado biopsicossocial. Foi discutido entre o grupo presente sobre o tempo que a paciente estava ostomizada, quais os tipos de ostomia, e as razões de não ter sido realizada a reversão do estoma, mesmo após já terem passado dez anos do procedimento, pensando na possibilidade de um abandono familiar e institucional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A paciente que instigou este trabalho foi submetida a uma colostomia após quadro de obstrução intestinal funcional e, em seu período de recuperação, sofreu queda da própria altura por duas vezes, e não deambula desde então. Foi relatado por familiares que a bolsa de colostomia facilitou os cuidados com ela durante o período de recuperação e, devido ao estado debilitado em que se encontrava, os riscos de uma nova cirurgia para a remoção da bolsa prevaleciam sobre os benefícios. A imobilidade e a necessidade de cuidados mais intensos da paciente fizeram a família optar pela institucionalização da senhora, causando grande fragilidade emocional e distanciamento dos familiares. A colostomia já dura cerca de dez anos.
Pela análise das situações às quais os colostomizados são submetidos, pode-se indagar sobre ambos os lados da mesma situação, sendo um deles a óptica do paciente portador da colostomia, e a outra a percepção da família acometida.
De um lado, encontra-se um indivíduo em situação de vulnerabilidade, que passa por processo de aceitação da sua patologia, da bolsa coletora, da sua mudança física e das necessidades de alterações de hábitos de vida, exercício físico e alimentação além das adaptações sociais que, na maioria das vezes, levam o paciente a isolar-se tanto de amigos como de familiares.
Paralelamente, encontra-se uma família insegura sobre o futuro, os cuidados e o dia a dia de seu ente querido, o que muitas vezes gera um afastamento dos familiares, levando-os a procurarem instituições de cuidado, acreditando que, por serem locais com profissionais especializados, o paciente teria um cuidado mais atento e qualificado.
Indubitavelmente, a participação da família tem papel preponderante frente ao processo de reabilitação da pessoa após a confecção do estoma, pois é a principal fonte de apoio no novo contexto de vida, sendo necessária sua coparticipação no cuidado, diferente do caso apresentado, visto que confere tranquilidade e segurança durante o enfrentamento do processo terapêutico (1).
Ainda, as experiências dos pacientes submetidos à colostomia foram estudadas antes e após a confecção da ostomia. De acordo com pesquisas realizadas, os pacientes logo após a cirurgia de ostomia expressaram sentimentos de incerteza e ansiedade derivados da doença e da própria ostomia, e essas emoções negativas permaneceram por algum tempo após a cirurgia. Além disso, entende-se que as mudanças são tão significativas ao nível psicológico e emocional, sendo que se pode considerar que a colostomia é tão traumática, ao ponto de até mesmo a morte ser considerada como alternativa. (9)
Pode-se perceber que o biopsicossocial dos pacientes que passaram pela ostomia fica profundamente afetado, além disso existem outras partes importante do procedimento, como a necessidade do cuidado com a área cirúrgica para se evitarem complicações precoces e tardias. As complicações precoces geralmente surgem de oito a dez dias do pós-operatório, sendo frequente acontecer em cirurgias de emergência, por não haver um planejamento prévio. Fatores que contribuem para essas complicações são: a obesidade, a peritonite e a experiência do cirurgião.
Consequentemente, a hemorragia, e necrose isquêmica, o edema, a evisceração, a infecção periestomal e o descolamento muco-cutâneo são as complicações mais frequentes. Já na fase tardia, as principais complicações vão ser a retração do estoma parcial ou total, o prolapso com extensões variáveis, a hérnia periestomal, a estenose, os granulomas, a dermatite periestomal, varizes periestomais, recidiva da doença causal e as fístulas. Todas as complicações descritas são incômodas para a paciente e podem necessitar de novas intervenções cirúrgicas para a correção necessária (10).
A idade também é considerada um fator de risco para as complicações cirúrgicas, pois, além de possuírem outras comorbidades associadas, a maior causa de ostomias nas idades mais avançadas é o câncer intestinal, que, normalmente, deteriora a saúde dos pacientes. Por isso, muitas vezes se deve pensar no risco-benefício para o paciente. Um fator que poderia diminuir a incidência de complicações é a realização da reversão da ostomia quando possível, sendo realizada por laparoscopia, porque essa abordagem leva à menor perda de sangue, menor tempo de internação hospitalar e retorno mais rápido dos movimentos intestinais.
Nesse contexto, o melhor momento para o fechamento do estoma ainda continua em discussão, porque existem duas vertentes que discutem isso. Na primeira, alguns estudiosos acreditam que a reconstrução precoce é a melhor opção, na segunda, certos pesquisadores acreditam que é melhor operar os pacientes após um longo prazo da abertura do estoma, pois se pode ter uma resolução melhor do quadro inflamatório, e o paciente vai estar mais nutrido, já em um prazo mais curto, a atrofia seria evitada. (11)
Além disso, a assistência ao colostomizado/ileostomizado não requer somente ensinar ao paciente os cuidados de higiene e troca de bolsas de colostomia. Também é necessário um planejamento da assistência, uma abordagem multidisciplinar que inclua a participação de enfermeiro estomaterapeuta, assistente social, psicólogo e médico assistente. Como uma das etapas desse processo, há as visitas no pré-operatório que visam, além de demarcar o local do estoma, preparar o paciente e a sua família para minimizar o efeito de castração causado pela mutilação cirúrgica, e, por fim, as visitas durante o pós-operatório, as quais têm como finalidade o ensino do autocuidado e o encaminhamento ao Programa de Ostomizados. (12)
Em relação ao tempo de permanência da bolsa, há situações em que não é possível reverter a colostomia, como por exemplo, na amputação abdominoperineal e na presença de alterações anatômicas da região, fístulas ou aderências. Logo, é de extrema importância que o paciente seja acolhido o melhor e mais rápido possível, visto que a permanência da bolsa não seria uma justificativa plausível para abandono do paciente em lares ou outros tipos de instituições de cuidado.
Assim, é importante destacar a necessidade da disseminação de conhecimentos para toda a sociedade com o objetivo de diminuir o preconceito contra estes pacientes bem como aumentar sua integração. Isso teria como consequência uma maior participação tanto da família quanto dos amigos, diminuindo a insegurança de ambos os lados e causando maior conforto na convivência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho trouxe informações importantes sobre o procedimento da colostomia, os tipos possíveis e o tempo de permanência dependendo do procedimento realizado em cada paciente. Com isso, conclui-se que a integração na sociedade de forma multidisciplinar destes pacientes é o mais importante objetivo a ser alcançado pelos profissionais de saúde em conjunto com suas famílias. Portanto, a disseminação de informações sobre as ostomias é o caminho menos tortuoso a se cursar para que a sociedade acolha, entenda e integralize tais pacientes de maneira completa e permanente.
Além disso, é válido ressaltar a importância do tempo em relação aos pacientes em permanecer ostomizados ou não e quando seria o ideal para promover a reconstrução do trânsito intestinal, tendo como base de análise o risco cardiovascular e a capacidade apta e plena ou não de cada paciente a ser submetido a um novo procedimento cirúrgico. Sendo assim, é notório no caso em questão que a relação entre o risco e o benefício da reversão cirúrgica é questionável dado aos fatos de que a paciente alvo encontra-se institucionalizada, com idade avançada e apoio social vulnerável. Sendo assim, os malefícios superariam os benefícios do procedimento.
REFERÊNCIAS
(1) Dalmolin Angélica, Perlini Nara, Simon BrunaBruna, Coppeti Larissa, Machado Larissa. Família no convívio com a pessoa com estomia intestinal: uma análise documental. Cultura de los Cuidados [Internet]. 2019 Mar 19 [cited 2022 Nov 10];(53):219-229. Available from: https://rua.ua.es/dspace/bitstream/10045/91827/1/CultCuid_53-219-229.pdf
(2) Junior Paulo Cezar, Sousa Alexandre. REVISÃO DA LITERATURA SOBRE COLOSTOMIAS E SUAS COMPLICAÇÕES NO PERÍODO DE 2015 A 2021. International Journal of Health Management Review [Internet]. 2021 Nov 20 [cited 2022 Nov 10];7(3):1- 12. Available from: https://www.ijhmreview.org/ijhmreview/article/view/289/218
(3) Ssewanyana Y, Ssekitooleko B, Suuna B, Bua E, Wadeya J, Makumbi TK, Ocen W, Omona K. Quality of life of adult individuals with intestinal stomas in Uganda: a cross sectional study. Afr Health Sci. 2021 Mar;21(1):427-436. doi: 10.4314/ahs.v21i1.53. PMID: 34394325; PMCID: PMC8356576.
(4) Stavropoulou A, Vlamakis D, Kaba E, Kalemikerakis I, Polikandrioti M, Fasoi G, Vasilopoulos G, Kelesi M. “Living with a Stoma”: Exploring the Lived Experience of Patients with Permanent Colostomy. Int J Environ Res Public Health. 2021 Aug 12;18(16):8512. doi: 10.3390/ijerph18168512. PMID: 34444262; PMCID: PMC8393572.
(5) El-Rahman Mohamed MA, El-Ata ABA, Elezaby HH. Relationship between resilience and health-related quality of life among patients with a permanent colostomy. Br J Nurs. 2022 Mar 24;31(6):S4-S12. doi: 10.12968/bjon.2022.31.6.S4. PMID: 35333551.
(6) Ministério da Saúde. Guia de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia [Internet]. 2021 [cited 2022 Nov 8]; Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atencao_saude_pessoa_estomia.pdf
(7) Harputlu D, Esenay FI. Experiências de adolescentes turcos de viver com ostomia: um estudo qualitativo. Acta Paul Enfermagem [Internet]. 2022 Jun 21 [cited 2022 Nov 10]:1-9. Available from: http://www.revenf.bvs.br/pdf/ape/v35/1982-0194-ape-35-eAPE0334345.pdf
(8) S. Minayo, Maria Cecília. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Scielo: Ciência e saúde coletiva [Internet]. 2012 Mar 17 [cited 2022 Oct 13]; DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232012000300007. Available from: https://www.scielo.br/j/csc/a/39YW8sMQhNzG5NmpGBtNMFf/?lang=
(9) Stavropoulou A, Vlamakis D, Kaba E, Kalemikerakis I, Polikandrioti M, Fasoi G, Vasilopoulos G, Kelesi M. “Living with a Stoma”: Exploring the Lived Experience of Patients with Permanent Colostomy. Int J Environ Res Public Health. 2021 Aug 12;18(16):8512. doi: 10.3390/ijerph18168512. PMID: 34444262; PMCID: PMC8393572.
(10) Chaves, Liliana. Complicações das colostomias – conhecer para melhor cuidar. ResearchGate [Internet]. 2010 Oct 01 [cited 2022 Oct 13]; Available from: https://www.researchgate.net/publication/277003812_Complicacoes_das_colostomias_-_conhecer_para_melhor_cuidar?enrichId=rgreq87c40a44a3f3c69e422f660eb785d8e4XXXenrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3NzAwMzgxMjtBUzo1Njg4NjA5OTE1OTQ0O TZAMTUxMjYzODQzNzUwNg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
(11) Alexandre Z. FONSECA, Edson URAMOTO, Otto M. SANTOS-ROSA, et al. FECHAMENTO DE COLOSTOMIA: FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES. Scielo [Internet]. 2017 Oct 30 [cited 2022 Oct 13]; DOI https://doi.org/10.1590/0102- 6720201700040001. Available from: https://www.scielo.br/j/abcd/a/YrvFk8BhBPcSVhwjjfMnSGB/?lang=en
(12) Bechara Raimundo, Bechara Marcelo, Bechara Cristiane, Queiroz Henrique, Oliveira Rafaela, Mota Rafael, Secchin Laura, Júnior Alfeu. Abordagem Multidisciplinar do Ostomizado. Revista Brasileira de Coloproctologia [Internet]. 2005 Apr 25 [cited 2022 Nov 10];:146-149. Available from: https://sbcp.org.br/revista/nbr252/P146_149.htm#:~:text=Abordagem%20Multidisciplinar%20do%20Ostomizado.%20Rev%20bras%20Coloproct%2C%202005%3B25,vida%20laborativ a%2C%20familiar%2C%20social%20e%20afetiva%20do%20ostomizado.