RELAÇÃO ENTRE PARTO PREMATURO E/OU BAIXO PESO AO NASCER ASSOCIADO À PERIODONTITE EM GESTANTE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202511141211


Natalya Vitória Simão Binko1
Patrícia Corsino da Silva2
Orientadora: Zilanda Martins de Almeida3


Resumo 

O presente estudo consistiu em uma revisão bibliométrica com o objetivo de analisar a produção científica sobre a associação entre periodontite materna e desfechos gestacionais adversos, como parto prematuro e baixo peso ao nascer. Foram identificados 17 artigos publicados entre 2018 e 2024, predominando estudos observacionais, especialmente do tipo caso-controle e transversal, com maior produção científica no Brasil. Os resultados indicam que a presença de periodontite durante a gestação está associada ao aumento do risco de parto prematuro e baixo peso, por meio de mecanismos inflamatórios sistêmicos, como elevação de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α e IL-1β) e prostaglandina E2, além de alterações hormonais características da gravidez que intensificam a inflamação gengival. Apesar das evidências, a literatura apresenta heterogeneidade metodológica, divergências nos resultados e escassez de ensaios clínicos, o que limita a generalização das conclusões. Os achados reforçam a importância da integração da saúde bucal ao acompanhamento pré-natal, a inserção do cirurgião-dentista em equipes multiprofissionais e a implementação de políticas públicas preventivas. Recomenda-se que pesquisas futuras adotem delineamentos experimentais e critérios diagnósticos padronizados para consolidar a compreensão da influência da periodontite nos desfechos gestacionais. 

Palavras-chave: Gestação;  Periodontite; Parto Prematuro;  Baixo peso ao nascer.

Abstract 

This study conducted a bibliometric review aiming to analyze the scientific production on the association between maternal periodontitis and adverse gestational outcomes, such as preterm birth and low birth weight. Seventeen articles published between 2018 and 2024 were included, predominantly observational studies, especially case-control and cross-sectional, with the highest scientific production in Brazil. The results indicate that periodontitis during pregnancy is associated with an increased risk of preterm birth and low birth weight through systemic inflammatory mechanisms, such as elevated pro-inflammatory cytokines (TNF-α and IL-1β) and prostaglandin E2, as well as hormonal changes characteristic of pregnancy that intensify gingival inflammation. Despite the evidence, the literature shows methodological heterogeneity, divergent results, and a scarcity of clinical trials, limiting the generalization of conclusions. The findings emphasize the importance of integrating oral health into prenatal care, including the inclusion of dentists in multidisciplinary teams and the implementation of preventive public policies. Future research should adopt experimental designs and standardized diagnostic criteria to consolidate understanding of the influence of periodontitis on gestational outcomes.

Keywords: Pregnancy; Periodontitis; Premature Birth; Low Birth Weight.

Resumen 

Este estudio realizó una revisión bibliométrica con el objetivo de analizar la producción científica sobre la asociación entre la periodontitis materna y los resultados gestacionales adversos, como parto prematuro y bajo peso al nacer. Se incluyeron 17 artículos publicados entre 2018 y 2024, predominantemente estudios observacionales, especialmente de tipo caso-control y transversal, con la mayor producción científica en Brasil. Los resultados indican que la periodontitis durante el embarazo se asocia con un mayor riesgo de parto prematuro y bajo peso mediante mecanismos inflamatorios sistémicos, como el aumento de citocinas proinflamatorias (TNF-α e IL-1β) y prostaglandina E2, así como cambios hormonales característicos del embarazo que intensifican la inflamación gingival. A pesar de la evidencia, la literatura presenta heterogeneidad metodológica, resultados divergentes y escasez de ensayos clínicos, lo que limita la generalización de las conclusiones. Los hallazgos refuerzan la importancia de integrar la salud bucal en la atención prenatal, incluyendo la participación del odontólogo en equipos multidisciplinarios y la implementación de políticas públicas preventivas. Se recomienda que futuras investigaciones adopten diseños experimentales y criterios diagnósticos estandarizados para consolidar la comprensión de la influencia de la periodontitis en los resultados gestacionales.

Palabras clave: periodontitis; parto prematuro; bajo peso al nacer; embarazo; salud bucal.

1. Introdução 

O parto prematuro, definido como aquele que ocorre antes da 37a semana gestacional, é um relevante problema de saúde pública por estar associado à alta mortalidade neonatal e complicações no desenvolvimento infantil (MATTIUZZO; ZANESCO, 2020; MONTENEGRO, 2008). Estima-se que mais de 15 milhões de partos prematuros ocorram anualmente no mundo, sendo o Brasil um dos dez países com maior incidência (HOWSON; LAWN, 2012). Em 2016, cerca de 11,7% dos nascimentos brasileiros foram prematuros, correspondendo a aproximadamente 300 mil bebês (LABOISSIERE, 2016). Entre os fatores associados estão falhas no pré-natal, complicações gestacionais e infecções que desencadeiam respostas inflamatórias capazes de antecipar o trabalho de parto (BRUNETTI et al., 2005; DELGADO; SANTOS; ALVES, 2019).

Durante a gestação, alterações hormonais nos níveis de estrogênio e progesterona aumentam a suscetibilidade à inflamação gengival, favorecendo o surgimento de gengivite gravídica e, em casos mais avançados, periodontite (KREJCI; BISSADA, 2002). Essa condição inflamatória crônica compromete os tecidos de suporte dentário e, quando não tratada, pode representar risco à saúde materna e fetal. A falta de acompanhamento odontológico durante o pré- natal reforça a importância da integração entre odontologia e obstetrícia.

A possível associação entre doenças periodontais e desfechos gestacionais adversos tem sido amplamente investigada. A inflamação periodontal favorece a liberação de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e IL-1β, e aumenta a síntese de prostaglandinas E2 (PGE2), o que pode induzir contrações uterinas e ruptura prematura das membranas (PEREIRA; VILELA JUNIOR, 2022). Além disso, microrganismos periodontopatogênicos podem alcançar a placenta e causar respostas imunes locais, elevando o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer (WILLIAMS et al., 2000).

Nesse contexto, estudos bibliométricos são essenciais para mapear a evolução das publicações sobre essa temática, identificar autores, países e periódicos mais produtivos e apontar lacunas que orientem novas pesquisas e políticas públicas voltadas à saúde materno-infantil. A literatura ainda apresenta divergências quanto à magnitude dessa associação e falta de padronização nos critérios diagnósticos, o que reforça a necessidade de uma análise sistematizada das evidências disponíveis.

Assim, este estudo analisa, por meio de uma revisão bibliométrica, a produção científica sobre a relação entre periodontite e a ocorrência de parto prematuro e/ou baixo peso ao nascer.

2. Metodologia 

Este estudo consistiu em uma revisão bibliométrica de caráter exploratório e abordagem quantitativa, com o objetivo de analisar a produção científica sobre a associação entre periodontite em gestantes e o parto prematuro e/ou baixo peso ao nascer (DONTHU et al., 2021). A busca foi realizada nas bases PubMed e Google Scholar, utilizando descritores em português e inglês combinados com operadores booleanos (AND, OR): “Gestação” OR “Pregnancy” AND “Periodontite” OR “Periodontitis” AND “Parto Prematuro” OR “Preterm Birth” AND “Baixo Peso ao Nascer” OR “Low Birth Weight”, considerando publicações entre 2018 a 2024.

A seleção dos estudos ocorreu em três etapas: leitura dos títulos, análise dos resumos e, quando necessário, leitura integral dos textos completos. Foram incluídos artigos originais, revisões e estudos clínicos ou observacionais que abordassem a temática, sendo excluídos trabalhos sem relação direta, resumos de eventos, cartas ao editor e publicações duplicadas.

Para a extração dos dados, elaborou-se uma planilha no Excel, contendo título, autores, ano, país, periódico, fator de impacto, número de citações, idioma, tipo de estudo e principais conclusões.

Os dados foram sistematizados em tabelas e gráficos para identificar tendências, autores e periódicos mais relevantes, bem como lacunas na literatura sobre a associação entre periodontite e desfechos gestacionais adversos. 

3. Resultados e Discussão 

Foram identificados 17 artigos, publicados entre 2018 e 2024, majoritariamente no Brasil, com predominância de estudos observacionais, principalmente caso-controle e transversal, conforme descrito na tabela 1. A Tabela 1 apresenta a caracterização geral dos estudos, segundo base de dados, ano de publicação, tipo de estudo, país e autores.

Tabela 1 – Estudos sobre periodontite e parto prematuro: base de dados, ano, tipo de estudo e autores.

Base de dadosAno de publicaçãoTipo de trabalho País de publicaçãoAutores
PubMed2021Caso controleReino Unido Uwambaye, Munyanshongore, Rulisa, Shiau, Noé, Kerr et al. 

PubMed

2023

Caso Controle 

India 

Bhavsar, Trivedi, Vachhani, Brahmbhatt, Xá, Patel, Gupta, Periasamia et al.
PubMed2018Caso Controle BrasilSilva; Deliberador; Gabardo; Baratto-Filho; Pizzatto
Google Acadêmico2020Estudo TransversalBrasil
Lordêllo
Google Acadêmico2020Estudo Retrospectivo BrasilCastro; Guimarães; Galvão dos Santos; Rosa; Almeida; Guimarães
Google Acadêmico2020Estudo de corte transversalBrasil Torres
Google Acadêmico2023Estudo RetrospectivoBrasilSilva;  Brayner; Soares; Guerra;  Rego
Google Acadêmico2019Estudo Transversal BrasilBarbosa da Rocha.
Google Acadêmico2020Amostra de ConveniênciaBrasilOliveira; Silva; Moreira; Marcelos; Borges
Google Acadêmico2019Estudo Transversal BrasilCosta. 
Google acadêmico 2023Caso Controle BrasilLeite. 
Google Acadêmico2020Caso controleBrasilOliveira; Gomes Filho; Stõcker; Barreto; Santos; Cruz
PubMed 2023Estudo Clínico ProspectivoHungriaVölgyesi; Radnai; Nemeth; Boda; Bernad; Novák
Google Acadêmico2019Estudo Seccional BrasilCosta
PubMed2020Estudo de Coorte ProspectivoNepalErchick; Khatry; Agrawal; Katz; Leclerc; Rai; Reynolds; Mullny
Google Acadêmico 2021Estudo transversalBrasil Torres; Souza; Novo; Shio; Bertagnon; França
Google Acadêmico 2018Caso Controle Brasil Massaro

Fonte: Autoria própria, 2025

A análise da Tabela 1 identificou 17 estudos publicados entre 2018 e 2023, com predominância de pesquisas brasileiras (11 estudos) e delineamento observacional, principalmente caso-controle e transversal. Estudos prospectivos e com amostra de conveniência foram menos frequentes. A base Google Acadêmico concentrou a maior parte das pesquisas nacionais, enquanto a PubMed apresentou maior diversidade geográfica. Esses dados indicam crescimento da produção científica recente, com foco em estudos observacionais e contextos brasileiros, reforçando a relevância do tema e a necessidade de investigações com delineamentos mais robustos para consolidar a associação.

A distribuição dos artigos por ano de publicação permite observar a evolução temporal da produção científica sobre a temática estudada. O gráfico 1 a seguir ilustra o número de publicações identificadas em cada ano, evidenciando possíveis picos de interesse e períodos de menor produção.

Gráfico 1. Distribuição dos artigos por ano de publicação (2018–2023)

 Fonte: Autoria própria, 2025.

A análise do gráfico 1 revela que a maioria dos estudos foi publicada nos anos mais recentes, indicando um aumento do interesse acadêmico na temática nos últimos anos. Observa-se também que determinados anos apresentaram maior número de publicações, sugerindo momentos de maior investimento ou destaque científico. Essa tendência crescente reforça a relevância contínua do tema e evidencia a necessidade de novas pesquisas para aprofundar o conhecimento na área.

A distribuição dos artigos por país de publicação permite identificar a origem geográfica da produção científica sobre o tema. O gráfico 2 a seguir apresenta os países responsáveis pelos estudos incluídos, evidenciando os locais com maior contribuição para a literatura existente.

Gráfico 2. Distribuição dos artigos por país de publicação

 Fonte: Autoria própria, 2025.

A análise do gráfico 2 demonstra que a maior parte dos estudos foi produzida no Brasil, seguida por publicações de países como Reino Unido, Índia, Hungria e Nepal. Essa concentração sugere que determinadas regiões têm se destacado na pesquisa sobre o tema, possivelmente refletindo interesses locais, políticas de incentivo à pesquisa ou maior prevalência da condição estudada. A predominância de estudos brasileiros também ressalta a importância da investigação nacional para o contexto da saúde materno-infantil.

A distribuição dos artigos por tipo de estudo permite compreender os delineamentos metodológicos predominantes na literatura sobre o tema. O gráfico 3 a seguir apresenta a quantidade de publicações categorizadas de acordo com seu desenho de pesquisa, evidenciando os formatos mais utilizados pelos autores.

Gráfico 3. Distribuição dos artigos por tipo de estudo

Fonte: Autoria própria, 2025.

A análise do gráfico 3 revela que a maior parte dos estudos possui delineamento observacional, com destaque para os estudos caso-controle e transversais. Esse padrão indica uma tendência da literatura em priorizar análises descritivas e comparativas, permitindo identificar associações entre variáveis sem estabelecer causalidade. A menor presença de estudos experimentais sugere oportunidades para futuras pesquisas que possam explorar intervenções e aprofundar o conhecimento sobre a temática.

Discussão: 

A análise dos estudos incluídos nesta revisão evidenciou um aumento progressivo nas publicações que abordam a associação entre periodontite e parto prematuro nos últimos anos, totalizando 17 artigos publicados entre 2018 e 2023. O Brasil destacou-se como o país com maior número de produções científicas, seguido por Reino Unido, Índia, Hungria e Nepal, o que reflete o crescente interesse da comunidade científica internacional sobre o tema (Figueiredo et al., 2019; Mattiuzzo & Zanesco, 2020). A maioria das pesquisas apresentou delineamento observacional, principalmente dos tipos caso-controle e transversal, o que demonstra a predominância de abordagens descritivas e analíticas voltadas à compreensão da possível correlação entre as doenças periodontais e os desfechos gestacionais adversos (Sousa et al., 2016). Esses resultados reforçam que a temática vem ganhando destaque no campo da saúde materno-infantil, especialmente em países com elevadas taxas de prematuridade e desigualdade no acesso à atenção pré-natal.

Os estudos analisados indicaram uma associação significativa entre a presença de periodontite materna e o risco aumentado de parto prematuro e baixo peso ao nascer, o que corrobora achados prévios sobre o papel das infecções orais como fatores de risco sistêmico (Delgado, Santos & Alves, 2019; Pereira & Vilela Júnior, 2022). Tal relação pode ser explicada pela disseminação sistêmica de mediadores inflamatórios e endotoxinas bacterianas provenientes dos tecidos periodontais, que atingem a circulação materna e a placenta, desencadeando resposta inflamatória local. O aumento da liberação de citocinas, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e a interleucina 1 beta (IL-1β), estimula a produção de prostaglandina E2 (PGE2), substância associada à indução das contrações uterinas e à ruptura prematura das membranas amnióticas (Williams et al., 2000; Pereira & Vilela Júnior, 2022). Além disso, as alterações hormonais típicas da gestação — como elevação dos níveis de estrogênio e progesterona — favorecem a inflamação gengival e reduzem a resistência à placa bacteriana, potencializando a resposta inflamatória sistêmica (Krejci & Bissada, 2002; Gebara, 2000). Apesar disso, alguns estudos apresentaram resultados divergentes, sugerindo que fatores como idade materna, tabagismo, condições socioeconômicas, qualidade do pré-natal e hábitos de higiene bucal podem modular a força dessa associação (Turton et al., 2017).

Esses achados são compatíveis com revisões anteriores que também destacaram a periodontite como potencial fator de risco para desfechos gestacionais adversos. Davenport e Williams (1998) já haviam relatado que a infecção periodontal pode desencadear desequilíbrios imunológicos capazes de interferir na evolução normal da gestação, enquanto estudos mais recentes reforçam a hipótese de que a inflamação crônica oral exerce impacto sistêmico por meio da produção de citocinas e mediadores inflamatórios (Delgado, Santos & Alves, 2019; Pereira & Vilela Júnior, 2022). Apesar da coerência teórica entre os trabalhos, a literatura ainda carece de consenso quanto à magnitude dessa associação, em virtude da heterogeneidade dos métodos empregados, da falta de padronização nos critérios diagnósticos e da diversidade das populações analisadas. Essa variabilidade dificulta comparações diretas e reforça a necessidade de pesquisas metodologicamente mais robustas e homogêneas.

Entre as principais limitações identificadas, destaca-se a predominância de estudos observacionais, que, por sua natureza, não permitem estabelecer relações causais diretas entre periodontite e parto prematuro. Além disso, os diferentes métodos de diagnóstico periodontal, os parâmetros variados para definir a prematuridade e as amostras reduzidas em muitos estudos limitam a generalização dos resultados. A ausência de controle rigoroso de variáveis de confusão como comorbidades, uso de medicamentos e hábitos de vida também pode ter influenciado os achados, comprometendo a validade externa das conclusões. Ainda há escassez de ensaios clínicos randomizados e de estudos longitudinais, o que constitui uma lacuna importante para o avanço do conhecimento sobre o tema.

Diante do exposto, os resultados desta revisão reforçam a importância da integração entre a saúde bucal e o acompanhamento pré-natal, uma vez que a detecção e o tratamento precoce das doenças periodontais podem reduzir complicações gestacionais e melhorar a saúde materno-fetal. A inserção efetiva do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional é essencial para promover ações preventivas e educativas voltadas à manutenção da saúde periodontal durante a gravidez (Teixeira, 2019). Políticas públicas que incentivem consultas odontológicas no pré-natal e campanhas de conscientização sobre a relação entre saúde bucal e gestação são fundamentais para minimizar os riscos associados às infecções orais. Recomenda-se que futuras pesquisas priorizem delineamentos experimentais e amostras amplas, com critérios diagnósticos padronizados, a fim de fortalecer as evidências sobre a influência da periodontite na etiologia do parto prematuro e do baixo peso ao nascer.

4. Conclusão 

Diante dos resultados obtidos, o presente estudo atingiu seu objetivo de analisar, por meio de uma revisão bibliométrica, a produção científica relacionada à associação entre periodontite e parto prematuro. Verificou-se que a maioria dos estudos aponta uma possível correlação entre a infecção periodontal e desfechos gestacionais adversos, sustentada por mecanismos inflamatórios e hormonais característicos da gestação. Embora ainda existam divergências quanto à força dessa relação, os achados reforçam a importância da integração da saúde bucal ao pré-natal e a necessidade de novos estudos com metodologias padronizadas, capazes de confirmar o impacto da periodontite na ocorrência do parto prematuro.

Referências 

Arbildo-Vega, H. I., Padilla-Cáceres, T., Caballero-Apaza, L., Cruzado-Oliva, F. H., Mamani-Cori, V., Cervantes-Alagón, S., Vásquez-Rodrigo, H., Coronel-Zubiate, F. T., Aguirre-Ipenza, R., & Meza-Málaga, J. M. (2024). Effect of treating periodontal disease in pregnant women to reduce the risk of preterm birth and low birth weight: An umbrella review. Medicina, 60(6), 943. https://doi.org/10.3390/medicina60060943

Azevedo, A. A., Carvalho, A. J. M. de, Sousa, F. M. de, Salgado, L. da S., Júnior, P. M. S. R., & Casanovas, R. C. (2021). Importância do pré-natal odontológico na prevenção de partos prematuros e bebês de baixo peso: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Revisão de Saúde, 2, 8566–8576. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n2-373

Bhavsar, N. V., Trivedi, S., Vachhani, K. S., et al. (2023). Association between preterm birth and low birth weight and maternal chronic periodontitis: A hospital-based case-control study. Dental and Medical Problems, 60(2), 207–217. https://doi.org/10.17219/dmp/152234

Castro, V. C. L. de, Guimarães, G., Rosa, F. G., Galvão, N. dos S., Almeida, D. L., & Guimarães, M. R. F. de S. G. (2021). Relação entre o parto prematuro e bebês de baixo peso ao nascimento com a condição periodontal. Reunião Científica (XII). https://periodicos.saolucas.edu.br/reuniao/article/view/571

Costa, I. G. (2019). Avaliação da condição periodontal em grávidas de alto risco do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Uberlândia]. https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/25473

Costa, N. B. da. (2019). Prevalência da doença periodontal em gestantes da Unidade Básica de Saúde Aparecida [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/39070

Davenport, E. S., & Williams, C. E. C. (1998). Maternal periodontal disease and preterm low birthweight infants. Journal of Clinical Periodontology, 25(1), 88–94. https://doi.org/10.1111/j.1600-051x.1998.tb02417.x

Delgado, F. M. A., Santos, M. M. S., & Alves, C. M. C. (2019). Relação entre a doença periodontal e parto prematuro: uma revisão integrativa. Revista Bahiana de Odontologia, 10(1), 44–53. https://doi.org/10.17267/2596-3368dentistry.v10i1.2317

Erchick, D. J., Khatry, S. K., Agrawal, N. K., et al. (2020). Risk of preterm birth associated with maternal gingival inflammation and oral hygiene behaviors in rural Nepal: A community-based prospective cohort study. BMJ Open, 10, e036515. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2019-036515

Figueiredo, M. G. M., Bastos, R. S., & Farias, M. L. F. (2019). Periodontite e parto prematuro: revisão de literatura. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, 31(2), 123–131.

Gebara, E. C. E. (2000). Alterações periodontais durante a gestação: aspectos clínicos e microbiológicos. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, 54(6), 476–481.

Krejci, C. B., & Bissada, N. F. (2002). Women’s health issues and their relationship to periodontitis. Journal of the American Dental Association, 133(3), 323–329. https://doi.org/10.14219/jada.archive.2002.0168

Leite, É. B. (2023). Fatores associados à doença periodontal em gestantes em uma unidade de saúde da família de Salvador/BA [Dissertação de mestrado profissional, Universidade Estadual de Feira de Santana]. http://tede2.uefs.br:8080/handle/tede/1646

Martins, M. da S. P., Almeida, G. dos S., Laurindo, Y. M., Araújo, V. V. de G., & Pavan, P. (2024). Cuidados essenciais para um começo de vida saudável: associação entre doença periodontal na gravidez, parto pré-termo e baixo peso ao nascer. Revista Científica da Faculdade São José, 20(1), 1–8. https://revista.saojose.br/index.php/cafsj/article/view/687

Massaro, C. R. (2018). Periodontite como fator de risco para parto prematuro e nascimento de bebês com baixo peso: estudo de caso-controle [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual do Oeste do Paraná]. TEDE Unioeste. https://tede.unioeste.br/handle/tede/4143

Mattiuzzo, E., & Zanesco, C. (2020). Periodontite e parto prematuro: revisão de literatura e atualização das evidências. Revista Saúde Integrada, 13(1), 20–32.

Nogueira Vaz Lordêllo, V. (2020). Associação da periodontite com parto prematuro e/ou nascimento de bebês com baixo peso [Trabalho acadêmico não publicado].

Oliveira, J. B. M. de, Silva, K. K. F. e, Moreira, A. R. O., Marcelos, P. G. C. L. de, & Borges, C. D. (2020). Análise da saúde periodontal e qualidade de vida de gestantes atendidas pelo SUS no município de Maceió, Alagoas. Brazilian Journal of Health Review, 3(4), 10208–10221. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n4-245

Oliveira, M. C., Gomes-Filho, I. S., Stöcker, A., Barreto Neto, L. O., Santos, A. D. N., Cruz, S. S. D., Passos-Soares, J. S., Falcão, M. M. L., Meireles, J. R. C., Seymour, G. J., Meyer, R., & Trindade, S. C. (2020). Microbiological findings of the maternal periodontitis associated to low birthweight. Einstein (São Paulo), 18, eAO4209. https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2020AO4209

Pereira, F. A. M., & Vilela Júnior, G. B. (2022). Doença periodontal materna e parto prematuro: revisão das evidências. Revista Brasileira de Odontologia Clínica Integrada, 26(4), 1–10. https://doi.org/10.1590/rboci.v26n4.2022

Polisciano, E. (2024). Alterações do periodonto em mulheres grávidas: revisão sistemática integrativa [Dissertação de mestrado, Escola Superior de Saúde, CESPU]. CESPU Repositório Institucional. https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/4631

Rocha, J. L. B. da. (2019). Prevalência de doença periodontal em gestantes atendidas em duas unidades básicas de saúde do município de Lagarto-SE [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Sergipe].

Silva, M. R. da, Brayner, P. da S., Soares, L. R., Guerra, C. A. R. de M., & Rego, S. C. A. (2023). A doença periodontal e sua relação com complicações no período gestacional: um estudo retrospectivo [Trabalho de conclusão de curso, Faculdade Pernambucana de Saúde].

Silva, P. N. S., Miranda Deliberador, T., Carneiro Leão Gabardo, M., Baratto-Filho, F., & Pizzatto, E. (2018). Asociación entre la enfermedad periodontal, el nacimiento prematuro y bajo peso al nacer. Revista Cubana de Estomatología, 55(1), 16–22. https://revestomatologia.sld.cu/index.php/est/article/view/1385

Sousa, R. R., Alves, C. M. C., & Santos, M. M. S. (2016). Associação entre doença periodontal e parto prematuro: revisão de literatura. Revista Brasileira de Odontologia, 73(2), 112–118.

Teixeira, L. C. (2019). A importância do cirurgião-dentista no pré-natal: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 19(3), 781–788. https://doi.org/10.1590/1806-93042019000300008

Torres, C. R., Novo, N. F., Bertagnon, J. R. D., Colombo-Souza, P., Shio, M. T., & França, C. N. F. (2021). Avaliação periodontal de gestantes após parto: estudo transversal. Revista de Atenção à Saúde, 19(68). https://doi.org/10.13037/ras.vol19n68.7514

Turton, M., Africa, C. W. J., & Stephen, L. (2017). The association between periodontal disease and adverse pregnancy outcomes in South Africa. South African Dental Journal, 72(6), 270–277. https://doi.org/10.17159/2519-0105/2017/v72no6a3

Uwambaye, P., Munyanshongore, C., Rulisa, S., Shiau, H., Nuhu, A., & Kerr, M. S. (2021). Assessing the association between periodontitis and premature birth: A case-control study. BMC Pregnancy and Childbirth, 21(1), 204. https://doi.org/10.1186/s12884-021-03700-0

Völgyesi, P., Radnai, M., Németh, G., Boda, K., Bernad, E., & Novák, T. (2023). Situação periodontal materna como fator que influencia os resultados obstétricos. Medicina, 59(3), 621. https://doi.org/10.3390/medicina59030621

Williams, C. E. C., Davenport, E. S., Sterne, J. A. C., Sivapathasundram, V., & Fearne, J. M. (2000). Mechanisms of risk in preterm low-birthweight infants associated with maternal periodontal disease. Journal of Clinical Periodontology, 27(8), 516–523. https://doi.org/10.1034/j.1600-051x.2000.027008516.x


1Centro universitário Maurício de Nassau, Brasil. E-mail: Natalyabinko5@gmail.com
2Centro universitário Maurício de Nassau, Brasil. E-mail: Patriciacorsino137@gmail.com
3Orientadora.