RELATIONSHIP BETWEEN RHEUMATOID ARTHRITIS AND COVID 19 IN PATIENTS ASSISTED AT A RHEUMATOLOGY OFFICE IN TERESINA-PI
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8009972
Sabrinny Viana Franklin1
Alice Lima Rosa Mendes2
Isabella Romano Elias3
Gabriela Paz Mendes de Lima4
Joana Elisabeth de Sousa Martins Freitas5
Angela Maria Freitas Paiva6
Suely Moura Melo7
Joelma Moreira de Norões Ramos8
RESUMO
Objetivo: avaliou-se o perfil epidemiológico e clínico de pacientes analisando dados relacionados ao sexo, idade, procedência, tempo de doença, tratamento utilizado, taxa de vacinação e mortalidade de portadores de artrite reumatóide infectados pelo vírus da COVID-19 que foram diagnosticados em um consultório particular de Reumatologia em Teresina-PI no período de 2021 à 2022. Metodologia: tratou-se de um estudo retrospectivo observacional de abordagem quantitativa, descritiva. O projeto foi iniciado após a apreciação e liberação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob CAAE: 62982122.6.0000.52.11 em que todos os dados foram coletados em questionários e mantidos sob confidencialidade, onde esse compromisso foi mantido por meio da assinatura do Termo de Autorização de Utilização de Dados. Resultados e discussões: Foram avaliados 25 pacientes no período do estudo, onde predominou pacientes do sexo feminino (21), correspondendo a 84% e 4 pacientes do sexo masculino, equivalente a 16%. Observou-se que 18 dos indivíduos do estudo, o equivalente a 72% era de procedência de Teresina-PI. A idade variou de 30 a 74 anos. A média de idade foi de 50,64 anos (DP ± 11,84). Metade das observações concentraram-se em indivíduos de 41,5 a 60 anos. Conclusão: o perfil epidemiológico dos pacientes com artrite reumatóide infectados pelo vírus SARS-CoV-2 que teve uma maior prevalência no sexo feminino, na faixa etária entre a quarta e sexta década de vida, com tempo de AR mais dominante entre 4,5 a 15 anos. Observou-se que grande parte dos pacientes eram procedentes de Teresina-PI. Além disso, uma parte significativa dos pacientes tinham pelo menos duas doses da vacina quando foram infectados pelo vírus da COVID-19 e os principais medicamentos utilizados no tratamento da AR foram Metotrexato e Leflunomida.
Palavras-chave: Doença reumatológica. Coronavírus. Complicações. Tratamento.
ABSTRACT
Objective: the epidemiological and clinical profile was evaluated, including sex, age, origin, duration of illness, treatment used, vaccination and mortality rate of patients with rheumatoid arthritis who were infected by the COVID-19 virus in a private Rheumatology practice in Teresina-PI from 2021 to 2022. Methodology: this is a retrospective observational study with a quantitative, descriptive approach. The project was started after consideration and release by the Research Ethics Committee (CEP), CAAE: 62982122.6.0000.52.11 in which all data were collected in questionnaires and kept confidential, the commitment was maintained by signing the Term Data Use Commitment. Results and discussions: 25 patients were evaluated during the study period, where female patients predominated (21), corresponding to 84% and 4 male patients, equivalent to 16%. It was observed that 18 of the individuals in the study, equivalent to 72%, were from Teresina-PI. Age ranged from 30 to 74 years. The mean age was 50.64 years (SD ± 11.84). Half of the observations were concentrated between 41.5 and 60 years. It was concluded that the epidemiological profile of patients with rheumatoid arthritis infected by the SAS COV 2 virus, which had a higher prevalence in females, in the age group between the fourth and sixth decade of life, with the most dominant RA time between 4.5 to 15 years. It was observed that most of the patients came from Teresina-PI. In addition, a significant part of the patients had at least two doses of the vaccine when they were infected with the COVID-19 virus and the main drugs used in the treatment of RA were Methotrexate and Leflunomide.
Keywords: Rheumatologic disease. Coronavirus. Complications. Treatment
INTRODUÇÃO
O vírus SARS-COV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave por Coronavírus 2), foi encontrado na China, na província de Wuhan. Devido à alta propagação mundial, em 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença agora chamada de COVID-19 como uma pandemia (NAJAFI et al., 2020).
Os pacientes com comorbidades, idade avançada e sistema imunológico comprometido apresentam maior risco de complicações. Os pacientes afetados por doenças autoimunes, como a artrite reumatóide, apresentam comprometimento do sistema imunológico, além do efeito iatrogênico de agentes imunossupressores, como corticosteroides e sintéticos ou drogas modificadoras de doenças biológicas que tornam o indivíduo mais suscetível a infecções (ROONGTA, GHOSH 2020).
A doença causada pelo SARS-COV-2 apresenta sintomatologia leve, semelhante a uma gripe. Os pacientes mais graves podem apresentar comprometimento respiratório que pode levar à Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e até a morte. Além de outros comprometimentos sistêmicos, como distúrbios neurológicos, gastrointestinais e músculo esquelético (FAVALLI et al., 2020).
O tratamento é principalmente de suporte, no entanto, o prognóstico é sombrio para aqueles que precisam de ventilação invasiva. Os ensaios laboratoriais estão em andamento para descobrir vacinas e medicamentos eficazes para combater a doença. As estratégias preventivas visam reduzir a transmissão de doenças por rastreamento de contato, lavagem das mãos, uso de máscaras faciais e bloqueio governamental de fluxos de pessoas desnecessárias a fim de reduzir o risco de transmissão (ADIL et al., 2021).
Essa pesquisa teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico e clínico, incluindo sexo, idade, procedência, tempo de doença, tratamento utilizado, taxa de vacinação e taxa de mortalidade de pacientes portadores de artrite reumatóide que foram infectados pelo vírus da COVID-19 e examinados em consultório particular de Reumatologia em Teresina-PI no período de 2021 à 2022. Tendo em vista o comprometimento do sistema imunológico em pacientes diagnosticados com artrite reumatóide e quando acometidos pelo vírus SARS-COV-2 podem ter uma maior chance de complicações, torna-se importante pesquisar no intuito de aprofundar as discussões para mais evidências clínicas na condução desses “casos”.
METODOLOGIA
O projeto de pesquisa foi desenvolvido de acordo com a Resolução 466/2012 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde que define as diretrizes e normas regulamentadoras para pesquisa, envolvendo dados humanos. Todos os dados coletados tiveram sua confidencialidade mantida, o compromisso foi realizado por meio da assinatura do Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD). O projeto foi iniciado após a apreciação, liberação e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o número de CAAE: 62982122.6.0000.52.11.
O delineamento da pesquisa tratou-se de um estudo, retrospectivo observacional, de abordagem quantitativa. Em relação ao objetivo do estudo foi uma pesquisa descritiva e quanto aos procedimentos técnicos foi documental. A técnica de amostragem foi não probabilística intencional.
Os critérios de inclusão dos participantes foram: pacientes diagnosticados com artrite reumatóide infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Os critérios de exclusão dos participantes foram: pacientes que não foram localizados, pacientes diagnosticados com artrite reumatóide, mas que não foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2 por meio de exame reação em cadeia da polimerase (RT-PCR), amostra de Swab nasal ou faríngea.
Os dados coletados foram de pacientes de um consultório particular de Reumatologia de Teresina-PI, por meio de um questionário online enviado através do aplicativo WhatsApp e por prontuário eletrônico. No questionário foram feitas as seguintes perguntas: se teve COVID-19; qual ano teve COVID-19; quando teve COVID-19 estava com quantas doses da vacina. As informações como sexo, idade, procedência, tratamento medicamentoso de AR durante o período em que esteve infectado pelo vírus SARS-CoV-2 e a taxa de óbito foram coletadas através dos prontuários eletrônicos do consultório particular de Reumatologia. Após análise, foram identificados 77 pacientes com o diagnóstico de AR baseados nos critérios da American Rheumatism Association (ARA), dos 77 foram avaliados 25 pacientes.
Para análise dos dados foram utilizados os procedimentos usuais da estatística descritiva, tais como distribuição de frequência absoluta (n) e relativa (%), médias e desvio padrão (DP). Para apresentação dos resultados foram utilizados tabelas e gráficos.
O presente estudo apresentou o risco de quebra de sigilo, que foi minimizado pela utilização de códigos que foram utilizados no transcorrer de toda pesquisa, uma vez que não foram coletados dados de identificação pessoal dos pacientes. A fim de evitar qualquer tipo de constrangimento foi explicado por escrito de forma online através do TCLE que a pesquisa tem objetivos somente científicos. Além disso, o participante poderia se recusar a participar ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem que isso acarrete nenhum ônus para o mesmo. É importante ressaltar que o participante não teve nenhum gasto financeiro em decorrência da pesquisa.
Havendo algum dano provocado pela participação na pesquisa, o participante teve o direito de solicitar indenização através das vias judiciais e/ou extrajudiciais, conforme a Legislação Brasileira (Código Civil, Lei 10.406/2002, Artigos 927 a 954; entre outros; e Resolução CNS número 510 de 2016, Artigo 9).
Os questionários foram realizados de forma online através do aplicativo WhatsApp, garantindo a privacidade do paciente durante o preenchimento do questionário, sendo necessário apenas 5 a 10 minutos para respondê-lo. O questionário disponibilizado para o participante foi composto apenas das perguntas e opções de respostas, não sendo permitida a visualização do mesmo da pontuação de cada alternativa. Assim, através do questionário disponibilizado ao participante não foi possível a interpretação pelo mesmo do resultado de seu teste, dessa forma, excluindo o risco de desconforto ou gatilho psíquico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A COVID-19 constitui um problema de saúde pública visto que os indivíduos infectados relatam efeito duradouro do quadro clínico, podendo surgir novos sinais e sintomas, sendo denominado como Longo COVID-19. A doença gera grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e é um desafio para o sistema de saúde reabilitar os que apresentam diversidades de acometimentos clínicos (MARTIMBIANCO et al., 2021).
Foram avaliados 25 pacientes no período do estudo, onde predominou pacientes do sexo feminino (21), correspondendo a 84% e 4 pacientes do sexo masculino, equivalente a 16% (Tabela 1). Os dados assemelham-se com o estudo de (ZARNGARAN et al., 2022) que revelou em sua pesquisa uma maior proporção de mulheres com AR comparando com homens. Essas informações são reafirmadas pelo trabalho de ALMEIDA; ALMEIDA; BERTOLO, (2014) que diz que a AR é mais prevalente em mulheres (relação mulheres/homens de 2:1) e no seu estudo foram analisados 98 pacientes, desses 87 foram mulheres e 11 homens.
Tabela 1: Descritivo sobre o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de artrite reumatóide que foram infectados pelo vírus da COVID-19. (n=25).
Variáveis | n | % |
Sexo | ||
Feminino | 21 | 84,0 |
Masculino | 4 | 16,0 |
Procedência | ||
Batalha | 1 | 4,0 |
Lagoa Alegre | 1 | 4,0 |
Paes Landim | 1 | 4,0 |
Piracuruca | 2 | 8,0 |
São Miguel do Tapuio | 1 | 4,0 |
Teresina | 18 | 72,0 |
Timon | 1 | 4,0 |
Fonte: Autoria Própria,2023.
No Piauí, o primeiro caso suspeito de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 foi em 27 de fevereiro de 2020 e o primeiro caso confirmado foi em 19 de março de 2020. Teresina é a cidade mais populosa do estado do Piauí (cerca de 856 mil habitantes) e com conectividade com várias regiões do estado. Ademais é o principal local de atendimento de alta complexidade da região, sendo que as diversas áreas interioranas apresentam um sistema de saúde frágil e debilitado. (BATISTA et al., 2020). No presente estudo foram avaliados 25 casos de pacientes portadores de doença reumatológica (Artrite Reumatóide) infectados pelo vírus da COVID-19 em um consultório particular de Reumatologia em Teresina-PI.
Observou-se que 18 dos indivíduos do estudo, equivalente a 72% (Tabela 1) era de procedência de Teresina-PI, análogo ao relatado no trabalho de (BATISTA et al., 2020) supracitado acima, pois o sistema de saúde da capital do Piauí tem destaque em comparação com as cidades do interior do estado.
A idade variou de 30 a 74 anos. A média de idade foi de 50,64 anos (DP ± 11,84). Metade das observações concentraram-se entre 41,5 e 60 anos (Figura 1). Similar às informações contidas nos trabalhos supracitados que relataram uma prevalência também entre a quarta e sexta década de vida.
O climatério é uma etapa marcante do envelhecimento feminino, caracterizado por hipoestrogenismo progressivo, culminando com a interrupção definitiva dos ciclos menstruais, assim a menopausa é o evento demarcador desta fase. Nesse período, as mulheres ficam mais suscetíveis a apresentar diversas patologias, entre elas as com manifestações musculoesqueléticas, como a artrite reumatóide (KROTH et al., 2010).
Figura 1: BoxPlot da idade (em anos) dos pacientes avaliados. (n=25)
Fonte: Autoria Própria,2023.
O tempo de artrite reumática (AR) variou de 2 a 43 anos. Foram identificados dois outliers (32 e 43 anos). A mediana foi de 8 anos (Intervalo Interquartílico: 10 anos). Metade das observações concentrou-se entre os 4,5 e 15 anos. Essas informações foram apresentadas na Figura 2.
Figura 2: BoxPlot do tempo de AR (em anos) dos pacientes avaliados.
Fonte: Autoria Própria,2023.
O medicamento Metotrexato (MTX) foi desenvolvido nos anos 1950 como antagonista de ácido fólico. Somente nos anos 1980 é que foi empregado em tratamento da psoríase e depois em pacientes com artrite reumatóide, com doses muito menores que as utilizadas em oncologia, o que sugere que sua ação não se dê por morte de células, mas por modulação do sistema imune. Esse medicamento tornou a remissão da AR viável (PASSOS, 2016).
Cerca de 96,0% faziam uso de imunossupressores, sendo o MTX e Leflunomida (52,0%) e Udacity Inibe (24,0%) as drogas mais utilizadas pelos pacientes (Tabela 1). O MTX foi uma das medicações mais empregadas no tratamento dos pacientes do presente estudo, representando 56% (n=14) na Tabela 2. De acordo o estudo de MOTA et al., (2013) o MTX é o fármaco-padrão utilizado no manejo da artrite reumatóide, pois essa droga tem capacidade de diminuir sinais e sintomas da AR e melhorar o estado funcional do paciente, além da redução da progressão das lesões radiológicas.
Tabela 2: Descritivo sobre o perfil clínico dos pacientes portadores de artrite reumatóide que foram infectados pelo vírus da COVID-19. (n=25).
Variáveis | n | % |
Uso de Imunossupressor | ||
Não | 1 | 4,0 |
Sim | 24 | 96,0 |
Tipo de Imunossupressores | ||
Leflunomide | 1 | 4,0 |
MTX e Adalimumabe | 1 | 4,0 |
MTX e Leflunomide | 13 | 52,0 |
Tocilizumabe | 1 | 4,0 |
Tofacitinibe | 1 | 12,0 |
Upadacitinibe | 5 | 24,0 |
Doses de vacina | ||
0 | 4 | 16,0 |
1 | 3 | 12,0 |
2 | 8 | 32,0 |
3 | 6 | 24,0 |
4 | 4 | 16,0 |
Óbito | ||
Não | 0 | 0,0 |
Fonte: Autoria Própria,2023.
O Leflunomida, também foi uma droga muito utilizada na terapia dos pacientes deste estudo, representando 56% (n=14). Na pesquisa de BREEDVELD; DAYER, (2000) o Leflunomide apresentou grande eficácia clínica e melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, além de reduzir significativamente a taxa de progressão da doença. Comparado com o medicamento Metrotexato apresentou semelhança em relação a contagem de articulações sensíveis e avaliação global do paciente.
Foi identificado na presente pesquisa que a maioria dos pacientes (n=8) tinham pelo menos duas doses da vacina contra o vírus SARS-CoV-2 quando foram infectadas (72,0%). Além disso, foi observado que 4 dos indivíduos (16%) não tinham nenhuma dose da vacina quando foram contaminados pelo vírus da COVID-19. O estudo realizado por KO et al., (2021) revelou que os pacientes com doenças reumatológicas (incluindo os com artrite reumatóide) 34,4% hesitaram em tomar a vacina por preocupações com segurança, eficácia e efeitos colaterais e aumentar dos sintomas das doenças reumatológicas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a imunização com vacinas atualmente previne de 4 a 5 milhões de mortes a cada ano. Porém, a vacinação também levanta questões, especialmente para pacientes com doenças reumáticas e músculo esqueléticas inflamatórias/autoimunes e/ou tratados com medicamentos que podem influenciar a competência funcional de seu sistema imunológico. Os indivíduos com doenças inflamatórias foram excluídos dos programas de desenvolvimento clínico da vacina SARS-CoV-2 levantando dúvidas e questionamentos em relação à vacinação desses pacientes (MACHADO et al., 2022).
As informações mencionadas acima podem estar relacionadas com o fato que 4 portadores de artrite reumatóide do presente estudo não tinham nenhuma dose de vacina registrada em sua carteira de vacinação.
De acordo com a pesquisa de PABLO et al., (2020) não foi encontrado excesso de morbimortalidade associado ao uso prévio de drogas imunossupressoras convencionais ou direcionadas. Na presente pesquisa, não ouve associação das drogas utilizadas na terapia da artrite reumatóide com a mortalidade.
Não ocorreram óbitos 0% (n=0) no presente estudo (Tabela 2). Esse dado está de acordo com a pesquisa de MIGNOS et al., (2021) que examinou pacientes com artrite inflamatória, incluindo indivíduos com AR, tratados com drogas antirreumáticas modificadoras da doença (DMARDS) sintéticas convencionais e/ou DMARDs biológicos. Mostrou que mesmo suspendendo as drogas do tratamento, os pacientes tiveram o mesmo desenvolvimento da doença que a população geral quando contraíram COVID-19 e não houve óbitos.
Entretanto, a pesquisa de ENGLAND et al., (2021) revela que os pacientes com artrite reumatoide apresentam maior risco de desenvolver COVID-19 grave, evoluindo com hospitalização e óbito comparado com indivíduos sem AR. Informações semelhantes foram encontradas no estudo de RAIKER et al., (2021). Vale ressaltar que as duas pesquisas supracitadas foram realizadas com um número de pacientes muito maior que a pesquisa atual, fato que pode ter influenciado no resultado encontrado.
Este estudo apresenta algumas limitações. Primeiro, tratou-se de um estudo retrospectivo e de causa relativamente pequena. Segundo os resultados que foram obtidos a partir de análise de questionários e prontuários eletrônicos, não foi possível identificar através desse estudo se os pacientes necessitam de hospitalização, alguns pacientes não fizeram o uso da vacina e se houve necessidade de mudança do tratamento medicamentoso da AR após infecção pelo vírus SARS-CoV-2.
CONCLUSÃO
No presente estudo foi possível verificar o perfil epidemiológico dos pacientes com artrite reumatóide infectados pelo vírus SARS-CoV-2 em Consultório Particular de Reumatologia em Teresina-PI no período de 2021 à 2022, demostrou predomínio do sexo feminino. A maioria dos pacientes eram procedentes de Teresina-PI. A faixa etária predominou entre a quarta e sexta década de vida, com tempo de AR mais dominante entre 4,5 a 15 anos.
Em relação ao perfil clínico dos indivíduos analisados, as drogas utilizadas, Metotrexato e Leflunomida foram as mais prevalentes. Quanto à vacinação, grande parte dos pacientes tinham pelo menos 2 doses da vacina quando foram infectados pelo vírus da COVID-19. Não houve registro de óbitos.
Nesse sentido, de acordo com as informações analisadas, verificou-se que apesar da artrite reumatóide propiciar um estado mais vulnerável aos pacientes infectados pelo vírus da COVID-19 não foi encontrado relação ruim, como menor taxa de vacinação e óbitos, entre as duas patologias.
REFERÊNCIAS
ADIL, M.T. et al. SARS-CoV-2 and the pandemic of COVID-19. Postgrad Med J., v. 97, n. 1144, p. 110-116, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32788312/. Acesso em: 22 jun. 2021.
ALMEIDA M. S. T. M.; ALMEIDA J. V. M.; BERTOLO M. B. Características demográficas e clínicas de pacientes com artrite reumatóide no Piauí, Brasil- avaliação de 98 pacientes. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 54, n. 5, p. 360-365, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/tzQyWbXWdHCG9fVgQg47mwk/?lang=pt. Acesso: 11 mar. 2023.
BATISTA, F. M. A. et al. COVID-19 in Piauí: initial scenario and perspectives for coping. Rev Soc Bras Med Trop. Teresina, v. 53, p. 1-2, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32348433/. Acesso em: 08 mar. 2023.
BREEDVELD, F. C.; DAYER, J. M. Leflunomide: mode of action in the treatment of rheumatoid arthritis. Annals of the Rheumatic Diseases. v.59, p. 841-849, 2000. Disponível em: https://ard.bmj.com/content/annrheumdis/59/11/841.full.pdf. Acesso em: 16 mar. 2023.
FAVALLI, E. G. et al. Infecção por COVID-19 e artrite reumatóide: Longe, tão perto!, Autoimmun Rev., Estados Unidos, v. 19, n. 5, p. 102523, 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7102591/. Acesso em: 9 mai. 2021
NAJAFI, S. et al. “As semelhanças potenciais de COVID-19 e a patogênese de doenças auto-imunes e opções terapêuticas: abordagem de novos insights”. Clinical reumatology, Irã, v. 39, n. 11, p. 3223-3235, 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7471540/. Acesso em: 22 jun. 2021.
MARTIMBIANCO, A. L. C. et al. Frequência, sinais e sintomas, e critérios adotados para COVID-19 prolongado: uma revisão sistemática. Int J Clin Pract, São Paulo, v. 75, n. 10, p. 14357, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33977626/. Acesso: 8 mar. 2023.
ZARGARAN, M. et al. Outcomes of coronavirus disease 19 patients with a history of rheumatoid arthritis: A retrospective registry-based study in Iran. Int J Rheum Dis, v. 25, n. 10, p. 1196-1199, 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9538024/. Acesso em: 11 mar. 2023.
KROTH, E. A. F. et al. Associação de artrite reumatóide e desconfortos musculoesqueléticos em mulheres na pós-menopausa. Revista contexto e saúde, Unijuí, v. 9, n.18, p. 19-27, 2010. Disponível em: file:///C:/Users/SAMSUNG/Downloads/1467-Texto%20do%20artigo_-6063-1-10-20130613%20(1).pdf. Acesso em: 16 mar. 2023
KO, T. et al. SARS-COV-2 vaccine acceptance in patients with rheumatic diseases: a cross-sectional study. Hum Vaccin Immunother, Australia, v. 17, n.11, p. 4048-4056, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34357827/. Acesso em: 12 mar. 2023.
PASSOS, L. F. S. Artrite reumatóide: novas opções terapêuticas. Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica, Brasília, v. 1, n. 15, p. N: 978-85-7967-108, 2016. Disponível em: https://www.paho.org/bra/dmdocuments/9788579671081_15_port.pdf. Acesso em: 12 mar. 2023.
PABLO, J. L. Prevalence of hospital PCR-confirmed COVID-19 cases in patients with chronic inflammatory and autoimmune rheumatic diseases. Annals of the rheumatic diseases, v. 79, n. 9, p. 1170-1173, 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7299645/. Acesso em: 16 mar. 2023.
MACHADO, P. M. et al. Safety of vaccination against SARS-CoV-2 in people with rheumatic and musculoskeletal diseases: results from the EULAR Coronavirus Vaccine (COVAX) physician-reported registry. Ann Rheum Dis, Londres, v. 81, n. 5, p. 695-709, 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8720639/. Acesso em: 16 mar. 2023.
MIGNOS, M. P. et al. Use of conventional synthetic and biologic disease-modifying anti-rheumatic drugs in patients with rheumatic diseases contracting COVID-19: a single-center experience. Rheumatology international, v. 41, n.5, p. 903-909, 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7925256/. Acesso em: 16 mar. 2023
MOTA, L. M. H. et al. Consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia 2011 para o diagnóstico e avaliação inicial da artrite reumatóide. Revista Brasileira de Reumatologia. São Paulo, v. 51, n. 3, p. 207-219, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/QDxNF66fBZ6RYYv3TTfFn8P/?lang=pt#. Acesso em: 9 mai. 2021.
MOTA, L. M. H. et al. Consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia 2011 para o diagnóstico e avaliação inicial da artrite reumatóide. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 51, n. 3, p. 199-219, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/QDxNF66fBZ6RYYv3TTfFn8P/?lang=pt#. Acesso: 11 mzr. 2023.
MOTA, L. M. H. et al. Diretrizes para o tratamento da artrite reumatóide. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 53, n. 2, p. 158-183, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/txvghqpZhQ3kYDG9rzsZhVD/?lang=pt#. Acesso em: 22 jun. 2021
ENGLAND, B. R. et al. Risk of COVID-19 in Rheumatoid Arthritis: A National Veterans Affairs Matched Cohort Study in At-Risk Individuals. Arthritis Rheumatol, Estados Unidos, v. 73, n. 12, p. 2179-2188, 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8239709/. Acesso em: 16 mar. 2023.
RAIKER, R. et al. “Outcomes of COVID-19 in patients with rheumatoid arthritis: A multicenter research network study in the United States.” Seminars in arthritis and rheumatism, Estados Unidos, v.51,n.5, p. 1057-1066, 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8376523/. Acesso em: 16 mar. 2023. (2021): 1057-1066.
ROONGTA, R.; GHOSH, A. Gerenciando artrite reumatóide durante COVID-19. Clin Rheumatol, Estados Unidos, v. 39, n. 11, p. 1-8, 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7474575/. Acesso em: 9 mai. 2021.
1Centro Universitário UniFacid Wyden
sabrinnyviana12@gmail.com
2Universidade de Brasília – UnB
alice_lima_@hotmail.com
3Centro Universitário Facid Wyden
isabella.romanoe@gmail.com
4Centro Universitário Facid Wyden
1999pazgabriela@gmail.com
5Centro Universitário Facid Wyden
desousamartinsfreitasj@gmail.com
6Centro Universitário Facid Wyden
afreitaspaiva07@gmail.com
7Centro Universitário Facid Wyden
suelymelo6@gmail.com
8Centro Universitário Facid Wyden
joelmanoroes@hotmail.com