RELATIONSHIP BETWEEN HEADACHE AND THE USE OF ELECTRICALLY TELEVISED DEVICES IN UNIVERSITY STUDENTS IN TERESINA-PI
RELACIÓN ENTRE CEFALEA Y USO DE DISPOSITIVOS TELEVISADOS ELÉCTRICAMENTE EN ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS DE TERESINA-PI
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10426440
Naysha Myllene de Lima Gonçalves1
Rodrigo Pereira Sousa2
Vívian da Silva e Silva3
Alice Lima Rosa Mendes4
Jandson Vieira Costa5
Edmércia Holanda Moura6
Joana Elisabeth Sousa Martins Freitas7
Izane Luiza Xavier Carvalho Andrade8
Suely Moura Melo9
RESUMO
O objetivo foi investigar a relação entre o uso de aparelhos eletrônicos e o surgimento de cefaleias e de efeitos secundários como estresse, ansiedade e vício buscando uma compreensão entre os mecanismos subjacentes e as causas associadas a esses tipos de dores de cabeça. O estudo investigou a relação entre o uso de dispositivos eletrônicos e cefaleias, utilizando dados eletrônicos como SciELO, PubMed e Google Acadêmico nos últimos 10 anos. A pesquisa foi conduzida através da disponibilização de um questionário eletrônico distribuído aos alunos da Unifacid, utilizando a plataforma Google Forms. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE: 58665822.2.0000.5211 os questionários começaram a ser aplicados garantindo dessa forma o consentimento e o anonimato dos participantes. Os dados foram tabulados no programa Excel, analisados e representados por gráficos. Dos 153 entrevistados, 87% apresentaram cefaleias, com intensidade 3 em uma escala de 1 a 5. De acordo com a pesquisa, a frequência semanal de dores de cabeça dos entrevistados foi de 56%. A dependência de telas foi apontada por 66% dos participantes, enquanto 72% perceberam a relação entre cefaleias e o tempo livre relacionado ao uso de telas. A pesquisa revelou que hábitos prejudiciais como sedentarismo, sono e alimentação inadequados estão associados ao uso excessivo de telas, cefaleias e também aos impactos na vida acadêmica. Diante disso, estratégias educacionais para o uso equilibrado de telas podem melhorar o desempenho e a qualidade de vida dos acadêmicos de forma geral.
Palavras-chave: Cefaleias; Universitários; Vício; Eletrônicos.
ABSTRACT
The objective was to investigate the relationship between the use of electronic devices and the appearance of headaches according to secondary effects such as stress, anxiety and addiction, seeking an in-depth understanding of the underlying mechanisms and causes associated with these types of headaches. The study investigated the relationship between the use of electronic devices and headaches, using electronic data such as SciELO, PubMed and Google Scholar over the last 10 years. The research was conducted via an electronic form distributed to Unifacid students, using the Google Forms platform. These began to be applied after approval by the Ethics Committee under CAAE number: 58665822.2.0000.5211, guaranteeing the consent and anonymity of participants. The data were tabulated in Excel, analyzed and represented by graphs. Of the 153 respondents, 87% had headaches, with an intensity of 3 on a scale of 1 to 5. The weekly frequency of headaches among respondents was 56%. Dependence on screens was highlighted by 66%, while 72% noticed the relationship between headaches and free time using screens. The research revealed that harmful habits such as a sedentary lifestyle, inadequate sleep and nutrition are associated with excessive use of screens, headaches and impacts on academic life. Given this, educational strategies for the balanced use of screens can improve students’ performance and quality of life.
Keywords: Headaches; College students; Addiction; Electronics.
RESUMEN
El objetivo fue investigar la relación entre el uso de dispositivos electrónicos y la aparición de dolores de cabeza según efectos secundarios como estrés, ansiedad y adicción, buscando comprender en profundidad los mecanismos subyacentes y las causas asociadas a este tipo de dolores de cabeza. El estudio investigó la relación entre el uso de dispositivos electrónicos y los dolores de cabeza, utilizando datos electrónicos como SciELO, PubMed y Google Scholar de los últimos 10 años. La investigación se realizó a través de un formulario electrónico distribuido a los estudiantes de Unifacid, utilizando la plataforma Google Forms. Estos comenzaron a aplicarse luego de la aprobación del Comité de Ética bajo el número CAAE: 58665822.2.0000.5211, garantizando el consentimiento y anonimato de los participantes. Los datos fueron tabulados en Excel, analizados y representados mediante gráficos. De los 153 encuestados, el 87% tenía dolores de cabeza, con una intensidad de 3 en una escala de 1 a 5. La frecuencia semanal de dolores de cabeza entre los encuestados fue del 56%. La dependencia de las pantallas fue destacada por un 66%, mientras que un 72% notó la relación entre los dolores de cabeza y el tiempo libre utilizando las pantallas. La investigación reveló que hábitos nocivos como el sedentarismo, el sueño y la nutrición inadecuados están asociados con el uso excesivo de pantallas, dolores de cabeza e impactos en la vida académica. Ante esto, estrategias educativas para el uso equilibrado de las pantallas pueden mejorar el rendimiento y la calidad de vida de los estudiantes.
Palabras clave: Dolores de cabeza; Estudiantes universitarios; Adiccion; Electrónica.
1 INTRODUÇÃO
As cefaleias podem ser classificadas em primárias e secundárias. A cefaleia primária não está associada a nenhuma causa específica e engloba diversos tipos de enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia trigêmino-autonômica dentre outras. E as cefaleias secundárias estão relacionadas a outras enfermidades podendo ser de origem neurológica ou sistêmica (XAVIER et al 2015).
As dores de cabeça também conhecidas como cefaleias equivalem a umas das queixas médicas mais frequentes em todo o mundo, afetando dessa forma milhões de pessoas em diferentes faixas etárias e grupos populacionais. As sensações dolorosas e de desconforto na região da cabeça podem ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas. Entre os vários tipos de cefaleias, a enxaqueca e a cefaleia tensional são particularmente destacadas devido à alta prevalência e relevância clínica (BESSA et al. 2021).
As cefaleias causam alguns transtornos que são frequentemente diagnosticados e tratados em certas populações, como no caso de estudantes universitários. Nessa população específica, as dores de cabeça resultam em piores desempenhos e em dias perdidos no meio acadêmico interferindo negativamente no histórico curricular e reduzindo a qualidade de vida diária (KRYMCHANTOWSKI et al 2020).
Os estudantes da área da saúde no Brasil enfrentam muitos desafios relacionados à intensa carga horária do curso de graduação. Falta de sono, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e estresse podem desencadear dores de cabeça. Além desses fatores, esses alunos tem uma alta incidência de automedicação, especialmente antiinflamatórios devido à falta de acompanhamento adequado (SILVA et al, 2023).
Com a pandemia da COVID-19, esses estudantes aumentaram o uso de dispositivos eletrônicos para atividades acadêmicas, o que está associado com a redução de atividades físicas causando então obesidade, estresse, cansaço, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, problemas de visão, cefaleias e dores musculoesqueléticas. Esses eventos adicionais destacam a importância de abordar a saúde física e mental dos estudantes universitários (SOLEDADE et al 2023; OKAMURA et al 2020).
O objetivo desse estudo foi investigar a relação entre o uso de aparelhos eletrônicos e o surgimento de cefaleias de acordo com os efeitos secundários como estresse, ansiedade e vício buscando uma compreensão aprofundada entre os mecanismos subjacentes e as causas associadas a esses tipos de dores de cabeça.
2 METODOLOGIA
Em suma, o aprofundamento científico esteve baseado de uma forma que fosse possível encontrar coesão entre os autores, a respeito do contexto entre os aparelhos eletro televisionados e o seu impacto no cotidiano, em como poderiam estar relacionados a ocorrência de cefaleias. Desta forma, foram utilizados dados eletrônicos dos bancos de dados SciELO, PubMed, NBC, Science Direct, plataforma Google Acadêmico, Biblioteca Virtual Pearson e Biblioteca Virtual – Minha Biblioteca, estando sempre incluídos nos últimos 10 anos (2012 – 2022), assim como no ano de 2023 e nos idiomas inglês e português. O conhecimento bibliográfico foi estabelecido e organizado de acordo com as palavras-chave que estavam relacionadas ao tema como “cefaleias”, “universitários”, “vício” e “eletrônicos”. Ademais, outras palavras-chave, como “ansiedade” e “estresse”, também foram elencadas nas buscas com o intuito de haver maior complementação e adição de informações que apresentassem concordância com o assunto.
Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE: 58665822.2.0000.5211. A pesquisa foi disponibilizada por meio de um formulário eletrônico do Google Forms, que foi distribuído aos alunos da UniFacid por meio de links compartilhados via WhatsApp ou E-mail, abrangendo estudantes de diferentes cursos e períodos desse Centro Universitário. A coleta de dados foi realizada digitalmente, a partir dos aplicativos. Para facilitar a participação, foi utilizado o QR code, agilizando o processo de coleta de respostas. O formulário eletrônico foi aprimorado com a inclusão do “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE” (Anexo B), garantindo aos participantes o anonimato de suas identidades, a ausência de perda de benefícios e a liberdade para interromper suas respostas a qualquer momento. Cada participante recebeu uma cópia do TCLE via e-mail, utilizando o endereço comunicado por ele.
Após esta etapa de coleta, os dados foram tabulados no programa Excel e em seguida foram realizadas as análises das informações obtidas. Após a construção dos gráficos, foi possível analisar com mais precisão por meio dos valores numéricos e das porcentagens.
O serviço online Tagul foi aplicado para criação de nuvem de palavras sendo capaz de caracterizar determinadas respostas. Todas as informações encontradas foram armazenadas no sistema de “nuvem” do Google Drive, evitando riscos de perda de dados.
Para o cálculo da taxa de prevalência de cefaleias em universitários, utilizou-se o número de casos relatados no local e período, dividido pela população total da amostra (n), multiplicado por 100 (ordem de grandeza da amostra): T.P. = .
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria em 2015, Lopes, Fuhrer e Aguiar realizaram uma análise para avaliar o impacto das queixas de cefaleia em estudantes universitários, particularmente aqueles que cursam Medicina. Os resultados da pesquisa indicaram que 99% dos 200 estudantes universitários entrevistados relataram ter experimentado dores de cabeça pelo menos uma vez durante sua formação.
Ademais, sob uma perspectiva internacional, um estudo indiano, realizado pelo chefe do departamento de bioestatística do Instituto de Ciências Médicas de Nova Delhi, Patrick Uttawar, forneceu evidências robustas relacionadas ao uso exagerado de smartphones e a ocorrência de dores de cabeça, concordando, dessa forma, com as hipóteses levantadas no presente estudo. A associação das cefaleias ao uso de aparelhos eletro televisionados pôde ser verificada a partir dos 153 formulários respondidos por universitários da UniFacid escolhidos ao acaso. A aplicação deste instrumento de coleta de informações permitiu comparar as respostas dos estudantes de cursos e períodos variados. Constatou-se a participação, em maior quantidade, de estudantes de Medicina, de Arquitetura e Urbanismo e Odontologia.
Das respostas coletadas dos 153 questionários, observou-se 106 voluntários do sexo feminino e 47 voluntários do sexo masculino, com a faixa etária média de 23,5 anos, sendo 19 alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, 1 de Direito, 8 de Enfermagem, 3 de Farmácia, 99 de Medicina, 2 de Medicina Veterinária, 5 de Nutrição, 11 de Odontologia, 4 de Psicologia e 1 não informado. Com variação do 1° ao 10º período. No período e amostra estudados, 134 universitários afirmaram apresentar cefaleias, enquanto 19 disseram não sentir esse sintoma. Dessa forma, a taxa de prevalência de cefaleias nesses graduandos foi de aproximadamente 87 casos a cada 100 estudantes. Os dados recolhidos referentes a cada questão objetiva contidas no formulário estão representados nos gráficos a seguir:
1) Você costuma sentir dor de cabeça?
Gráfico 1 – Frequência de dores de cabeça nos universitários.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
O Gráfico 1 aborda a “frequência de dores de cabeça nos universitários”, constando que 31% dos 153 entrevistados afirmam sentir dores de cabeça raramente; 39%, no entanto, afirmam que sentem dores de cabeça pelo menos uma vez na semana. Uma minoria, representada por 17% dos entrevistados, afirmou que sente dores de cabeças quase todos os dias. Apesar de ser uma minoria, esse valor evidenciou que cerca de 26 pessoas que sentem dores de cabeça quase todos os dias. Se associadas com as pessoas que sentem dores de cabeça pelo menos uma vez na semana, tem-se 56% dos entrevistados com a frequência de sentir pelo menos 1 episódio de dor de cabeça por semana. Esse valor é equivalente a 85 dos 153 entrevistados.
2) Em uma escala de dor que vai de 1 a 5, como você classifica a intensidade da dor de cabeça que você costuma sentir?
Gráfico 2– Intensidade das cefaleias em escala numérica.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
No Gráfico 2, que quantificou, em uma escala de 1 a 5, a intensidade das dores de cabeça que os entrevistados sentiam, foi encontrado que a intensidade 3 foi presente em 75 dos 153 entrevistados. De acordo com a Organização Europeia de Estatística (EUROSTAT), a intensidade 3 seria a mediana dessa escala, haja vista que corresponde ao valor central em uma ordem de grandeza. Portanto, aproximadamente 49,7% dos entrevistados têm intensidade de cefaleia mediana na escala estabelecida nesse estudo.
3)Na sua opinião, qual a principal causa das suas dores de cabeça?
Gráfico 3– Principal causa das dores de cabeça em universitários.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Ao perguntar sobre a principal causa das dores de cabeça, duas respostas se destacaram: “Estresse” e “Exposição às telas”. Sendo que essas duas causas juntas equivalem a 74% dos entrevistados. Dessa forma, o Gráfico 3 e a imagem 1 evidenciaram estas causas com maior protagonismo.
4)Em uma escala de 1 a 5, quanto a cefaleia impacta na sua qualidade de vida?
Gráfico 4– Impacto, em escala numérica, da cefaleia na qualidade de vida dos universitários.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Já o Gráfico 4, uma outra escala de 1 a 5, abordou o quanto a cefaleia impacta na sua qualidade de vida. Encontrou-se que 34 dos 153 entrevistados afirmaram ter impacto 4, 43 tiveram impacto 3 e 7 classificaram o impacto 5 na qualidade de vida. Portanto, em pelo menos 30% dos entrevistados foi encontrado o impacto de cefaleia na qualidade de vida acima da média na ordem de valores da escala estabelecida nesse estudo.
5)Você costuma ter dores de cabeça após ter estudado por aparelhos eletro televisionados, como notebooks, tablets e celulares?
Gráfico 5 – Frequência de cefaleias após exposição às telas devido aos estudos.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Quando perguntados sobre a relação entre o aparecimento de cefaleias após o uso de aparelhos eletro televisionados para estudos (Gráfico 5), 42% apresentam poucos episódios, com dores leves, em contrapartida a isso, 42% apresentam episódios de cefaleias frequentemente, com dores leves ou fortes, após terem utilizado aparelhos eletro televisionados para estudo. Dessa forma, 64 universitários de uma amostra de 153 costumam sentir episódios de cefaleia frequentemente após estudarem com o auxílio de telas.
6)Qual sua média diária de exposição a telas para estudos?
Gráfico 6– Média de exposição diária às telas devido aos estudos.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
7)Em uma escala de 1-5, quanto seu curso exige que você que você estude por aparelhos eletro televisionados?
Gráfico 7 – Opinião, em escala numérica, do universitário quanto a exigência do curso para estudar por aparelhos eletro televisionados.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Os Gráficos 6 e 7 se correlacionam, o primeiro aborda a média de uso de telas diariamente por conta dos estudos e o segundo pergunta em uma escala de 1 a 5, o quanto o curso desse universitário exige que ele use aparelhos eletro televisionados. Cerca de 34,22% dos entrevistados passam mais que 4 horas; 22,10% passam mais que 8 horas e 34,22% passam mais que 2 horas. A recomendação da OMS é que se utilize aparelhos com telas por no máximo 4 horas diárias. Mais da metade dos entrevistados passa dessa quantidade somente por conta dos estudos. Pode-se pensar que essa utilização excessiva do uso de aparelhos eletro televisionados é desnecessária, no entanto, como mostra o Gráfico 7, em uma escala de 1 a 5, 43% dos entrevistados afirmaram que o curso exige o máximo do valor desta escala no quesito estudar por aparelhos eletrônicos. Sendo que 75% do total tem valor de escala maior ou igual a 4.
8)Você percebe que seu rendimento acadêmico decai quando você passa por episódios de cefaleia?
Gráfico 8– Percepção sobre o rendimento acadêmico durante episódios de cefaleia.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Acerca da percepção dos universitários sobre o rendimento acadêmico durante episódios de dores de cabeça (Gráfico 8), percebeu-se que a maioria dos 153 entrevistados, 33% não conseguem estudar quando tem dor de cabeça; 25% afirmam que o rendimento escolar decai, apesar de conseguir continuar estudando, e 30% percebem que são piores academicamente quando passam por episódios de cefaleia. É possível notar que 88% dos universitários entrevistados passam por algum grau de dificuldade após um episódio de cefaleia.
9)Você sente que sua qualidade de vida tem relação com seu rendimento acadêmico?
Gráfico 9– Opinião dos universitários quanto a relação entre a qualidade de vida e o rendimento acadêmico.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Quando se pergunta sobre como eles relacionam a qualidade de vida com o rendimento acadêmico (Gráfico 9), a maioria vê relação, mas felizmente não é impeditivo para fazerem algo que gostam. No entanto, 27% desses entrevistados afirma que há sim relação, além de não conseguirem realizar nada que as deixe felizes quando o rendimento acadêmico decai.
10)Você julga que os episódios de dor de cabeça possam estar intimamente envolvidos com o tempo que você passa estudando em aparelhos com telas?
Gráfico 10– Opinião dos estudantes quanto a ligação entre as cefaleias e o tempo de estudo em aparelhos com telas.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
No Gráfico 10, ao abordar se os estudantes julgam os episódios de cefaleia estão ligados com o uso de telas nos estudos, 92% dos 153 entrevistados afirmam que existe relação entre esses fatores, sendo que 46% desses sentem sempre ao passar muito tempo estudando com telas e 13% sentem exclusivamente por terem estudado com telas.
Gráfico 11– Opinião dos estudantes acerca das cefaleias e ansiedade, após uso de telas para os estudos.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Outra associação importante, é a de dores de cabeça após o tempo de estudo em telas com a ansiedade, na qual se verificou que 46% entendem que essa associação possa aumentar a ansiedade, mas não é a motivação exclusiva (Gráfico 11).
Gráfico 12– Opinião dos universitários quanto ao uso de aparelhos eletro televisionados no tempo livre.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
13) Qual sua média diária de exposição às telas no tempo livre?
Gráfico 13 – Média diária da exposição às telas durante o tempo livre.
Fonte: Autores, 2023.
Ao serem indagados sobre a média diária de horas às quais se sujeitam aos instrumentos eletro televisionados durante o tempo livre, notou-se que 110 entrevistados, passam, no mínimo, 4 horas diárias em frente as telas (Gráficos 12 e 13). Dentre esses 110 entrevistados, 26 passam mais de 8 horas expostos às telas.
14)Em uma escala de 1 a 4, o quanto você se considera dependente de aparelhos eletro televisionados?
Gráfico 14– Opinião dos universitários em relação a dependência dos aparelhos com telas.
Fonte: Autores, 2023.
Quanto a autoavaliação acerca da dependência destas ferramentas, a maior parte dos acadêmicos – 41% – se identificaram com o número 4 da escala proposta, a qual indica dependência pelo uso exacerbado das telas (Gráfico 14).
15)Você julga que os episódios de dor de cabeça possam estar diretamente envolvidos com o tempo livre que você passa usando aparelhos com telas?
Gráfico 15– Opinião dos estudantes quanto a ligação entre as cefaleias e o uso de aparelhos com telas no tempo livre.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Além disso, é notório que os entrevistados veem relação entre o uso de telas e dores de cabeça, cerca de 72%, sendo que 33% afirmam geralmente sentir dor de cabeça após o uso de telas no seu tempo livre, como é evidenciado no Gráfico 15.
16)Quando você passa bastante tempo livre em telas e apresenta cefaleias, após isso, você também se sente ansioso?
Gráfico 16 – Opinião dos estudantes acerca das cefaleias e ansiedade, após uso de telas no tempo livre.
Fonte: Próprio Autor, 2023.
Em relação às cefaleias por exposição às telas, indagou-se os universitários sobre a ligação entre dores e cabeça e ansiedade no Gráfico 16. Dos entrevistados 66% afirmam que pode aumentar a ansiedade, mas somente 20 dos 153 entrevistados considera que a relação entre as cefaleias desencadeada por uso excessivo de telas pode aumentar sua ansiedade. Dos 153 entrevistados, 134 afirmam apresentar cefaleias, sendo, portanto, a taxa de prevalência desse sintoma de aproximadamente 87 por 100 universitários. A principal intensidade de cefaleia relatada foi a intensidade 3 numa escala de 1 a 5 (75 de 153 entrevistados); em outra escala de 1 a 5, o impacto da cefaleia na qualidade de vida dos acadêmicos foi considerado 3. Portanto, para a maior parte dos universitários entrevistados (43 de 153), não há um impacto grande das cefaleias, mas não é algo a ser desprezível, sendo que estas tendem a ser para a maioria deles uma intensidade de cefaleia considerada média.
O presente estudo mostrou que a frequência de cefaleias é de pelo menos uma vez na semana para 85 dos 153 entrevistados (56%). O estudo também apresentou que 66% desses 153 acadêmicos se considera dependente dos aparelhos com telas, 41% consideram-se extremamente dependente do uso de aparelho eletro televisionados. Além disso, para 72% dos 153 acadêmicos, existe relação entre cefaleias e uso de telas no tempo livre, mostrado pelo Gráfico 15 do estudo. Portanto, tendo em vista que a percepção da maioria dos acadêmicos é de que há relação entre o uso de telas e as cefaleias, é notório observar que maioria dos entrevistados sentem dores de cabeça pelo menos uma vez na semana e a maioria também é dependente de telas.
A partir dos resultados obtidos, pode-se identificar que estes apresentaram correlação de acordo com aprofundamento bibliográfico, na medida que foi possível notar que a maioria dos alunos referiam sentir dores de cabeça pelo menos uma vez por semana ou raramente. Dessa forma, na Brazilian Journal of Health Review, a pesquisadora Soledade (2023) analisou fatores que eram desencadeantes de cefaleias em universitários no 1º primeiro ano até o internato do curso de medicina no estado de Alagoas, na qual houve participação de 101 voluntários. Dentre os resultados, cerca de mais da metade apresentaram sentir episódios de cefaleia menos de 3 vezes ao mês.
Seguindo desse ponto, foi possível perceber que a principal causa de cefaleias nos acadêmicos estava relacionada ao estresse e exposição às telas, sendo as doenças de base o terceiro motivo mais prevalente. Um fato importante que também pode-se ressaltar, é que para cerca de metade dos participantes, sua qualidade de vida diminui seja de maneira moderada ou intensa. Nessa perspectiva, Soledade et al. (2023) destacou que, devido à grande carga horária dos acadêmicos, a maioria destes possuíam restrições de sono não adequadas, sedentarismo e má alimentação, além do uso excessivo de substâncias psicoativas.
Além disso, maior parte dos alunos responderam que se expõem por um período de mais de 4 horas, na medida que os seus cursos exigiam muito na utilização dos aparelhos eletro televisionados, embora predominantemente as cefaleias sejam mais leves ocorrendo em poucas ocasiões ou com certa frequência nesse grupo. Com base nisto, ressalta-se que o universitário apresenta um estilo de vida sobrecarregado, na qual é necessário conciliar tarefas do cotidiano àquelas relacionadas com o ramo acadêmico, fato este que contribui para o aparecimento de sintomas álgicos (PAULA et al, 2023).
Outrossim, os universitários afirmaram que durante seus episódios de cefaleia, percebem que seu rendimento acadêmico decai e que não conseguem estudar, na medida que metade acredita que isto pode ter relação com a sua qualidade de vida, mas que isso não impede de fazerem algo prazeroso, enquanto outros disseram que pode ter relação, mas que não se sentem bem quando o rendimento cai. Nesse contexto, é certo que o uso abusivo de telas apresenta grande associação com a redução de atividades físicas, cansaço, estresse, ciclo de vigília e sono, que também implicam na dificuldade de concentração, aparecimento de dores musculoesqueléticas e cefaleias (SOLEDADE et al, 2023).
Ademais, outro resultado identificado foi o uso dos aparelhos eletro televisionados durante os momentos de lazer dos universitários, e quando foi questionado o tempo de utilização, a maioria respondeu se expor bastante, com um período de no mínimo 4 horas, além do fato de grande parte se considerarem extremamente dependentes destes aparelhos, incluindo o ato de que consomem mais do que deveriam. Dessa maneira, pode-se tomar em consideração que as telas, conforme a pesquisadora Vaz (2021), ao serem utilizadas como forma de entretenimento, há uma grande descarga de hormônios dopaminérgicos ligados ao sistema de prazer e recompensa, na qual quando se encontra em níveis elevados, resulta em vício, sendo essa uma circunstância detectada neste público.
Em última análise, ao serem indagados acerca das cefaleias com o uso de seus aparelhos relacionados à ansiedade durante os estudos, quase metade dos participantes acreditam que ficam mais ansiosos, mas que não era razão exclusiva. A partir desta análise, dentre os vários fatores que podem desencadear a transtornos psiquiátricos na vida de universitários, as novas experiências e papéis que cada um deverá desempenhar, assim como a de novas responsabilidade, se encontram mais associadas a sensações ruins de emoções e mal-estar (SILVA et al, 2023).
Diante da pesquisa realizada foi possível constatar uma forte associação entre o uso intensivo de dispositivos eletrônicos, especialmente de telas e a prevalência de cefaleias entre estudantes universitários. Dentre a intensidade das cefaleias, foi classificada 3 em uma escala de 1 a 5, sugere então um impacto moderado nas vidas dos estudantes, destacando a importância de abordagens preventivas. Os dados também revelaram uma dependência dos estudantes em relação ao uso de aparelhos com telas, com 66% se considerando dependente e 41% extremamente dependentes. Essa dependência está relacionada à ocorrência de cefaleias evidenciando uma interação entre os hábitos, ao uso de dispositivos eletrônicos e a saúde dos estudantes. Apesar das cefaleias, a frequência diária de mais de 4 horas de exposição, destacou-se uma considerável necessidade de intervenção a saúde mental e física dos estudantes.
Nesse sentido, o estudo não apenas apresentou a associação direta entre o uso de telas e as cefaleias, mas também o impacto na vida acadêmica desses estudantes. Destacando-se a queda no desempenho durante os episódios de cefaleia, pela maioria dos participantes entrevistados. Sendo possível avaliar de forma oportuna a saúde e bem-estar dos estudantes. A implementação de estratégias preventivas e educacionais relacionando e articulando a utilização equilibrada de telas pode ser decisivo para melhorar a qualidade de vida e o desempenho acadêmico dos estudantes universitários.
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UTTAWAR, Pratik; et al. Smartphones uses and primary headache. Neurology’s department. Biostatistics’ departament, All India Institute of Medical Sciences, Nova Delhi, Índia, vol 10, 2020.
VALE, Thiago C.; PEDROSO, José L.; BARSOTTINI, Orlando G. P. Guia de Bolso de Neurologia – 1ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2019.
VAZ, Tais Soares. A dependência de smartphones em estudantes de medicina: uma revisão narrativa. Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas. Belo Horizonte, p 19 – 23, 2021.
XAVIER, Michelle Katherine Andrade et al. Prevalência de cefaleia em adolescentes e associação com uso de computador e jogos eletrônicos. Ciência & saúde coletiva, v. 20, p. 3477-3486, 2015.
ANEXOS
ANEXO A – QUESTIONÁRIO
ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE-ESCLARECIDO
1Orcid: 0009-0003-1861-0288
Email: nayshagoncalves@gmail.com
Centro Universitário UniFacid Wyden
2Orcid: 0009-0003-4667-2291
Email: rodrigosousacontato7@gmail.com
Centro Universitário UniFacid Wyden
3Orcid: 0009-0006-6528-1159
Email: vivianleal3030@gmail.com
Centro Universitário UniFacid Wyden
4Orcid: 0000-0002-1960-9647
Email: alice_lima_@hotmail.com
Universidade de Brasília -UnB
5Orcid: 0000-0003-3448-670X
E-mail: jandsonvc@gmail.com
Centro Universitário UniFacid Wyden
6Orcid: 0000-0001-5843-8740
E-mail: edmerciaholanda@hotmail.com
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7Orcid: 0000-0002-7388-6426
E-mail: bethsmfreitas@hotmail.com
Centro Universitário UniFacid Wyden
8Orcid: 0000-0002-4693-1033
Email: izaneluizac@hotmail.com
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9Orcid: 0000-0001-9996-0850
E-mail: suelymelo6@gmail.com
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