REGRESSÃO DE LESÃO RADIOTRANSPARENTE ÓSSEA APÓS TERAPIA ENDODÔNTICA CONSERVADORA

REGRESSION OF REDIOTRANSPARENT LESION AFTER CONSERVATIVE ENDODONTIC THERAPY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202407292336


Rosana Maria Coelho Travassos¹; Kaline Romeiro²; Luciana Gominho³; Adriane Tenório Dourado Chaves4; Maria do Socorro Orestes Cardoso5; Marcela Agne Alves Valones6; Andressa Cartaxo de Almeida7; Maria Regina Almeida de Menezes8; Victor Felipe Farias do Prado9; Larissa Roberta Farias do Prado10; Pedro Henrique de Freitas Fernandes¹¹.


RESUMO

As lesões periapicais são encontradas associadas ao ápice de um dente sem vitalidade, após a contaminação dos canais radiculares, caracterizado radiograficamente pela presença de imagem radiolúcida no ápice do elemento acometido. O objetivo desse trabalho é relatar a regressão de uma lesão periapical, com diagnóstico de abscesso periapical sem fístula, após tratamento endodôntico convencional, constatada por meio de exames radiográficos e imagens clínicas. Paciente do sexo feminino, 24 anos, queixou-se de dor na região anterior direita e, dias antes da consulta inicial, relatou drenagem de secreção purulenta pela gengiva. No exame físico intraoral foi observado edema no fundo de vestíbulo próximo aos incisivos, dor a percussão horizontal e vertical e na radiografia periapical foi observada a presença de imagem radiolúcida próxima ao ápice do dente 36. Foi realizado teste de sensibilidade pulpar a frio obtendo resultado negativo. Com o propósito de descontaminar os canais radiculares, realizou-se o tratamento endodôntico, utilizando técnica de preparo associada a ativação de irrigantes químicos e medicação intracanal entre sessões. Foi observada, após algumas semanas, a remissão dos sinais clínicos de inflamação e infeção e, após 3 meses, radiograficamente, evidenciou-se o início de reparo da lesão com neoformação óssea. O caso relatado ressalta a importância da descontaminação efetiva do canal radicular como fator determinante para o processo de regressão de lesões periapicais. Faz-se necessário maior período de acompanhamento clínico e radiográfico do caso para constatação do completo reparo.

PALAVRAS-CHAVE: Endodontia, Abscesso periapical, Tratamento do canal radicular

ABSTRACT

Periapical lesions are found associated with the apex of a tooth without vitality, after contamination of the root canals, characterized radiographically by the presence of a radiolucent image at the apex of the affected element. The objective of this work is to report the regression of a periapical lesion, with a diagnosis of periapical abscess without fistula, after conventional endodontic treatment, confirmed through radiographic examinations and clinical images. A 24-year-old female patient complained of pain in the right anterior region and, days before the initial consultation, reported drainage of purulent secretion through the gums. In the intraoral physical examination, edema was observed at the bottom of the vestibule close to the incisors, pain on horizontal and vertical percussion and on the periapical radiograph the presence of a radiolucent image was observed close to the apex of tooth 36. A cold pulp sensitivity test was performed, obtaining a negative result. . With the purpose of decontaminating the root canals, endodontic treatment was carried out, using a preparation technique associated with the activation of chemical irrigants and intracanal medication between sessions. After a few weeks, the remission of clinical signs of inflammation and infection was observed and, after 3 months, radiographically, the beginning of repair of the lesion with bone formation was evident. The reported case highlights the importance of effective decontamination of the root canal as a determining factor for the regression process of periapical lesions. A longer period of clinical and radiographic follow-up of the case is necessary to verify complete repair.

KEYWORDS:  Endodontics, Periapical abscess, Root canal treatment

INTRODUÇÃO

O tratamento endodôntico tem como objetivo a manutenção do elemento dentário e também devolver e recuperar o dente comprometido em seus aspectos funcionais.  Os números de sucesso vêm crescendo, a taxa percentual varia de 60 a 90%, isso se deve ao avanço das técnicas e materiais utilizados, como também ao aumento do número de profissionais especializados que fazem esses tratamentos. Porém, o aumento nesse número não dispensa um controle clínico e radiográfico dos tratamentos após sua finalização (OCCHI et al., 2011).                                                                                    

A persistência de uma lesão periapical é um dos critérios para determinar, ao longo prazo, o insucesso do tratamento. Dessa maneira, sabe-se que a infecção é a provável causa de uma lesão periapical, logo, o resultado do tratamento endodôntico e suas diversas técnicas e biológicas vão estar diretamente ou indiretamente envolvidos nesse processo (TRAVASSOS et al. 2023).  O adequado acompanhamento da conduta terapêutica, é indispensável o registro radiográfico inicial, o aspecto imediato e aspecto final através desses registros radiográficos. O caso acima discutido nesta monografia, aborda a terapêutica de uma lesão periapical persistente através do retratamento endodôntico convencional não cirúrgico associado a medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio, não havendo a necessidade do tratamento periodontal, uma vez que a crista óssea alveolar estava intacta e havia ausência de bolsa periodontal, não existindo problema periodontal apenas endodôntico. A partir do acompanhamento clínico e radiográfico, constatou-se a remissão da lesão e a efetividade do retratamento no sucesso terapêutico. (Travassos et al. 2021)

Porém, casos de insucesso são relatados na literatura em uma taxa de 2 a 20%, em que pode ser visto por meio de avaliações radiográficas e sinais clínicos. O insucesso do procedimento pode estar relacionado à presença de dor, permanência de inflamações , fístulas ou/e infecções, a não restituição da estética e funcionamento do dente, além da ausência de restauração na região periapical (HORI, 2021). Como já citado, nem todos os casos apresentados na prática odontológica apresentaram um prognóstico favorável. Esse prognóstico pode tornar-se questionável ou desfavorável em razão da presença de uma infecção de longa data, à incapacidade de alcançar microrganismos em áreas inacessíveis (ou seja, anatomia apical complexa ou à existência de infecção extrarradicular), à presença de grandes cistos apicais ou, em alguns casos, à diminuição da imunocompetência do paciente. Esta última variável engloba predisposição genética ou adquirida para desenvolver periodontite apical (Travassos et al. 2024).

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é descrever um caso de dente portador de lesão periapical extensa sugestiva de abcesso dento alveolar crônico, tradado na Clínica de Atendimento Básico II da Faculdade de Odontologia de Pernambuco. O uso de instrumentação rotatória associada à medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio foi o tratamento de escolha com a finalidade de reduzir a microbioata endodôntica e reparar completamente a destruição óssea periapical.

RELATO DE CASO

A paciente B.F.C.S., 48 anos, sexo feminino, apresentou-se na Clínica de Atendimento Básico II da Faculdade de Odontologia de Pernambuco no dia 14/03/2017 para realização de tratamento endodôntico do primeiro molar inferior permanente do lado esquerdo (dente 36). Durante a anamnese, não relatou ter qualquer alteração de saúde sistêmica nem fazer uso de medicação de uso contínuo.

Ao exame clínico, foi constatada ausência de edema e presença de fístula ativa por vestibular na região de furca associada ao dente 36. Frente à avaliação da condição pulpar e dos tecidos periapicais. O dente não apresentava mobilidade, não respondeu ao teste de sensibilidade pulpar, respondeu positivamente  à percussão vertical e moderada sensibilidade à percussão horizontal. Além disso, o paciente relatou desconforto localizado e passageiro quando havia drenagem de secreção purulenta através da fístula, não sendo necessário, o uso de medicação para controle da dor. À sondagem, não foi detectada presença de bolsa periodontal. Radiograficamente, apresentava área radiolúcida na raiz distal do ápice até a crista óssea e também perda óssea na raiz mesial (Figura 1). O diagnóstico provável foi de abscesso periapical crônico. O tratamento endodôntico foi indicado para possibilitar o reparo da destruição óssea periapical.

Inicialmente, foi realizada a anestesia do nervo dentário inferior com Lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 (DFL, Rio de Janeiro-RJ, Brasil), remoção  da restauração com broca esférica nº4 (KG Sorensen, Cotia-SP, Brasil) em alta-rotação e remoção do teto da câmara pulpar foi realizada com broca Endo-Z (Dentsplay). A seguir, realizou-se o isolamento absoluto (Angelus, Londrina-PR, Brasil), e observou-se a presença de quatro canais radiculares (mésio-vestibular, mésio-lingual, disto-vestibular e disto-lingual). Dando sequência, realizou-se a irrigação com solução de NaOCl a 2,5% (Brilux, Paulista-PE, Brasil)  e o preparo cervical e médio com a instrumentação roratória com o sistema Easy ProDesingn S (Easy equipamentos odontológicos, Belo Horizonte-MG, Brasil), com as limas #.30/10 e #.25/08. A odontometria radiográfica foi feita com limas manuais K-Flexofile de primeira série de acordo com o diâmetro de cada canal com o intuito de se obter a determinação do Comprimento Real de Trabalho e Comprimento Real de Dente. (Figura-2 e 3). O hidróxido de cálcio Ultracal (Ultradent, Indaiatuba-SP, Brasil) foi o medicamento selecionado para a neutralização mediata do conteúdo tóxico presente no sistema de canais radiculares, pois possui intenso efeito antibacteriano graças ao seu elevado pH, atuando sobre o processo de putrefação do tecido pulpar. A seguir o dente foi selado provisoriamente com Coltosol® (Vigodent Coltene, Rio de Janeiro-RJ, Brasil).

O hidróxido de cálcio Ultracal (Ultradent, Indaiatuba-SP, Brasil) foi introduzido nos canais radiculares com agulhas Navitip (Ultradent), e o dente selado com Ionômero de vidro Riva.

Figura 1 – RX inicial – área radiolúcida na raiz distal do ápice até a crista óssea.

Na consulta seguinte, utilizou-se lima #.25/01 no comprimento real do dente e o preparo apical foi realizado com a lima #.20/06. A cada troca de instrumento realizou-se irrigação abundante com solução de NaOCl a 2,5%. Após o preparo, os canais MV, ML, DV e DL, os mesmos foram preenchidos com pasta cálcio Ultracal, (Ultradent, Indaiatuba-SP, Brasil) foi introduzido nos canais radiculares com agulhas Navitip (Ultradent), por um período de 30 diase o dente selado com Ionômero de vidro Riva.

Constatada a ausência da fístula não hexistindo mais desconforto. Renovou-se o hidróxido de cálcio por mais 30 dias e na consulta seguinte foi feita a obturação dos canais radiculares com a técnica do cone único: canais mesiais com os cones 25#06 e os canais distais com os cones 25#08, e posteriormente realizou-se a condensação vertical. O cimento endodôntico AH Plus® (Dentsply-Maillefer, Ballaigues, Switzerland) foi manipulado e a seguir os cones principais foram levados aos canais recobertos pelo cimento (Dentsply-Maillefer, Ballaigues, Switzerland). Na mesma sessão foi feita a  restauração com resina composta realizou-se radiografia da obturação do sistema de canais radiculares, e foi agendada a consulta de proservação clínica e radiográfica do caso de seis meses (Figura 2).

Na consulta de proservação, a paciente negou qualquer sintomatologia posterior ao tratamento endodôntico. Não havia presença de fístula ou qualquer outra alteração clínica. Na radiografia periapical realizada, foi possível visualizar reparo ósseo parcial da lesão (Figura 2). E na proservação clínica e radiográfica de 1 ano, observou-se completo reparo da lesão periapical. (Figura 3).

Figura 2 – Proservação  radiográfica de 6 meses após a obturação dos canais radiculares

Figura 3- Proservação  radiográfica de 1ano após a obturação dos canais radiculares

DISCUSSÃO

Radiograficamente foi possível observar a presença de uma reabsorção radicular no ápice do dente 36, essa característica dificulta a determinação do comprimento de trabalho de forma confiável por meio da radiografia periapical. Sabendo que a odontometria é um passo elementar para realização do tratamento endodôntico de sucesso, essa etapa pode ser realizada de forma radiográfica e/ou com localizador eletrônico foraminal, sendo este último mais confiável.  Tendo essas condições favoráveis, foi utilizado o localizador eletrônico foraminal para determinação do comprimento de trabalho. Neste estudo foi relatado o caso de uma paciente que apresentava alargamento do espaço do ligamento periodontal e extensa lesão periapical. Após o tratamento endodôntico foi possível observar o início do reparo dessa lesão após 6 meses da conclusão da terapia endodôntica, o que confirma que a aplicação da medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio ajuda no controle as indecção.

Pode-se avaliar o sucesso do tratamento através de diversos critérios sendo eles: paciente assintomático, sem nenhuma patologia periapical ou periodontal, radiograficamente nota-se que as lesões encontram-se curadas ou que existe progressão óssea e que o tratamento esteja bem selado, com uma boa restauração coronária. Por fim, sabe-se que ocorreu sucesso no retratamento quando o dente tratado exerce suas funções na cavidade bucal corretamente, sem nenhum sintoma clínico ou radiográfico (LOYOLA, 2021).

Na presença de disseminação de infecção para a região periapical, a necessidade do preparo químico mecânico, associada a terapias coadjuvantes que ajudem na máxima redução da microbiota se faz ainda mais necessária na intervenção endodôntica. Devendo ser seguida uma sequência de procedimentos clínicos, que se inicia pela
remoção do tecido que afeta a microbiota da região, realização de um preparo químicomecânico preciso, promovendo a limpeza e desinfecção dos canais e canalículos radiculares, uma adequada eleição e aplicação da medicação intracanal, concluindo com a obturação endodôntica, que irá criar uma barreira para que não haja a comunicação ápice-periodonto (Nery et al. 2012).

A medicação intracanal é parte fundamental diante de uma infecção de origem endodôntica. O Hidróxido de Cálcio é a medicação mais estudada e utilizada para auxiliar no controle da infecção endodôntica. Atuando fazendo a dissociação iônica de Ca+2 e OH criando um pH altamente alcalino >pH=11 quando associado a veículos viscosos. Quando usado em forma de pasta com uma lenta liberação de íons, possibilita a desinfecção do canal e auxilia no reparo da lesão. O veículo de escolha, o propilenoglicol, apresenta baixa tensão superficial em relação a outros veículos viscosos e uma menor solubilidade em relação à glicerina, promovendo concomitantemente a hidratação das estruturas que estão em contato com a pasta (Pereira et al., 2018).

Após a conclusão do retratamento endodôntico, há a necessidade de um selamento coronário adequado para evitar a recontaminação do sistema de canais radiculares e restabelecer as funções mastigatórias do elemento dental. A necessidade da sua utilização irá basear-se em parâmetros que incluem a posição do dente na arcada, a oclusão do paciente, a função do dente, a configuração do canal e a quantidade de paredes coronárias perdidas. Nesse caso, optou-se pela confecção de pino de fibra, uma vez que esta forma de reconstrução apresenta a vantagem de ser colocada imediatamente após conclusão do tratamento diminuindo o  número de sessões clínicas por não envolver procedimentos laboratoriais, o que dificulta assim,  a chance de recontaminação do tratamento endodôntico.

Considera-se necessário que o operador tenha conhecimento científico e habilidade manual para executar os passos operatórios necessários que tem uma maior curva de aprendizado. Fatores como um bom prognóstico, longevidade do tratamento e sobretudo a saúde e função do dente em questão devem ser alcançados. Nesse mesmo contexto, toda terapêutica deve ser avaliada em sua proservação para confirmação final do sucesso no tratamento endodôntico. Portanto, é importante salientar que o tratamento endodôntico não termina em sua obturação, mas após o período mínimo de proservação que varia de 6 a 12 meses (Travassos et al. 2023).

CONCLUSÃO

O caso clínico apresentado ressalta a importância da descontaminação efetiva do sistema de canais radiculares, por meio da adoção de técnicas de preparo do canal radicular que incluam a ação mecânica de instrumentos associada a protocolos de irrigação e inserção da medicação intracanal como fator determinante para o processo de regressão de lesões periapicais. Faz-se necessário maior período de acompanhamento clínico e radiográfico do caso para constatação do completo reparo da região.

REFERÊNCIAS

Darcey, J.; Qualtrough, A. Resorption: part 2. Diagnosis and management. British dental journal, v. 214, n. 10, p. 493-509, 2013

PEREIRA, R. P., Gusmão, J. M. R., Monteiro, A. M. D. A., Vieira, A. C., Sassi, J. F., & da Silva, L. R. M. (2017). Resolução cirúrgica de periodontite apical crônica: relato de caso. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, 25(1), 77-82, 2013.

NERY, M. J., Cintra, L. T. A., Gomes-Filho, J. E., Dezan-Junior, E., Otoboni-Filho, J. A., Sivieri-Araujo, G., … & Salzedas, L. M. P. Estudo longitudinal do sucesso clínico radiográfico de dentes tratados com medicação intracanal de hidróxido de cálcio. Revista de Odontologia da UNESP, 41, 396-401, 2012.

Emerson Kelvin Pereira Bezerra , “Regressão de lesão extensa após tratamento endodontico realizado em sessão única: relato de caso,” facsete, accessed July 27, 22024, https://faculdadefacsete.edu.br/monografia/items/show/795

Hori, G. M. R. et al. Sucesso após retratamento endodôntico: importância da limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares. Archives of Health Investigation, v. 10, n. 8, p. 1212-1216, 2021.

Loyola C. Título: Retratamento endodontico. p.30: il.; 30 cm. Bauru, 2021.

Travassos,  R.M.C. et al..Análise de regressão da lesão periapical: relato de caso clínico. Research, Society and Development, , 2021, v. 10, n. 12.

Travassos,  R.M.C.et  al.  Retratamento  endodôntico  com  Prodesign  Logic  RT: Retratamento endodôntico. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v. 5, n. 4, p. 2393-2408, 2023

Travassos, R. M. C. Reparo de lesão periapical de origem endodôntica: Reparo de lesão periapical. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, (2024). 6(6), 625–638.


¹ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4148-1288
Universidade de Pernambuco, Brasil
E-mail: rosana.travassos@upe.br
²Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Rio de Janeiro.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6482-0628
Email: kaline_rote@hotmail.com
³Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7881-0316
Email: ggf.end@gmail.com
4ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4659-0117
Universidade de Pernambuco, Brasil
Email: adrianedourado@gmail.com
5ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9866-0899
Universidade de Pernambuco, Brasil
E-mail: socorroorestes@yahoo.com.br
6ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1090-8894
Universidade de Pernambuco, Brasil
E-mail:marcela.valones@upe.br
7ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9896-6273
Universidade de Pernambuco, Brasil
E-mail:andressa.cartaxo@upe.br
8ORCID: http://orcid.org/0000-0003-3012-3979
Universidade de Pernambuco-Brasil
E-mail: regina.menezes@upe.br
9ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9790-8001
Universidade de Pernambuco, Brasil
E-mail: victor.prado@upe.br
10ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6041-8853
Universidade de Pernambuco, Brasil
larissaroberta3116@gmail.com
¹¹Universidade de Pernambuco
ORCID: https:// orcid.org / 0000-0002-3096-4068
Email: pedrofreitasff@gmail.com