Autores:
Daiane Tokuta Figueiredo¹
Denilson da Silva Veras²
¹ Acadêmica Finalista do Curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM.
² Fisioterapeuta Especialista; Docente na Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, Manaus/AM. Fisioterapeuta.
RESUMO
O climatério é a fase de vida da mulher onde ocorre a transição do estado reprodutivo para o não reprodutivo, ocosioando diversas alterações corporais, psicológicas e socias. As disfunções sexuais decorrente pela dispareunia ou dor genito-pélvica é uma das maiores queixas nesse período, implicando na qualidade de vida da mulher. Objetivo: Abordar sobre os recursos da Fisioterapia Pélvica como meio de intevenção e tratamento das disfunções da musculatura do assoalho pélvico. Métodos: foi realizado uma abordagem de revisão integrativa de literatura, onde as bases de dados utilizadas foram: Lilacs (Literatura LatinoAmericana do Caribe); Scielo (Scientific Electronic Library Online); MedLine (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e PubMed com publicações de artigos entre os anos de 2011 a 2021. Resultados e Discussão: Os recursos fisioterapêuticos mostraram-se positivos na recuperação e preservação da integridade dos músculos do assoalho pélvico quanto as suas disfunções. Conclusão: É possível observar que a fisioterapia pélvica com seus recuros se mostra eficaz sobre as disfunções do assolho pélvico. As técnicas contribuem na reabilitação dessa musculatura e a promoção da qualidade de vida ao paciente.
Palavras-chaves: Climatério. Disfunções sexuais. Dispareunia e Fisioterapia.
ABSTRACT
Climacteric is the stage of a woman\’s life where the transition from the reproductive to the non-reproductive state occurs, causing several bodily, psychological and social changes. Sexual dysfunction resulting from dyspareunia or genito-pelvic pain is one of the biggest complaints in this period, affecting the woman\’s quality of life. Objective: To address the resources of Pelvic Physiotherapy as a means of intervention and treatment of pelvic floor muscle dysfunctions. Methods: an integrative literature review approach was performed, where the databases used were: Lilacs (Latin American Caribbean Literature); Scielo (Scientific Electronic Library Online); MedLine (International Health Sciences Literature) and PubMed with articles published between the years 2011 to 2021. Results and Discussion: The physical therapy resources proved to be positive in the recovery and preservation of the integrity of the pelvic floor muscles regarding their dysfunctions. Conclusion: It is possible to observe that pelvic physiotherapy with its resources proves to be effective on pelvic floor disorders. The techniques contribute to the rehabilitation of these muscles and the promotion of quality of life for the patient.
Keywords: Climacteric. Sexual dysfunctions. Dyspareunia and Physiotherapy.
INTRODUÇÃO
Barreto et al., (2018) define que a saúde sexual está entre os indicadores de qualidade de vida, onde envolve condições biológicas, psicológicas, socioeconômicas, étnicas e espirituais. A sexualidade não se limita apenas na reprodução e através dela há uma maior interação entre as pessoas fortalecendo a intimidade, as relações afetivas e a troca de experiências.
Magno, Pereira e Nunes (2011), expõem que a sexualidade humana é substancialmente manifestada como percepção do bem-estar. A sexualidade feminina corresponde a ciclos mentais e corporais, quando um dos ciclos não corresponde corretamente se descreve com uma disfunção sexual.
De acordo com McCool et al., (2016), quando se fala em sexualidade se associa a um componente essencial da vida, quando ocorre algum tipo de disfunção desse componente gera impacto negativo na saúde. As disfunções sexuais em mulheres geralmente estão entrelaçadas com a idade, caracterizada pela aversão do desejo sexual, transtorno de excitação, transtorno orgástico e distúrbios de dor.
Dentre os motivos para o abandono da vida sexualmente ativa, destaca-se a disfunção relacionada a fatores orgânicos e não orgânicos da sexualidade. O declínio do estrogênio está entre as causas orgânicas, característica do período do climatério, onde ocorre a transição entre os períodos reprodutivo e não reprodutivo da vida da mulher; que ocorre por volta dos 40 a 65 anos de idade. (MARTINS et al., 2018).
Segundo Silva, Rocha e Caldeira (2018), o climatério é a fase de vida da mulher onde ocorrem modificações que influenciam na sua vida como um todo. A menopausa é o marco principal da fase climatérica. Os sintomas característicos da fase incluem fogachos, alterações no sono, alterações físicas, hormonais, psicológicas e o ressecamento da mucosa vaginal.
Agno et al., (2019) descrevem que com a expectativa de vida crescendo, muitas mulheres irão passar pela fase climatérica, período entre a peri e pós menopausa, onde acontece as alterações hormonais na deficiência do hormônio estrogênio afetando a sexualidade com a diminuição da libido e da lubrificação vaginal, ocasionando assim a dispareunia (dor nas relações sexuais), o que compromete a qualidade de vida sexual da mulher.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) com a RESOLUÇÃO N° 372/2009 – Reconhece a Saúde da Mulher como especialidade do profissional Fisioterapeuta e dá outras providências (2014). Portanto, o objetivo do presente estudo foi discutir sobre os recursos da fisioterapia pélvica no tratamento das disfunções sexuais de mulheres climatéricas com dispareunia, reabilitando as funções da musculatura pélvica e assim melhorando sua qualidade de vida.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, utilizando artigos científicos em português e inglês, publicados entre os anos de 2011 a 2021. Onde foi realizado as pesquisadas nas seguintes bases de dados: Lilacs (Literatura Latino-Americana do Caribe); Scielo (Scientific Electronic Library Online); MedLine (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e PubMed. Utilizando a combinação dos seguintes descritores: “climatério”,“disfunções sexuais”, “dispareunia”, “assoalho pélvico” e “fisioterapia”. Os termos foram combinados entre si através dos operadores boleanos “AND’’ e “OR”.
A busca dos artigos resultou em: 105 artigos no PUBMED, 26 artigos no MEDLINE, 12 artigos no LILACS e 6 artigos no SCIELO. Foram incluídos artigos que abordassem o tema sobre as disfunções do assoalho pélvico, e artigos publicados nos anos de 2011 a 2021 e excluídos aqueles que não abordavam as intervenções fisioterapêuticas e incompatíveis com o tema. Seguinto os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 12 artigos que contemplaram o desenho metodológico proposto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram incluídos nesta análise o total de 12 artigos que realizaram estudos experimentais para analizar os benefícios dos recursos da fisioterapia pélvica no tratamento da disfunção sexual causada pela dispareunia ou dor genito-pélvica de mulheres no climatério.
Aalaie et al., (2020) abordam sobre a disfunção sexual feminina (DSF) ser um problema comum entre a população e que essas disfunções incluem quatro seguimentos: o desejo sexual hipoativo, distúbios de desejo e excitação, distúrbios orgásticos e distúrbios de dor nas relações. Realizaram um estudo clínico ranzomizado com dois grupos onde um grupo utilizou o biofeeback para percepção da MAP e outro grupo a elestroestimulação para analgesia e dessensibilização da dispareunia. De acordo com os resultados a utilização a estimulação elétrica e biofeedback foram satisfatórios, porém quando se tratou de desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação sexual, o biofeedback se mostrou mais eficaz. Wolpe et al., (2015) corroboraram com um estudo de revisão sistemática sobre as disfunções sexuais femininas, nessa revisão a dispareunia foi a DSF mais comum sendo o objeto de estudo em 81,8% (n = 9), seguida por alteração orgástica, transtorno do desejo e/ou excitação. Os métodos de tratamento fisioterapêuticos propostos foram a: cinesioterapia com exercícios de Kegel e treinamento muscular do assoalho pélvico (TMAP); Terapia cognitivo-comportamental; Biofeedback; Eletroterapia (TENS e US) e Terapia manual. A cinesioterapia tem seu atributo sobre as DFS devido o recrutamento muscular local, ocasionando assim a vascularização pélvica e sensibilidade clitoriana, promovendo melhora na excitação e lubrificação. A eletroterapia tem a função de analgesia, apesar da US ter efeito vasodilatador os resultados quanto a dispareunia não mostrou significância. A terapia manual atua na melhora da dor, orgasmo, excitação e lubricação por promover o relaxamento muscular, promovendo o recrutamento dessa musculatura e vacularização. Os resultados desse estudo mostraram que os recusos da fisioterapia quanto a cinesioterapia, eletroterapia, terapia manual e a combinação entre elas foram satisfatórios quando ao tratamento das disfunções sexuais causadas pela dispareunia.
Segundo Pereira et al., (2020) a dispareunia é definida queixa de dor e desconforto sexual, persistente ou recorrente a penetração. O ensaio clínico avaliou o efeito do treinamento da musculatura pélvica com exercicíos de Kegel e incluindo exercícios para a musculatura acessória ao assolho pélvico, pois o desuso, a debilitade e a hipotonicidade dessa musculatura ocasiona incapacidade orgástica e diminuição na lubrificação. O estudo concluiu-se em 6 semanas com resultados satisfatórios na qualidade de vida da mulher, afirmando que com o tratamento fisioterapêutico aponta melhora na redução da dispareunia. Wu et al., (2021) realizaram um estudo de revisão sistemática e meta-análise para comparar a eficácia do biofeedback eletromiográfico (EMG-BF) e o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (PFMT) com e sem o uso do biofeedback no tratamento das dinfunções do assoalho pélvico (PFD), vinte e um estudos foram incluídos onde se obteve o resultado de que os dois recursos em conjunto atigem resultados mais satisfatórios na melhora de força da MAP e na qualidade de vida.
Ghaderi et al., (2019) abordaram que a dispareunia é uma disfunção sexual onde sua causa pode ser multifatorial, e que a reabilitação do MAP e a modificação do tônus dessa musculatura seria eficaz no tratamento dessas disfunção. Diante disso, realizou-se um estudo clinico randomizado utilizando recursos da fisioterapia como a eletroterapia (biofeedback digital), terapia manual e exercicios da MAP. Em conclusão, o uso do biofeedback e a terapia manual com a mobilização de tecidos moles, se mostraram positivos para a reabilitação desses musculos apontando melhora significativa da dor.
Schvartzman et al., (2019) descreveram o estudo fazendo o uso da termoterapia com infravermerlho, liberação miofascial de pontos de gatilho, exercícios de contração e relaxamento, eletromiografia e o biofeedback. O treinamento dos músculos do assoalho pélvico com exercícios de contrair e relaxar, e com auxilio do profissional fisioterapeuta sob suas orientações especializadas, os recursos mostraram melhora significativa na dispareunia ocasianda pela pouca lubrificação em mulheres climatéricas. Para Mohktar et al., (2013) foi abordado em seu estudo, que o exercício de Kegel atua assertivamente na melhora do enfraquecimento da musculatura pélvica da IU e nas respostas sexuais. O exercício da MAP foi orientado pelo profissional fisioterapeuta, sobre como executar o treino de contração e relaxamento dos músculos de forma adequada. O estudo obteve o resultado positivo demonstrando melhora na resposta sexual da mulher.
Segundo estudos de Nazarpour et al., (2017), foi realizado um questionário onde as mulheres que sofrem disfunções sexuais dolorosas chamado Índice de Função Sexual Feminina (FSFI) com o total de 156 mulheres divididas em 3 grupos, onde foram submetidas a educação sexual formal e ao tratamento com exercícios de Kegel. Os estudos se mostraram eficazes na melhora das disfunções sexuais, a educação sexual sobre conhecimento do próprio corpo para percepção e mais o treinamento da MAP significamente como um todo na relação sexual.
Santos, Leão e Gardenghi (2016) explicam que no período climatérico devido a queda do hormônio estrogênio, resulta na diminuição da lubricação no suporte pélvico, com isso, ocasionando a dor nas relações sexuais. Frente a isso, a cinesioterapia com exercicíos de Kegel um dos recursos da fisioterapia, têm grande relevância no tratamento de disfunções sexuais, sendo a forma mais eficaz auxiliando na percepção corporal e treinamento da MAP. Sacomori, Virtuoso e Cardoso (2015) realizaram um estudo transversal sobre o treinamento da musculatura do assoalho pélvico com os exercícios de Kegel, e obtiveram resultado positivo na melhora da resposta da ação sexual visto que com a estimulação dessa ação há uma maior circulação sanguínea nesse local. Por isso, o treinamento dessa musculatura proporciona melhor conscientização sobre os músculos e uma melhor circulação, lubricação e fortalecimento da MAP proporcionando assim a satisfação na resposta e função sexual.
Como aponta Silva et al., (2016) foi realizado um ensaio clinico aberto com mulheres em um hospital universitário que apresentavam dispareunia. O tratamento massagem transvaginal pela técnica chamada Thiele, uma massagem que consiste em identificar pontos de gatilho na musculatura pélvica atuando diretamente no alivio de dor, é o recurso reabilitação da fisioterapia eficaz a longo prazo quando se trata da dispareunia (dor na relação sexual).
Para Aydin et al., (2014) o recurso da estimulação elétrica vaginal (VES) é um recurso bastante eficaz no trantando de IU e outros distúbios ocasionados no assoalho pélvico. Diante disso, foi realizado um estudo randomizado sobre o recurso do VES, chegando a conclusão de que a estimulação elétrica representa uma importância significativa na reabilitação da musculatura, visto que a contração do MAP atua na resposta orgástica feminina, no entanto, outros recusos da fisioterapia em conjunto com o VES auxiliariam na estimulação da lubrificação como o biofeedback, cones vaginais e exercícios específicos da MAP.
Ano | Autor | Objetivo | Tipo de Estudo | Resultados |
2020 | AALAIE et al | Abordar a pontuação total do Índice de Função Sexual Feminina. Cada grupo foi submetido a tratamento pertinente por 100 min, duas vezes por semana, durante 6 semanas. | Ensaio clinico randomizado | Ambos os grupos mostraram resultados favoráveis no aumento das pontuações médias do Índice de Função Sexual Feminina e seus domínios. No entanto, para melhorar a função sexual, as mulheres do grupo de biofeedback se beneficiaram mais do que aquelas que receberam estimulação elétrica. O biofeedback aumentou o desejo, a excitação, a lubrificação, o orgasmo e as pontuações de satisfação mais do que a estimulação elétrica (todos p ≤ 0,025). Ambas as intervenções diminuíram a dor durante ou após a penetração vaginal de forma semelhante (p = 0,985) |
2020 | PEREIRA et al | Analisar o efeito do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) na qualidade de vida de mulheres com dispareunia | Estudo clinico randomizado | Observou-se que os domínios desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação não apresentaram diferença significativa em ambos os grupos. No entanto, houve diminuição dos valores encontrados no domínio dor (p = 0,043; d = 1,24) no GI. Quanto à interferência da dispareunia na qualidade de vida, os valores foram significativamente melhores no GI (p = 0,022; d = 1,95). |
2019 | GHADERI et al | Avaliar os efeitos das técnicas de reabilitação do assoalho pélvico na dispareunia. | Ensaio clinico randomizado | As mudanças entre os grupos mostraram melhora significativa no grupo experimental em comparação com o grupo controle. A diferença média na força do MAP (de acordo com a escala de Oxford 0-5) entre os grupos foi de 2,01 e a diferença média de resistência foi de 6,26s. Além disso, a diferença média na pontuação do Índice de Função Sexual Feminina (a pontuação varia de 2 a 95) foi 51,05, e a diferença média na pontuação VAS foi de 7,32. Todas as mudanças foram estatisticamente significativas (p < 0,05). |
2019 | SCHVARTZMAN et al | Avaliar a função sexual, qualidade de vida, dor e função dos músculos do assoalho pélvico de mulheres climatéricas com idade entre 40-60 anos, com queixas de dispareunia há pelo menos 6 meses e ser sexualmente ativa. | Ensaio clínico randomizado | Elas foram avaliadas antes e depois de sua randomização em uma das seguintes intervenções: o primeiro grupo (n = 21) recebeu cinco sessões de termoterapia para relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, liberação miofascial, e treinamento pélvico (Treinamento dos músculos do assoalho pélvico – grupo PFMT). O segundo grupo (n = 21) receberam cinco sessões de uma hora, durante as quais o calor foi aplicado na parte inferior costas com liberação miofascial do diafragma abdominal, piriforme e iliopsoas músculos, sem envolvimento do treinamento pélvico (região lombar – grupo LB). Quarenta e dois mulheres climatéricas com dispareunia (média ± DP, grupo PFMT: 51,9 ± 5,3 anos, NV grupo: 50,6 ± 4,7 anos, Student\’s t teste, p = 0,397) foram estudados. Escores de dor (média ± SEM) no grupo PFMT diminuiu de 7,77 ± 0,38 para 2,25 ± 0,30; E no Grupo LB de 7,62 ± 0,29 a 5,58 ± 0,49 (Equação de Estimativa Generalizada – modelo GEE, p≤0,001 para grupos, tempo e comparações de pares de interação). |
2017 | NAZARPOUR et al | Comparar dois métodos de intervenção (educação sexual formal e exercícios de Kegel) com serviços de atendimento pósmenopausa de rotina em um ensaio clínico randomizado | Ensaio clinico randomizado | Não houve significância estatística diferenças significativas nas características demográficas e socioeconômicas e na pontuação total do FSFI entre os três grupos de estudo no início do estudo. Após 12 semanas, as pontuações de excitação nos grupos de educação sexual formal e Kegel foram significativas significativamente maior em comparação com o grupo de controle (3,38 e 3,15 vs 2,77, respectivamente). As pontuações de orgasmo e satisfação no grupo Kegel foram significativamente maiores em comparação com o grupo de controle (4,43 e 4,88 vs 3,95 e 4,39, respectivamente). |
2016 | SANTOS, LEÃO E GARDENGHI | Verificar qual disfunção sexual é mais comum nessa população, se o climatério determina perda da atividade sexual; qual dos domínios avaliados mais influencia a resposta sexual feminina; quais domínios avaliados podem oferecer riscos de disfunções sexuais; dispor de técnicas de fisioterapia uroginecológica. | Estudo transversal | Das mulheres, 99% têm vida sexual ativa, 28,6% apresentam desejo sexual hipoativo, os domínios que oferecem risco de possíveis disfunções são o do desejo sexual hipoativo, com média de 54,76, excitação, 64,67, lubrificação, 63,33, e orgasmo, 65,08. O domínio do desejo sexual pode ser um grande influenciador na resposta sexual. |
2016 | SILVA et al | Avaliar a eficácia em longo prazo da massagem perineal de Thiele no tratamento de mulheres com dispareunia provocada pela tensão dos músculos do assoalho pélvico. | Estudo clinico aberto | Todas as mulheres tiveram melhora significativa da dispareunia de acordo com a EVA e o Índice de Dor de McGill (p < 0,001), mas na pontuação do EHAD não houve diferenças significativas. Em relação à função sexual, o grupo D melhora a melhora de todos os aspectos da função sexual, enquanto o grupo DPC diferencia apenas no domínio dor. Conclusão a massagem perineal de Thiele é eficaz no tratamento da dispareunia causada pela tensão dos músculos do assoalho pélvico, com alívio da dor a longo prazo. |
2014 | AYDIN et al | Avaliar a eficácia do VES (estimulação elétrica vaginal) em mulheres com FSD (disfunção sexual) sem um distúrbio predominante do assoalho pélvico ou incontinência urinária | Estudo randomizado | Os escores totais do FSFI melhoraram significativamente tanto no grupo VES quanto no grupo controle. Os resultados mostram que no grupo VES, houve uma melhoria na pontuação total e domínios FSFI que melhoraram, incluindo excitação, desejo, orgasmo e satisfação. Da mesma forma, os domínios do grupo de controle que melhoraram foram desejo, excitação e orgasmo. Mas não houve aumento significativo nos escores de satisfação no grupo do placebo. Nenhuma mudança significativa nos domínios da dor ou lubrificação foi observada em nenhum dos grupos. Força, resistência, contrações rápidas e repetições foram significativamente melhoradas no grupo VES |
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, pode-se observar que as mulheres passam por diferentes fases na vida, sendo a do climatério uma das mais complicadas devido as diversas modificações corporais, fisiológicas e psciológicas que implicam na vida como um todo. As alterações hormonais devido a queda do hormônio estrogênio, ocasionam o ressecamento da mucosa vaginal e posteriormente causa a dispareunia (dor nas relações sexuais). Portanto, o profissional fisioterapeuta pélvico e seus recursos se mostram eficazes na recuperação das disfunções sexuais, tendo em vista que o tratamento é a percepção e recuperação da força da muscular pélvica proporcionando a melhora da lubricação, libido e excitação, favorecendo assim melhora da qualidade de vida da mulher.
REFERÊNCIAS
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