INCOMPLETE AND LATE RECOVERY OF SUDDEN OLFACTORY LOSS DUE TO COVID-19
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202402280747
Arthur Calado De Vasconcelos Barros
Gustavo Henrique Silva Rodrigues
Paolla D’orto
Orientadora: Prof.ª Drª. Ana Lucia da Silva.
RESUMO
Há uma premente necessidade de compreender a relação entre a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 e a anosmia, uma das sequelas mais notáveis, especialmente nas primeiras variantes durante a pandemia de 2020, visto que existem casos em que tal sequela resultou em uma recuperação parcial e tardia. Em virtude da escassez de estudos que correlacionem de maneira consistente a perda olfativa com a Covid-19 e sua recuperação incompleta e/ou tardia, torna-se imperativa a análise do material científico disponível por meio de revisões sistemáticas, objetivando um aporte mais robusto de informações, com o intuito de contribuir para a literatura científica e para as diversas áreas da saúde, tanto no diagnóstico quanto no tratamento da perda de acuidade olfativa induzida por vírus. O trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, estruturada em revisão integrativa.
Palavras-chave: anosmia; hiposmia; covid-19.
ABSTRACT
There is an urgent need to understand the relationship between SARS-CoV-2 infection and anosmia, one of the most notable sequelae, especially in the early variants during the 2020 pandemic, as there are cases where such a sequel resulted in partial and delayed recovery. Due to the scarcity of studies consistently correlating olfactory loss with COVID-19 and its incomplete and/or late recovery, it becomes imperative to analyze the available scientific material through systematic reviews, aiming for a more robust contribution of information. This is intended to contribute to the scientific literature and various health fields, both in the diagnosis and treatment of virus-induced loss of olfactory acuity. The work was carried out through bibliographic research, structured as an integrative review.
Keywords: anosmia; hyposmia; COVID-19
1 INTRODUÇÃO
A anosmia, caracterizada pela perda total do olfato, e a hiposmia, definida como a perda parcial dessa capacidade sensorial, foram identificadas como sequelas precoces da infecção por SARS-CoV-2, com recuperação tardia e, em alguns casos, incompleta. Essas condições suscitam questionamentos acerca dos mecanismos intrínsecos, tratamentos possíveis e mecanismos fisiopatológicos envolvidos, destacando a necessidade de geração de material científico de qualidade, com alto nível de significância, capaz de orientar futuras condutas médicas (MELLER et al., 2023).
Sabe-se que a pandemia de Covid-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 em 2020, foi responsável pelo isolamento social, colapso da economia mundial e, além disso, pelo aumento da morbimortalidade devido à causa viral (LIMA, 2020).
A perda crônica ou permanente do olfato como resultado de uma infecção viral é rara ou escapa à observação médica na prática clínica. Um número que fala contra a neuropatogenicidade generalizada e o disfunção olfativa (DO) permanente para a maioria dos vírus respiratórios, incluindo coronavírus. Portanto, há evidências escassas e controversas sobre famílias de vírus que podem causar déficits sensoriais crônicos ou disfunção olfativa central. Portanto, é muito difícil estabelecer um nexo causal, principalmente devido à dificuldade em coletar amostras virais e identificar o patógeno. Além disso, os pacientes com anosmia geralmente requerem atenção médica muito tempo após a infecção, e as evidências sobre DO pós-viral são predominantemente derivadas de modelos animais e documentos de consenso de especialistas (ELIEZER et al., 2020).
As diversas áreas da saúde uniram-se com um objetivo preventivo e curativo. No entanto, havia poucos dados acerca da doença, o que dificultou o manejo correto de muitos pacientes, uma vez que os médicos sequer dispunham de diretrizes durante o evento pandêmico. Isso dificultou o curso do manejo terapêutico e criou diversas lacunas de conhecimento, com a necessidade de saná-las por meio de estudos, que foram publicados com pressa na tentativa de orientar os profissionais de saúde (JOFFILY et al., 2020).
Atualmente, em 2024, com quase dois anos livres da pandemia de Covid-19, muitos questionamentos permanecem acerca das sequelas, sejam elas do próprio vírus ou das vacinas que não tiveram tempo e etapas metodológicas adequadas para seu desenvolvimento. Isso culmina em uma crescente necessidade de analisar a literatura científica existente, por meio de uma revisão sistemática que se apoie em dados significativos e apresente os caminhos que podem ser seguidos a partir dos resultados da união e interpretação do que está disponível nos bancos de dados em ciências da saúde (FAN et al., 2022).
2 ASNOMIA e hiposmia como sequelas decorrentes do SARS-CoV-2
2.1 Estatísticas da Covid-19 no Brasil
Em 26 de fevereiro de 2020, na cidade de São Paulo, foi confirmada a primeira infecção pelo SARS-CoV-2, em um paciente que havia retornado da Itália. Posteriormente, na data de 17 de março, no mesmo Estado, foi identificada a primeira morte de um paciente do sexo masculino. As primeiras recomendações relacionadas à disseminação da COVID-19 e à prevenção foram feitas pelo Ministério da Saúde em 13 de março, momento em que se declarou estado de emergência em saúde. Até a data de 21 de março de 2020, havia sido constatado que em todas as unidades federativas do Brasil já haviam pessoas contaminadas. E alguns dias depois, em abril de 2021, atingiríamos o maior número de mortes diárias no país. Para se ter uma ideia, em setembro do mesmo ano o país apresentou mais de 21,2 milhões de casos, com um total de 591.000 óbitos notificados, sendo assim considerado o epicentro da pandemia nas Américas (BRASIL, 2022).
Antes de elencar as estatísticas atualizadas da COVID-19, é preciso salientar que de acordo com alguns estudos as taxas de subnotificação em muitos países foram altas no início pandêmico, sendo assim estima-se que o número de infecções é muito maior do que o relatado, principalmente por uma acelerada disseminação do vírus SARS-CoV-2 (FLAXMAN, et al., 2020). De acordo com o Painel coronavírus do Ministério da Saúde, no período de março de 2020 a janeiro de 2025, com uma população estimada de 210.147,125 de brasileiros, a Covid-19, atingiu 39.090.04 casos, com uma incidência de 18.601,28 (100 mil habitantes). No gráfico 1, é possível visualizar os novos casos evidenciados por semana epidemiológica de notificação. Em relação aos óbitos, o total acumulado é de 714.534, com uma taxa de mortalidade de 340,02, (100 mil habitantes), gráfico 2.
Gráfico 1. Casos novos por semana epidemiológica de notificação
Gráfico 2. Óbitos novos por semana epidemiológica de notificação
Gráfico 3. Número de casos e óbitos confirmados por região no Brasil.
Os quadros clínicos relacionados à COVID-19, foram identificados inicialmente na cidade de Wuhan, China em dezembro de 2019 e de forma acelerada foi disseminado para outras regiões como a China, Europa e América do Norte Ásia e desde então contaminou mais de 777 milhões de pessoas, levando a óbito em torno de 7 milhões (LAWLER e CORTES, 2025).
Entre os casos apresentados, a anosmia (perda completa do olfato) ou (hiposmia) redução parcial tornaram-se os sintomas, mais relatados. Interessante citar que, em alguns casos, o paciente apresentava apenas a perda do olfato e do paladar, segundo Prof. Claire Hopkins, presidente da British Rhinological Society. Os sintomas geralmente regrediram de forma espontânea no período de 2 a 3 meses pós-resolução da infecção. Contudo, em alguns casos verificou-se que a perda da capacidade olfativa se tornou permanente, ocasionando inúmeros problemas na vida cotidiana do paciente, reduzindo assim de forma significativa a qualidade de vida, visto que o olfato é essencial na detecção de perigos no ambiente e sua ausência pode causar transtornos de humor (JOFFILY et al., 2020).
A perda do olfato (anosmia) ou a redução (hiposmia) podem provocar infecções virais, portanto, não é surpresa que uma infecção viral causada pelo SARS-CoV-2 possa provocar tais sintomas. Em países como Itália, China e Coreia do Sul, diversos pacientes, como a COVID-19, apresentaram perda do olfato, sem outros sintomas. As estatísticas revelam que, na Coreia do Sul, 30% dos pacientes positivados para a Covid-19 apresentaram anosmia como um dos principais sintomas, nos casos mais leves; já na Alemanha, 2 em cada 3 pacientes também apresentavam este sintoma (GIACOMELLI et al., 2020).
Para Potter et al., (2020), a relação existente entre as infecções virais das vias aéreas superiores (VAS) e os distúrbios olfativos encontram-se bem estabelecidos, visto que em estudos anteriores já havia sido verificado a existência de uma disfunção olfativa (DO) pós-viral, infecções causadas por vírus entre eles (SUZUKI et al., 2007).
Em estudos realizados na Europa, Japão e nos Estados Unidos, verificou-se que as etiologias da anosmia e hiposmia, com causas pós-viral, correspondem a 18 a 45% dos casos (BAGHERI et al., 2020). Todavia, é preciso salientar que nas infecções originadas pelo SARS-Cov-2, os pacientes que apresentavam anosmia não se queixavam de obstrução nasal, um sintoma comum em infecções das VAS (ELIEZER et al., 2020).
Inicialmente, havia muita dúvida em relação ao mecanismo de comprometimento olfatório decorrente da Covid-19. Entretanto, uma das hipóteses era que o vírus SARS-CoV-2, acarretaria alterações olfativas por meio de acesso direto e danos ao Sistema Nervoso Central (SNC), com a penetração da placa cribriforme (BAIG et al., 2020). Outra forma, seria o dano direto gerado pelo vírus nas células olfativas aos receptores gustativos. Os receptores da ECA-2, são considerados os mecanismos de invasão celular utilizados pelo vírus e são encontrados na cavidade oral, nos neurônios e nas células gliais (JOFFILY et al., 2020).
A disfunção olfatória (DO) pode ser subdividida em qualitativa e quantitativa, como pode ser visto na Tabela 1. A disfunção quantitativa é caracterizada por alterações na força ou na intensidade da percepção dos odores. Em contrapartida, a disfunção qualitativa acarreta distorções, geralmente negativas, na qualidade e na percepção dos odores. As duas formas podem coexistir, como até 60% dos pacientes apresentando disfunção olfativa quantitativa, bem como algum grau da disfunção qualitativa.
Tabela 1. Disfunções quantitativas e qualitativas
O desenvolvimento de parosmia após uma infecção por COVID-19 foi bem descrito na literatura, muitas vezes com início tardio, semanas ou meses após a infecção inicial. Um estudo constatou que 8% dos pacientes relataram disfunção qualitativa 2 anos após a infecção, sendo a parosmia e a fantosmia as mais comuns (LIU et al., 2022).
Em um estudo prospectivo realizado num período aproximado de 721 dias, Schambeck et al., (2022), encontraram uma combinação de disfunção qualitativa e quantitativa. Num período médio de 100 dias, (23%) dos participantes relataram disfunção qualitativa, passando para 30% num período de 244 dias, previamente à redução de 1% nos 721 dias. O mesmo estudo sugere ainda que pacientes que desenvolveram a disfunção qualitativa, após contrair a COVID-19, tornavam-se mais propensos a apresentar uma disfunção olfativa de longa duração. Em contrapartida, um estudo multicêntrico com 147 pacientes que apresentavam disfunção olfativa após infecções do trato respiratório superior, incluindo a Covid-19, relataram parosmia, no caso de pacientes mais jovens foi observado uma maior probabilidade de recuperação do que aqueles sem parosmia (MENZEL et al., 2023).
No estudo de Boscolo‐Rizzo et al. (2023), observaram que os pacientes que ela relatava parosmia e fantosmia em qualquer momento apresentavam uma disfunção quantitativa mais grave quando correlacionada com uma maior duração da disfunção qualitativa. As médias de duração da disfunção qualitativa foram de 406 dias para participantes anósmicos, 217 dias para hipósmicos e 62 dias para participantes normósmicos (p = 0,030).
3 RESULTADOS
Em 1975, foi escrito pela primeira vez na literatura a perda do olfato decorrente de uma infecção semelhante à gripe e desde então, verifica se inúmeros relatos e publicações sobre infecções virais do trato respiratório superior vinculadas como as causas mais comuns da disfunção olfatória, algo em torno de 18 a 45% de todos os casos. Entre os vírus capazes de induzir as disfunções olfativas, têm-se: o vírus da influenza e da parainfluenza, os enterovírus, adenovírus, vírus Epstein-Barr, rinovírus e o coronavírus (SUZUKI et al., 2007).
É importante destacar que em muitos casos os pacientes procuram uma assistência médica muito tempo após a infecção, quando geralmente o patógeno causador já não pode mais ser determinado. Recentemente, o vírus SARS-CoV-2 foi apontado como uma causa frequente da alteração do fato, voltando-se assim o interesse para as disfunções olfativas pós-virais (VAIRA et al., 2020).
Em um primeiro momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que a COVID-19 apresentava como principais sintomas: febre, dispneia e tosse seca. Contudo, com a rápida disseminação, foram amplamente diagnosticados sinais de anosmia e hiposmia, sendo assim também determinado como um sinal precoce da COVID-19. Essa perda olfativa oriunda da infecção pelo SARS-CoV-2. A perda olfativa oriunda da COVID-19 foi determinada na literatura através do termo “anosmia pós viral”, sendo associada à neuroinflamação. Acredita-se que os indivíduos que desenvolveram a COVID-19 possam não reconhecer um quadro de anosmia leve, já que esta pode ser detectada mediante uma autoavaliação objetiva. É óbvio que, em termos de prevalência, essa teria sido bem maior se houvesse a autoavaliação objetiva, invés do auto-relato do paciente (ALKANAT et al., 2024).
Entre as principais meta-análises, Wu D et al., (2021) verificaram que a anosmia (53,5% dos casos), foi o segundo sintoma mais relatado, depois da febre (62,2%).
Borsetto et al., (2020), destacaram que, de um total de 3563 pacientes (47%) relataram perda do paladar e olfato, destes casos (31%) foram considerados graves e (67%) moderados a leves.
No estudo de Jafari e Holbrook (2022), observou-se que boa parte dos pacientes aguardam sua capacidade olfativa retornar de forma espontânea, enquanto os demais procuravam atendimento médico, sendo tratados por meio de corticoterapia ou treinamento olfativo, os quais demonstravam resultados satisfatórios na recuperação do olfato. O período médio de recuperação do olfato e do paladar era de 7 a 21 dias, todavia o processo pode ser mais extenso (LEE et al., 2020).
A meta-análise realizada por Saniasiaya et al. (2021) avaliou 83 estudos com um total de 27,492 pacientes e destes (47,9%) apresentaram incidência de disfunção olfativa. O número não explicava a incidência variável por sexo, geografia, variantes do SARS-CoV-2 ou o subtipo da disfunção. Contudo, essa meta-análise analisou cada uma dessas influências e ficou evidenciado que estudos realizados na Europa (54,4%), apresentavam taxas maiores da disfunção olfativa do que na Ásia (31,4%). Pacientes femininas eram a maioria dos pacientes (60,4%). Dentre as quatro variantes do SARS-Cov-2 estudadas, a variante ômicron foi a que apresentou casos menos reduzidos da DO do que as demais variantes D614G, alfa e delta (VAIRA et al., 2023).
Desde os primeiros registros da COVID-19, a perda de olfato foi identificada como um sintoma marcante da doença. Estudos em diversos países mostraram que entre 30% e 85% dos infectados pelo vírus experimentam algum grau de perda olfativa. Essa variação nas taxas de ocorrência pode ser atribuída às diferenças nas metodologias utilizadas, na gravidade dos casos analisados e nas características demográficas das populações estudadas. Entretanto, há um consenso de que a anosmia e hiposmia ocorrem com mais frequência em infecções por SARS-CoV-2 do que em outras infecções virais respiratórias. Esse fenômeno pode estar relacionado à afinidade do vírus com o epitélio olfatório, localizado na parte superior da cavidade nasal, onde ele pode causar danos diretos às células sustentaculares e, possivelmente, aos neurônios responsáveis pelo olfato (RITTER, 2024).
As estimativas da ocorrência de parosmia após uma infecção viral anterior ao SARS-CoV-2 são escassas na literatura existente. Uma extensa pesquisa populacional realizada na Suécia incluiu 1713 pessoas, utilizando questionários e entrevistas estruturadas para avaliar a presença de parosmia, chegando a uma prevalência auto-relatada de parosmia de (3,9%). No entanto, o estudo não conseguiu estabelecer causalidade ou a relação temporal entre a infecção viral e a parosmia. A pandemia de SARS-CoV-2 resultou em um aumento nas estimativas publicadas sobre parosmia; ainda assim, na meta-análise de 2021, a maioria dos dados veio de estudos sobre disfunção olfativa quantitativa, com apenas um estudo sobre perda qualitativa adequadamente incluído. Pesquisas individuais que monitoraram pacientes que contraíram SARS-CoV-2 e relataram perda de olfato durante a fase aguda da doença indicaram que entre 28% a 43%deles poderiam desenvolver parosmia. É importante notar que vários pacientes mantiveram a parosmia após seis ou doze meses (LIU et al., 2023).
No estudo longitudinal de Boscolo-Rizzo et al., (2023), notou-se que dos pacientes observados (10%) ainda apresentavam DO, seis meses depois da infecção inicial pelo SARS-Cov-2. Acredita-se que fatores como sexo, idade e comorbidades influenciam a velocidade e a completude da recuperação.
Desde o início da pandemia da COVID-19, a disfunção olfativa e do paladar foram sintomas que se destacaram como predominantes na infecção. Em âmbito mundial, pode-se afirmar que quase 50% dos casos dos pacientes infectados informaram que a disfunção olfativa e/ou gustativa fora vivenciada. Nos primeiros estudos relacionados a recuperação da função olfativa apontou-se que em torno de 5 a 7 dias a mesma era restabelecida, contudo, apesar dessa boa expectativa, alguns pacientes sofreram com DO persistente por mesmo ou até mesmo anos, sendo obrigados a conviver com sua qualidade de vida reduzida (DIAS et al., 2024).
A variante Ômicron do SARS-CoV-2 está associada a uma redução menos acentuada na perda de paladar e olfato em comparação com as variantes Alfa e Delta. Isso tornou mais desafiador identificar a Ômicron utilizando uma estratégia de teste baseada em sintomas. Uma pesquisa abrangente revelou que apenas 13-16% dos pacientes apresentaram perda de olfato e paladar quando a variante Ômicron se tornou predominante, em contraste com 44% durante a prevalência da variante Delta (VIHTA et al., 2022).
Isso pode ser devido a modificações na proteína spike da Ômicron, que podem comprometer a eficiência da fusão da membrana celular e a entrada na célula olfativa do hospedeiro. Portanto, a recuperação dos sentidos olfativo e gustativo pode ter um desfecho diferente após uma infecção causada pela Ômicron (MENG et al., 2022). Apesar da perda de olfato e paladar ser menos frequente com a Ômicron, a transmissibilidade quádrupla dessa variante, em relação à Delta, ainda pode sugerir um aumento total nos casos de distúrbios quimiossensoriais (TAN et al., 2022).
Poucos estudos documentaram taxas de recuperação de novas variantes. Um estudo recente de Boscolo-Rizzo et al. (2023) analisou a recuperação autorreferida do olfato e do paladar seis meses após a infecção pela sub variante Ômicron BA.1. Das 294 pessoas, 34,4% relataram problemas de olfato ou paladar durante a fase aguda da infecção. Destes, 96% relataram resolução completa dos sintomas em seis meses, 2% relataram ligeira melhora e 2% relataram piora dos sintomas. Embora não tenha havido associação entre características sociodemográficas e a ocorrência de disfunção olfatória ou gustativa, observou-se que a duração dos sintomas foi de seis dias em pacientes vacinados, em comparação com oito dias em pacientes com vacinações incompletas ou não vacinadas (p = 0,007). Além disso, a recuperação mais rápida do olfato e do paladar está associada a pacientes mais jovens.
Vaira et al. (2023) aprofundaram as investigações sobre as taxas de recuperação seis meses após a infecção por COVID-19, durante a predominância da variante Ômicron. Em um teste psicofísico com 102 pacientes que contraíram a infecção recentemente, 34 deles (33,3%) apresentaram disfunção olfativa no início do estudo, incluindo 16 (15,7%) com anosmia e 18 (17,6%) com hiposmia. Ao término do acompanhamento de seis meses, 80 pacientes foram reavaliados com testes psicofísicos, e 11,3% continuaram a apresentar disfunção olfativa, incluindo oito pacientes (10%) com hiposmia e um (1,3%) com anosmia. Curiosamente, apenas quatro pacientes (5%) relataram hiposmia ao final de seis meses de acompanhamento.
No início do momento pandêmico a maior preocupação era de que a nós me a decorrente da COVID-19, indica-se que o novo coronavírus ele chegaria ao cérebro através do nariz, trazendo assim inúmeras consequências, graves do ponto de vista neurológico. A hipótese era de que o SARS-Cov-2, acessaria os neurônios olfativos, responsáveis pela sensibilidade dos odores no ar e a transmissão destes ao cérebro. Todavia, estudos realizados até o momento sugerem que provavelmente isso não ocorre. Na verdade, o dano seria no epitélio nasal, a camada responsável que registra os odores, as quais envolvem células de sustentação e células-tronco, e não diretamente os neurônios (NISHIOKA et al., 2025).
A coleta de amostras de tecidos olfatórios de indivíduos com anosmia prolongada relacionada à COVID-19, juntamente com modelos animais de infecção, revelou uma assinatura transcricional inflamatória caracterizada pela presença de interleucina-6, interferon tipo I e outras citocinas inflamatórias (MELO et al., 2021).
Em biópsias de pacientes com distúrbio persistente confirmado, foram identificadas infiltração de células T, redução parcial dos neurônios sensoriais olfativos e ausência de RNA detectável do SARS-CoV-2 (FINLAY et al., 2022).
A inflamação contínua pode inibir a regeneração das células-tronco e contribuir para a regulação negativa dos receptores olfativos e genes de sinalização nos neurônios olfativos, como demonstrado em modelos animais (ZAZHYTSKA et al., 2022).
Variações na expressão dos receptores podem ajudar a entender a natureza variável da perda olfativa relatada anedoticamente. Embora isso possa ser mais relevante para a hiposmia, uma redução no número de neurônios olfativos funcionais pode resultar em distorção dos odores, como observado na parosmia (LEOPOLD, 2002).
Atualmente, os médicos reconhecem os distúrbios no olfato e no paladar como manifestações de fenótipos abrangentes denominados de “Covid longo” (TAN et al., 2022).
No mês de março de 2003, as estimativas apontavam que em torno de 1,9 milhões de pessoas no Reino Unido apresentassem os sintomas do Covid longo. O que impulsionou novas pesquisas sobre os denominados distúrbios quimiossensoriais pós-virais, processos fisiopatológicos subjacentes que são capazes de influenciar as taxas de recuperação, que ainda necessitam de explicação. Segundo Dias et al., (2024), mesmo decorridos 3 anos do período pandêmico, ainda é primordial que se empregue esforços, com intuito de encontrar soluções terapêuticas mais eficientes para esses pacientes (DIAS et al., 2024).
Mesmo que insuficiente, é possível entender alguns porquês da ocorrência da anosmia nos pacientes infectados pelo SARS-Cov-2, contudo essa premissa é inválida para perda do paladar. Já que as células receptoras de paladar, responsáveis por detectar substâncias na saliva e enviar os sinais para o cérebro, não contêm receptores ACE2, sendo assim não poderiam infectar-se pelo novo coronavírus. Em contrapartida, as células de sustentação possuem mais receptores, sugerindo assim que tenham papel na disgeusia. Embora o paladar possa parecer afetado quando há anosmia, isso pode ocorrer porque os odores são uma parte essencial do sabor. No entanto, muitas pessoas com COVID-19 desenvolvem inequivocamente ageusia e não conseguem distinguir o doce do salgado. No que diz respeito à perda da sensação química, como, por exemplo, o ardor, decorrente da pimenta ou a sensação refrescante da hortelã, pouco se estudou. Entretanto, é preciso frisar que essas sensações são transmitidas por neurônios sensitivos, os quais contêm receptores ACE2 (NISHIOKA, 2020).
Pelo fato do epitélio olfativo possuir a capacidade de Regeneração, a anosmia geralmente é reversível. Mesmo sendo instalada de forma súbita, sua recuperação é considerada rápida, contudo, em uma pequena parte dos casos, a perda do olfato torna-se resistente, consequentemente a recuperação torna-se lenta. Como já salientado, a perda do olfato implica em riscos para a saúde, vez que alimentos deterioram, dados que podem ser consumidos, ou vazamento de gás imperceptível, trazendo prejuízos imensuráveis ao paciente (BURGES et al., 2021).
O diagnóstico da anosmia após a infecção viral do SARS-CoV-2 traz uma combinação entre os relatos do paciente e testes objetivos da função olfativa. Por sua vez, os métodos de avaliação devem incluir o teste de identificação de odores, testes de limiar olfativo, bem como os testes de discriminação de odores. Todos são essenciais para a avaliação da extensão da perda olfativa e do monitoramento da recuperação a longo prazo. Diagnosticar a anosmia de forma precoce auxilia no direcionamento eficaz das intervenções terapêuticas que visam o aceleramento da recuperação do paciente (RITTER, 2024).
Os testes incluem métodos como o “Sniffin’ Sticks” e o Teste de Identificação de Olfato da Universidade da Pensilvânia (UPSIT). O primeiro inclui a utilização de um conjunto de canetas encharcadas com diferentes odores, que deverão ser identificados pelo paciente. O sniffin stix pretende avaliar 3 aspectos da função olfativa, entre eles: a identificação, discriminação e limiar olfativo. Já o UPSIT é composto por cartões de micro encapsulamento de odores, os quais devem ser identificados através da raspagem e do cheiro, escolhendo a descrição que determina o odor em uma lista de opções (BORSETTO et al., 2020).
Ambos os métodos visam à padronização e à capacidade de quantificação da função olfativa de forma objetiva. Sugere-se que, além dos testes padronizados, sejam realizadas autoavaliações, pois as mesmas desempenham o papel importantíssimo na identificação da disfunção olfativa. Pacientes que relatam suas próprias experiências da perda do olfato por meio de questionários e escalas de avaliação. Em alguns casos, a autoavaliação torna-se uma ferramenta essencial na detecção da DO, pois em alguns contextos o acesso é limitado aos testes padronizados. Todavia, é preciso observar que a autoavaliação é subjetiva e pode ser influenciada por fatores psicológicos, indicando assim a necessidade de abordagens complementares aos testes objetivos (RITTER, 2024).
No que tange à terapêutica, inúmeras intervenções vêm sendo exploradas para tratamento da anosmia pós-Covid-19. A mais promissora é o treinamento olfativo, que pode ser associado à terapia farmacológica, baseada em corticosteroides, cujo objetivo é reduzir a inflamação promovendo a recuperação olfativa. Contudo, salienta-se que tais opções ainda requerem mais investigações, para poder ser traçado protocolos de tratamento mais eficientes (BOSCOLO-RIZZO et al., 2021).
Os tratamentos tradicionais para a DO pós-viral, visão o componente inflamatório ou o condutor presuntivo, portanto, são utilizados corticosteroides administrados por via tópica ou sistêmica. Com a compreensão emergente das vias centrais da disfunção olfativa pós viral e, em particular, da parosmia, a atenção voltou-se para neuromoduladores e agentes que podem influenciar positivamente a regeneração neural. Algumas evidências mostram-se promissoras para os agentes, como vitamina A e injeções de plasma rico em plaquetas na mucosa olfatória.
A gabapentina mostra apenas a primeira indicação de eficácia, mas representa uma abordagem significativa na neuromodulação sistêmica. Quando combinada com a reorganização das vias olfativas afetadas através do treinamento olfativo, fica claro que os avanços futuros no tratamento de distúrbios olfativos se concentrarão nas vias neurais periféricas e centrais, em vez de focarem exclusivamente na inflamação ao nível mucoso (LIU et al., 2023).
É imperativo afirmar que os medicamentos tendem a afetar mais o paladar do que o olfato, sendo assim, as alterações experimentadas tendem a durar até a continuidade do medicamento, sendo os sentidos restituídos como a suspensão do mesmo. Pacientes tendem a reportar a perda progressiva e gradual da olfação, flutuante, decorrente de infecções agudas e exposição aos alérgenos. Antibióticos, anti-histamínicos, antimicóticos, agentes antialérgicos, imunossupressores, medicamentos neurológicos e psiquiátricos tendem a modificar a composição do muco, além de afetar comportamentos alimentares e reduzir a percepção olfativa (PAZ, 2023).
Em relação ao prognóstico de recuperação de anosmia posso COVID-19, pode-se dizer que o mesmo é positivo, contudo, a velocidade e a completude serão variáveis. Fatores vinculados à gravidade inicial da perda olfativa, bem como a idade do paciente e a presença de comorbidades, podem diferenciar a recuperação de cada paciente. Estudos e pesquisas demonstram que os pacientes mais jovens tendem a recuperar a sua função olfativa de forma mais rápida do que pacientes mais velhos. Tem se demonstrado que também intervenções precoces através do treinamento olfativo tendem a melhorar nos resultados (BOSCOLO-RIZZO et al., 2021).
Em casos de recuperação incompleta ou/e tardia após infecção por SARS-Cov-2, necessitam de critérios diagnósticos mais abrangentes e específicos. Desta forma, pacientes que não se recuperam completamente dentro de algumas semanas ou meses após a infecção inicial, devem ser diagnosticados com disfunção olfativa persistente. Não há um tempo exato para considerar a recuperação tardia, porém a mesma é definida como ausência da recuperação total num período de 6 meses após a infecção. Critérios adicionais devem incluir a presença contínua de hiposmia ou parosmia, que podem ser avaliadas através dos testes de acompanhamento periódicos e de questionários de qualidade de vida. É necessária a confirmação objetiva da recuperação incompleta para que se possa planejar intervenções terapêuticas mais precisas e eficazes (RITTER, 2024).
Nesse contexto, a ausência ou diminuição do olfato surgiram como sinais importantes e frequentes da COVID-19, impactando profundamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados. A falta de percepção olfativa pode causar dificuldades alimentares, ameaças à segurança, além de efeitos emocionais e psicológicos significativos. Investigar os processos relacionados a essa perda de sentido e desenvolver abordagens terapêuticas eficazes são áreas-chave de pesquisa em andamento. À medida que a crise sanitária continua a evoluir, é essencial focar nos efeitos da anosmia e da hiposmia na vida dos pacientes, para garantir um cuidado completo e melhorar os resultados de saúde a longo prazo (DIAS et al., 2024).
CONCLUSÃO
Cerca de 2 a cada 3 das pessoas infectadas pela Covid-19 foram afetadas por distúrbios olfativos, muitas vezes até em casos leves. Nesses casos, a infecção pelo SARS-Cov-2, na mucosa nasal, destroi as células olfativas. O vírus se liga à mucosa olfatória (epitélio olfatório) e as danifica.
A pandemia de COVID-19 trouxe a disfunção olfativa e gustativa à atenção geral de médicos e pacientes.
Distúrbios que eram comuns e presentes na população em geral mesmo antes da pandemia. Tudo mudou drasticamente no início de 2020 com a COVID-19, pois a disfunção do olfato e do paladar foi identificada entre os sintomas mais comuns da doença, mesmo na ausência de outros sintomas e com frequências relatadas variando muito.
A alta taxa de disfunção do olfato depois da infecção por SARS-CoV-2 criou uma chance não percebida para explorar o mecanismo fisiopatológico por trás da perda do olfato pós viral, resultando em progressos significativos na área, os quais poderiam levar a novas alternativas de tratamento. Contudo, o processo subjacente e as terapias para distúrbios qualitativos do olfato continuam não esclarecidos, mas o elevado impacto das doenças após a pandemia faz deste um ponto essencial para pesquisas futuras.
Os efeitos e consequências dos sintomas conhecidos da Covid-19, como perda ou redução do olfato (anosmia ou hiposmia), são objeto de pesquisas cada vez mais aprofundadas.
REFERÊNCIAS
ALKANAT HÖ, ARSLAN S. Experiências de perda de olfato a longo prazo após COVID-19: um estudo qualitativo. Saúde Esperar. Abril de 2024; 27(2):e14018. DOI: 10.1111/hex.14018. PMID: 38494992; PMCID: PMC10945215.
BAGHERI SHR, ASGHARI AM, FARHADI M, SHAMSHIRI AR, KABIR A, KAMRAVA SK, et al. Coincidência de epidemia de COVID-19 e surto de disfunção olfativa. medRxiv. 2020, http://dx.doi.org/10.1101/2020.03.23.20041889.
BAIG AM, KHALEEQ A, ALI U, SYEDA H. Evidências do vírus COVID-19 tendo como alvo o SNC: distribuição tecidual, interação hospedeiro-vírus e mecanismos neurotrópicos propostos. ACS Chem Neurosci. 2020; 11:995-8.
BOSCOLO-RIZZO P, HUMMEL T, HOPKINS C, et al Alta prevalência de disfunção olfativa, gustativa e quimestesista de longo prazo em pacientes pós-COVID-19: um estudo de caso-controle pareado com acompanhamento de um ano usando uma avaliação psicofísica abrangente. Rinologia. 2021; 59:517‐527.
BOSCOLO‐RIZZO P, TOFANELLI M, ZANELLI E, GARDENAL N, TIRELLI G. Disfunção olfativa e gustativa quantitativa e qualitativa relacionada ao COVID-19: prevalência a longo prazo e taxa de recuperação. ORL. 2023; 85:67‐71. [DOI]
BORSETTO D, HOPKINS C, PHILIPS V, et al. Alteração auto-relatada do olfato ou paladar em pacientes com COVID-19: uma revisão sistemática e meta-análise em 3563 pacientes. Rinologia. 2020; 58(5):430‐436. 10.4193 / Rhin20.185 [DOI]
BRASIL. Estatísticas coronavírus. Disponível em: https://covid.saude.gov.br/. Acesso em janeiro de 2025.
BURGES WATSON DL, CAMPBELL M, HOPKINS C, SMITH B, KELLY C, DEARY V. Olfato e paladar alterados: anosmia, parosmia e o impacto da Covid-19 longa. PLoS Um. 2021; 16:e0256998.
DIAS, M.; SHAIDA, Z.; HALOOB, N.; HOPKINS, C. Taxas de recuperação e disfunção olfativa de longo prazo após infecção por COVID-19. Mundo J Otorrinolaringol Cabeça Pescoço Surg. 2024 19 de março; 10(2):121-128. DOI: 10.1002/WJO2.163. PMID: 38855291; PMCID: PMC11156684.
ELIEZER M, HAUTEFORT C, HAMEL A-L, VERILLAUD B, HERMAN P, HOUDART E, et al. Perda súbita e completa da função olfativa como um possível sintoma da COVID-19. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg. 2020; 146:674-5.
FINLAY JB, BRANN DH, ABI HACHEM R, et al. A perda persistente do olfato pós-COVID-19 está associada à infiltração de células imunes e à expressão gênica alterada no epitélio olfatório. Sci Transl Med. 2022; 14:eadd0484.
FLAXMAN, S. et al. Estimando os efeitos das intervenções não farmacêuticas sobre COVID-19 na Europa. Natureza, 8 jun. 2020. v. 7820, pág. 257–261.
GIACOMELLI, L. PEZZATI, F. CONTI, D. BERNACCHIA, M. SIANO, L. ORENI, et al. Distúrbios olfativos e gustativos auto relatados em pacientes com SARS-CoV-2: um estudo transversal. Clin infecta. 28 de julho de 2020; 71(15):889-890. DOI: 10.1093/CID/CIAA330.
JAFARI A, HOLBROOK EH. Terapias para disfunção olfativa – uma atualização. Rep. de asma de alergia Curr 2022; 22:21‐28. [DOI]
JOFFILY, L.; UNGIEROWICZ, A.; DAVID, AG.; MELO, B.; BRITO, CLT.; MELLO, L.; SANTOS, PSC.; PEZATO, R. A estreita relação entre perda súbita de olfato e COVID-19. Brazilian Journal Otorhinolaryngol. 86 (5); Sep-Oct 2020. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2020.05.002.
LAWLER, D.; CORTES, I. Covid continua mortal cinco anos após o surgimento. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2025/01/covid-continua-mortal-cinco-anos-apos-o-surgimento.shtml
LEE, Y.; MIN, P.; LEE, S.; KIM, SW. prevalência e duração da perda aguda de olfato ou paladar em pacientes com COVID-19. J Korean Med Sci. 2020; 35(18):e174. 10.3346/jkms.2020.35.e174.https://jkms.org/DOIx.php?id=10.3346/jkms.2020.35.e174
LEOPOLD, D. Distorção da percepção olfativa: diagnóstico e tratamento. Sentidos químicos. 2002; 27:611‐615.
LIMA, R. C. Distanciamento e isolamento social pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis (Rio de Janeiro, Brazil), v. 30, n. 2, 2020.
LIU, ZY.; VAIRA, LA.; BOSCOLO-RIZZO, P.; WALKER, A.; HOPKINS, C. Perda olfatória pós-viral e parosmia. BMJMED. 2023; DOI: 2:e000382. doi:10.1136/bmjmed-2022-000382.
MELLER, A. E. et al. COVID-19-assoziierte Anosmie. Vestnik Hals-Nasen-Ohrenheilkunde, v. 88, Nr. 3, S. 63, 2023.
MELO GD, LAZARINI F, LEVALLOIS S, et al. A anosmia relacionada ao COVID-19 está associada à persistência viral e inflamação no epitélio olfatório humano e infecção cerebral em hamsters. 2021; 13:EABF8396.
MENG B, ABDULLAHI A, FERREIRA IATM, et al., Colaboração CITIID-NIHR BioResource COVID-19, Consórcio Genótipo para Fenótipo Japão (G2P-Japão), Consórcio Equador-COVID19. O uso alterado de TMPRSS2 pelo SARS-CoV-2 Omicron afeta a infectividade e a fusogenicidade. Natureza2022; 603:706-14. DOI:10.1038/s41586-022-04474-x PMID:35104837
MENZEL S, HAEHNER A, WOOSCH D, et al. Parosmia como preditor de uma melhor função olfativa no COVID-19: um estudo longitudinal multicêntrico para infecções do trato respiratório superior. Eur Arch Otrhinolaringol. 2023; 280:2331‐2340. [DOI]
NISHIOKA, AS. A perda de olfato na COVID-19 já tem explicação – pelos menos em parte. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/335.
PAZ, ILB. Aspectos clínicos e moleculares associados aos sintomas de anosmia e ageusia em pacientes com Covid-19. Dissertação (mestrado)– Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Genética, 2023.
POTTER MR, CHEN JH, LOBBAN N-S, DOTY RL. Disfunção olfativa de infecções respiratórias superiores agudas: relação com a estação de início. Int Forum Allergy Rhinol. 2020; 10:706-12.
RITTER, M. Recuperação incompleta e tardia da perda súbita do olfato na COVID-19. Research, Society and Development, v. 13, n. 9, e4513946710, 2024.
SANIASIAYA J, ISLAM MA, ABDULLAH B, et al. Prevalência de disfunção olfativa na doença do Coronavírus 2019 (COVID-19): uma meta-análise de 27.492 pacientes. Laringoscópio 2021; 131:865–78.DOI:10.1002/lary.29286
SCHAMBECK SE, MATEYKA LM, BURRELL T, et al. Acompanhamento de dois anos sobre disfunção quimiossensorial e resposta imune adaptativa após infecção por SARS-CoV-2 em uma coorte de 44 profissionais de saúde. Vida. 2022; 12:1556. [DOI]
SUZUKI M, SAITO K, MIN W-P, VLADAU C, TOIDA K, ITOH H, et al. Identification of viruses in patients with postviral olfactory dysfunction. Laryngoscope. 2007; 117:272-7.
TAN, BK.; HAN, R.; ZHAO, JJ.; TAN, NKW. et al. Prognóstico e persistência da disfunção olfativa e paladar em pacientes com covid-19: meta-análise com modelagem paramétrica de cura das curvas de recuperação BMJ 2022; 378 doi: https://doi.org/10.1136/bmj-2021-069503
VAIRA LA, SALZANO G, DEIANA G, et al. Anosmia e Ageusia: achados comuns em pacientes com COVID-19. Laringoscópio 2020; 130:1787. 10.1002 / lary.28692 [DOI]
VAIRA LA, LECHIEN JR, DEIANA G, et al. Prevalência de disfunção olfativa nas ondas D614G, alfa, delta e omicron: um estudo psicofísico de caso-controle. Rinologia 2023; DOI:10.4193/Rhin22.294
VIHTA K-D, POUWELS KB, PETO TEA, et al. Alterações associadas à Ômicron nos sintomas de SARS-CoV-2 no Reino Unido. medRxiv: o servidor de preprints para ciências da saúde. 2022:2022.01.18.22269082 doi:10.1101/2022.01.18.22269082.
ZAZHYTSKA M, KODRA A, HOAGLAND DA, et al. Interrupção não autônoma da célula da arquitetura nuclear como uma causa potencial de anosmia induzida por COVID-19. Célula. 2022; 185:1052‐1064.e12.
WU D, WANG VY, CHEN YH, et al. A prevalência de disfunção olfativa e gustativa no COVID-19 – uma revisão sistemática. Auris Nasus Laringe. 2021; 63(1):3‐11. 10.1016/j.anl.2021.07.007 [DOI].