REABILITAÇÃO ORAL METALOCERÂMICA SUPERIOR WHOLE MOUTH: RELATO DE CASO

WHOLE MOUTH UPPER METAL-CERAMIC ORAL REHABILITATION: CASE REPORT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12548085


Raimunda Moraes dos Santos
Elisângela Rodrigues Araújo
Hadoniram Barbosa Litaiff
Alberto Tadeu do Nascimento Borges
Lizete Karla Filgueiras de Souza
Zobélia Maria de Souza Lopes
Luã Lopes Borges


RESUMO

A reabilitação oral com próteses metalocerâmicas para o arco superior é uma prática consolidada na odontologia moderna, visando restaurar função e estética. O objetivo desse estudo é realizar a reabilitação oral completa da arcada superior de A.C.A., 68 anos, leucoderma, cadeirante e hipertenso, encaminhado com tratamentos endodônticos nos incisivos centrais. O paciente apresentava insatisfação estética, dificuldades alimentares e higiene bucal insatisfatória, com múltiplas ausências dentárias, restaurações insatisfatórias e mobilidade dentária. O plano de tratamento envolveu tartarectomia, exodontia do elemento 18, tratamento do canal do elemento 27, instalação de próteses dentárias provisórias fixas na arcada superior (14 elementos) e uma prótese parcial removível provisória na arcada inferior. Utilizaram-se abordagens clínicas e radiográficas detalhadas para o diagnóstico e planejamento da reabilitação oral com próteses metalocerâmicas. Conclui-se que as próteses metalocerâmicas oferecem uma solução eficaz e duradoura para a reabilitação completa da arcada superior, restaurando não apenas a função mastigatória, mas também melhorando significativamente a estética dentária. A integração de materiais resilientes, como ligas metálicas de alta biocompatibilidade e cerâmicas avançadas, permite a fabricação de restaurações que resistem às exigências mastigatórias e proporcionam uma estética natural. Destaca-se a importância do planejamento detalhado, da seleção criteriosa dos materiais e da colaboração interdisciplinar para alcançar resultados satisfatórios e sustentáveis a longo prazo na prática clínica.

Palavras-chave: próteses dentárias, reabilitação oral, metalocerâmica, estética.

ABSTRACT

Oral rehabilitation with metal-ceramic prostheses for the upper arch is a well-established practice in modern dentistry, aiming to restore function and aesthetics. The objective of this study is to perform complete oral rehabilitation of the upper arch of a 68-year-old Leukoderma, wheelchair user and hypertensive, referred with endodontic treatments in the central incisors. The patient had aesthetic dissatisfaction, feeding difficulties and unsatisfactory oral hygiene, with multiple tooth absences, unsatisfactory restorations and tooth mobility. The treatment plan involved tartarectomy, extraction of element 18, treatment of the canal of element 27, installation of fixed temporary dental prostheses in the upper arch (14 elements) and a temporary removable partial denture in the lower arch. Detailed clinical and radiographic approaches were used for the diagnosis and planning of oral rehabilitation with metal-ceramic prostheses. It is concluded that metal-ceramic prostheses offer an effective and long-lasting solution for the complete rehabilitation of the upper arch, restoring not only masticatory function, but also significantly improving dental aesthetics. The integration of resilient materials, such as highly biocompatible metal alloys and advanced ceramics, allows the manufacture of restorations that resist masticatory demands and provide a natural aesthetic. The importance of detailed planning, careful selection of materials, and interdisciplinary collaboration to achieve satisfactory and sustainable long-term results in clinical practice is highlighted.

Keywords: dental prostheses, oral rehabilitation, metal-ceramics, aesthetics.

1 INTRODUÇÃO

A reabilitação oral é um campo crucial da Odontologia que visa restaurar a função, a estética e a saúde oral dos pacientes. Com o avanço das técnicas e materiais odontológicos, a preocupação com a estética tornou-se tão importante quanto a funcionalidade. Pacientes buscam não apenas recuperar a capacidade mastigatória, mas também melhorar a aparência de seus sorrisos, o que tem um impacto significativo na autoestima e qualidade de vida. Dessa forma, a reabilitação oral combina ciência e arte, proporcionando resultados que atendem às expectativas funcionais e estéticas (1,2).

Entre as diferentes metodologias existentes, a utilização de próteses metalocerâmicas para reabilitação oral tem se destacado por sua longevidade, resiliência e resultados estéticos excepcionais. A busca por restaurações estéticas com resultados mais harmônicos e semelhantes à dentição natural está cada vez mais evidente, e a adequação dos materiais e das técnicas são cruciais para atender à exigência estética dos pacientes. O conceito do procedimento de “Whole Mouth” (boca inteira) se torna especialmente significativo nos casos em que uma abordagem holística é necessária para abordar questões que abrangem toda a arcada dentária superior, oferecendo uma solução completa e eficiente para indivíduos que enfrentam inúmeras complicações dentárias ou danos extensos (3,4).

As próteses metalocerâmicas combinam a resistência do metal com a aparência natural da cerâmica. Essa combinação oferece uma excelente durabilidade e uma aparência estética que imita de perto os dentes naturais. As coroas e pontes metalocerâmicas são preferidas em muitos casos devido à sua capacidade de suportar forças de mastigação significativas, além de oferecer um ajuste preciso e uma estética superior em comparação com outros materiais protéticos. As cerâmicas odontológicas surgiram para responder à demanda por resultados mais estéticos, sendo um fator primordial para obter sucesso nas reabilitações protéticas e alcançar longevidade (5,6).

O planejamento de uma reabilitação oral completa exige uma avaliação detalhada das condições orais do paciente, incluindo a saúde periodontal, a estrutura óssea e a presença de dentes remanescentes. O diagnóstico preciso e o planejamento meticuloso são fundamentais para o sucesso do tratamento. A abordagem “Whole Mouth” requer uma visão abrangente e integrada, considerando todos os aspectos da saúde bucal do paciente para garantir um resultado funcional e estético duradouro. O preparo para restaurações metalocerâmicas é de fundamental importância, necessitando de conhecimento dos princípios mecânicos e biológicos, formas e características da infraestrutura da prótese em harmonia com os tecidos moles (7,8).

Um dos principais desafios na reabilitação oral com próteses metalocerâmicas é a integração dos materiais com os tecidos orais. A biocompatibilidade dos materiais utilizados é crucial para evitar reações adversas e garantir a longevidade das próteses. Além disso, técnicas avançadas de moldagem e cimentação são empregadas para assegurar que as próteses se ajustem perfeitamente, proporcionando conforto e funcionalidade ao paciente. As propriedades físicas e biológicas das cerâmicas permitem grande estabilidade no ambiente oral, prevenindo fraturas e promovendo saúde bucal. As taxas de sobrevivência das próteses parciais fixas metalocerâmicas são relatadas como sendo altas a longo prazo, com 94,4% em cinco anos e 92% em dez anos, reforçando a importância de um correto planejamento e manutenção para garantir um prognóstico satisfatório (9,10).

O processo de reabilitação oral é frequentemente multidisciplinar, envolvendo periodontistas, endodontistas, protéticos e cirurgiões. A colaboração entre esses profissionais garante que todas as necessidades do paciente sejam atendidas de maneira holística. Por exemplo, tratamentos periodontais podem ser necessários para preparar o leito ósseo e gengival antes da colocação das próteses, enquanto a endodontia pode tratar infecções e outras condições dentárias que poderiam comprometer o sucesso do tratamento. As próteses parciais fixas metalocerâmicas têm sido um substituto para a falta de elementos dentários há muitos anos e são uma opção restauradora para dentes vitais ou tratados endodonticamente devido à sua alta resistência à fratura, longevidade e versatilidade (11,12).

A reabilitação oral “Whole Mouth” com restaurações de metal-cerâmica traz implicações significativas para o bem-estar holístico do indivíduo. Problemas orais negligenciados podem resultar em ramificações sistêmicas, como doenças cardiovasculares, diabetes e várias doenças persistentes. Portanto, além das melhorias na aparência e na funcionalidade, a reabilitação bucal total pode desempenhar um papel fundamental na melhoria da saúde geral do paciente, evitando possíveis problemas graves de saúde no futuro. Estudos mostram que melhorias nas ligas metálicas, como as de Ni-Cr, as deixaram mais resistentes à corrosão e adequadas para uso em próteses dentárias (13–15).

O acompanhamento pós-tratamento é fundamental para a eficácia duradoura da reabilitação oral. É crucial realizar uma manutenção adequada da prótese dentária, como consultas odontológicas consistentes para as modificações necessárias e limpeza especializada, a fim de garantir a durabilidade e a eficácia das próteses. Educar os pacientes sobre práticas de higiene bucal e promover hábitos saudáveis também influencia significativamente na manutenção dos resultados alcançados (16,17).

 O objetivo geral deste trabalho é realizar uma reabilitação oral completa da arcada dentária superior utilizando próteses metalocerâmicas, com o intuito de restaurar a função mastigatória, melhorar a estética oral e garantir a saúde bucal do paciente.

2 RELATO DE CASO

Paciente A.C.A., 68 anos, gênero masculino, leucoderma, cadeirante e hipertenso, compareceu à Clínica de Especialização em Prótese da Faculdade DO Amazonas – IAES, com um receituário de seu endodontista. O documento descrevia que foram realizados tratamentos de canais dos incisivos centrais dos elementos 11, 12, 21 e 22, e o encaminhava ao protesista para fazer núcleo e coroas dos mesmos elementos. O paciente queixava-se de insatisfação estética de seu sorriso e dificuldade de comer alimentos pastosos (Figura 1).

Na anamnese, não foram relatadas alterações sistêmicas. No exame clínico intrabucal, observou-se higiene bucal insatisfatória, diastema nos incisivos centrais (Figura 1) e ausência dos elementos 14, 15, 16, 24, 25, 26, 36, 37, 44, 45, 46, 47 e 48. Quatro restaurações em resina composta na face palatina dos elementos 11, 12, 21 e 22 estavam insatisfatórias (Figura 2). No teste de sensibilidade à percussão horizontal e vertical, constatou-se mobilidade grau três (Figura 1). Foram observadas cinco restaurações insatisfatórias nas faces vestibulares dos elementos 13, 23, 41, 42 e 43 (Figura 1) e abfrações nos elementos 11, 12, 21, 22 e 44 devido a traumas oclusais pela ausência de dentes.

No exame radiográfico, verificou-se a presença de restaurações classe V na vestibular dos elementos 13, 23, 31, 32, 33, 41 e 44, e tratamento endodôntico satisfatório nos incisivos centrais e laterais 11, 12, 21 e 22. Havia extrusão dos caninos 23, molares 17, 27 e 38, e recessão gengival na arcada inferior (Figura 3).

Mediante o exame clínico intrabucal e radiográfico, o diagnóstico e plano de tratamento proposto foi uma reabilitação oral com metalocerâmicas na arcada superior. O plano incluía a realização de tartarectomia nas duas arcadas, exodontia do elemento 18, tratamento de canal do elemento 27, instalação de dentes provisórios fixos na arcada superior com quatorze elementos, e uma prótese provisória parcial removível inferior. Além disso, seriam feitos cinco núcleos fundidos em metal para os elementos 11, 12, 21, 22 e 27, uma prótese fixa de quatorze elementos em metalocerâmicas, uma prótese parcial removível inferior, e restaurações classe V dos elementos 31, 32, 33, 41, 42, 43, 44 e 45 para proporcionar uma estética favorável. O paciente assinou o Termo de Conhecimento e Autorização de Imagem (Apêndice 1).

A sequência de tratamento começou com a adequação do meio bucal, incluindo tartarectomia e exodontia. Em seguida, foram realizados modelos de estudos para a confecção dos provisórios e desobturação e moldagem dos núcleos 11, 12, 21, 22 e 27. Após a cimentação dos núcleos (Figura 4), foram preparados os elementos 18, 13, 12, 11, 21, 22, 23 e 27 (Figura 5). Foram instalados quatorze elementos provisórios unidos, cimentados com fosfato de zinco LS da Vigodent. A manipulação foi realizada com espátula nº 24, utilizando quatro medidas de pó e quatro gotas de líquido, por 90 segundos (Figuras 6 e 7). O cimento foi inserido nas coroas provisórias com o auxílio da espátula nº 01, e as coroas foram pressionadas por 5 minutos para garantir a fixação. Em seguida, foi realizado o ajuste oclusal. Após uma semana, o paciente retornou para retirada dos provisórios e realização da moldagem de trabalho.

          Em seguida, foi realizado o ajuste oclusal, incluindo a remoção de excessos de dentina, checagem da oclusão e uso de papel carbono oclusal. Após uma semana, o paciente retornou para a retirada dos provisórios e a realização da moldagem de trabalho. Os preparos foram limpos, retirando qualquer resíduo de cimento. A anestesia local foi administrada com Lidocaína 2% com vasoconstritor, realizando o bloqueio do nervo alveolar superior posterior e infiltrações. Utilizou-se fio retrator #000 e #00 (Ultrapak), embebido no líquido hemostático ViscoStat (Ultradent), com auxílio da espátula suprafio (Golgran®) (Figura 8).

          A seleção da moldeira P02 (Giachetti) foi seguida pela escolha do material para moldagem, utilizando silicone de adição (3M) (Figura 9 e 10). A moldagem foi feita em dois passos: pesado e leve. Para a base pesada, utilizou-se duas medidas de base e dois catalisadores, manipulados até formar uma mistura homogênea, que foi inserida na moldeira e levada à boca, realizando movimentos de lateralidade para criar espaço para o material leve. Após o tempo de presa, a moldagem pesada foi retirada, e o silicone de adição leve foi preparado com o auxílio de uma pistola dispensadora (DFL®) (Figura 11). O material leve foi dispersado sobre os elementos preparados e levado à cavidade bucal para a segunda pressão. A moldagem de trabalho obtida foi então enviada ao laboratório para a confecção das estruturas metálicas.

          Os provisórios foram reinstalados até a próxima etapa do tratamento. Na prova da armação metálica, os provisórios foram retirados com saca prótese (Ice®), e os preparos foram limpos com escova de robson (American Burss®) e pedra-pomes (SS White®). Após a higienização da estrutura metálica com álcool 70%, esta foi posicionada na cavidade bucal para a prova. Realizou-se a selagem de bordo para garantir a adequada adaptação. Em seguida, foi feito o registro de mordida com a armação metálica em posição, utilizando a base (pesada) do silicone de adição para assegurar a correta relação oclusal (Figuras 12, 13, 14 e 15).

          A seleção da cor da porcelana foi realizada utilizando Vitta Classic na cor B1 (Figura 16). Para a moldagem de transferência, foi utilizado Alginato Hydrogum Tipo I (Zhermack). No preparo, aplicou-se vaselina e, em seguida, utilizou-se duralay (Reliance) pó e líquido. Com auxílio de parafusos pequenos, o material foi manipulado até atingir o ponto de presa adequado. Posteriormente, o gesso tipo IV (GC) foi vertido sobre a moldagem, que foi enviada ao laboratório para a confecção da porcelana (Figura 17).

          Após a reinstalação dos provisórios para continuidade do tratamento, realizou-se a prova da cerâmica (Figura 18). Durante esta etapa, os provisórios foram removidos utilizando um saca prótese (Ice), seguido de uma minuciosa limpeza dos preparos com escova de Robson (American Burss) e pedra-pomes (SS White), garantindo a remoção completa de resíduos e mantendo a integridade dos dentes preparados.

Em seguida, procedeu-se à inserção da fixa na cavidade bucal para ajustes oclusais e verificação da cor. Sendo esse processp essencial para assegurar que a restauração cerâmica se integre harmoniosamente à oclusão do paciente e atenda às expectativas estéticas. Após a checagem cuidadosa da oclusão e da cor, a fixa foi então encaminhada de volta ao laboratório para o acabamento final e glazeamento, etapas cruciais para garantir tanto a estética quanto a funcionalidade da restauração (Figura 19).

          Após o retorno da peça do laboratório, esta foi jateada com óxido de alumínio de granulação 80, seguido de uma meticulosa higienização. Para preparar a peça para a cimentação definitiva, foi administrada anestesia local com lidocaína 2% com vasoconstritor (DFL®), permitindo a inserção dos fios retratores #000 e #00 para um adequado afastamento gengival. O processo de cimentação iniciou-se com a aplicação de ácido fosfórico 37% (Ultrapak), seguido por uma lavagem de 30 segundos para condicionar a superfície dental. Em seguida, aplicou-se adesivo universal (3M), que foi fotopolimerizado por 40 segundos para garantir uma adesão eficaz (Figura 20).

O cimento resinoso Dual RelyxTM U200 (3M®) foi então manipulado com uma espátula de plástico (Maquira®) e cuidadosamente inserido na fixa. A peça foi então posicionada na cavidade bucal e pressionada por 5 minutos para permitir o escoamento do excesso de cimento e garantir uma cimentação adequada e durável (Figura 21).

          Após aguardar o tempo de presa final, que varia entre 5 a 15 minutos, procedeu-se à remoção dos fios retratores e à limpeza cuidadosa dos excessos de cimento nas bordas dos elementos dentários preparados. Em seguida, foi realizado o ajuste oclusal para verificar e corrigir possíveis interferências na mordida do paciente, garantindo conforto e função adequados da restauração. A finalização incluiu a avaliação minuciosa de todos os aspectos estéticos e funcionais, assegurando que todas as etapas do procedimento foram concluídas com sucesso.

A satisfação do paciente foi avaliada de maneira positiva, destacando-se a melhora significativa na estética do sorriso e na capacidade funcional da dentição restaurada. O aspecto final da restauração demonstrou harmonia com os dentes naturais restantes, proporcionando um resultado estético e funcional satisfatório (Figuras 22, 23, 24, 25 e 26).

Para ilustrar a evolução do caso, foi realizado um comparativo entre as imagens iniciais e finais, evidenciando as melhorias alcançadas após o tratamento odontológico. O processo não apenas satisfaz as expectativas estéticas do paciente, mas também promove uma melhor qualidade de vida e autoconfiança (Figura 27 e 28).

3 DISCUSSÃO

Este estudo teve como objetivo reabilitar a arcada dentária superior de um paciente utilizando próteses metalocerâmicas. O procedimento foi realizado com sucesso, restaurando a função mastigatória e a estética oral do paciente. A combinação de metais com cerâmica demonstrou ser uma solução eficiente para garantir durabilidade e um aspecto natural dos dentes.

Os resultados sugerem que as próteses metalocerâmicas são altamente eficazes na reabilitação oral, conforme corroborado por estudos anteriores que destacam a durabilidade e a resistência desse tipo de prótese (18). No entanto, a nossa abordagem se destaca pelo uso da técnica “Whole Mouth” para tratar uma arcada dentária inteira, o que proporciona uma solução abrangente e uniforme para o paciente (19). A técnica permite uma harmonização estética e funcional superior, em linha com a literatura que enfatiza a importância da estética em Odontologia moderna (20,21).

Teoricamente, nossos achados reforçam a eficácia das próteses metalocerâmicas não apenas em termos de funcionalidade, mas também em aspectos estéticos, uma preocupação crescente na Odontologia atual (19). Praticamente, os resultados indicam que a técnica “Whole Mouth” pode ser uma abordagem viável para pacientes que necessitam de reabilitação total da arcada dentária superior, oferecendo uma solução que combina resistência e estética de forma equilibrada (14,18).

As forças deste estudo incluem um planejamento cuidadoso e uma execução meticulosa do procedimento, utilizando materiais de alta qualidade e técnicas avançadas. No entanto, uma limitação importante é a falta de um seguimento a longo prazo, que seria necessário para avaliar a durabilidade das próteses e a satisfação do paciente ao longo do tempo. Além disso, a abordagem utilizada pode ser mais custosa e demandar mais tempo, o que pode limitar sua aplicabilidade em todos os contextos clínicos.

Comparando nossos resultados com a literatura existente, observamos que as próteses metalocerâmicas mantêm sua reputação de alta durabilidade e resistência (13,16). Estudos anteriores relataram taxas de sobrevivência de próteses metalocerâmicas de 94,4% em cinco anos e 92% em dez anos (10,13,15). Nossa experiência clínica confirma essas taxas de sucesso, mas ressalta a importância da técnica de “Whole Mouth” para alcançar resultados estéticos superiores.

Os resultados deste estudo têm implicações significativas para a prática clínica. A abordagem de reabilitação “Whole Mouth” com próteses metalocerâmicas oferece uma solução robusta para pacientes com necessidade de reabilitação completa, proporcionando uma estética natural e uma funcionalidade duradoura (8). O uso de materiais biocompatíveis e técnicas avançadas de cimentação garante uma integração harmoniosa com os tecidos orais, minimizando reações adversas e aumentando a longevidade das próteses (21).

Pesquisas futuras devem focar em estudos de longo prazo para avaliar a durabilidade e a estabilidade das próteses metalocerâmicas em uma abordagem “Whole Mouth”. Além disso, seria benéfico explorar variações na técnica de reabilitação e comparar diferentes materiais protéticos para determinar a melhor combinação de resistência e estética. Estudos adicionais também devem investigar o impacto psicológico da reabilitação oral total na autoestima e na qualidade de vida dos pacientes.

O presente estudo destaca a eficácia das próteses metalocerâmicas na reabilitação da arcada dentária superior, combinando funcionalidade e estética. A técnica “Whole Mouth” se mostra uma abordagem promissora para tratar casos complexos de reabilitação oral, proporcionando resultados duradouros e satisfatórios para os pacientes. A manutenção adequada e o seguimento contínuo são cruciais para garantir o sucesso a longo prazo dessas reabilitações, influenciando positivamente na saúde geral e na qualidade de vida dos pacientes.

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que a reabilitação oral completa da arcada dentária superior com próteses metalocerâmicas é uma abordagem eficaz para restaurar a função mastigatória, melhorar a estética e garantir a saúde bucal do paciente. A combinação de resistência e durabilidade do metal com a aparência natural da cerâmica proporciona resultados satisfatórios e duradouros. Além disso, a técnica “Whole Mouth” permite uma avaliação holística e personalizada das necessidades do paciente, assegurando uma solução completa e eficiente para complicações dentárias extensas.

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1 Especialista em Prótese Dentária
Instituição de formação: Faculdade do Amazonas – IAES
Endereço: Manaus – Amazonas, Brasil
E-mail: raimunda@hotmail.com

2 Especialista em Prótese Dentária
Instituição de formação: Faculdade do Amazonas – IAES
Endereço: Manaus – Amazonas, Brasil
E-mail: marivonebs@hotmail.com

3 Especialista em Prótese Dental
Instituição de formação: Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro
Endereço: Cidade Universitária, Rio de Janeiro – RJ
E-mail: barbosa.litaiff@hotmail.com

4 Doutor em Ciências Odontológicas
Instituição de formação: Universidade de São Paulo (USP)
Endereço: Ribeirão Preto – São Paulo, Brasil
E-mail: atadeuborges@gmail.com

5 Doutora em Ciências Odontológicas
Instituição de formação: Universidade de São Paulo (USP)
Endereço: Ribeirão Preto – São Paulo, Brasil
E-mail: lizetefilgueiras@hotmail.com

6 Doutora em Ciências Odontológicas
Instituição de formação: Universidade de São Paulo (USP)
Endereço: Ribeirão Preto – São Paulo, Brasil
E-mail: zobelialopes@gmail.com

7 Mestre em Ciências Odontológicas
Instituição de formação: Universidade de São Paulo (USP)
Endereço: Ribeirão Preto – São Paulo, Brasil
E-mail: diretoria.lua.lopes@gmail.com