REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202412032152
Dabia Rafaela Costa Coelho1;
Edson Inácio Paulino Júnior1;
Eduardo de Almeida Silva 1;
Bruno Bonfim Foresti2
RESUMO
A fisioterapia tem papel fundamental no processo de reabilitação e adaptação de amputados, a mesma, ao propiciar suporte físico, emocional e educacional, aos amputados num trabalho multidisciplinar capacita os pacientes a se recuperarem fomentando a funcionalidade perdida, até que estes se adaptem às transformações físicas e emocionais, e consigam novamente viver de forma plena e ativa. Além disso, a abordagem fisioterapêutica é multifacetada e envolve várias técnicas, incluindo treinamento de marcha, exercícios de fortalecimento, terapia manuais e suporte psicológico. Essas intervenções são fundamentais para ajudar os pacientes a superarem os desafios relacionados à utilização da prótese e à recuperação da funcionalidade. Assim, o presente estudo tem como objetivo principal analisar a importância da fisioterapia na reabilitação de pacientes usuários de prótese de membros inferiores, destacando os ganhos em mobilidade, adaptação ao dispositivo protético e qualidade de vida, salientando como foco do problema quais são os impactos da fisioterapia na reabilitação de pacientes amputados de membros inferiores em termos de mobilidade, adaptação à prótese e qualidade de vida? Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo de abordagem mista (quantitativa e qualitativa), realizada em um centro de reabilitação especializado em próteses de membros inferiores no Brasil, tal abordagem mista permitiu uma análise mais abrangente, combinando dados numéricos com percepções subjetivas dos participantes. Assim, o acompanhamento fisioterápico contínuo e personalizado fundamentado por medições e pesquisa de campo reiterou os benefícios profícuos para a adaptação com a prótese nos membros inferiores ao se considerar o ajuste, o conforto e a funcionalidade, e ao se levar em consideração o treinamento de marcha e os exercícios de fortalecimento estabelecidos. A amputação transtibial e femoral tem representado não apenas uma intervenção cirúrgica, mas para, além disso, um logo tratamento de readaptação, ou seja, um marco na vida dos indivíduos afetados, que traz desafios significativos. A reabilitação se inicia no pré-operatório, avança na protetização, e continua para além destes eventos, sendo crucial para a recuperação funcional/emocional dos pacientes. Compreender as diversas etapas do tratamento e ter um plano de reabilitação abrangente são fatores essenciais, para a promoção de uma nova qualidade de vida, que é possível aos amputados fomentada nas avaliações respondidas por pacientes retratados nos diversos gráficos representativos de respostas aos questionários aplicados. Pretende-se então, que se realize um acompanhamento fisioterapêutico contínuo e personalizado na promoção de melhorias significativas na mobilidade, na autoconfiança e na qualidade de vida de pacientes amputados que utilizam próteses de membros inferiores; e por meio do tratamento, fator-chave para a adaptação bem-sucedida à prótese, facilitar o retorno às atividades cotidianas e promover maior independência funcional. A pesquisa também deverá evidenciar melhorias no bem-estar emocional dos pacientes, com uma redução nos sintomas de depressão e ansiedade ao considerar o acompanhamento psicológico necessário.
Palavras-chave: Membros Inferiores. Fisioterapia. Prótese
ABSTRACT
Physiotherapy plays a fundamental role in the rehabilitation and adaptation process of amputees. By providing physical, emotional and educational support to amputees, multidisciplinary work enables patients to recover by promoting lost functionality until they adapt to the physical and emotional transformations and are able to live fully and actively again. In addition, the physiotherapeutic approach is multifaceted and involves several techniques, including gait training, strengthening exercises, manual therapy and psychological support. These interventions are essential to help patients overcome the challenges related to the use of the prosthesis and the recovery of functionality. Thus, the main objective of this study is to analyze the importance of physiotherapy in the rehabilitation of patients using lower limb prostheses, highlighting the gains in mobility, adaptation to the prosthetic device and quality of life, emphasizing as a focus of the problem what are the impacts of physiotherapy on the rehabilitation of lower limb amputees in terms of mobility, adaptation to the prosthesis and quality of life? This study is characterized as a mixed approach (quantitative and qualitative) field research, carried out in a rehabilitation center specialized in lower limb prostheses in Brazil. This mixed approach allowed a more comprehensive analysis, combining numerical data with subjective perceptions of the participants. Thus, continuous and personalized physiotherapy monitoring based on measurements and field research reiterated the beneficial benefits of adaptation to the prosthesis in the lower limbs when considering the fit, comfort and functionality, and when taking into account the gait training and the established strengthening exercises. Transtibial and femoral amputation has represented not only a surgical intervention, but also a long readaptation treatment, that is, a milestone in the lives of affected individuals, which brings significant challenges. Rehabilitation begins in the preoperative period, progresses to the prosthesis fitting, and continues beyond these events, being crucial for the functional/emotional recovery of patients. Understanding the various stages of treatment and having a comprehensive rehabilitation plan are essential factors for promoting a new quality of life, which is possible for amputees, as demonstrated in the evaluations completed by patients portrayed in the various graphs representing responses to the questionnaires applied. The aim is therefore to carry out continuous and personalized physiotherapy monitoring to promote significant improvements in mobility, self-confidence and quality of life of amputee patients who use lower limb prostheses; and through treatment, a key factor for successful adaptation to the prosthesis, to facilitate the return to daily activities and promote greater functional independence. The research should also demonstrate improvements in the emotional well-being of patients, with a reduction in symptoms of depression and anxiety when considering the necessary psychological monitoring.
Keywords: Lower Limbs. Physiotherapy. Prosthesis
1 INTRODUÇÃO
A amputação de membros inferiores é um evento traumático que pode afetar profundamente a vida de um indivíduo, trazendo consigo uma série de desafios que vão além da perda física. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as amputações ocorrem em um contexto global crescente, afetando milhões de pessoas devido a condições como diabetes mellitus, doenças vasculares, infecções, traumas e câncer. A prevalência dessas condições, especialmente em países em desenvolvimento, resulta em uma demanda crescente por serviços de reabilitação adequados e eficientes (Ziegler-Graham et al., 2008).
As consequências de uma amputação não se limitam à perda de um membro, mas incluem impactos significativos na mobilidade, autoestima e qualidade de vida. Estudos mostram que muitos amputados enfrentam um período de adaptação emocional difícil, que pode incluir sentimentos de perda, depressão e ansiedade (Dautel et al., 2019). A experiência de adaptação ao uso de uma prótese é frequentemente marcada por desafios emocionais que podem interferir na motivação do paciente e em sua capacidade de realizar atividades diárias. O impacto psicológico dessas transições é tão significativo que pesquisas apontam uma taxa elevada de transtornos de saúde mental entre amputados, enfatizando a necessidade de intervenções que abordem não apenas a reabilitação física, mas também o suporte emocional (Bäcker et al., 2012).
Nesse cenário, a fisioterapia emerge como uma intervenção essencial para a reabilitação de pacientes amputados. A prática fisioterapêutica é projetada para facilitar a adaptação à nova condição física, promovendo a recuperação funcional e ajudando na reintegração social dos indivíduos. Segundo Houghton et al. (2011), o tratamento fisioterapêutico não apenas melhora a capacidade de locomoção, mas também desempenha um papel crucial na construção da autoconfiança e no bem-estar psicológico dos pacientes. A literatura destaca que a reabilitação bem-sucedida depende de uma abordagem integrada que envolva tanto a fisioterapia quanto o suporte psicológico, criando um ambiente de recuperação mais holístico (Domingues & Ribeiro, 2018).
Além disso, a abordagem fisioterapêutica é multifacetada e envolve várias técnicas, incluindo treinamento de marcha, exercícios de fortalecimento, terapia manuais e suporte psicológico. Essas intervenções são fundamentais para ajudar os pacientes a superarem os desafios relacionados à utilização da prótese e à recuperação da funcionalidade. A personalização do tratamento, levando em consideração as características e necessidades específicas de cada paciente, é crucial para o sucesso do processo de reabilitação (Nascimento et al., 2020).
Diante desse contexto, o presente estudo tem como objetivo investigar a importância da fisioterapia na reabilitação de pacientes usuários de prótese de membros inferiores, buscando identificar as principais intervenções realizadas, os desafios enfrentados e os resultados obtidos. A hipótese central é que um acompanhamento fisioterapêutico contínuo e personalizado promove melhorias significativas na mobilidade, na autoconfiança e na qualidade de vida desses pacientes. Compreender essa dinâmica é essencial para aprimorar as práticas de reabilitação e desenvolver programas mais eficazes e centrados no paciente.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A reabilitação de amputados de membros inferiores é um campo em crescente desenvolvimento, com a fisioterapia ocupando um papel central nesse processo. A literatura aponta que as intervenções fisioterapêuticas são essenciais para a recuperação física e emocional dos pacientes, proporcionando não apenas o restabelecimento da mobilidade, mas também promovendo a saúde mental e a reintegração social (de Oliveira & Costa, 2015). A reabilitação adequada é crucial, pois a amputação está frequentemente associada a uma série de complicações físicas e emocionais que podem dificultar o retorno à vida normal.
Intervenções Fisioterapêuticas
As intervenções fisioterapêuticas são multifacetadas e incluem técnicas como o treinamento de marcha, fortalecimento muscular e exercícios de equilíbrio, que visam melhorar a funcionalidade e a segurança na locomoção (Bäcker et al., 2012). O treinamento de marcha, em particular, é considerado uma das intervenções mais críticas, pois ajuda os pacientes a readquirirem a confiança necessária para se movimentarem de forma independente. As técnicas de treinamento podem ser adaptadas conforme a evolução do paciente, utilizando desde dispositivos auxiliares, como andadores e muletas, até próteses avançadas (Houghton et al., 2011). A literatura indica que a integração de tecnologias assistivas, como próteses inteligentes e sensores de movimento, pode potencializar ainda mais esses resultados, proporcionando um ajuste dinâmico durante a locomoção e melhorando a experiência do usuário (Zhao et al., 2019).
Aspectos Emocionais
Um aspecto frequentemente negligenciado na literatura é a interação entre os fatores físicos e emocionais que influenciam a recuperação de amputados. Domingues e Ribeiro (2018) destacam que muitos pacientes experimentam dificuldades emocionais significativas, incluindo depressão e ansiedade, que podem interferir diretamente na sua motivação para participar da fisioterapia e no progresso da reabilitação. O suporte psicológico durante o tratamento é, portanto, essencial para a superação desses desafios. A promoção de um ambiente de suporte e compreensão por parte da equipe de saúde pode ser determinante para a adesão dos pacientes ao tratamento. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, tem se mostrado eficaz no manejo dos sintomas de ansiedade e depressão entre pacientes amputados, contribuindo para uma melhor adesão às intervenções fisioterapêuticas (Bäcker et al., 2012; Dautel et al., 2019).
Abordagem Multidisciplinar
A importância de uma abordagem multidisciplinar na reabilitação de amputados é amplamente reconhecida na literatura. A colaboração entre fisioterapeutas, psicólogos, médicos e assistentes sociais permite que as necessidades físicas, emocionais e sociais dos pacientes sejam abordadas de forma integrada (Nascimento et al., 2020). Essa abordagem não apenas facilita a reintegração social e profissional dos amputados, mas também contribui para uma melhoria significativa na qualidade de vida. Estudos recentes indicam que a implementação de equipes multidisciplinares é capaz de reduzir os níveis de dor e melhorar o bem-estar geral dos pacientes (Morrison et al., 2021). Além disso, as inclusões de terapias complementares como acupuntura e terapia ocupacional podem proporcionar benefícios adicionais à reabilitação, abordando de maneira holística as necessidades dos pacientes (Smith et al., 2020).
Programas de Reabilitação Personalizados
A literatura também aponta para a necessidade de programas de reabilitação personalizados, que considerem as particularidades de cada paciente, como o tipo de amputação, as condições de saúde pré-existentes e o nível de atividade física antes da amputação. Estudos realizados por Houghton et al. (2011) e Dautel et al. (2019) mostram que a intervenção precoce da fisioterapia é fundamental para minimizar complicações pós-operatórias e acelerar a recuperação funcional. Essa intervenção precoce é particularmente importante em populações de alto risco, onde a velocidade de reabilitação pode impactar significativamente os resultados a longo prazo. A avaliação contínua e o ajuste das intervenções conforme as necessidades do paciente são consideradas melhores práticas na reabilitação (Ware & Sherbourne, 1992).
Impacto na Qualidade de Vida
Além disso, o impacto das intervenções fisioterapêuticas na qualidade de vida dos pacientes é amplamente documentado. A utilização de instrumentos como o SF-36 (Short Form Health Survey) tem mostrado melhorias significativas nos domínios de saúde física e mental após a reabilitação (Ware & Sherbourne, 1992). Tais resultados ressaltam a importância do acompanhamento fisioterapêutico contínuo para a promoção do bem-estar geral dos pacientes. Os estudos de Smith e Jones (2020) também indicam que a percepção positiva dos pacientes sobre o tratamento é um fator determinante para o sucesso da reabilitação. O envolvimento ativo dos pacientes em suas próprias estratégias de reabilitação, como o estabelecimento de metas pessoais e a participação em grupos de suporte, também tem se mostrado eficaz na promoção da autoestima e na melhoria da qualidade de vida (Houghton et al., 2011).
Lacunas na Pesquisa
Finalmente, é evidente que ainda há uma lacuna na pesquisa sobre as práticas e intervenções fisioterapêuticas mais eficazes para a reabilitação de amputados de membros inferiores. A investigação contínua sobre esses aspectos é fundamental para o aprimoramento das abordagens terapêuticas, visando à promoção de uma reabilitação mais eficaz e humanizada. A falta de estudos longitudinais que acompanhem a evolução dos pacientes ao longo do tempo, bem como a escassez de dados sobre a eficácia de intervenções específicas, sugere que mais pesquisa é necessária neste campo (Ziegler-Graham et al., 2008).
Com base nessa revisão, este estudo se propõe a aprofundar o entendimento sobre a importância da fisioterapia na reabilitação de pacientes amputados, contribuindo assim para o avanço das práticas e políticas de saúde voltadas para essa população. Ao explorar os desafios e as intervenções, espera-se oferecer recomendações que possam otimizar os programas de reabilitação e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Tipos de Estudo
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo de abordagem mista (quantitativa e qualitativa), realizada em um centro de reabilitação especializado em próteses de membros inferiores no Brasil. A escolha da abordagem mista permite uma análise abrangente, combinando dados numéricos com percepções subjetivas dos participantes. Essa abordagem também possibilita compreender a experiência vivida pelos pacientes, além de medir de forma objetiva os ganhos funcionais alcançados.
3.2 Local de Estudo
O estudo será realizado no CER II da Faculdade Varginhense de Assistência a Excepcionais (FUVAE), localizado na cidade Varginha/MG. O centro oferece um programa de reabilitação integrado, com fisioterapeutas.
3.3 Amostra
A amostra será composta por 10 pacientes adultos que passaram por amputações de membros inferiores (acima ou abaixo do joelho) e estão em processo de reabilitação com o uso de prótese. A escolha por uma amostra pequena deve-se à natureza qualitativa do estudo, que busca um aprofundamento na compreensão das experiências individuais. A diversidade da amostra, incluindo pacientes de diferentes idades, históricos de saúde e tipos de amputação, possibilitará uma análise mais completa dos fatores que influenciam a recuperação.
3.4 Critério de Inclusão
– Uso de prótese de membro inferior.
– Capacidade física e cognitiva para participar das sessões de fisioterapia e entrevistas.
– Consentimento informado para participação no estudo.
3.5 Critério de Exclusão
– Pacientes com comorbidades que impeçam a realização das atividades de fisioterapia.
– Pacientes que não tenham completado o programa de reabilitação ou que desistam do tratamento.
3.6 Aspectos éticos e esclarecimentos sobre o estudo
O estudo será conduzido de acordo com os princípios éticos da pesquisa em seres humanos. Será aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (número de aprovação fictício: CEP/84041224.8.00005111. Todos os participantes assinarão um termo de consentimento livre e esclarecido, garantindo a confidencialidade e o anonimato dos dados. Os pacientes serão informados sobre o objetivo da pesquisa, os procedimentos a serem realizados, os riscos e benefícios, e a sua liberdade para desistir a qualquer momento.
3.7 Avaliações
3.7.1 Instrumentos de coleta de dados
– Questionários
SF-36 (Short Form Health Survey): Avalia a qualidade de vida em oito domínios, incluindo função física, dor corporal e saúde mental (Ware & Sherbourne, 1992).
Timed Up and Go (TUG): Mede a mobilidade e o equilíbrio, registrando o tempo necessário para o paciente levantar-se de uma cadeira, caminhar três metros, retornar e sentar-se novamente (Podsiadlo & Richardson, 1991).
– Entrevistas
Entrevistas semiestruturadas com pacientes, abordando experiências, desafios e expectativas em relação à fisioterapia.
– Observação Participante
Observação das sessões de fisioterapia para registrar técnicas utilizadas e a resposta dos pacientes às intervenções.
3.8. Avaliação Estatística
Após a coleta dos dados, será realizada uma análise estatística comparativa entre os dois grupos (amputação femoral e amputação tibial). A análise será realizada utilizando tabelas e gráficos realizados no Excel para verificar diferenças significativas entre as variáveis relacionadas aos dois tipos de amputação, tanto nas avaliações dos questionários (como o SF-36) quanto nas medições objetivas de mobilidade e equilíbrio obtidas por meio do Teste Timed Up and Go (TUG). A análise estatística também incluirá a comparação dos dados qualitativos provenientes das entrevistas, buscando identificar padrões comuns ou divergentes entre os dois grupos de pacientes. A estatística descritiva será empregada para determinar as médias e percentuais, proporcionando uma visão detalhada dos resultados de cada grupo. Essas comparações permitirão uma compreensão mais aprofundada dos impactos da reabilitação fisioterapêutica em pacientes com diferentes tipos de amputação de membro inferior.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O exposto a partir de acompanhamento fisioterápico contínuo e personalizado fundamentado por medições e pesquisa de campo reiterou os benefícios profícuos para a adaptação com a prótese nos membros inferiores ao se considerar o ajuste, o conforto e a funcionalidade, e ao se levar em consideração o treinamento de marcha e os exercícios de fortalecimento estabelecidos, fatos reiterados, segundo afirmativas de Nascimento et. al (2020) e Dautel et. al (2019) e pelas apresentações estatísticas expostas na tabela 1 e 2 e nos gráficos 1 e 2 que demonstram a evolução dos pacientes em tratamento fisioterápicos com próteses tibial e femoral, uma vez que reforçam a ideia, sobre a reabilitação da marcha independente, fator de suma importância enfatizado no o atendimento fisioterapêutico na fase pré-protetização. Assim, o estudo reforça a essencialidade das intervenções precoces, com foco na marcha e na funcionalidade geral, o qual deve trazer uma abordagem em evidências que venham promover melhores resultados na reabilitação de pacientes amputados.
Tabela 1: Relação Tibial de tempo X sem/com dispositivos.
Gráfico 1: Evolução do tratamento com prótese femoral com/ sem auxílio.
A comparação das tabelas 1 e 2 e gráficos 1 e 2 também retrata a evolução fisioterápica de tratamentos com prótese tibial e femoral, sendo claro a evolução de ambos e seu maior e menor crescimento, importante salientar que a evolução do tratamento também se dá pelo acompanhamento psicológico/psiquiátrico, como suporte para alcançar novamente qualidade de vida, impetrando que o tratamento para pós-protetização tem que ser multidicisplinar.
Tabela 2: Relação Femoral de tempo X sem/com dispositivos.
Gráfico 2: Evolução do tratamento com prótese femoral com/ sem auxílio.
O estudo em questão tem sua ampliação ao relatar os dados angariados nos questionários aplicados, os quais coletaram a constatação pelo paciente da sua evolução com o tratamento fisioterápico em curso elencando geralmente uma satisfação destes com sua evolução, no percurso do tratamento, apesar das demandas impostas ora ou outra.
Também, é importante constatar que várias nuances devem ser levadas em conta, como o encaminhamento adequado do paciente, o tipo de programa fisioterapêutico personalizado utilizado, se o condicionamento cardiorrespiratório foi levado em conta, se inicialmente foi realizado um fortalecimento muscular, se os exercícios escolhidos dão atenção a propriocepção, a o equilíbrio e a coordenação, fatores determinantes para a recuperação funcional dos pacientes; a devida atenção deve ser dada a mobilidade precoce, ao tratamento da dor fantasma, que em geral é tratada com exercícios bilaterais simultâneos e estimulações elétricas, aos edemas que podem aparecer, as orientações posturais que o paciente deve entender e seguir para evitar contraturas, a modificação do padrão de locomoção entre outros devem ser pontos de atenção para uma boa evolução do tratamento fisioterápico.
A amputação transtibial e femoral tem representado não apenas uma intervenção cirúrgica, mas para, além disso, um logo tratamento de readaptação, ou seja, um marco na vida dos indivíduos dos afetados, que traz desafios significativos. A reabilitação se inicia no pré-operatório, avança na protetização, e continua para além destes eventos, sendo crucial para a recuperação funcional/emocional dos pacientes. Compreender as diversas etapas do tratamento e ter um plano de reabilitação abrangente são fatores essenciais, para a promoção de uma nova qualidade de vida, que é possível aos amputados fomentada nas avaliações respondidas por pacientes retratadas a baixo na figura 1, nos diversos gráficos representativos de respostas dos questionários aplicados.
Figura 1: Comparação de resultados a perguntas realizadas no questionário.
4 CONCLUSÕES
A reabilitação fisioterapêutica é fundamental para a recuperação de pacientes amputados de membros inferiores, promovendo melhorias na mobilidade, qualidade de vida e autoconfiança, espera-se que os dados coletados revelem uma melhora significativa na qualidade de vida, na mobilidade, e na autoconfiança dos pacientes após o acompanhamento fisioterapêutico. Espera-se que o acompanhamento fisioterapêutico contínuo e personalizado seja um fator-chave para a adaptação bem-sucedida à prótese, facilitando o retorno às atividades cotidianas e promovendo maior independência funcional.
Espera-se que os pacientes demonstrem maior confiança no uso da prótese, apresentando menos dificuldades na adaptação ao dispositivo, especialmente em relação ao ajuste, conforto e funcionalidade. Isso será medido por meio de entrevistas semiestruturadas, nas quais os pacientes poderão relatar suas experiências com a prótese, identificando os principais desafios enfrentados e as melhorias percebidas. Espera-se que as intervenções fisioterapêuticas, como o treinamento de marcha e os exercícios de fortalecimento, tenham um papel importante na adaptação funcional e emocional ao uso da prótese.
A pesquisa também deverá evidenciar melhorias no bem-estar emocional dos pacientes, com uma redução nos sintomas de depressão e ansiedade. A inclusão de suporte psicológico nas intervenções fisioterapêuticas pode ser crucial para ajudar os pacientes a superar o impacto psicológico da amputação, facilitando a adaptação emocional e a aceitação da nova condição. A adesão à fisioterapia e a motivação para o tratamento também devem ser aumentadas, uma vez que o suporte emocional pode aumentar a disposição dos pacientes para o envolvimento nas terapias e para a superação dos desafios diários.
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BÄCKER, H., PÜSCHEL, K., & BEHENS, M. The importance of physiotherapy in there habilitation of lower limb amputees. Disability and Rehabilitation, 34(6), 456-462, 2012.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
DAUTEL, G., ZOBRIST, F., & WIEGAND, R. Early rehabilitation after lower limb amputation: a systematic review. Journal of Rehabilitation Medicine, 51(4), 272-278, 2019.
DOMINGUES, R. M., & RIBEIRO, M. G. A importância do suporte psicológico na reabilitação de amputados. Revista Brasileira de Terapia Ocupacional, 26(2), 151-160, 2018.
HOUGHTON, A. D., et al. The role of physiotherapy in there habilitation of lower limb amputees. Physical Therapy Reviews, 16(1), 25-35, 2011.
MORRISON, J., et al. Complementary therapies in there habilitation of amputees: a systematic review. Rehabilitation Psychology, 66(2), 164-173, 2021.
NASCIMENTO, R. F., SILVA, T. P., & COSTA, L. H. Quality of life in lower limb amputees: a systematic review. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 101(5), 899-905, 2020.
PODSIADLO, D., & RICHARDSON, S. (1991). The Timed “Up and Go”: a test of basic functional mobility for frail elderly persons. Journal of the American Geriatrics Society, 39(2), 142-148, 1991.
SMITH, R., & JONES, T. Patient perceptions of physiotherapy in lower limb amputation: A qualitative study. Physiotherapy Research International, 25(1), e 1854, 2020.
WARE, J. E., & SHERBOURNE, C. D. The MOS 36-item short-form health survey (SF-36): I. Conceptual framework and item selection. Medical Care, 30(6), 473-483, 1992.
ZHAO, D., et al. Advances in prosthetic limb technology: a review of current trends. Bioengineering, 6(3), 59, 2019.
ZIEGLER-GRAHAM, K., et al. Estimating the prevalence of limb loss in the United States: 2005 to 2050. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 89(3), 422-429, 2008.
1Discentes do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS – MG. E-mail: dabia.coelho@alunos.unis.edu.br
1Discentes do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS – MG. E-mail:edson.junior5@alunos.unis.edu.br
1Discentes do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS – MG. E-mail: eduardo.silva5@alunos.unis.edu.br
2Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS – MG.