SCREENING, EPIDEMIOLOGICAL ASPECTS AND RISK FACTORS OF BREAST CANCER: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10204887
Marcus César Leandro da Silva Leal¹
Rodrigo Guerra de Almendra Freitas¹
Pablo Teixeira Lino Carneiro¹
Francisco Gustavo Carneiro Medeiros¹
Adrienne Conceição Cardoso Medeiros¹
Victor Mesquita Eguchi¹
Valmir Vaz Correia¹
Caio Afonso Pereira de Melo¹
Sonyele de Oliveira Gomes¹
Matheus Leonel Oliveira de Freitas¹
Resumo
Introdução: o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres, em que o mesmo apresenta vários tipos histológicos, em que os mais comuns são o carcinoma ductal e lobular. Apresenta etiologia multifatorial, englobando fatores genéticos, hormonais, ambientais e de estilos de vida. Os principais fatores de risco são fatores que aumentam a exposição ao estrogênio, tabagismo, etilismo e obesidade. Apresenta maior prevalência entre mulheres de 40 a 60 anos de idade, resultando nas técnicas de rastreamento indicada pelo Ministério da Saúde através da realização bienal de exames, em mulheres de 50 a 69 anos. Após a análise do estadiamento da neoplasia, determina-se o método terapêutico, o qual pode ser realizado por hormonioterapia, cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Objetivos: abordar o câncer de mama com foco em seus aspectos epidemiológicos e principais fatores de risco, bem como abordar a importância da realização do rastreamento. Metodologia: trata-se de revisão sistemática de literatura com abordagem descritiva, realizado através da consulta de artigos encontrados nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Scielo. Resultados e discussões: o câncer de mama é um importante problema de saúde pública, sendo o segundo tipo de câncer mais comum na população feminina. O rastreamento deve ser realizado em toda a população feminina que corresponda aos critérios de faixa etária, com atenção especial para as pacientes que apresentam algum fator de risco. Considerações finais: conclui-se a importância da realização dos exames de rastreio para a prevenção do câncer de mama, sendo necessária a adoção de medidas de conscientização em massa.
Palavras-chave: Câncer. Mamografia. Prevenção. Epidemiologia.
Abstract
Introduction: breast cancer is the second most common type among women, with several histological types, the most common of which are ductal and lobular carcinoma. It has a multifactorial etiology, encompassing genetic, hormonal, environmental and lifestyle factors. The main risk factors are factors that increase exposure to estrogen, smoking, alcohol consumption and obesity. It has a higher prevalence among women aged 40 to 60 years, resulting in the screening techniques recommended by the Ministry of Health through biannual examinations in women aged 50 to 69 years. After analyzing the staging of the neoplasia, the therapeutic method is determined, which can be carried out by hormone therapy, surgery, chemotherapy and radiotherapy. Objectives: to address breast cancer with a focus on its epidemiological aspects and main risk factors, as well as to address the importance of screening. Methodology: this is a systematic literature review with a descriptive approach, carried out by consulting articles found on the Google Scholar, PubMed and Scielo platforms. Results and discussions: breast cancer is an important public health problem, being the second most common type of cancer in the female population. Screening must be carried out on the entire female population that meets the age group criteria, with special attention to patients who present some risk factor. Final considerations: the importance of carrying out screening exams for the prevention of breast cancer is concluded, requiring the adoption of mass awareness measures.
Keywords: Cancer. Mammogram. Prevention. Epidemiology.
1. INTRODUÇÃO
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente entre as mulheres, caracterizando-se como um importante problema de saúde pública em países em desenvolvimento e desenvolvidos. Trata-se de uma afecção com variados tipos histológicos, como exemplo o carcinoma ductal e o carcinoma lobular, que se configuram como os mais comuns. (GEBRIM; QUADROS, 2006)
A patogênese relacionada é definida por multiplicação e crescimento desordenado de células neoplásicas, atingindo os tecidos mamários e com importantes potenciais metastáticos. A ocorrência do câncer de mama é de natureza multifatorial, havendo o predomínio de heranças genéticas, aspectos ambientais e de hábitos de vida como possíveis etiologias. Como fatores de risco, destacam-se: tabagismo, alcoolismo, obesidade, menarca precoce, climatério e gestações tardias. Ou seja, fatores que levam a uma maior exposição estrogênica e que estão associados a determinados estilos de vida conferem maior suscetibilidade ao desenvolvimento do câncer de mama. (SARTORI; BASSO, 2019)
Em geral, as mulheres mais acometidas pela patologia são as que se encontram na faixa etária de 40 a 60 anos, apresentando pouca incidência em mulheres mais jovens, especialmente antes dos 35 anos de idade. As principais manifestações clínicas são mastalgia, nódulos axilares ou mamares e alterações dermatológicas na mama, como exemplo o importante achado de pele em casca de laranja, sugestivo de carcinoma inflamatório. No entanto, grande parte das pacientes podem ser assintomáticas, principalmente em estágios iniciais, as quais apresentam lesões indolores e fixas, ocorrendo normalmente no quadrante superior externo. (SILVA; RIUL, 2011)
Na mesma análise, o câncer de mama é uma patologia passível de rastreamento em suas três esferas: primário, secundário e terciário. Tais níveis de prevenção objetivam o controle de fatores de risco, realização de diagnóstico precoce e prevenção de recidivas, respectivamente. O Ministério da Saúde indica a realização de mamografia como método de rastreamento, especialmente em mulheres de 50 a 69 anos. Além disso, o exame clínico e o autoexame das mamas também devem ser incentivados, de forma que possa haver detecção de alterações nas mamas, ofertando uma procura ao serviço de saúde especializado. (THULER, 2003)
Por fim, os principais métodos terapêuticos consistem na hormonioterapia, cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A escolha do plano de tratamento depende principalmente do estadiamento encontrado. Desta maneira, nota-se a importância do suporte emocional em mulheres diagnosticadas e submetidas ao tratamento, visto que apresenta uma situação de estresse emocional, em especial a preocupações a respeito da autoimagem feminina. (CONDE, 2006)
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
O presente trabalho tem como objetivo principal abordar o câncer de mama com foco em seus aspectos epidemiológicos e principais fatores de risco, bem como discutir a importância da realização do rastreamento.
2.2 Objetivos específicos
Analisar os principais grupos com maior suscetibilidade ao desenvolvimento do câncer de mama;
Descrever os principais fatores de risco;
Discorrer a respeito da realização da mamografia como método de rastreio.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Aspectos epidemiológicos e fatores de risco
O câncer de mama apresenta etiologia multifatorial, podendo estar relacionado a fatores genéticos associados aos fatores hormonais, ou sendo devido a hábitos de vida adotados pela população que aumentam a suscetibilidade para o desenvolvimento do câncer. Com base nos aspectos etiológicos, o câncer pode ser denominado como esporádico, quando relacionado a fatores genéticos ou hormonais, representando a maior taxa de casos. O câncer de mama apresenta maior prevalência em mulheres entre os 40 aos 60 anos de idade. No entanto, devido aos programas de rastreamento instaurados pelo Ministério da Saúde, nota-se incidência decrescente nesse grupo de mulheres. (TIEZZI, 2009)
Os principais fatores de risco do câncer de mama são: níveis elevados de gordura abdominal e corporal, configurando o fenótipo de obesidade; ingesta de bebida alcóolica, pois o etanol apresenta atividade específica com células mamárias de receptores positivos e com receptores hormonais negativos, sendo que o consumo diário maior que 10g de etanol aumenta o risco para desenvolvimento do câncer de mama; fatores que contribuem para uma maior exposição estrogênica, como exemplo a menarca precoce e menopausa tardia; e o tabagismo. (INUMARU; SILVEIRA; NAVES, 2011)
Em contrapartida, também existem fatores que contribuem como mecanismos de proteção contra o desenvolvimento da patologia, em que os principais são a lactação e a atividade física, em que o primeiro protege contra o desenvolvimento do carcinoma ductal, e o segundo apresenta efeito protetor principalmente em mulheres que se encontram na pós-menopausa. (INUMARU; SILVEIRA; NAVES, 2011)
3.2 Métodos diagnósticos e de rastreamento
O rastreamento do câncer de mama com fins de prevenção e diagnóstico precoce são vertentes empregadas pelo sistema de saúde pública, principalmente devido à grande incidência da doença entre a população feminina e por ter um impacto considerável na mesma.
As estratégias de rastreamento são baseadas exclusivamente em dois critérios: sexo feminino e faixa etária. O Ministério da Saúde recomenda a realização bienal de mamografia entre mulheres de 50 a 69 anos de idade. No entanto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) determina que o exame mamográfico deve ser realizado anualmente em mulheres de 40 anos ou mais. (RODRIGUES; CRUZ; PAIXÃO, 2015)
A mamografia tem impacto importante na redução da mortalidade, visto que apresenta a capacidade de detectar até mesmo lesões assintomáticas e impalpáveis pelo autoexame e pelo exame clínico das mamas. No entanto, a prática dos mesmos não deve ser desestimulada, pois oferece um maior conhecimento acerca dos seu próprio corpo para as mulheres e propicia uma busca ampla pelos profissionais de saúde. (FACINA, 2016)
Algumas estratégias são necessárias para estabelecer o diagnóstico precoce do câncer de mama e propiciar um melhor prognóstico, as quais são: conscientização da população e dos profissionais acerca dos sinais e sintomas que supõem o diagnóstico de câncer e eficácia do serviço de saúde para estabelecer um diagnóstico seguro. Além da mamografia, outros exames podem ser realizados com fins de rastreio e de diagnóstico, como a ultrassonografia e a ressonância nuclear magnética. (FACINA, 2016)
Estratégias de conscientização da população por meio de campanhas educacionais são amplamente incentivadas pelo Ministério da Saúde, de forma que promovam melhoria do conhecimento da população acerca da condição. Além disso, para o estabelecimento de um diagnóstico eficaz, torna-se importante a coleta de uma boa história clínica e de um exame físico eficiente, tendo como relevância os aspectos epidemiológicos, fatores de risco e sinais e sintomas referidos suspeitos. (FACINA, 2016)
4. METODOLOGIA
O seguinte estudo é caracterizado como uma revisão sistemática de literatura com abordagem descritiva, realizado através da consulta de artigos encontrados nas plataformas Google Acadêmico, PubMed e Scielo. Ademais, diretrizes fundamentadas e disponibilizadas pelo Ministério da Saúde também foram utilizadas.
As palavras-chave pesquisadas para encontrar os artigos selecionados foram “câncer de mama”, “epidemiologia”, “mamografia” e “fatores de risco”. Os critérios de inclusão usufruídos foram: artigos relacionados às palavras-chave, artigos alinhados ao tema proposto, artigos em Inglês e Português, diretrizes do Ministério da Saúde. Por outro lado, os critérios de exclusão foram artigos correspondentes a outras neoplasias que não estão associados ao câncer de mama.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O câncer de mama é um importante problema de saúde pública, sendo o segundo tipo de câncer mais comum na população feminina. Apresenta consideráveis riscos de desenvolver metástases, sendo essas principalmente para ossos, fígado, sistema nervoso central e pulmões.
A respeito de sua localização, essa é mais comum no quadrante superior externo das mamas. Geralmente, em estágios iniciais, a afecção é de caráter assintomático, podendo ser notado apenas nódulos mamares ou axilares. Com o passar de seu processo evolutivo, podem haver lesões dolorosas e alterações da pele que recobre a mama. (SILVA; RIUL, 2011)
O rastreamento deve ser realizado em toda a população feminina que corresponda aos critérios de faixa etária, com atenção especial para as pacientes que apresentam algum fator de risco. O rastreio propicia redução da morbimortalidade pelo câncer de mama, sendo passível a detecção precoce de lesões, realizando um acompanhamento assíduo do processo evolutivo da lesão identificada e até mesmo o tratamento em seus estágios iniciais, contribuindo para um melhor prognóstico. (GEBRIM; QUADROS, 2006)
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise dos artigos selecionados, conclui-se a importância da realização dos exames de rastreio para a prevenção do câncer de mama, visto que o mesmo se configura como uma neoplasia com alta prevalência entre a população feminina, apresentando altos níveis de morbimortalidade.
Os resultados apresentados na seguinte revisão de literatura confirmam a relevância que deve ser dada ao tema, sendo necessária a adoção de medidas de conscientização em massa, de forma que haja esclarecimento da população e dos profissionais de saúde acerca do tema, afim de contribuir para a redução da incidência da patologia.
Referências
CONDE, Délio Marques et al. Qualidade de vida de mulheres com câncer de mama. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 28, p. 195-204, 2006.
FACINA, Taís. Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 62, n. 1, p. 59-60, 2016.
GEBRIM, Luiz Henrique; QUADROS, Luis Gerk de Azevedo. Rastreamento do câncer de mama no Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 28, p. 319-323, 2006.
INUMARU, Lívia Emi; SILVEIRA, Érika Aparecida da; NAVES, Maria Margareth Veloso. Fatores de risco e de proteção para câncer de mama: uma revisão sistemática. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, n. 7, p. 1259-1270, 2011.
RODRIGUES, Juliana Dantas; CRUZ, Mércia Santos; PAIXÃO, Adriano Nascimento. Uma análise da prevenção do câncer de mama no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 10, 2015.
SARTORI, Ana Clara N.; BASSO, Caroline S. Câncer de mama: uma breve revisão de literatura. Perspectiva, Erechim, v. 43, p. 161, 2019.
SILVA, Pamella Araújo da; RIUL, Sueli da Silva. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 64, p. 1016-1021, 2011.
THULER, Luiz Claudio. Considerações sobre a prevenção do câncer de mama feminino. Revista brasileira de cancerologia, v. 49, n. 4, p. 227-238, 2003.
TIEZZI, Daniel Guimarães. Epidemiologia do câncer de mama. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 31, p. 213-215, 2009.