RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10360153


Autor: Vinicios Monteiro de Paula;
Orientador(a): Prof. Esp. Carlos Hoegen.


RESUMO

Atualmente, os cirurgiões-dentistas frequentemente enfrentam o desafio de interpretar radiografias que projetam várias estruturas. Radiografias desempenham um papel fundamental como exames complementares na prática clínica odontológica, desempenhando um papel essencial no diagnóstico preciso e no planejamento adequado do tratamento. A Radiologia Odontológica utiliza Raios-X e filmes radiográficos para criar imagens internas, conhecidas como “imagens radiográficas”, que revelam detalhes da anatomia invisíveis a olho nu (Freitas et al., 2004). Os raios X desempenham um papel crucial na área da saúde, sendo usados em radiografias, tomografias computadorizadas e outros procedimentos. A radiologia odontológica vai além do uso diagnóstico dessas imagens. O objetivo deste artigo é destacar a importância da Radiologia Odontológica no diagnóstico na Odontologia. Este estudo é baseado em pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa. Com relação à natureza deste estudo, se trata de uma pesquisa de caráter bibliográfico, com abordagem qualitativa. Esse tipo de estudo consiste em estabelecer um levantamento de dados bibliográficos, com base na literatura especializada, no intuito de analisar, discorrer e compreender os conceitos que serão usados no desenvolvimento da pesquisa. Os descritores serão cruzados de forma a filtrar os estudos que serviram de alicerce para o escopo desta pesquisa. Com a inclusão de parâmetros para construção desta revisão, utilizando artigos que tiveram sua publicação nos últimos 13 anos, todos com idioma em português e textos completos. Os demais artigos que não se enquadrassem nesses aspectos durante toda a pesquisa foram excluídos. Os resultados destacam que as imagens digitais apresentam vantagens significativas, permitindo que os cirurgiões-dentistas manipulem e processem as imagens com maior eficácia, facilitando a detecção de informações cruciais no diagnóstico. Os progressos na tecnologia de diagnóstico por imagem têm sido fundamentais para a evolução da Odontologia. Observou-se o desenvolvimento de filmes radiográficos com maior sensibilidade à radiação e melhor resolução. Paralelamente, surgiram equipamentos de processamento automático que agilizam a revelação de filmes e dispositivos de imagem que não utilizam radiação ionizante. Essa evolução permitiu o manuseio de imagens radiográficas por meio de computadores, o que levou à necessidade de imagens digitais. Essas imagens digitais apresentam vantagens notáveis, como a manipulação e o processamento mais eficiente, melhorando a detecção de detalhes importantes para o diagnóstico.

Palavras-chave: Radiografia Odontológica. Diagnóstico por Imagem. Tecnologia Radiológica.

1º INTRODUÇÃO

Em 8 de novembro de 1895, a Radiologia teve seu marco inicial com o professor alemão Wilhelm Conrad Rontgen. Durante experimentos com raios catódicos, ele identificou uma nova categoria de radiação, nomeada de “raios X” (Langland; Langlais, 1997). Para comprovar sua descoberta, Rontgen expôs a mão esquerda de sua esposa, Anna Bertha Rontgen, a esses raios por cerca de 15 minutos. A revelação da imagem resultante confirmou sua revolucionária descoberta. Seis anos após esse feito, Rontgen foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física em reconhecimento a essa contribuição significativa (Bolner, 2011). Na Alemanha, apenas 20 dias após a descoberta de Rontgen, o professor Giesel e o dentista Otto Walkhoff expuseram a boca de Otto aos raios X por aproximadamente 25 minutos, obtendo a primeira radiografia dentária da história (Alvares; Tavano, 2000).

No Brasil, em 1898, o Dr. Carlos José Ferreira Pires adquiriu o primeiro aparelho de Raios X em Minas Gerais. Em 1913, a empresa americana Eastman Kodak produziu o primeiro filme radiográfico intrabucal de raios X. Posteriormente, em 1932, Cyro Silva, pioneiro da Radiologia Odontológica no Brasil, introduziu a disciplina de Radiologia no currículo acadêmico e prático da Faculdade de Farmácia e Odontologia em São Paulo. No início dos anos 2000, a Kodak lançou o filme radiográfico intrabucal Insight (grupo E/F de sensibilidade), ainda utilizado atualmente, inclusive em aulas práticas na Universidade Federal de Santa Catarina (Bolner, 2011).

A Radiologia Odontológica utiliza Raios-X e filmes radiográficos para criar imagens internas, conhecidas como “imagens radiográficas”, que revelam detalhes da anatomia invisíveis a olho nu (Freitas et al., 2004). Os raios X desempenham um papel crucial na área da saúde, sendo usados em radiografias, tomografias computadorizadas e outros procedimentos. A radiologia odontológica vai além do uso diagnóstico dessas imagens.

Na Odontologia, diversas técnicas e recursos auxiliam no ensino e aprendizado, integrando teoria e prática. Edmund Kelis, pioneiro na utilização de Raios-X na Odontologia, considerou esses exames ferramentas essenciais para o exame clínico (Freitas et al., 2004). Embora a maioria das avaliações das estruturas dentárias seja realizada em clínicas radiológicas especializadas, ocasionalmente, cirurgiões-dentistas identificam alterações que exigem atenção (Alves et al., 2021).

Com base no exposto, este artigo tem como objetivo apresentar a importância da Radiologia Odontológica no diagnóstico na Odontologia. 

2° DESENVOLVIMENTO

A Radiologia Odontológica, uma especialidade dentro da odontologia, foca em realizar exames de imagem de alta qualidade. Sua função principal é prover informações detalhadas e precisas sobre a área examinada, sendo crucial no diagnóstico e planejamento de tratamento de uma variedade de condições clínicas orais e das estruturas adjacentes. Com o avanço tecnológico, várias técnicas de raios-X foram desenvolvidas, cada uma empregando ferramentas específicas para melhorar a qualidade das imagens e auxiliar no manejo de doenças e distúrbios (Tsapaki, 2017).

Esta disciplina não apenas tem importância como ferramenta diagnóstica complementar, mas também tem um papel significativo na educação, auxiliando na compreensão da anatomia, patologia e outros aspectos relacionados. Contudo, existe uma escassez de estudos que investiguem a percepção dos estudantes sobre a relevância deste campo (Silva, 2019).

O uso de imagens digitais tornou-se uma prática comum em clínicas odontológicas, utilizadas para diversas finalidades, incluindo a avaliação de cáries, patologias orais e planejamento de intervenções cirúrgicas e ortodônticas. A introdução de sistemas digitais de radiografia odontológica gerou a necessidade de padronizar a transferência de imagens e informações entre diferentes dispositivos, bem como para consultas e orientações de especialistas no planejamento de tratamentos (Snel, 2018).

A cárie dentária é um dos principais desafios para a saúde bucal no Brasil, destacando a necessidade de métodos para um diagnóstico preciso e precoce das lesões cariosas. Isso é vital tanto para o tratamento adequado das lesões existentes quanto para identificar áreas com maior risco de doença, possibilitando a implementação de medidas preventivas eficazes (Pimentel, 2018).

As infecções odontogênicas são comuns em todas as faixas etárias, e a presença de dentes pode facilitar a disseminação de inflamações para os ossos maxilares. As alterações vistas nas radiografias variam conforme a natureza e duração do processo inflamatório, e a resposta imunológica do paciente. Portanto, os exames de imagem são fundamentais na identificação da fonte da infecção, na avaliação da extensão da doença e na detecção de complicações (Mardini, 2018).

A evolução para uma abordagem mais conservadora no tratamento de cáries estimulou o desenvolvimento de tecnologias sensíveis e inovadoras, desempenhando um papel crucial na detecção precoce de alterações na estrutura dentária (Dayoaf, 2021). Hoje, a odontologia avança com dispositivos mais sofisticados, como sistemas de radiografia digital e tomografia computadorizada de feixe cônico, essenciais no diagnóstico de condições bucais. Estes sistemas permitem obter imagens radiográficas com exposição à radiação significativamente menor em comparação com sistemas convencionais (Pimentel, 2018).

Embora o exame clínico seja essencial para um diagnóstico preciso, as radiografias são fundamentais no planejamento de tratamento e no acompanhamento pós-operatório dos pacientes (Moura et al., 2021). A captura de imagens antes, durante e após os tratamentos se tornou extremamente importante, servindo como documentos valiosos para o acompanhamento detalhado e a comparação da evolução do tratamento (Vales, 2019).

Com o avanço das tecnologias digitais, houve uma notável melhoria nos receptores de imagens de raios X, resultando em imagens de maior qualidade, além de uma redução na dose efetiva de radiação e na produção de resíduos radiográficos, o que contribuiu para reduzir o impacto ambiental (Sannomiya, 2009). A otimização das configurações dos aparelhos também possibilitou a redução do tempo de exposição, o que, por sua vez, levou a doses menores para os pacientes. No entanto, mesmo com o uso de tecnologias avançadas e doses mais baixas, é importante reconhecer os riscos à saúde associados à exposição frequente à  radiação ionizante nos exames odontológicos, especialmente nos exames tridimensionais (Chauhan; Wilkins, 2019).

Os receptores de imagem digital, independentemente de serem sólidos ou de placas de fósforo, apresentam uma maior sensibilidade à radiação ionizante em comparação com o método convencional de placas de fósforo. Isso implica que doses menores de radiação são necessárias para produzir imagens com a mesma qualidade de diagnóstico, ou mesmo imagens de qualidade superior às obtidas com radiografias convencionais (Melo Neto, 2010).

Um elemento crucial para minimizar doses desnecessárias é a utilização da colimação em aparelhos radiográficos, que restringe a área de exposição. Quando a indicação clínica permitir, essa prática pode resultar em uma redução significativa, de aproximadamente 87%, na dose efetiva de radiação (Benchimol et al., 2018). Esse procedimento é especialmente relevante em crianças, que são mais sensíveis à radiação devido à sua expectativa de vida mais longa. Um estudo conduzido por Benchimol et al. (2018) demonstrou a eficácia da colimação na redução da dose efetiva em imagens panorâmicas, destacando a importância desse recurso nas clínicas odontológicas. Portanto, a otimização da dose de radiação é fortemente recomendada.

Os avanços tecnológicos também resultaram em mudanças nos sensores, incluindo a possibilidade de um campo de visão menor, dependendo da aplicação, e a adoção da técnica de radiação pulsada, seguindo o princípio ALARA: “tão baixo quanto razoavelmente possível” (Ludlow et al., 2008). Além disso, os fabricantes desenvolveram diversos protocolos de exposição, como modo criança, modo adulto, modo de alta definição e modo endodôntico, tornando mais simples para os técnicos em radiologia a escolha dos parâmetros adequados e a minimização da exposição desnecessária dos pacientes.

Diante do exposto, a tabelas 1 destacam as principais melhorias nos sistemas radiográficos e seus impactos na radiobiologia.

Tabela 1- evoluções atribuídas aos exames de imagem mais utilizados na odontologia, com a finalidade de reduzir a dose efetiva de radiação ionizante

Aparelho RadiográficoEvolução dos aparelhos para a RadiobiologiaDose de radiação Dose Efetiva (uSv)¹
Periapical. Filmes convencionais velocidades E/F; Receptores digitais;
. Sistemas de colimação e filtração dos Raios X;
. Cilindros localizadores de extremidade aberta;
. Permite ajuste de Tensão, mA e tempo de exposição;
Colimação Retangular Boca inteira: PSP ou filme de velocidade F 35µSv[BC1]
Panorâmica. Filmes convencionais – Ecrans intensificadores;
. Grades antidifusoras;
. Receptores digitais; Telas intensificadoras;
. Permite ajuste de Tensão, mA e tempo de Exposição
. Aparelhos com opções de autoajuste (criança, adulto com diversas estaturas, edêntulos).
9-24µSv
TC. Evoluiu para diversas gerações de tomógrafos, os quais buscaram reduzir o tempo de exposição e, consequentemente, a dose de radiação.
. Aplicabilidade médica e odontológica;
Cabeça 850-1.500µSv
TCFC. Redução de tamanho
. Permite ajuste do FOV
. Desenvolvida para a região dentomaxilofacial;
. Menor dose de radiação em relação à TC.
FOV Grande 68-1073µSv

Fonte: White e Pharoah, (2015).

As imagens capturadas durante procedimentos nas clínicas odontológicas desempenham um papel crucial na avaliação e aprimoram a precisão do tratamento. Essas imagens, geralmente ampliadas em relação à realidade, oferecem uma visualização clara de patologias, defeitos e texturas que seriam difíceis de identificar sem essa ampliação (Vales, 2019).

A prática de registrar imagens durante procedimentos odontológicos é crucial para a análise e aprimoramento da precisão desses procedimentos. Graças ao aperfeiçoamento e à alta definição destas imagens, torna-se possível observar detalhes como texturas, anormalidades e imperfeições de forma clara. Atualmente, a utilização de imagens se expandiu além da radiologia e ortodontia, estabelecendo-se como um procedimento padrão em diversas especialidades odontológicas (Vales, 2019).

Atualmente, um dos principais desafios para os dentistas é realizar um diagnóstico preciso das condições bucais dos pacientes. Neste contexto, os exames complementares, especialmente os diagnósticos por imagem, são essenciais. Estes métodos são os mais utilizados devido aos avanços tecnológicos que permitem visualizações detalhadas da área examinada, com mínimas distorções e usando doses reduzidas de radiação, beneficiando a saúde do paciente (Araújo, 2018).

Adicionalmente, esses exames são práticos de realizar e economicamente acessíveis, o que tem incentivado muitos profissionais a incorporar métodos como a tomografia em seus planos de tratamento. Isso eleva a qualidade dos exames complementares, fundamentais para um diagnóstico acurado (Araújo, 2018).

Com a evolução tecnológica permitindo uma exploração aprofundada de aspectos anatômicos, histológicos, fisiológicos e patológicos, e a facilidade de armazenar imagens  digitalizadas, tem-se sugerido a inclusão da radiologia como uma ferramenta educacional desde o início do curso de odontologia, mostrando-se uma abordagem benéfica (Silva, 2019).

Consequentemente, a radiologia odontológica continua a se adaptar e inovar, mantendo a tradição de evolução que caracteriza sua história. É provável que as novas tecnologias influenciem significativamente todas as áreas da medicina nas próximas décadas. A radiologia, em particular, tem demonstrado uma capacidade notável de se ajustar e reinventar ao longo dos anos (Brandes, 2019).

3º REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Nogueira (2010), a Radiologia Odontológica desempenha um papel fundamental como exame complementar no diagnóstico de doenças bucais. No entanto, é essencial que os profissionais responsáveis pela realização desses exames estejam cientes de sua responsabilidade em orientar e manter o controle de infecções, pois a falta de atenção ou despreparo pode resultar em infecções indesejadas na prática odontológica. Isso levou à crescente discussão sobre a biossegurança na odontologia em comunidades de segurança e saúde em todo o mundo, tornando-se uma questão de grande importância para a segurança das pessoas e do meio ambiente, como apontado por Brasil (2010).

Autores como Teixeira e Vale (2014) destacam que a biossegurança tem como foco a preservação e a eliminação de riscos inerentes, visando à saúde de seres humanos, animais e à proteção do meio ambiente, representando um dos princípios fundamentais relacionados à saúde dos seres vivos.

De Almeida e Carvalho (2017) ressaltam que, no Brasil, a biossegurança começou a se estruturar como uma área específica nas décadas de 1970 e 1980, mas desde o estabelecimento das escolas médicas e da pesquisa científica no século XIX, têm-se desenvolvido noções sobre os benefícios e riscos relacionados ao trabalho científico, especialmente em ambientes laboratoriais.

Todos os profissionais envolvidos na Radiologia Odontológica estão suscetíveis à contaminação, mas os pacientes são os mais vulneráveis devido ao contato direto com os equipamentos que entram em contato com a saliva. Medidas simples, como realizar uma anamnese completa do paciente, utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), manter a higiene das mãos, utilizar barreiras protetoras e garantir a limpeza e desinfecção do consultório, são cruciais para garantir a qualidade e segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais em clínicas radiográficas em todo o mundo, conforme destacado por Viana et al., (2019)

Concordando com White (2015), as diretrizes de saúde enfatizam a importância do controle de infecções para promover um ambiente de trabalho seguro para profissionais e pacientes. No entanto, Pimentel et al. (2018) observam que tanto estudantes quanto profissionais muitas vezes não seguem as medidas corretas de controle de infecções.

Salzedas et al. (2014) enfatizam que os requisitos estabelecidos pela legislação brasileira em relação à descontaminação desempenham um papel fundamental na prevenção da contaminação no campo da saúde. A Constituição brasileira tem como principal objetivo a formulação de políticas sociais e econômicas voltadas para a prevenção de doenças e aprimoramento da qualidade de vida da população. Portanto, é incumbência dos profissionais de saúde incorporar esses cuidados em sua prática profissional.

Dada a potencial ocorrência de contaminação durante os procedimentos, a biossegurança emerge como um aspecto essencial, englobando um conjunto abrangente de medidas e práticas clínicas de suma importância para minimizar e prevenir possíveis contaminações no contexto da Radiologia Odontológica. Isso inclui não apenas a prevenção da disseminação de contaminação no ambiente clínico, mas também a adoção de medidas de precaução adequadas em relação aos materiais e equipamentos utilizados.

Uma pesquisa conduzida por Diniz et al. (2009) sublinha a relevância do conhecimento dos estudantes de odontologia sobre as diretrizes de biossegurança na radiologia, com o intuito de estabelecer protocolos apropriados em clínicas radiográficas, com o objetivo explícito de evitar a ocorrência de infecções cruzadas.

4º METODOLOGIA

Com relação à natureza deste estudo, se trata de uma pesquisa de caráter bibliográfico, com abordagem qualitativa. Esse tipo de estudo consiste em estabelecer um levantamento de dados bibliográficos, com base na literatura especializada, no intuito de analisar, discorrer e compreender os conceitos que serão usados no desenvolvimento da pesquisa (MARCONI e LAKATOS, 2021). 

Para um melhor tratamento dos objetivos e melhor apreciação desta pesquisa, observou-se que ela é classificada como pesquisa exploratória. Sendo assim, será realizada uma pesquisa bibliográfica no momento em que se fez uso de materiais já elaborados: livros, artigos científicos, revistas, documentos eletrônicos e enciclopédias na busca e alocação de conhecimento sobre a importância da educação ambiental nos ambientes escolares, correlacionando tal conhecimento com abordagens já trabalhadas por outros autores.

Para Richardson (2015), os estudos descritivos investigam as características de um determinado fenômeno. Os objetos de estudo são algumas situações específicas, ou algum grupo ou até mesmo um indivíduo.

A pesquisa assume como levantamento, sendo exploratória, por sua vez, proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito ou construindo hipóteses sobre ele através de principalmente do levantamento bibliográfico (GIL, 2016).

A pesquisa qualitativa, busca uma compreensão particular dos fenômenos em estudo, sendo assim, apresentam significados com maior relevância tanto para o sujeito envolvido quanto para o meio de estudo das quais esses fenômenos pertencem. Os dados da pesquisa qualitativa, se dão num contexto de relações, nas quais todos fenômenos são importantes e procura-se compreender a experiência de todos os “sujeitos” envolvidos (RAMPAZZO, 2005). 

A pesquisa consistirá no primeiro momento deste estudo, um levantamento de material teórico, para que fosse possível realizar a fundamentação do trabalho. Portanto, busca-se analisar os estudos usados para a construção da revisão de literatura, como forma de responder à questão central do trabalho e também contemplar os objetos da pesquisa. 

Os descritores serão cruzados de forma a filtrar os estudos que serviram de alicerce para o escopo desta pesquisa. Com a inclusão de parâmetros para construção desta revisão, utilizando artigos que tiveram sua publicação nos últimos 13 anos, todos com idioma em 

português e textos completos. Os demais artigos que não se enquadrassem nesses aspectos durante toda a pesquisa foram excluídos. 

Serão utilizadas as seguintes bases de dados: Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SCIELO).

No caso dessa proposta, refere-se a abordar a questão da importância da radiologia odontológica para os profissionais.

5º ANÁLISE DOS RESULTADOS

Segundo Pimentel (2018), a importância de métodos eficazes para diagnósticos precisos e precoces de lesões cariosas é indiscutível. Uma única radiografia ou um conjunto completo de documentos do paciente são essenciais para um diagnóstico correto. Com o crescente interesse em tratamentos menos invasivos para cáries, os avanços tecnológicos têm proporcionado meios acessíveis de detectar alterações iniciais na estrutura dentária. Esses avanços destacam a relevância dos exames de imagem no diagnóstico da fonte de infecção, na avaliação da progressão da doença e na identificação de possíveis complicações, como apontado por Mardini (2018).

A integração do exame clínico com análises radiográficas é vital para uma investigação detalhada, planejamento de tratamento e acompanhamento dos pacientes, tanto pré quanto pós-operatório, conforme salientado por Moura et al. (2021). Documentar imagens ao longo do tratamento tornou-se uma prática indispensável, transformando estas imagens em registros valiosos que permitem um monitoramento minucioso e facilitam a comparação da evolução do tratamento, conforme enfatizado por Vales (2019). É crucial mencionar que qualquer tratamento deve ser consentido pelo paciente.

Tsapaki (2017) observa que os avanços tecnológicos têm aperfeiçoado o processo diagnóstico, permitindo visualizações mais complexas e aumentando a eficácia no tratamento de várias doenças e condições clínicas. A preferência por imagens digitais na odontologia está em ascensão, trazendo diversas vantagens para os profissionais de todas as áreas. Silva (2019) destaca benefícios como aquisição e manipulação rápidas de imagens, melhor gestão e armazenamento de dados, maior controle organizacional e otimização do espaço físico.

Com a introdução de sistemas digitais, como aponta Snel R. (2018), surge a necessidade de padronizar a transferência de imagens e informações de diagnóstico. Dentistas estão integrando a tecnologia da informação em suas práticas para atingir a excelência e satisfazer as necessidades dos pacientes. Os avanços recentes incluem sistemas radiográficos digitais e tomografia computadorizada de feixe cônico, cujas imagens são cruciais no diagnóstico de várias condições bucais. É importante destacar que os sistemas digitais reduzem a exposição à radiação em até 90% em comparação aos métodos convencionais, como reitera Pimentel (2018).

A interação entre pacientes e dentistas é um aspecto vital no tratamento odontológico, e isso vai além da mera aplicação de técnicas, enfatizando a importância do conforto e bem-estar do paciente, conforme ressaltado por Bastos e sua equipe (2019). Essa relação também inclui o uso de práticas avançadas em diagnóstico por imagem, representando um aspecto fundamental da evolução contínua no campo da odontologia. A adoção de inovações tecnológicas tem sido uma tendência crescente entre os profissionais da área.

Conforme apontado por Brandes (2019), a radiologia odontológica demonstrou uma capacidade impressionante de adaptação e evolução ao longo do tempo. Desde a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Röntgen em 1895, essa tecnologia tem desempenhado um papel crucial em diversas áreas, incluindo Medicina e Odontologia. As melhorias na radiologia odontológica têm refinado a utilização dos raios X, ampliando seu alcance e precisão. Com o avanço contínuo e o desenvolvimento de novas tecnologias, espera-se um impacto significativo em todas as áreas da medicina e odontologia. Ao longo dos anos, a radiologia odontológica tem se mostrado capaz de crescer, inovar e se reinventar com sucesso.

6º CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os progressos na tecnologia de diagnóstico por imagem têm sido fundamentais para a evolução da Odontologia. Observou-se o desenvolvimento de filmes radiográficos com maior sensibilidade à radiação e melhor resolução. Paralelamente, surgiram equipamentos de processamento automático que agilizam a revelação de filmes e dispositivos de imagem que não utilizam radiação ionizante.

Essa evolução permitiu o manuseio de imagens radiográficas por meio de computadores, o que levou à necessidade de imagens digitais. Essas imagens digitais apresentam vantagens notáveis, como a manipulação e o processamento mais eficiente, melhorando a detecção de detalhes importantes para o diagnóstico.

A adoção de sistemas digitais introduziu também receptores de imagem que necessitam de menor tempo de exposição, reduzindo assim a dose de radiação efetiva. No entanto, é crucial lembrar que, apesar de pequenos, os riscos associados a esses procedimentos devem ser considerados. Os dentistas devem aderir aos princípios de justificação, otimização e limitação da dose, assegurando que os benefícios da exposição superem os riscos, e adaptar a seleção dos exames às necessidades de cada paciente.

A missão principal da Odontologia é promover a saúde bucal e o bem-estar geral, sendo parte integrante da saúde pública. Nesse sentido, a prática odontológica se empenha em aprimorar continuamente tanto as tecnologias utilizadas quanto a qualificação dos profissionais. O mercado de trabalho demanda dos dentistas um conhecimento cada vez mais abrangente, refletindo o comprometimento constante com a melhoria dos cuidados odontológicos.

7º REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ALVARES, L. C.; TAVANO, O. Curso de radiologia em odontologia. São Paulo: Santos, 2000.

ALVES, I. S. et al. Achados dentários nos exames de imagem da face e pescoço. Radiol Bras, v. 54, n. 2, p. 107-114, Mar./Abr. 2021.

ARAÚJO, L. N. M. et al. Rev Odontol UNESP, v. 47, n. 4, p. 210-216, Jul./Ago. 2018.

ARIKAWA, Y. M. T. et al. ARCH HEALTH INVEST, v. 4, Edição Especial n. 3, p. 6-30, 2015.

BASTOS, L. F. et al. Implantação e Gerenciamento do Núcleo Odontológico de Radiologia e Atendimento Pacientes com Necessidades Especiais da Policlínica Piquet Carneiro. Revista Brasileira de Odontologia, v. 76, p. 1-5, 2019.

BENCHIMOL, D. et al. Effective dose reduction using collimation function in digital panoramic radiography and possible clinical implications in dentistry. Dentomaxillofacial Radiology, v. 47, n. 7, 2018.

BOLNER, R. C. N. C. Contextualização histórica da radiologia odontológica. 2011. Monografia (Especialização em Radiologia Odontológica) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.

BRANDES, G. I. G. et al. Impacto da inteligência artificial na escolha de radiologia como especialidade médica por estudantes de medicina da cidade de são paulo. Radiol Bras, v. 53, n. 3, p. 167-170, Mai./Jun. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação.

CHAUHAN, V.; WILKINS, R. C. A comprehensive review of the literature on the biological effects from dental X-ray exposures. International Journal of Radiation Biology, v. 95, n. 2, p. 107-119, 2019.

CHISINI, L. A. et al. Cobertura radiográfica odontológica pelo Sistema Único de Saúde na região Sul do Brasil em 2016: estudo ecológico. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 28, 2019.

DAYO, A. F. et al. Radiology of dental caries. Dental Clinics, v. 65, n. 3, p. 427-445, 2021.

DE ALMEIDA, S. M.; CARVALHO, S. P. M.; RADICCHI, R. Aspectos legais da documentação odontológica: uma revisão sobre validade legal, privacidade e aceitação no meio jurídico. Revista Brasileira de Odontologia Legal, v. 4, n. 2, 2017.

DINIZ, D. N. et al. Avaliação do conhecimento sobre biossegurança em radiologia pelos alunos do curso de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba. Arq Ciênc Saúde, v. 16, n. 4, p. 166-169, Out./Dez. 2009.

FREITAS, A.; ROSA, J. E.; SOUZA, I. F. Radiologia odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 2004.

HAITER, F.; MELONETO, D. Radiografia Digital. Revista da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica, v. 11, n. 1, p. 5-17, 2010.

LANGLAND, O. E.; LANGLAIS, R. P.; PREECE, J. W. Principles of dental imaging. Filadélfia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002.

LUDLOW, J. B. et al. Dosimetry of 3 CBCT devices for oral and maxillofacial radiology: CB Mercuray, NewTom 3G and i-CAT. Dentomaxillofacial Radiology, v. 35, n. 4, p. 219-226, 2006.

MACHADO, A. H. et al. A importância da radiologia odontológica no diagnóstico de patologias. Revista Odontológica de Araçatuba, v. 31, n. 1, p. 41-45, 2010.

MORAES, L. C.; SANTOS, J. S. Radiologia odontológica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.

PINTO, V. G. Radiologia odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 1998.

RIBEIRO, M. G. et al. Radiologia odontológica: o estado da arte. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, v. 53, n. 5, p. 383-387, 1999.

SANTOS, L. A. P. dos. et al. Panoramic radiography: from the conventional to the digital system. Rev Odontol UNESP, v. 33, n. 2, p. 77-83, Abr./Jun. 2004.

SILVA, L. A. B. et al. O uso de radiografias panorâmicas no diagnóstico de doenças sistêmicas: uma revisão de literatura. ARCH HEALTH INVEST, v. 8, n. 4, p. 30-34, 2019.

SILVA, M. G. et al. Radiologia digital: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Odontologia, v. 74, p. 58-63, 2017.

SOUZA, R. F. et al. Radiologia em odontologia. São Paulo: Santos, 2006.

VENTURA, L. M. A. et al. Estudo comparativo entre radiografias periapicais e tomografias computadorizadas cone beam no diagnóstico de fraturas radiculares verticais. Rev Odontol UNESP, v. 42, n. 1, p. 9-15, Jan./Fev. 2013.

WHITE, S. C.; PHAROAH, M. J. Oral radiology: principles and interpretation. St. Louis: Mosby, 2009.

ZAIA, A. A. et al. Uso da radiografia panorâmica na identificação de pacientes com osteoporose/osteopenia. Rev Odontol UNESP, v. 38, n. 6, p. 347-352, 2009.