Qualidade de vida relacionada a histopatologia do câncer de pulmão: uma revisão integrativa

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8200511


Gabriela Carneiro Ramos Rocha1
Maria Heloisa Testoni2
Bruno Gabriel Testoni3
Gabriel Zanella Machado4
Matheus Fernando Vidi Zanella5
Eliana Rezende Adami6


RESUMO

O câncer de pulmão é uma doença maligna causada por mutações nas células pulmonares, levando à formação de tumores. É uma das formas mais comuns de câncer no mundo e está associado ao tabagismo e exposição a substâncias nocivas. A qualidade de vida dos pacientes e o tipo histológico do tumor estão diretamente relacionada à taxa de mortalidade, que é alta devido à agressividade da doença e diagnóstico tardio. A neoplasia pulmonar está dividida em dois tipos histológicos: pequenas células e não pequenas células, sendo o primeiro tipo citado, o mais agressivo. Os sintomas físicos, como falta de ar e perda de peso, impactam a qualidade de vida, assim como os problemas emocionais, destacando ansiedade e depressão. O tratamento inclui cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias-alvo, mas pode causar efeitos colaterais. É fundamental um cuidado abrangente e multidisciplinar, envolvendo diferentes profissionais de saúde. O objetivo deste estudo é analisar a qualidade de vida de pacientes em tratamento para câncer de pulmão, considerando os diferentes tipos histológicos e sua relação com a sobrevida e mortalidade. Buscou-se, por meio de pesquisa bibliográficas, nas bases de dados indexadas PubMed, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online), artigos publicados entre os anos de 2018 a 2023, com os seguintes conjuntos de descritores: 1: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND EPIDEMIOLOGY” 2: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND QUALITY OF LIFE” 3: “SURVIVAL ANALYSIS AND QUALITY OF LIFE AND LUNG CANCER”; 4: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND MORTALITY”. A amostra inicial foi constituída por “ 1.074 ” artigos, sendo “ 280 ” na plataforma BVS, “793” na PUBMED e “1” na SCIELO. Foram incluídos para discussão 25 artigos; 670 foram excluídos após leitura do título e 89 excluídos após leitura do resumo e 291 eram artigos duplicados. O estudo revelou que nos últimos 5 anos houve um número significativo de publicações sobre a qualidade de vida de pacientes com câncer no geral e câncer de pulmão. Existem evidências de que o tipo histológico da neoplasia pulmonar pode afetar a qualidade de vida dos pacientes de diferentes maneiras, sendo o mais comum o câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC), com o subtipo predominante sendo o adenocarcinoma, que pode estar ou não associado ao tabagismo. É importante diferenciar o tipo histológico, pois isso afeta o tratamento e o prognóstico. O subtipo CPNPC é mais lento e comum em não fumantes, enquanto o câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) se espalha mais rapidamente e tem um prognóstico pior. O câncer de pulmão é o tipo de câncer que mais leva à morte, e os sintomas da doença em estágio avançado, como fadiga, tosse, perda de apetite e fraqueza geral, tiveram significativamente maior impacto na qualidade de vida. Portanto, é necessário implementar medidas de controle dos efeitos adversos para promover uma melhor qualidade de vida para os pacientes com câncer de pulmão.

Palavras-chave: câncer de pulmão, mortalidade, sobrevida, qualidade de vida, tipos histológicos, tratamento, diagnóstico precoce.

INTRODUÇÃO

O câncer de pulmão é uma doença maligna que ocorre quando as células pulmonares sofrem mutação no seu material genético, levando-as a se multiplicarem de forma descontrolada e formarem tumores (FERNANDES, 2022).

De acordo com Fernandes (2015), a neoplasia de pulmão é uma das formas mais comuns de câncer em todo o mundo e está intimamente ligado ao tabagismo e à exposição a substâncias nocivas, como o amianto, o radônio, o fumo e o ar o que pode levar a sintomas físicos debilitantes, bem como a desafios emocionais e sociais.

As estimativas da American Cancer Society (2023) para o câncer de pulmão nos Estados Unidos em 2023, foram esperados aproximadamente 238.340 novos casos de câncer de pulmão, sendo 117.550 em homens e 120.790 em mulheres. Além disso, foi previsto que cerca de 127.070 mortes relacionadas ao câncer de pulmão, com 67.160 em homens e 59.910 em mulheres. Esses números representam cerca de 1 em cada 5 mortes por câncer.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer na América do Sul para cada ano do triênio 2023-2025. Dentre esses casos, o câncer de pulmão é um dos tipos mais comuns. É importante ressaltar que a incidência e a distribuição geográfica podem variar no Brasil. As regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% dos casos de câncer no país.

A sintomatologia do câncer de pulmão, envolve falta de ar, tosse persistente, fadiga e perda de peso inexplicável, e impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Esses sintomas podem limitar a capacidade de realizar atividades, afetar a qualidade do sono e causar desconforto e dor (ARAÚJO et. al, 2018). Além dos sintomas físicos, o diagnóstico de câncer de pulmão também pode levar a problemas emocionais, como ansiedade, depressão e estresse. O pensamento em relação ao prognóstico e aos efeitos colaterais do tratamento também pode afetar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares (NICOLUSSI,2014).

O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte relacionada ao câncer em todo o mundo, sua alta taxa de mortalidade se deve à agressividade da doença e ao diagnóstico muitas vezes tardio, o que limita as opções de tratamento, reduz as chances de cura e compromete a qualidade de vida dos pacientes, além disso (ABEL et. al, 2019).

Sendo assim, a mortalidade do câncer de pulmão é influenciada por diferentes fatores, incluindo o estágio em que a doença é diagnosticada, o tipo histológico do tumor e a presença de metástases em outros órgãos. O câncer de pulmão de pequenas células, por exemplo, tende a ter uma taxa de mortalidade mais elevada devido à sua natureza agressiva e rápida disseminação (GEERSE et. al,2019).

Existem dois tipos principais de câncer de pulmão: o carcinoma de pulmão de células não pequenas (CPCNP) e o carcinoma de pulmão de células pequenas (CPCP). O CPCNP é o tipo mais comum e representa cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão. Ele inclui subtipos como adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas e essas classes são fundamentais serem identificadas para definição do tratamento (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2019).

Geralmente, o CCNP se desenvolve de forma mais lenta e é o mais comum em não fumantes. O adenocarcinoma é o subtipo mais frequente de CCNP e geralmente tem uma taxa de crescimento mais lenta, o que pode permitir um diagnóstico mais precoce e melhores opções de tratamento (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2019).

Por outro lado, o CCP é um tipo mais agressivo de câncer de pulmão e tende a se disseminar rapidamente para outros órgãos. Esse tipo de câncer está fortemente associado ao tabagismo e é menos comum em não fumantes. Devido à sua natureza agressiva, o CCP tem um prognóstico geralmente pior em comparação com o CCNP (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2019).

O tratamento do câncer de pulmão, que pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo, pode desenvolver efeitos colaterais. Esses efeitos variam de acordo com o tipo de tratamento, mas podem incluir fadiga, náuseas, perda de apetite, perda de cabelo, afetando a qualidade de vida durante o tratamento. No entanto, é importante destacar que o bem-estar físico e mental, podem variar consideravelmente de pessoa para pessoa. Alguns pacientes com câncer de pulmão conseguem lidar com os sintomas e os efeitos colaterais do tratamento de maneira eficaz, mantendo uma boa qualidade de vida. Outros podem precisar de suporte adicional, como cuidados paliativos, terapia de suporte emocional e reabilitação pulmonar (SOUZA, 2022).

É fundamental que os pacientes com câncer de pulmão recebam um cuidado abrangente e multidisciplinar que leve em consideração não apenas o tratamento da doença, mas também o gerenciamento dos sintomas, o suporte emocional e a melhoria da qualidade de vida. Equipes de saúde especializadas, incluindo oncologistas, pneumologistas, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e assistentes sociais, podem desempenhar um papel importante nesse cuidado holístico (BORCHARTT,2022).

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão é um dos tipos mais comuns de câncer entre homens e mulheres. O tabagismo é a principal causa dessa doença no Brasil, sendo responsável por uma grande parte dos caso. Para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com a doença, é fundamental adotar uma abordagem multidisciplinar que envolva não apenas o tratamento do tumor em si, mas também o gerenciamento dos sintomas físicos e emocionais, bem como o suporte social (FORTES, 2021).

Diante do exposto o objetivo desse estudo é analisar a qualidade de vida de pacientes em tratamento para câncer de pulmão nos diferentes tipos histológicos, relacionados com a sobrevida, mortalidade e epidemiologia da doença à nível de Brasil e Mundo. Tendo como objetivos específicosrevisar estudos de prevalência, incidência e mortalidade de CA de pulmão e seus tipos histológicos; averiguar estudos sobre qualidade de vida, sobrevida global e sobrevida livre de doença relacionados aos diferentes tipos de tratamento para câncer pulmonar.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, de caráter quantitativo e qualitativo. Neste estudo, realizou-se uma análise abrangente da literatura com o objetivo de identificar os estudos científicos que abordam a qualidade de vida de pacientes com câncer de pulmão, além de explorar a relação entre essa qualidade de vida e a histologia da doença. Utilizou -se a metodologia da revisão integrativa, que possibilitou uma abordagem abrangente dos diversos estudos disponíveis sobre o tema. O estudo buscou revisar a prevalência e incidência de CA de pulmão no Brasil e no mundo. Os critérios de inclusão foram: artigos originais que abordam qualidade de vida de pacientes em tratamento ou não de câncer de pulmão e sua relação com os diferentes tipos histológicos da doença; artigos dos últimos 5 anos. Critérios de exclusão: artigos que abordam qualidade de vida de outros tipos de câncer.

Coleta de dados

Para atingir os objetivos específicos, buscou-se, por meio de pesquisa bibliográficas, nas bases de dados indexadas PubMed, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online), artigos publicados entre os anos de 2018 a 2023, artigos publicados cuja metodologia adotada permitissem obter evidências fortes (níveis 1, 2 e 3), ensaios clínicos e ensaios clínicos controlados randomizados. Foram contemplados os operadores Boleanos “AND” e os descritores: Conjunto 1: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND EPIDEMIOLOGY” Conjunto 2: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND QUALITY OF LIFE” Conjunto 3: “SURVIVAL ANALYSIS AND QUALITY OF LIFE AND LUNG CANCER”; “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND MORTALITY”; nos idiomas inglês e espanhol. A busca foi realizada pelo acesso on-line e, utilizando os artigos que continham identificação do artigo original, características metodológicas do estudo, avaliação do rigor metodológico, das intervenções mensuradas e dos resultados encontrados. Na Base de dados foram contemplados os filtros texto completo, ensaio clínico controlado, últimos 5 anos, inglês e espanhol. Já na plataforma PUBMED abrangeu-se: full text, randomized controlled trial, 5 years, inglês e espanhol.

Resultados

A amostra inicial foi constituída por artigos, sendo “ 280 ” na plataforma BVS, “793 ” na PUBMED e “1” na SCIELO. A figura 1 demonstra a sistematização da coleta de dados:

Conjunto 1: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND EPIDEMIOLOGY”:

Pubmed: 176 artigos; BVS: 27 Scielo: 0

Conjunto 2: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND QUALITY OF LIFE”

Pubmed:76 artigos; BVS: 9 artigos Scielo: 0

Conjunto 3: “SURVIVAL ANALYSIS AND QUALITY OF LIFE AND LUNG CANCER”;

Pubmed: 107 BVS: 168 Scielo: 0

Conjunto 4: “LUNG CANCER AND HISTOLOGY AND MORTALITY”

Pubmed: 434 BVS: 38 Scielo: 1

Para análise e posterior síntese dos artigos que atenderam aos critérios de inclusão foi utilizado o quadro sinóptico especialmente construído para esse fim, que contemplou os seguintes aspectos considerados pertinentes: nome da pesquisa; nome dos autores; intervenção estudada e resultados encontrados. A amostra final desta revisão integrativa foi constituída de “25” artigos.

Figura1: Fluxo de seleção e inclusão dos estudos identificados nas buscas.

ANOTÍTULO DO ARTIGONOME DOS AUTORESINTERVENÇÃO ESTUDADARESULTADOS
2020Cáncer en Chile y en el mundo: una mirada actual y su futuro escenario epidemiológicoPARRA-SOTO; et al., 2020
O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa de literatura baseada na seguinte pergunta “qual é a situação atual do câncer no mundo e no Chile? ”. Assim, utilizou-se de estudos epidemiológicos disponíveis nos sites oficiais como Organização Mundial de Saúde (OMS), Globocan, Agência Internacional para a investigação em Cancer (AIRC), Cancer Research UK e Ministério de Saúde do Chile.Como resultado, o artigo mostra que a incidência e a mortalidade por câncer no Chile aumentam exponencialmente a cada ano, sendo que em 2018 houveram 53.365 novos casos e de 1986 a 2016 a incidência aumentou em 109%. Os cânceres de pulmão, câncer colorretal, câncer de mama e câncer de próstata são os tipos de câncer mais comuns no país. Além disso, o estudo mostra que 40% dos cancêres estão relacionados com o estilo de vida não saudável, o que mostra uma chance de prevenção com a mudança de hábitos e comportamentos de indivíduos em risco.
2020Eficacia del ultrasonido endobronquial con aspiración por aguja fina en el diagnóstico de lesiones hiliares y mediastinales.PINO ALFONSO, Pedro Pablo; HERNÁNDEZ MORENO, Laura; 2020O artigo em questão pautou-se em um estudo descritivo prospectivo com 49 pacientes que realizaram a ultrassonografia endobrônquica linear com aspiração transbrônquica com agulha fina a fim de averiguar a sua eficácia diagnóstica para lesões hilares e mediastianis.O estudo mostrou que dos 49 pacientes, 45 foram diagnosticados pela ultrassonografia endobrônquica linear com aspiração transbrônquica por agulha fina e 4 pacientes foram descartados para este estudo. Como resultado o estudo mostrou uma sensibilidade ed 93,8%, especificidade de 100%, concluindo por tanto o índice de validade da ultrassonografia endobrônquica linear com aspiração transbrônquica por agulha fina em 93,8% o que demonstra um método diagnóstico eficiente e seguro para lesões hilares e mediastinais.
2017The influence of different muscle mass measurements on the diagnosis of cancer cachexiaBLAUWHOFF-BUSKERMOLEN; et al., 2017O artigo aborda a influência de diferentes métodos de medição, como área muscular do braço médio (MUAMA), tomografia computadoriza (TC) e bioimpedância elétrica (BI), da massa muscular no diagnóstico da caquexia e características como qualidade de vida e sobrevida relacionada ao câncer.O estudo avaliou 241 pacientes sendo 36% dos pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado. A incidência de baixa massa muscular foi realizada com 13% com a medição ultrassonográfica de área muscular do braço (MUAMA), 59% com tomográfica computadorizada, e 93% com análise de bioimpedância elétrica. Já a incidência da caquexia foi de 37%, 43% e 48% respectivamente. O estudo conclui, reiterando que pacientes com caquexia demonstram menor sobrevida e que o tipo de medida muscular tem pouca influencia no diagnóstico de caquexia.
2017Câncer de pulmão: mudanças na histologia, sexo e idade nos últimos 30 anos no BrasilTSUKAZAN; et al., 2017O artigo trata-se de um estudo retrospectivo com 1.030 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas tratados com ressecção pulmonar entre 1986 e 2015 que teve o intuito de analisar as tendências histológicas do tumor, do gênero e da idade nesses pacientes.O estudo mostrou que os principais tipos histológicos foram carcinoma de células escamosas com 40,6% e adenocarcinoma com 44,5%, além disso, a maioria dos casos ocorreram em homens (64,5%). Para mais, o estudo ressaltou que a incidência de câncer de pulmão tem aumentado em mulheres nos últimos 30 anos, principalmente o adenocarcinoma. Em homens, observa-se a redução da incidência de carcinoma de células escamosas.
2016Nintedanib in combination with docetaxel for second-line treatment of advanced non-small-cell lung cancer; GENESIS-SEFH drug evaluation report.ESPINOSA; et al., 2016A pesquisa é baseada em uma revisão sistemática e avaliação crítica de estudos clínicos que investigaram a eficácia e segurança da combinação de Nintetedanib e Docetaxel em comparação com a monoterapia de Docetaxel.O estudo trás como resultado que a combinação de Nintedanib com Docetaxel mostra uma melhora na sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas e melhora na sobrevida global de pacientes com adenocarcinoma em comparação com a monoterapia de Docetaxel. O estudo mostrou ainda que a toxicidade da combinação resulta em uma incidência maior de neutropenia, distúrbios digestivos e aumento de transaminases, no entanto isso não é preditor de deterioração na qualidade de vida.
2021Quality indicators and excellence requirements for a multidisciplinary lung cancer tumor board by the Spanish Lung Cancer Group.GUIRADO., et al; 2021O presente estudo trata-se de uma revisão do trabalho das equipes multidisciplinares de tratamento ao câncer de pulmão realizada pelo Grupo Espanhol de Câncer de Pulmão. Para avaliar o desempenho dessas equipes multiprofissionais foi proposto uma lista de indicadores de qualidade.O artigo avaliou um conjunto de padrões e critérios que possam ser utilizados para avaliar e melhorar a qualidade do atendimento das equipes multiprofissionais de câncer de pulmão na Espanha a fim de promover a excelência no cuidado aos pacientes com câncer de pulmão. Como resultado, observa-se a importância da colaboração entre diferentes especialidades e estabelece critérios como tempo, liderança e trabalho em equipe que auxiliam a alcançar o maior desempenho das equipes.
2020A Phase III, randomized, double-blind, placebo-controlled, multicenter study of fruquintinib in Chinese patients with advanced nonsquamous non-small-cell lung cancer – the FALUCA study
LU ., et al; 2020Esse estudo objetivou verificar a eficiência do tratamento na sobrevida com fruquintinibe em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas que progrediram após quimioterapia. O estudo foi realizado com 527 participantes, sendo que estes foram divididos para receber fruquintinib (354) ou placebo (173). O artigo avaliou a sobrevida, resposta completa ou parcial, duração da resposta e outros fatores como anormalidades para definir a eficácia do fruquintinib.O estudo não mostrou benéfico de sobrevida na utilização de fruquintinib em comparação com placebo em pacientes com câncer avançado de pulmão não escamoso de células não pequena. Contudo, o fruquintinib apresentou um aumento da sobrevida livre de progressão em comparação com o placebo. Ademais, a pesquisa concluiu que parece ser seguro o fruquintinib na população com este tipo de tumor, pois mesmo o tratamento com ela sendo quatro vezes mais longo do que com o placebo nenhum novo sinal de segurança foi relatado, sendo reações cutâneas e hipertensão observadas na mesma consistência de pesquisas anteriores e a maioria das alterações foram solucionadas após ajustar a dose. Por fim, concluiu-se que mesmo não apresentando melhoria de sobrevida, os pacientes que receberam fruquintinib apresentaram melhor qualidade de vida.
2021Bevacizumab plus erlotinib versus erlotinib alone in Japanese patients with advanced, metastatic, EGFR-mutant non-small-cell lung cancer (NEJ026): overall survival analysis of an open-label, randomised, multicentre, phase 3 trialKAWASHIMA., et al; 2021O presente estudo aberto, randômico, multicêntrico e de fase 3 avaliou em 69 hospitais e centros médicos do Japão a administração de bevacizumab-erlotinib contra apenas erlotinib, no tratamento de pacientes com câncer avançado de pulmão de células não pequenas, metastático e mutante de EGFR, com o intuito de identificar mudanças na sobrevida global, qualidade de vida, taxa de controle da doença, duração da resposta e segurança.Entre junho de 2015 e agosto de 2016 foram incluídos 228 pacientes para esse estudo que mostrou que a adição de bevacizumab ao erlotinib não gerou benefícios significativos em relação à sobrevida global, ao tempo de progressão e a qualidade de vida em comparação ao uso único de erlotinib no tratamento dos pacientes incluídos nesse estudo.
2019Clinical analysis of early death in children with pleuropulmonary blastoma in a single center in ChinaCHAI., et al; 2019O estudo analisou seis pacientes crianças que morreram dentro de 30 dias após a admissão no hospital de janeiro de 2004 a março de 2018 devido ao blastoma pleuropulmonar com o objetivo de estudar o tumor para melhorar o diagnóstico e tratamento do mesmo.Dos 6 casos analisados, 2 femininos e 4 masculinos com idade média de 38 meses, todos apresentavam sintomas respiratórios e tumores superiores a 10 cm de diâmentro. 4 pacientes realizaram aspiração com agulha fina guiada por ultrassom, 1 paciente foi submetido a tracotomia exploratória e 1 submetido a ressecção parcial do tumor. 4 pacientes foram tratados com quimioterapia sem redução tumoral, o tempo de hospitalização média até a morte foi de 17 dias. As principais causas de morte foram insuficiência respiratória e sepse.
2018Clinical significance of ≥ 50% PD-L1 expression with the SP263 monoclonal antibody in non-small cell lung cancer patientsLI., et al; 2018O estudo avaliou a correlação entre tabagismo, perfis genéticos, resultados dos pacientes e a expressão de PD-L1 em 241 casos de câncer de pulmão de células não pequenas.A expressão de PD-L1 foi avalia em 241 espécimes ressecados, dos quais 35 tiveram uma pontuação de expressão de tumor (TPS) maior de 50%, o estudo relacionou essa expressão com o tabagismo e sua avaliação detalhada, mostrou que a duração total do tabagismo foi um preditor de TPS PD-L1 > 50%. Para mais, o estudo revelou que pacientes com TPS PD-L1 > 50% tiveram uma pior sobrevida livre de doença e uma menor sobrevida global e essa expressão é mais comum em fumantes de longo prazo.
2020Concurrent Chemo-proton Therapy Using Adaptive Planning for Unresectable Stage III Non-small Cell Lung Cancer: A Phase II StudyIWATA., et al; 2020A pesquisa buscou avaliar a terapia com feixes de prótons com um planejamento adaptativo para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas e não ressecável em estágio III.O estudo avaliou a sobrevida global, taxa de controle local, sobre vida livre de progressão e alterações na qualidade de vida em 47 pacientes administrou-se 4 ciclos de cisplatina e S-1, além do próton terapia. Nos 2 primeiros anos observou-se tempo de sobrevida global de 77%, controle local de 84% e sobrevida livre de progressão de 43%. Ademais, constatou-se que o estado de saúde global, emocional e funções sociais melhorou em 24 meses. Por fim, o estudo conclui que a terapia com feixes de prótons adaptada aumentou a sobrevida em relação a quimiorradioterapia, além disso, houve redução tumoral em cerca de 40% sem piora significativa na qualidade de vida.
2020Deterioration of Health-Related Quality of Life Scores under Treatment Predicts Longer SurvivalJÖRLING., et al; 2020O estudo teve como objetivo avaliar se as mudanças nos ecores basais de qualidade de vida durante o tratamento tornam-se preditores de sobrevida. O estudo avaliou 400 pacientes, sendo que 52 possuíam câncer de pulmão, o público da pesquisa foi entrevistado no momento da primeira internação, em consultas de acompanhamento, após seis semanas e depois de cada ano de terapia completa para avaliar a qualidade de vida dos mesmos.Para avaliar os resultados a pesquisa dividiu os participantes em dois grupos, o grupo com maior qualidade de vida, e o grupo com menor qualidade de vida. Durante a terapia, a pesquisa observou piora global na qualidade de vida com a diminuição de função e saúde, ademais, identificou-se aumento de dor após a terapia. O estudo concluiu que a mudança no escore basal de dor e qualidade de vida (HRQoL) mostra-se um preditor de sobrevivência, sendo um fator importante para identifica pioras durante o tratamento.
2019Exploratory analysis of front-line therapies in REVEL: a randomised phase 3 study of ramucirumab plus docetaxel versus docetaxel for the treatment of stage IV non-small-cell lung cancer after disease progression on platinum-based therapyGARON., et al; 2019A pesquisa buscou identificar as diferenças de ramucirumab-docetaxel e apenas docetaxel no tratamento de pacientes com câncer de pulmão de estágio IV de células não pequenas, avaliando sobre vida global, taxa de resposta objetiva, eficácia, segurança e qualidade de vida do tratamento.O estudo identificou que houve aumento na sobrevida global dos pacientes tratados com ramucirumab-docetaxel de 11.8 meses contra 9.0 meses de pacientes administrados com placebo e docetaxel, além disso a sobrevida livre de progressão e taxa de resposta objetiva também apresentaram valores mais altos comparados aos tratados com ramucirumab-docetaxel em comparação a apenas placebo e docetaxel (5.1 contra 3.7 meses) e (20% contra 15%) respectivamente. Os efeitos adversos foram semelhantes em ambos os tratamentos. Constatou-se que não houveram diferenças na escala de sintomas de câncer de pulmão nos diferentes tratamentos, alcançando um valor de 75%. Por fim, o estudo ressalta que a pesquisa com ramucirumab-docetaxel não apresentou custo beneficio significativo em segurança e em qualidade de vida.
2020Brigatinib Versus Crizotinib in Advanced ALK Inhibitor–Naive ALK-Positive Non–Small Cell Lung Cancer: Second Interim Analysis of the Phase III ALTA-1L TrialCAMIDGE., et al; 2020O artigo analisa os resultados do estudo ALTA-1L de fase III do tratamento de primeira linha com brigatinib contra crizotinib em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com anaplastic lymphoma kinase–positive (ALK1).O estudo comparou a eficácia de ambos medicamentos para sobrevida livre de progressão em 2 anos e o brigatinib indicou 48% de não progressão enquanto o crizotinib indicou 26%. A taxa de resposta objetiva encontrada no brigatinib foi de 74% e 62% com crizotinib. A sobrevida global foi avaliada em 2 anos sendo maior com o brigatinib. Por fim, o artigo informa que o tempo para piora da qualidade de vida relacionada a saúde para pacientes com brigatinib foi de 26.7 meses, já para crizotinib foi de 8.3 meses, indicando que o brigatinib possui uma eficácia, tolerabilidade e qualidade de vida superior ao crizotinib.
2019Inpatients versus outpatients with advanced non-small cell lung cancer: Characteristics and outcomesGOTFRIT., et al; 2019O estudo propôs estudar a diferença entre pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas atendidos ambulatorialmente em comparação com pacientes hospitalizados, por meio de uma análise retrospectiva de 2009 à 2012 de base populacional, explorando diferenças nas características basais, opções de tratamento e sobrevida global.Como resultado o estudo inclui 123 pacientes internados e 514 pacientes atendidos ambulatorialmente, dos quais 55% receberam terapia sistêmica e 21% dos internados receberam o mesmo tratamento. O estudo revelou que os pacientes internados eram mais jovens, apresentavam pior estado de saúde, maior perda de peso, anemia, leucocitose, trombocitose, disfunção renal e início mais rápido dos sintomas em comparação com os pacientes atendidos ambulatorialmente. O estudo concluiu que pacientes internados eram mais indispostos e possuíam uma sobrevida menor, porém respondiam melhor ao tratamento que os pacientes ambulatoriais.
2022Patient-reported outcomes with cemiplimab monotherapy for first-line treatment of advanced non-small cell lung cancer with PD-L1 of ≥50%: The EMPOWER-Lung 1 studyGÜMÜŞ., et al; 2022O estudo analisou adultos com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) que receberam cemiplimabe 350 mg a cada 3 semanas ou quimioterapia dupla com platina. Os pacientes preencheram questionários de qualidade de vida (QLQ-C30 e QLQ-LC13) no início e no primeiro dia de cada ciclo de tratamento. A análise utilizou modelos mistos para estimar as mudanças ao longo do tempo na qualidade de vida, considerando a expressão de PD-L1 ≥50% e a população de intenção de tratar.Entre os pacientes com PD-L1 ≥50%, o cemiplimabe demonstrou melhoras significativas na qualidade de vida, escalas de sintomas e funcionamento em relação à quimioterapia. O estudo mostrou que o uso de cemiplimabe reduz o risco de deterioração das escalas de qualidade de vida. Assim o estudo conclui que o cemiplimabe torna-se eficaz e favorável para o tratamento de NSCLC avançado, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, funcionamento e redução de sintomas em comparação com a quimioterapia com platina dupla.
2019Patient-reported outcomes with durvalumab after chemoradiotherapy in stage III, unresectable non-small-cell lung cancer (PACIFIC): a randomised, controlled, phase 3 studyHUI., et al; 2019O estudo PACIFIC é um ensaio clínico de fase 3 em andamento, realizado de forma internacional e multicêntrica. É um estudo duplo-cego, randomizado e controlado. Os critérios de elegibilidade para participar do estudo incluíram ter pelo menos 18 anos de idade e um status de desempenho da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 0 ou 1. Os pacientes devem ter sido diagnosticados com câncer de pulmão de células não pequenas irressecáveis, com confirmação citológica, e ter recebido pelo menos dois ciclos de quimiorradioterapia à base de platina, sem apresentar progressão da doença após esse tratamento.Entre 2014 e 2016, 476 pacientes foram designados para receber durvalumabe e 237 pacientes receberam placebo. O acompanhamento médio foi de 25,2 meses. Mais de 79% dos pacientes que receberam durvalumabe e mais de 82% dos pacientes que receberam placebo completaram questionários até a 48° semana. O estudo relatou que durante 12 meses os Resultados Relatados pelos Pacientes (PROs) como tosse, dispneia, dor no peito, fadiga entre outros, mantiveram-se sem alterações clinicas relevantes nos dois grupos. Assim o estudo conclui que tanto o durvalumabe quanto o placebo proporcionaram estabilidade nos PROs.
2018Impact of comprehensive geriatric assessment on quality of life, overall survival, and unplanned admission in patients with non-small cell lung cancer treated with stereotactic body radiotherapyJEPPESEN., et al; 2018O presente estudo buscou avaliar se uma avaliação geriátrica abrangente (CGA) aliada a radioterapia estereotáxica corporal afeta a qualidade de vida, a sobrevida e as admissões não planejadas. Para isso 51 pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de células não pequenas tratados com radioterapia estereotáxica corporal foram inscritos.
De 51 pacientes, 26 receberam a CGA e 25 não receberam a CGA. Dentre os 26 pacientes, a implementação de um CGA não impactou na qualidade de vida geral, na prevalência ou duração das internações não planejadas, nem na sobrevida. Mesmo que o estudo tenha mostrado pequenas diferenças na qualidade de vida e na sobrevida, essas diferenças só poderão ser validadas em estudos maiores.
2018Overall survival of driver mutation-negative non-small cell lung cancer patients with COPD under chemotherapy compared to non-COPD non-small cell lung cancer patientsLIM., et al; 2018O artigo avaliou os efeitos da DPOC na sobrevida de pacientes com NSCLC com mutação condutora negativa submetidos à quimioterapia convencional como tratamento de primeira linha. Por meio da revisão d​​os prontuários médicos de pacientes com CPCNP estágio IIIB e IV de 2008 até 2015 de 6 hospitais universitários.O estudo incluiu um total de 197 pacientes, dos quais 92 tinham DPOC e 105 não. A sobrevida mediana no grupo sem DPOC foi de 11,5 meses, enquanto no grupo com DPOC foi de 9,2 meses. Os fatores e risco para a mortalidade foram: idade avançada (>70 anos), alta pontuação do Eastern Cooperative Oncology Group (2-3), células escamosas e presença de DPOC. O estudo concluiu que a DPOC teve um impacto negativo na sobrevida global em pacientes com NSCLC e em pacientes fumantes submetidos à quimioterapia convencional.
2019Genotyping KRAS and EGFR Mutations in Greek Patients With Non-small-cell Lung Cancer: Incidence, Significance and Implications for TreatmentLINARDOU., et al; 2019Neste artigo foi estudada a genotipagem de KRAS e EGFR em 421 pacientes gregos diagnosticados com NSCLS de setembro de 1998 até junho de 2013 e associados a características clínico-patológicos. Comparações de resultados foram realizadas em 288 pacientes recebendo tratamento de primeira linha.A maioria dos pacientes incluídos no estudo era do sexo masculino, com idade acima de 60 anos e eram tabagistas atuais, a histologia mais presente foi adenocarcinoma. As mutações EGFR e KRAS foram identificadas em 10,7% e 16,6% de todos os tipos histológicos, respectivamente, e em 14,9% e 21,9% dos adenocarcinomas. Durante um período médio de acompanhamento de 4,5 anos, o status KRAS foi identificado como um fator prognóstico negativo independente para a sobrevida global. O estudo mostrou que as mutações KRAS foram associadas a um aumento de 80% no risco de mortalidade em pacientes submetidos a tratamento de primeira linha assim o estudo conclui que a presença de mutações KRAS é um prognóstico negativo independente entre os pacientes gregos com NSCLC.
2023Nutrition impact symptoms: Noteworthy prognostic indicators for lung cancerLIU., et al; 2023O estudo abordou a incidência e o papel prognóstico dos sintomas de impacto nutricional (NIS) no câncer de pulmão, por meio de uma avaliação do paciente que inclui perda de apetite, náusea, vômito, úlcera na boca, constipação, diarreia, boca seca, alteração do paladar, alteração do olfato, disfagia, saciedade precoce e dor.Este estudo incluiu um total de 3.634 pacientes com câncer de pulmão, dos quais 1.533 apresentavam sintomas de impacto nutricional. O estudo observou que pacientes com câncer de pulmão com NIS tiveram sobrevida menor que aqueles sem repercussões nutricionais. Além disso, 42% dos pacientes com câncer de pulmão apresentaram NIS. O estudo concluiu que o NIS é um indicador de desnutrição, caquexia do câncer, menor sobrevida global e está intimamente relacionado à qualidade de vida.
2020Health-Related Quality of Life With Carboplatin-Paclitaxel or nab-Paclitaxel With or Without Pembrolizumab in Patients With Metastatic Squamous Non-Small-Cell Lung CancerMAZIERES., et al; 2020O estudo buscou relatar a qualidade de vida de pacientes com metástases escamosas de câncer de pulmão de células não pequenas tratados com Carboplatina-Paclitaxel ou nab-Paclitaxel com ou sem Pembrolizumabe, por meio do questionário de qualidade de vida-core 30 (QLQ-C30) e o módulo específico para câncer de pulmão (QLQ-LC13).
O estudo conseguiu que um total de 554 pacientes realizaram as avaliações de qualidade de vida do QLQ-C30, enquanto 553 pacientes realizaram as avaliações do QLQ-LC13. Como resultado obtido teve-se que a associação de pembrolizumabe à quimioterapia melhorou a saúde geral e a qualidade de vida. Os resultados indicaram que a adição de pembrolizumabe à quimioterapia mantém ou melhora a qualidade de vida em comparação com a quimioterapia isolada. Por fim o estudo reitera a adição de pembrolizumabe associado a quimioterapia como tratamento de primeira linha para NSCLC com metástase escamosa.
2021Patient-Reported and End-of-Life Outcomes Among Adults With Lung Cancer Receiving Targeted Therapy in a Clinical Trial of Early Integrated Palliative Care: A Secondary AnalysisPETRILLO., et al; 2021O objetivo do estudo foi comparar a qualidade de vida, sintomas, comunicação prognóstica e cuidados entre pacientes recebendo quimioterapia direcionada e pacientes com câncer de pumão sem mutações direcionadasO esudo revelou que os pacientes com câncer de pulmão que receberam terapia direcionada apresentaram melhorias significativas na qualidade de vida, nos sintomas com o passar do tempo e na sobrevida. O estudo conclui que os pacientes com câncer de pulmão que recebem terapia direcionada possuem uma melhor qualidade de vida e alívio de sintomas em comparação com aqueles sem mutações direcionáveis e tem mais chances de realizar o tratamento até a morte.
2020High tumor mutation burden predicts favorable outcome among patients with aggressive histological subtypes of lung adenocarcinoma: A population-based single-institution studyTALVITIE., et al; 2020O estudo objetivou avaliar o valor prognóstico da carga de mutação tumoral (TMB) e a incidência em diferentes tipos histológicos de adenocarcinoma.Como resultado teve-se que um valor de TMB alto > 14, está relacionado à um prognóstico bom, independente do estágio do tumor e do subtipo histológico. Pacientes com TMB alto tiveram uma sobrevida maior em relação a paciente com TMB menor que 14. O estudo concluiu que a carga de mutação tumoral se evidenciou como um marcador de prognóstico favorável para adenocarcinoma pulmonares, mesmo estando associado a subtipos histológicos considerado grave.
2020Patient-reported outcomes with first-line durvalumab plus platinum-etoposide versus platinum-etoposide in extensive-stage small-cell lung cancer (CASPIAN): a randomized, controlled, open-label, phase III studyGoldman; et al., 2020Pacientes com com câncer de pulmão de pequenas células em estagio avançado, que não receberam nenhum tratameto quimioterápico anterior,  se metástases cerebrais deveriam estar  assintomáticos ou tratados e estáveis ​​e não estivessem em uso de esteroides e anticonvulsivantes por pelo menos 1 mês antes da entrada no estudo e possuissem PS (Performance Status) 0 ou 1, foram incluídos no estudo. Os pacientes foram randomizados em uma proporção de 1:1:1 para receber durvalumabe mais etoposídeo + platina (cisplatina ou carboplatina) (EP), durvalumabe mais tremelimumabe mais EP ou EP. Resultados relatados pelo paciente (PROs), avaliados com o Questionário de Qualidade de Vida-Core 30 (QLQ-C30) versão 3 da Organização Europeia para Pesquisa e Tratamento do Câncer (EORTC) e seu módulo de câncer de pulmão, o Questionário de Qualidade de Vida-Lung Cancer 13 (QLQ-LC13), foram endpoints secundários pré-especificados. Alterações desde a linha de base até a progressão da doença ou 12 meses em sintomas chave pré-especificados relacionados à doença (tosse, dispnéia, dor no peito, fadiga, perda de apetite) foram analisados com um modelo misto para medidas repetidas. O tempo até a deterioração (TTD) dos sintomas, funcionamento e estado de saúde global/qualidade de vida (QoL) da randomização foi analisado.
Nos braços durvalumabe mais EP e EP, 261 e 260 pacientes foram avaliados pelo PRO. Os pacientes em ambos os braços apresentaram carga de sintomas numericamente reduzida ao longo de 12 meses ou até a progressão dos principais sintomas. Para as melhorias da linha de base na perda de apetite, a diferença entre os braços foi estatisticamente significativa, favorecendo durvalumabe mais EP (diferença, -4,5; IC 99%: -9,04, -0,04; nominal p = 0,009 ) . Os pacientes apresentaram TTD mais longo com durvalumabe mais EP versus EP para todos os sintomas (taxa de risco [IC 95%] para sintomas principais: tosse 0,78 [0,600‒1,026]; dispneia 0,79 [0,625‒1,006]; dor no peito 0,76 [0,575‒0,996]; fadiga 0,82 [0,653‒1,027]; perda de apetite 0,70 [0,542‒0,899]), funcionamento e estado de saúde global/QoL.

DISCUSSÃO

Esta pesquisa encontrou numerosos artigos sobre qualidade de vida e câncer de pulmão, por se tratar de uma doença agressiva e com altas taxas de mortalidade, muitos estudos com diferentes tipos de terapia vêm sendo experimentadas para esses pacientes, desfechos como qualidade de vida e sobrevida estão cada vez mais sendo o foco das discussões sobre tratamento de câncer de pulmão. Esta discussão foi dividida em 3 tópicos: 1 Visão geral do câncer de pulmão: epidemiologia e histologia tumoral; 2 Tratamentos convencionais para câncer de pulmão que impactam a qualidade de vida e sobrevida do paciente e 3 Tratamentos alternativos para câncer de pulmão.

Visão geral do câncer de pulmão: epidemiologia e histologia tumoral

As estatísticas mostram que no ano de 2018 cerca de 9,6 milhões de pessoas morreram por câncer, sendo 56,4% homens e 43,6% mulheres. Neste mesmo ano foi diagnosticado uma população de 18,1 milhões com tumor, sendo a maioria 52,3% homens, nota-se que apenas 5% a 10% dos casos são relacionados a fatores genéticos, sendo a maioria 90% a 95% associados ao estilo de vida e questões ambientais. Tendo em vista os valores supracitados, observou-se que o câncer mais comum é o de pulmão, sendo responsável por 11,60% dos casos e 18,4% das mortes totais (SOTO et al., 2020).

Segundo projeções, estima-se que no ano de 2040 serão diagnosticados mais de 29,5 milhões de pessoas com câncer, este aumento está relacionado ao maior envelhecimento da população a nível mundial e ao aumento da incidência tumoral. Relacionado a este aumento, pressupõe-se que a população masculina sofrerá com um acréscimo de 67,60%, já as mulheres com um incremento de 55,30% de novos casos. Estas estimativas epidemiológicas têm como objetivo, orientar os sistemas de saúde e governos para que eles possam se preparar para atender a demanda, e desenvolver medidas para tentar reduzir este aumento no número de casos (SOTO et al., 2020).

Características genéticas, morfológicas e histológicas dos tumores de pulmão vem sendo cada vez mais elucidadas. Um estudo cubano, permitiu observar, através da ultrassonografia endobrônquica (EBUS), que 91,80% dos canceres de pulmão apresentam margens regulares e 8,20% margens irregulares. Além disso, definiu-se a forma dos tumores sendo 6,10% ovais e 93,90% redondos, no que se refere ao tamanho dos mesmos 32,70% apresentaram entre 15 e 19mm e 67,2% desenvolveram 20mm ou mais. Quanto a histologia, 42,80% destes foram carcinomas de células não pequenas e 14,20% de células pequenas (ALFONSO; MORENO, 2021).

Outro estudo brasileiro, analisou 1.030 prontuários de pacientes com câncer de pulmão, admitidos à ressecção pulmonar, ao longo dos últimos 30 anos (1986-1995, 1996-2005 e 2006-2015), destes 665 (64,5%) eram do sexo masculino, e a média de idade à cirurgia foi de 62,8 anos para os homens e 60,8 anos para as mulheres. O tipo histológico predominante foi o adenocarcinoma (44,5%), seguido por carcinoma de células escamosas (40,6%), porém houve uma diminuição na prevalência desse último e um aumento na prevalência de adenocarcinoma ao longo dos anos. Observou-se também diferenças significativas entre os gêneros em relação aos tipos histológicos, com o carcinoma de células escamosas sendo mais comum em homens e o adenocarcinoma sendo mais comum em mulheres. Também foram observadas diferenças entre os gêneros em relação ao grau de invasão tumoral, classificação linfonodal e estadiamento, indicando que a doença estava mais avançada nos homens. Não houve diferença na média de idade entre homens e mulheres ao longo dos três períodos analisados, mas houve um aumento geral na média de idade ao longo do tempo. A lobectomia foi o tipo de cirurgia mais comum, seguida pela pneumonectomia e bilobectomia. Houve um aumento na proporção de casos classificados como estádio I ao longo dos períodos (TSUKAZAN et al., 2017).

Tratamentos convencionais para câncer de pulmão que impactam a qualidade de vida e sobrevida do paciente

A relação entre o câncer de pulmão e a qualidade de vida é complexa e depende de vários fatores, incluindo o estágio do câncer, o tipo de tratamento e a resposta individual do paciente, e principalmente, devido aos sintomas físicos, emocionais e sociais que podem surgir. Alguns dos sintomas físicos comuns são falta de ar, tosse persistente, fadiga, dor no peito e perda de peso. Esses sintomas podem afetar a capacidade do paciente de realizar atividades treinadas, como se exercitar, trabalhar ou cuidar de si mesmo (Tsukazan, 2017).

Um estudo observacional holandês, mostrou que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado apresentava caquexia, caracterizada por medidas musculares reduzidas e sintomas clínicos acentuados. Esses pacientes apresentaram fadiga, inflamação e diminuição da qualidade de vida e pior sobrevida (BUSKERMOLEN et al., 2017). Além disso, a presença da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) em pacientes com câncer de pulmão foi associada a diminuição destes dois últimos fatores. O manejo adequado do SIRS é fundamental para melhorar esses desfechos (LIU et al., 2023).

O câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) representa 80% dos diagnósticos de câncer de pulmão e tem alto impacto na qualidade de vida do paciente e familiares, já que se houver falha na quimioterapia, tratamento de primeira linha, o objetivo se torna paliativo, o que pode diminuir a qualidade de vida do paciente. Contudo, um novo tratamento de segunda linha que sugere o uso do Nintedanib, um inibidor da angiogênese tumoral, combinado com Docetaxel sugere a redução na escala de dor e sintomas como tosse em pacientes que fizeram o uso da medicação combinada, por consequência, melhorando a qualidade de vida de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de células pequenas (BOSCH et al., 2016).

Ainda relacionado ao CPNPC, Linardau, et al (2019) demonstrou que a presença de mutações de KRAS é um fator prognóstico negativo e está associado a um aumento no risco de mortalidade. Ademais, subtipos histológicos, como o alto TMB em neoplasias agressivas, foram relacionados a uma menor sobrevida. Esses achados destacam a importância da avaliação genômica no planejamento do tratamento e prognóstico dos pacientes com CPNPC.

Diversos estudos avaliaram o impacto de diferentes tratamentos no câncer de pulmão na qualidade de vida dos pacientes. Por exemplo, o tratamento com Ramucirumab-docetaxel mostrou uma melhora na sobrevida global, mas também foi associado a efeitos adversos de grau 3 ou superiores. O uso de Brigatinib em pacientes com tumor ALK- positivo demostrou melhores taxas de resposta objetiva, sobrevida global e menor deteriorização da qualidade de vida em comparação com o Crizotinib (CAMIDGE et al., 2020).

Pesquisas utilizando medicamentos como Afatinibe, Pembrolizumabe e Durvalumabe mostraram melhorias significativas nos sintomas relacionados ao câncer de pulmão e na qualidade de vida dos pacientes. Essas terapias direcionadas ou imunoterápicas têm demonstrado benefícios em relação à redução de sintomas, melhora na função física e bem-estar emocional. (MAZIERES et al., 2020; GOLDMAN et. al, 2020).

Contudo, no estudo PACIFIC, de HUI et al., 2019, pacientes que receberam o Durvalumabe não apresentaram diferenças clínicas com relação aos que receberam placebo em um período de 25,2 meses, sendo assim, os PROs especificados de interesse permaneceram estáveis em ambos os grupos, não indicando alterações relevantes.

Outros estudos investigaram o impacto da radioterapia estereotáxica e do tratamento adaptativo de próton nos pacientes com câncer de pulmão. Essas abordagens mostraram resultados promissores em termos de sobrevida e controle local do tumor (JÖRLING et. al, 2020; ABEL et. al,2019; JEPPESEN et al., 2018, LI et. al, 2018; IWATA et. al, 2020).

A quimioterapia é a terapia mais comum e utilizada em conjunto, tem-se bons resultados, as taxas de sobrevida aumentam em estágios iniciais. Porém, é importante individualizar o tratamento e avaliar os padrões de resultados. Pacientes com câncer de pulmão que receberam terapia direcionada apresentaram melhorias significativas na qualidade de vida e alívio dos sintomas, independentemente dos cuidados paliativos (PETRILLO et al., 2021).

Um estudo canadense, comparou a sobrevida e condições clínicas de pacientes com CPNPC em estadio avançado (IIIB ou IV) que deram entrada no hospital via internação X via ambulatorial. Os pacientes que procuram médicos oncologistas por meio da internação apresentaram doença clinicamente mais agressiva e estavam em estado mais grave. Não é surpreendente que menos pacientes tenham recebido terapia sistêmica (quimioterapia baseada em duplo de platina, monoterapia citotóxica ou inibidor de tirosina quinase) nesse grupo, no entanto, entre aqueles que receberam, houve uma maior tendência de resposta em comparação aos pacientes ambulatoriais. Além disso, a sobrevida global desses pacientes começou a se aproximar daqueles que se consultaram como ambulatoriais. Evidenciando que mesmo pacientes com doença avançada e debilitados, podem se beneficiar da quimioterapia e aumentar a sobrevida. (GOTFRIT et al., 2019).

Lee et. al, 2018, discute os sintomas relatados pelos pacientes e o impacto do tratamento com Osimertinibe em comparação com quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado. Foram utilizados questionários específicos para avaliar os sintomas relacionados ao câncer de pulmão e o impacto na qualidade de vida dos pacientes. Os resultados mostraram que os pacientes tratados com essa medicação apresentaram uma melhora significativa nos sintomas relacionados ao câncer de pulmão em comparação com aqueles que receberam quimioterapia. Isso incluiu uma redução nos sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, bem como melhora na fadiga, perda de apetite e dor. Além disso, os pacientes tratados com Osimertinibe relataram uma melhora na qualidade de vida em comparação com aqueles que receberam quimioterapia. Isso incluiu uma melhora nas atividades diárias, bem-estar emocional e interações sociais.

Seguindo o delineamento de medicações tem-se os achados sobre o impacto do tratamento com Anlotinibe na qualidade de vida de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) avançado. Os resultados demonstraram que o tratamento com anlotinibe teve um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes com CPNPC avançado. O estudo utilizou diversas medidas padronizadas para avaliar diferentes aspectos da qualidade de vida, incluindo o funcionamento físico, sintomas, estado de saúde global e bem-estar geral. Pacientes que receberam Anlotinibe apresentaram melhorias significativas em vários domínios da qualidade de vida em comparação com aqueles que receberam o placebo. Essas melhorias incluíram melhor funcionamento físico, redução de sintomas e uma percepção geral melhorada do estado de saúde e bem-estar (SI; et al., 2018).

Além disso, pacientes com genes de fusão NTRK, que foram identificados como alvos potenciais para terapias direcionadas. As pesquisas enfatizam a importância de identificar alterações moleculares específicas, como os genes de fusão NTRK, que impulsionam o crescimento tumoral e podem ser alvos de terapias de precisão. No entanto, reconhecem que a adoção e implementação da medicina de precisão em países em desenvolvimento enfrentam vários obstáculos. Um dos principais desafios discutidos é a disponibilidade limitada e a acessibilidade de tecnologias avançadas de testes genômicos (CARDONA et. al, 2020).

A qualidade de vida relacionada ao tratamento entre pacientes com PD-L1 ≥50%, o cemiplimabe mostrou melhorias significativas em relação à quimioterapia em termos de qualidade de vida, estado de saúde, funcionamento e sintomas (GUMUS et al., 2022). Ao serem avaliados pelas escalas EORTC QLQ-C30 EORTC QLQ-LC13 os pacientes tratados com fruquintinib apresentaram uma melhoria significativa na qualidade de vida. Contudo, não se observou resultado positivo dos sinais/sintomas nos grupos tratados com esse medicamento, os pacientes apresentaram dor nos membros, náusea, dor torácica, infecções no trato respiratório superior, dor na orofaringe, hiponatremia e dor musculoesquelética (LU et al., 2020). Outro estudo demonstrou que pacientes tratados com bevacizumab-erlotinib contra apenas erlotinib, a escala EORTC QLQ-C30 indicou que o segundo grupo apresenta uma qualidade de vida global superior ao público que foi administrado as duas medicações (KAWASHIMA et al., 2021).  

Os questionários EORTC e QLQ também são utilizados para avaliar a qualidade de vida após o tratamento de CA de células não pequenas, avaliando os domínios como, físico, emocional, social e funcional da qualidade de vida. Os resultados mostraram que, em geral, os sobreviventes de câncer de pulmão apresentaram uma qualidade de vida comprometida em comparação com a população geral. Os domínios mais afetados foram os relacionados à saúde física e emocional, com relatos de sintomas físicos e psicológicos persistentes, como fadiga, dispneia, ansiedade e depressão. Em suma, o estudo destaca a necessidade de um cuidado contínuo e abrangente para os sobreviventes de CPNPC, com ênfase na melhoria da qualidade de vida. A identificação dos fatores que influenciam a qualidade de vida nesses indivíduos pode fornecer informações valiosas para o desenvolvimento de intervenções direcionadas, com o objetivo de melhorar o bem-estar geral e o ajuste pós-tratamento dos sobreviventes de NSCLC (MARLENE et. al, 2019).

Em resumo, a qualidade de vida dos pacientes com câncer de pulmão é afetada por vários fatores, incluindo o estágio do câncer, tipo de tratamento, sintomas físicos e presença de comorbidades. Estudos têm investigado diferentes abordagens terapêuticas e seus impactos na qualidade de vida, destacando a importância de uma abordagem individualizada para o manejo da doença. A avaliação regular da qualidade de vida e o suporte adequado aos pacientes são fundamentais para melhorar o bem-estar e adaptar o tratamento de acordo com as necessidades específicas.

Tratamentos alternativos para câncer de pulmão.

O papel da equipe multidisciplinar faz-se necessário para definir a melhor conduta terapêutica e fornecer o melhor cuidado para o paciente com câncer de pulmão, mostrando-se a melhor estratégia para aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. A revisão realizada pelo Grupo Espanhol de Câncer de Pulmão analisou a situação atual das equipes multidisciplinares e propôs requisitos de excelência e indicadores de qualidade para garantir o melhor atendimento aos pacientes com câncer de pulmão. Alguns dos principais fatores para o sucesso das equipes multidisciplinares incluem tempo e recursos adequados, liderança, apoio administrativo e institucional, além do registro de atividades. Foi perceptível que o uso desses fatores pelas equipes multidisciplinares nos atendimentos e tratamentos de pacientes com câncer de pulmão resultou em melhoras na qualidade de vida dos pacientes (GUIRADO et al., 2021).

A cerca do assunto, outro artigo investigou o uso do termômetro “Distress” como uma ferramenta prognóstica para a sobrevida de um ano em pacientes com câncer de pulmão. A pesquisa aborda uma área importante da prática clínica, uma vez que a identificação precoce de fatores prognósticos é crucial para o planejamento do tratamento e o suporte adequado aos pacientes. Os resultados do estudo demonstram que o uso do termômetro de aflição pode ser útil na predição da sobrevida de um ano em pacientes com câncer de pulmão. A aflição psicológica, muitas vezes associada ao diagnóstico de câncer, desempenha um papel significativo na qualidade de vida e no prognóstico dos pacientes. Através da avaliação da aflição psicológica utilizando o termômetro, os profissionais de saúde podem identificar pacientes com maior risco de desfechos adversos e fornecer intervenções apropriadas, incluindo apoio emocional, acompanhamento psicológico e ajuste do tratamento (GEERSE et al., 2019).

Para tal, discute-se a terapia de reminiscência para diminuição de ansiedade e depressão bem como na melhora da qualidade de vida em pacientes pós-operatórios com câncer de pulmão de células não pequenas. A terapia de reminiscência envolve a evocação de memórias passadas, promovendo a comunicação e o compartilhamento de experiências significativas. Os resultados demonstraram que o programa de cuidados baseado em terapia de reminiscência foi eficaz na redução da ansiedade e depressão em pacientes pós-operatórios com câncer de pulmão de células não pequenas. Além disso, houve uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, incluindo domínios relacionados à saúde física, emocional, social e funcional (LIU, MEIFANG; LI, YAO, 2021).

Em suma, os tratamentos alternativos para pacientes com câncer de pulmão mostram-se efetivos para suporte e melhores condições de qualidade de vida, porém, os estudos mostram que não se pode generalizar, pois a maioria deles foi específico e que as terapias podem não ser adequada para todos.

CONCLUSÃO

O estudo mostrou que há um número significativo de publicações relacionadas a qualidade de vida de paciente com câncer no geral e câncer de pulmão, nos últimos 5 anos.  

Há evidencias de que o tipo histológico pode impactar de diferentes maneiras a qualidade de vida dos pacientes. O tipo histológico mais predominante é o câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC), e o subtipo é o adenocarcinoma e pode estar ou não associado ao consumo de tabaco. A importância de diferenciar o tipo histológico é dada pelo tratamento e prognóstico. O subtipo CCNP é o mais lento e predomina em não fumantes, já o câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) é de proliferação mais rápida e têm um pior prognóstico.

Sendo assim, os estudos analisados destacaram a importância de considerar o subtipo histológico no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas em estágio inicial com SABR. A identificação do subtipo histológico pode auxiliar na predição de resposta ao tratamento e na individualização das estratégias terapêuticas.

Os desafios e soluções potenciais para a implementação da medicina de precisão, especificamente no contexto de pacientes com genes de fusão NTRK em países em desenvolvimento, sendo necessário esforços colaborativos entre equipe multidisciplinar, incluindo profissionais de saúde, pesquisadores, formuladores de políticas e empresas farmacêuticas, para superar as barreiras e garantir a integração bem-sucedida da medicina de precisão na prática clínica rotineira.

Ademais, outros artigos demostraram a utilização de medicações como, afatinibe, osimertinibe, anlotinibe, que proporcionou uma melhora significativa nos sintomas e qualidade de vida em pacientes com carcinoma de células escamosas do pulmão avançado após quimioterapia de primeira linha baseada em platina. Esses resultados têm implicações importantes no manejo clínico desses pacientes, destacando a importância de considerar não apenas a sobrevida, mas também os aspectos relacionados aos sintomas e à qualidade de vida durante o tratamento. A incorporação do afatinibe na prática clínica pode oferecer benefícios adicionais aos pacientes, melhorando sua experiência global com a doença e o tratamento.

Outra estratégia adicionada é o termômetro de aflição como uma ferramenta prognóstica para a sobrevida de um ano em pacientes com câncer de pulmão. A integração dessa ferramenta na prática clínica pode ajudar a identificar pacientes em maior risco e fornecer suporte adequado para melhorar a qualidade de vida e os desfechos clínicos.

No campo do tratamento, avanços têm sido alcançados. O tratamento adaptativo de prótons, realizado ao longo de 20 dias, mostrou-se eficaz na redução do volume do tumor em até 40%, contribuindo para a melhoria da sobrevida dos pacientes. Vale ressaltar que o câncer de pulmão de células não pequenas representa 80% dos casos diagnosticados e possui um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados.

Outro estudo abordou a eficácia das medicações Nintedonib e Docetoxel no alívio dos sintomas, com destaque para a redução da tosse. Foi observado que 36% dos pacientes oncológicos apresentaram condições debilitantes, como caquexia, inflamação, perda de força nas mãos, diminuição da funcionalidade física, cognitiva e social (BOSCH et al., 2016).

Esses achados ressaltam a importância de abordagens terapêuticas eficazes no tratamento do câncer de pulmão, não apenas visando a sobrevida, mas também a melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados. É necessário investir em pesquisas e desenvolvimento de terapias que proporcionem alívio dos sintomas e preservação das funções físicas, cognitivas e sociais dos indivíduos enfrentando essa doença devastadora.

A identificação dos fatores que influenciam a qualidade de vida nesses indivíduos pode fornecer informações valiosas para o desenvolvimento de intervenções direcionadas, como o programa de cuidados baseado em terapia de reminiscência demonstrou ser eficaz na redução da ansiedade e depressão, bem como na melhora da qualidade de vida em pacientes pós-operatórios com câncer de pulmão de células não pequenas. Esses resultados ressaltam a importância de abordagens terapêuticas complementares no cuidado integral desses pacientes, visando não apenas a cura física, mas também o suporte emocional e o bem-estar psicossocial (LIU, MEIFANG; LI, YAO, 2021).

De um modo geral, o câncer de pulmão é o tipo de câncer que mais causa óbito, além do que o diagnóstico tardio é uma realidade que impacta na qualidade de vida aliado aos efeitos colaterais do tratamento e aos sintomas da progressão da doença, como fadiga, tosse, anorexia e caquexia. Dessa forma se torna necessários tomar medidas de controle dos efeitos adversos, visando a promoção de qualidade de vida desses pacientes.  

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1ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2983-5813
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Brasil. E-mail: gabi.carneiroramos@gmail.com

2ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3358-0550
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Brasil. E-mail: mariahelotestoni@gmail.com

3ORCID: https://orcid.org/0009-0001-8118-7692
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Brasil . E-mail: brunotestoni@hotmail.com

4ORCID: https://orcid.org/0009-0000-1954-6853
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Brasil. E-mail: gabmachado100@gmail.com

5ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7132-297X
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Brasil. E-mail: matheuszanellamfz@gmail.com

6ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3358-0550
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Brasil. E-mail: elianaradami@yahoo.com.br