REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7753480
Ane Kássia de Carvalho Barbosa1
Hildnel Rodrigues Leal Silva2
Thyago Layron Sampaio de Abreu3
José Lopes Pereira Júnior4
INTRODUÇÃO: A cannabis medicinal recebeu maior atenção da pesquisa nos últimos anos devido ao afrouxamento de mudanças regulatórias globais. A cannabis medicinal tem eficácia potencial na redução da dor, espasticidade muscular, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia e epilepsia infantil intratável. OBJETIVO: Analisar estudos que descrevam a associação de melhora na qualidade de vida através do uso de Cannabis medicinal. MÉTODOS: O presente estudo trata- se de uma revisão integrativa da literatura, foi realizado um levantamento bibliográfico de caráter descritivo e exploratório, através das bases de dados: Medline, SciELO e Lilacs, utilizando os descritores: “Cannabis medicinal” OR “Canabinóides” OR “Endocanabinoides”, “Receptores de canabinóides” OR “Moduladores de receptores de canabinóides” OR “Qualidade de vida”. RESULTADOS: Foi percebido uma melhor qualidade de vida em relação aos pacientes que utilizaram a cannabis medicinal de forma terapêutica, melhorando consideravelmente quadros de dor (oncológica e não oncológica), epilepsia de difícil controle, transtornos psiquiátricos como a ansiedade, dentre outros, sendo assim, evidente a melhoria na qualidade de vida dos pacientes que buscam essa alternativa terapêutica. CONCLUSÃO: Os estudos analisados mostraram efeitos positivos tendo em vista o uso de Cannabis medicinal e a melhoria na qualidade de vida em patologias observadas em diferentes sistemas orgânicos. Entretanto, os resultados encontrados apesar de se mostrarem suficientes para recomendação do uso medicinal da Cannabis existem estigmas e conceitos pré-concebidos em relação à terapêutica, o que vai de encontro com a fragilidade técnica de profissionais médicos, bem como em relação à política de drogas vigente no Brasil.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Cannabis medicinal. Endocanabinóides.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Medical cannabis has received increased research attention in recent years due to loosening of global regulatory changes. Medical cannabis has potential efficacy in reducing pain, muscle spasticity, chemotherapy-induced nausea and vomiting, and intractable childhood epilepsy. OBJECTIVE: To analyze studies that describe the association of improvement in quality of life through the use of medicinal Cannabis. METHODS: The present study is an integrative literature review, a bibliographic survey of a descriptive and exploratory nature was carried out, through the databases: Medline, SciELO and Lilacs, using the descriptors: “Medicinal cannabis” OR “Cannabinoids” OR “Endocannabinoids”, “Cannabinoid receptors” OR “Cannabinoid receptor modulators” OR “Quality of life”. RESULTS: A better quality of life was perceived in relation to patients who used medical cannabis therapeutically, considerably improving pain (oncological and non-oncological), difficult-to-control epilepsy, psychiatric disorders such as anxiety, among others, thus , an evident improvement in the quality of life of patients who seek this therapeutic alternative. CONCLUSION: The analyzed studies showed positive effects regarding the use of medicinal Cannabis and the improvement in the quality of life in pathologies observed in different organic systems. However, despite the results found being sufficient for recommending the medicinal use of Cannabis, there are stigmas and preconceived concepts in relation to therapy, which goes against the technical fragility of medical professionals, as well as in relation to drug policy. in force in Brazil.
Keywords: Quality of life. Medical cannabis. Endocannabinoids.
1 INTRODUÇÃO
Há relatos da utilização da planta Cannabis sativa para fins medicinais no tratamento de diversas doenças. Sua utilização é milenar e atualmente a planta vem sendo estudada para o tratamento de doenças como o glaucoma, convulsões epilépticas e no alívio de dores e espasmos musculares. O principal composto químico estudado da planta é o canabidiol, por não ser psicoativo, o qual atua em diversos sistemas de receptores sem apresentar efeitos adversos tóxicos (MEDEIROS et al., 2020).
Cannabis medicinal refere-se ao uso medicinal da planta e seus componentes para fins medicinais utilizando alguns dos componentes ativos com propriedades farmacológicas. Os principais componentes utilizados são o δ9-Tetrahidrocanabinol (THC), principal componente apresentando ação psicoativa no Sistema Nervoso Central (SNC), e o Canabidiol (CBD), ácidos canabinóides, canabinol, cannabigerol e canabivarinas, componentes com propriedades farmacológicas no SNC, mas sem ação psicoativa. A concentração e a qualidade de THC e CBD dependem da linhagem da planta e do tipo de cultivo (SAFFIER; PALMEIRA, 2021).
O sistema endocanabinóide (ECS) tem despertado um interesse considerável como um potencial alvo terapêutico em vários carcinomas e condições relacionadas ao câncer ao lado de doenças neurodegenerativas. Os canabinóides são implementados em vários processos fisiológicos, como estimulação do apetite, balanço energético, modulação da dor e controle de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia (NVIQ). No entanto, interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas podem ser percebidas em combinações de medicamentos (ALSHERBINY; LI, 2018).
Atualmente, o uso de derivados canabinóides para o tratamento de diversas patologias é uma possibilidade séria, graças ao isolamento e identificação do δ9-THC do sistema endocanabinóide, receptores, sistemas enzimáticos e efeitos fisiológicos. Os efeitos terapêuticos dos canabinóides isolados são usados em condições psicóticas, ansiedade, depressão, anorexia, caquexia, asma (ação broncodilatadora), dor, doenças musculoesqueléticas, patologias tumorais, artrite, nevralgias, dismenorréia, colite ulcerativa, doença de Crohn e, adicionalmente, têm propriedades anti glaucomatosas, antieméticas, antiobesidade e anticancerígenas. A nível clínico, a sua eficácia foi avaliada no tratamento da dor neuropática, oncológica e sintomática na esclerose múltipla em doentes não responsivos aos tratamentos habituais, epilepsia, espasticidade (relacionada com a esclerose múltipla), doença de Huntington ou lesões medulares, SIDA e cancro terminal, glaucoma, náusea, vômito induzido por quimioterapia, coceira, alergias, sintomas psiquiátricos e condições de motilidade (AZIZ et al., 2018)
No que diz respeito às informações apresentadas nos eventos, destacam-se aquelas que orbitam em torno dos eixos “uso medicinal” e “abuso/dependência”, o que reforça achados de pesquisas anteriores que indicam que o debate sobre a política de drogas no Brasil tende a se polarizar em torno dos eixos saúde e segurança pública, ou remédio é droga. Entretanto, outros temas emergiram, tais como a discussão sobre regulação do cultivo, cadeia produtiva e desenvolvimento de produtos à base de maconha/cannabis, que vão ao encontro dos debates que emergem a partir da autorização, pela Anvisa, da comercialização e do uso de medicamentos derivados da planta e das estratégias e pressão de organizações da sociedade civil relacionadas ao uso medicinal (REZENDE; FRAGA; SOL, 2022).
A escolha da temática deu-se em virtude da escassez de pesquisas que avaliam a qualidade de vida dos pacientes usuários de Cannabis medicinal. Dessa forma, com o objetivo de contribuir para as pesquisas sobre a Qualidade de vida dos pacientes usuários de Cannabis medicinal, este estudo é justificado.
2 METODOLOGIA
O presente estudo trata -se de uma revisão integrativa da literatura, que se utiliza de uma metodologia exploratória e descritiva (PEREIRA, et al., 2018).
Inicialmente, foram pesquisados estudos nas bases de dados eletrônicas: Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) e Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Inicialmente foram selecionados os seguintes descritores: “Cannabis medicinal” OR “Canabinóides” OR “Endocanabinoides”, “Receptores de canabinoides” OR “Moduladores de receptores de canabinoides” OR “Qualidade de vida”. Utilizando o operador booleano “AND”. Os dados foram organizados durante a revisão de literatura de forma a elencar os estudos relacionados à temática em questão, a seleção dos artigos encontrados teve como critérios de inclusão: artigos nos últimos 5 anos (2018 a 2023), nos idiomas: inglês e espanhol, sendo os tipos de documentos: estudo observacional; fatores de risco; ensaio clínico controlado e estudo prognóstico; e como critério de exclusão artigos em outros idiomas, textos antes de 2018. Após essa seleção foram identificados 38 artigos, sendo que após leitura dos títulos e resumos, foram selecionados 15 artigos que mais se encaixavam na proposta do estudo para compor a presente revisão, ademais foi realizado e excluído textos em duplicação. Para melhor compreensão, os métodos foram esquematizados na Figura 1. A distribuição dos dados da pesquisa por ano e base de dados estão apresentados no Quadro 1.
Figura 1 –Fluxograma esquematizando a metodologia do estudo. Parnaíba, 2023. Fonte: Autor.
Quadro 1-Distribuição dos dados da pesquisa em relação à base de dados e ano da publicação. Parnaíba, 2023. Fonte:Autor.
ARTIGO | BASE DE DADOS | ANO DE PUBLICAÇÃO |
ALSHERBINY, Muhammad A.; LI, Chun Guang. Cannabis medicinal – interações medicamentosas potenciais. Medicamentos, v. 6, n. 1, pág. 3, 2018. | SciELO | 2018 |
AZIZ, Muhammad Abdul e cols. Fitomedicamentos tradicionais para problemas ginecológicos usados por comunidades tribais da Agência Mohmand perto da área de fronteira Pak-Afegã. Rev. bras. farmacogn. , Curitiba, v. 28, n. 4, pág. 503-511, agosto de 2018. | SciELO | 2018 |
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GÓMEZ GARCÍA, Diego Mauricio; GARCÍA PERDOMO, Herney Andrés. Medical cannabis: Critical points for clinical application. Biomédica (Bogotá) ; 42(3): 450-459, jul.-set. 2022. | LILACS | 2022 |
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HASDEU, Santiago et al. Cannabidiol for drug-resistant epilepsy in Argentina: health technology assessment Rev. argent. salud publica ; 14: 1-10, 20 de Enero del 2022. | LILACS | 2022 |
MAYORGA-ANAYA, Henry Jair et al. Efficacy of cannabinoids in fibromyalgia: a literature review. Rev. colomb. anestesiol ; 49(4): e302, Oct.-Dec. 2021. | LILACS | 2021 |
MEDEIROS, Franciele Castilhos et al. Uso medicinal da Cannabis sativa (Cannabaceae) como alternativa no tratamento da epilepsia. Revista Brasileira de Desenvolvimento , v. 6, n. 6, pág. 41510-41523, 2020. | SciELO | 2020 |
PANTOJA-RUIZ, Camila et al. Cannabis e dor: uma revisão de escopo. Braz. J. Anestesiol. , Rio de Janeiro , v. 72, n. 1, pág. 142-151, fevereiro de 2022. | SciELO | 2022 |
REZENDE, Daniela Leandro; FRAGA, Paulo; SOL, Aruna. Audiências públicas sobre maconha/cannabis na Câmara dos Deputados brasileira, 1997-2020. Opin. Publica , Campinas, v. 28, n. 2, pág. 425-461, agosto de 2022. | SciELO | 2022 |
RISSO, Agostina; PRIANO, Ezequiel. Non-inhaled medical cannabis may produce small pain relief with transient adverse effects in chronic pain patients Evid. actual. práct. ambul ; 25(2): e007011, 2022. | LILACS | 2022 |
ROCHA, E. D. et al.. Qualitative terpene profiling of Cannabis varieties cultivated for medical purposes. Rodriguésia, v. 71, n. Rodriguésia, 2020 71, p. e01192019, 2020. | SciELO | 2020 |
SAFFIER, Igor P.; PALMEIRA, Cláudia CA. Cannabis medicinal: novos desafios para o anestesiologista. Braz. J. Anestesiol. , Rio de Janeiro , v. 71, n. 3, pág. 306-307, junho de 2021. | SciELO | 2021 |
SILVA, Roni Robson da et al. Benefícios terapêuticos dos canabinoides no tratamento da dor crônica em pacientes com câncer? Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) ; 14: e11627, 2022. | LILACS | 2022 |
SILVA, Roni Robson da et al. Uso terapêutico da cannabis medicinal em pessoas com doença neurológica degenerativa. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) ; 14: e11492, 2022. | LILACS | 2022 |
3 RESULTADOS
De acordo com os estudos analisados, cabe salientar que 9 publicados foram vinculadas ao SciELO, ao passo que as outras 6 publicações foram encontradas no LILACS. Nessa perspectiva, quanto ao ano de publicação: 1 publicação (2018), 3 publicações (2020), 2 publicação (2021) e 9 publicações (2022).
No que se relaciona ao nível de evidência dos estudos é possível apontar que: 2 publicações (Nível de evidência 1A), 6 publicações (Nível de evidência 2A) e 7 publicações (Nível de evidência 2B). Assim, quanto a publicação ser de cunho nacional ou internacional, cabe destacar que: 5 publicações foram realizadas em território nacional e 10 publicações foram lançadas em território internacional.
Nos últimos anos, tem-se assistido a um crescente debate sobre o uso medicinal da Cannabis para o tratamento de diversas condições médicas, devido aos seus efeitos terapêuticos de grande alcance e algumas pesquisas têm mostrado resultados favoráveis ao seu uso, como em casos de epilepsia de difícil controle, pacientes com náuseas e vômitos decorrentes da quimioterapia, alguns transtornos psiquiátricos como a ansiedade, e para o controle da dor oncológica e não oncológica (SAFFIER; PALMEIRA, 2021).
No que diz respeito às informações apresentadas nos eventos, destacam-se aquelas que orbitam em torno dos eixos “uso medicinal” e “abuso/dependência”, o que reforça achados de pesquisas anteriores que indicam que o debate sobre a política de drogas no Brasil tende a se polarizar em torno dos eixos saúde e segurança pública, ou remédio é droga. Entretanto, outros temas emergiram, tais como a discussão sobre regulação do cultivo, cadeia produtiva e desenvolvimento de produtos à base de maconha/cannabis, que vão ao encontro dos debates que emergem a partir da autorização, pela Anvisa, da comercialização e do uso de medicamentos derivados da planta e das estratégias e pressão de organizações da sociedade civil relacionadas ao uso medicinal (REZENDE; FRAGA; SOL, 2022).
A Cannabis medicinal refere-se ao uso medicinal da planta e seus componentes para fins medicinais utilizando alguns dos componentes ativos com propriedades farmacológicas e tem sido utilizada há milênios. Os principais componentes utilizados são o δ9-Tetrahidrocanabinol (THC), principal componente apresentando ação psicoativa no Sistema Nervoso Central (SNC), e o Canabidiol (CBD), ácidos canabinóides, canabinol, cannabigerol e canabivarinas, componentes com propriedades farmacológicas no SNC, mas sem ação psicoativa. A concentração e a qualidade de THC e CBD dependem da linhagem da planta e do tipo de cultivo (SAFFIER; PALMEIRA, 2021).
A partir da iminente regulação da Cannabis para uso médico, métodos para o controle de qualidade desta matéria-prima serão necessários. Além de testes para contaminantes e potência, há também interesse farmacêutico e forense na determinação do perfil de terpenos nas diferentes variedades de Cannabis como método complementar de identificação. Um método HS-SPME GC-MS simples e não destrutivo foi usado para identificar o conteúdo de terpenóides em doze amostras de Cannabis, quatro delas do tipo cânhamo (Harle-tsu), sete diferentes do tipo maconha e uma do tipo intermédio. Todas foram previamente analisadas por HPLC para medir a potência através dos teores de THC e CBD. Comparação com a biblioteca de espectros foi usada para identificar os terpenos. Trinta compostos tipo terpeno foram detectados, nove deles estavam presentes em todas as amostras em níveis significativos, os quais foram usados para definir o perfil de terpenos: humuleno, cariofileno, D-limoneno, α-pineno, β-pineno, β-mirceno, linalool, terpinoleno e α-bergamoteno. Três deles, cariofileno, α-pineno e β-mirceno, resultaram em maior quantidade na maioria das amostras (ROCHA et al., 2020).
Atualmente, o uso de derivados canabinóides para o tratamento de diversas patologias é uma possibilidade séria, graças ao isolamento e identificação do δ9-THC e do sistema endocanabinóide, receptores, sistemas enzimáticos e efeitos fisiológicos. Os efeitos terapêuticos dos canabinóides isolados são usados em condições psicóticas, ansiedade, depressão, anorexia, caquexia, asma (ação broncodilatadora), dor, doenças musculoesqueléticas, patologias tumorais, artrite, nevralgias, dismenorréia, colite ulcerativa, doença de Crohn e, adicionalmente, têm propriedades anti glaucomatosas, antieméticas, antiobesidade e anticancerígenas. A nível clínico, a sua eficácia foi avaliada no tratamento da dor neuropática, oncológica e sintomática na esclerose múltipla em doentes não responsivos aos tratamentos habituais, epilepsia, espasticidade (relacionada com a esclerose múltipla), doença de Huntington ou lesões medulares, SIDA e cancro terminal, glaucoma, náusea, vômito induzido por quimioterapia, coceira, alergias, sintomas psiquiátricos e condições de motilidade (AZIZ et al., 2018).
Um melhor conhecimento sobre a farmacologia do sistema endocanabinóide, juntamente com os resultados dos estudos envolvendo o tratamento da dor com substâncias de natureza canabinóide, podem ser de grande valor para o desenvolvimento de fármacos que permitam um avanço significativo na terapêutica de pacientes portadores de síndromes dolorosas, em particular nos casos de difícil controle (LESSA; CAVALCANTI; FIGUEIREDO, 2016).
Nível de evidência | Tipo de estudo | Autor/Data | Resultados |
1 A | Revisão sistemática com meta-análise (com homogeneidade) de Ensaios clínicos | (HASDEU et al., 2022) | A avaliação revela uma série de desafios para o sistema de saúde argentino, relacionados ao mercado de CBD para epilepsia no país, seu tamanho, os diferentes atores e seu comportamento. Indaga sobre a estrutura de custos, margens de lucro e cita algumas estratégias que foram colocadas em prática pela indústria farmacêutica na Argentina e em outros países. Discute-se o impacto da concorrência nos preços e descrevem-se os potenciais instrumentos de regulação do Estado, como a utilização de preços de referência internacionais, a avaliação de tecnologias sanitárias e as compras conjuntas, bem como a articulação com produtores nacionais e atores internacionais. |
1 A | Revisão sistemática (com homogeneidade) de Ensaios Clínicos Controlados e Randomizados | (ROCHA, E. D. et al., 2020) | De acordo com a análise de componentes principais (PCA), as quatro amostras da variedade Harle-Tsu (perfil de cânhamo com THC/CBD < 1) apresentaram dois perfis diferentes, em duas amostras o componente majoritário foi o cariofileno, enquanto nas outras duas amostras o β-mirceno foi o componente majoritário. As amostras de maconha (THC/CBD > 1) mostraram perfis mais amplos, sem padrões claros que pode ser justificado pelo reduzido tamanho amostral. O método mostrou-se simples e viável para determinação do perfil de terpenos em matéria-prima vegetal de espécies do gênero Cannabis. |
4 CONCLUSÃO
A abordagem da temática é essencial, visto que já é cientificamente comprovado que a Cannabis medicinal não causa dependência, sendo o seu uso pautado em melhorar ou interromper algum sintoma ou efeito colateral de algum tratamento. Destaca-se ainda que, a Cannabis medicinal contribui para a manutenção da saúde de pacientes, devido ao seu potencial terapêutico, acarretando ainda benefícios sociais, econômicos e ecológicos. Dessa forma, é possível pautar a vivência da intercontextualidade científica em torno da descriminalização de uma planta cujo cultivo e comercialização é ilícito para traficantes e usuários de drogas, mas que é permitida a sua aquisição para fins medicinais a pacientes que não apresentam melhora ao serem submetidos a métodos médicos convencionais.
Referências
ALSHERBINY, Muhammad A.; LI, Chun Guang. Cannabis medicinal – interações medicamentosas potenciais. Medicamentos , v. 6, n. 1, pág. 3, 2018.
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GONÇALVES, E. S. et al.. Electrical stimulation of the posterior insular cortex induces opioid and cannabinoid-dependent antinociception and regulates glial cells in the spinal cord. BrJP, v. 5, n. BrJP, 2022 5(3), p. 239–247, jul. 2022.
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LESSA, M. A.; CAVALCANTI, I. L.; FIGUEIREDO, N. V.. Derivados canabinóides e o tratamento farmacológico da dor. Revista Dor, v. 17, n. Rev. dor, 2016 17(1), p. 47–51, jan. 2016.
MAYORGA-ANAYA, Henry Jair et al. Efficacy of cannabinoids in fibromyalgia: a literature review. Rev. colomb. anestesiol ; 49(4): e302, Oct.-Dec. 2021.
MEDEIROS, Franciele Castilhos et al. Uso medicinal da Cannabis sativa (Cannabaceae) como alternativa no tratamento da epilepsia. Revista Brasileira de Desenvolvimento , v. 6, n. 6, pág. 41510-41523, 2020.
PANTOJA-RUIZ, Camila et al. Cannabis e dor: uma revisão de escopo. Braz. J. Anestesiol. , Rio de Janeiro, v. 72, n. 1, pág. 142-151, fevereiro de 2022.
PEREIRA. Adriana Soares et al. Metodologia da pesquisa científica. 2018.
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RISSO, Agostina; PRIANO, Ezequiel. Non-inhaled medical cannabis may produce small pain relief with transient adverse effects in chronic pain patients. Evid. actual. práct. ambul ; 25(2): e007011, 2022.
ROCHA, E. D. et al.. Qualitative terpene profiling of Cannabis varieties cultivated for medical purposes. Rodriguésia, v. 71, n. Rodriguésia, 2020 71, p. e01192019, 2020.
SAFFIER, Igor P.; PALMEIRA, Cláudia CA. Cannabis medicinal: novos desafios para o anestesiologista. Braz. J. Anestesiol. , Rio de Janeiro , v. 71, n. 3, pág. 306-307, junho de 2021.
SILVA, Roni Robson da et al. Benefícios terapêuticos dos canabinoides no tratamento da dor crônica em pacientes com câncer? Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) ; 14: e11627, 2022.
SILVA, Roni Robson da et al. Uso terapêutico da cannabis medicinal em pessoas com doença neurológica degenerativa. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) ; 14: e11492, 2022.
1,2,3 Graduando em Medicina pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí-FAHESP-Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba-IESVAP, Parnaíba-PI, Brasil
4Docente do curso de Medicina pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí-FAHESP-Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba-IESVAP, Parnaíba-PI, Brasil