REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411301658
Felipe Rodrigues Ferreira;
Bruno Kilmer Nunes Saraiva;
Orientadora: Profa. Diana Guerra
RESUMO
O estudo aborda a saúde bucal da população rural em comunidades ribeirinhas do município de Breves, arquipélago do Marajó, no estado do Pará, focando em hábitos de higiene, acesso a serviços odontológicos e impacto na saúde geral. A saúde bucal é essencial à saúde geral, mas a realidade das comunidades ribeirinhas ainda enfrenta desafios significativos, como a dificuldade de acesso a serviços odontológicos, por estarem afastadas da região urbana e em condições socioeconômicas precárias. A análise sugere que políticas públicas precisam ser implementadas para melhorar o acesso aos serviços de saúde e a educação em saúde bucal nas comunidades ribeirinhas, incluindo campanhas educativas, infraestrutura adequada e ampliação de serviços odontológicos preventivos. A prevenção e a educação sobre saúde bucal devem ser prioridades para melhorar a qualidade de vida dessa população e reduzir os danos causados pela falta de cuidados regulares.
Palavras-chave: Saúde bucal; População rural; Acessibilidade aos serviços de Saúde;
ABSTRACT
The study explores the oral health of the rural population in riverside communities within the municipality of Breves, located in the Marajó Archipelago in the state of Pará. It examines hygiene habits, access to dental services, and their impact on overall health. Oral health is vital to general well-being; however, riverside communities face significant challenges, such as limited access to dental services due to their remote locations and precarious socioeconomic conditions. The analysis highlights the need for public policies aimed at improving access to healthcare and oral health education in these communities, including educational campaigns, adequate infrastructure, and the expansion of preventive dental services. Prioritizing prevention and education in oral health is essential to improving the quality of life for this population and mitigating the harm caused by a lack of regular care
Keywords: Oral Health; Rural Population;Health Services Accessibility
1 INTRODUÇÃO
A 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, realizada em 1986, representou o compromisso social com a melhoria das condições de vida da população com o intuito de aprimorar as formas de atendimento odontológico, destacando ainda a importância da saúde bucal como parte integrante e indispensável para a saúde em geral do ser humano (Brasil, 2004). Vale destacar que fatores como acesso à cuidados odontológicos, hábitos de higiene oral, educação em saúde e condições socioeconômicas influenciam significativamente na saúde bucal (WHO, 2022).
A priori, vale destacar que a saúde bucal é fundamental para funções básicas como mastigar, falar e sorrir, desempenhando um papel crucial na autoestima e nas interações sociais do indivíduo. Nesse contexto, problemas bucais, como cáries, gengivite e perda dentária, não apenas acarretam desconforto e perda de funcionalidade dental, mas também podem estar associados a enfermidades sistêmicas no ser vivo
Por muito tempo o acesso à saúde bucal da população brasileira era extremamente árduo e limitado, acarretando na procura por serviços odontológicos somente em caso de dor ou desconforto bucal. Nesse sentido, com a demora do individuo pela busca de atendimento, o principal tratamento disponibilizado pela rede pública se tornou a extração dentária, incentivando a visão odontológica mutiladora (Brasil, 2023).
Comunidades ribeirinhas são grupos tradicionais que vivem às margens de rios, lagos e igarapés no Brasil. Essa parcela da população possui uma relação profunda com os recursos naturais, especialmente as águas, que são essenciais para transporte, pesca, agricultura e outras atividades econômicas. Tendo isso em vista, a população rural enfrenta inúmeros desafios diários, como o acesso limitado a serviços básicos, como a saúde e educação (Brasil, 2024). Com isso, o alcançar de um padrão adequado de saúde bucal se torna uma atividade ainda mais dificultosa em comparação com a população urbana, em virtude do acesso limitado a serviços de saúde, de infraestrutura precária e da dificuldade de transporte (Figueiredo Júnior et al., 2020).
Desse modo, o estudo apresenta como relevância acadêmica a contribuição para novos dados significativos sobre o tema no Estado do Pará, considerando a carência de pesquisas sobre este público, além da busca para incentivar e fomentar o interesse de outros profissionais e acadêmicos a respeito da saúde bucal na população rural, visando expandir a temática na esfera científica. Como relevância social, apresenta o intuito de proporcionar posterior desenvolvimento de políticas públicas efetivas destinadas à melhoria do acesso à saúde bucal nas comunidades ribeirinhas para que assim alcance uma melhor qualidade de higiene bucal dos mesmos, além de manter seu bem-estar e saúde geral.
Por conseguinte, o presente estudo tem como objetivo investigar a qualidade da saúde bucal na comunidade ribeirinha do município de Breves, e apresentar seus impactos na saúde.
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, por meio da pesquisa exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória visa o levantamento de dados de informações sobre determinado objeto, delimitando o campo de trabalho (Severino, 2013).
O público-alvo foram os ribeirinhos que frequentam a Unidade Básica de Saúde (UBS) Ribeirinho, localizada no município de Breves, no estado do Pará, que conta com aproximadamente 106.968 mil habitantes (IBGE, 2022). Foi instituído um questionário para 50 usuários da UBS, que foram selecionados durante o período de atendimento da unidade pela manhã e tarde
O parâmetro utilizado como critério de participação da pesquisa foi: ter idade igual ou superior a 18 anos, aceitar participar da pesquisa através da assinatura do Termo de Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO A) e ser morador de comunidades ribeirinhas no Município de Breves. Foram excluídos da pesquisa os componentes que não cumpriram os critérios de participação citados.
A pesquisa foi desenvolvida na Unidade Básica de Saúde Ribeirinho, com período de realização da pesquisa teve duração prática de 1 (uma) semana, no mês de novembro de 2024.
A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista estruturada (APÊNDICE A) aplicada presencialmente, que contempla perguntas sobre hábitos de higiene bucal, acesso a serviços odontológicos, percepção de saúde bucal e principais dificuldades enfrentadas. A entrevista estruturada ocorreu por meio de 18 (dezoito) questões direcionadas e previamente estabelecidas permitindo a categorização dos levantamentos sociais e permitindo compreender as principais dificuldades e limitações dessa população.
Após a realização da coleta de dados, as informações foram tabuladas no programa digital Microsoft Office Excel® versão 2019. Os resultados foram submetidos à análise estatística para verificação das frequências absolutas e relativas de cada variável.
O estudo foi realizado através da leitura e explicação do TCLE aos participantes, com autorização demonstrada mediante assinatura do termo com digital ou escrita e para assegurar a privacidade e a não identificação dos participantes foram utilizados as iniciais para identificar cada participante da pesquisa.
Além disso, foram coletados dados quantitativos na Secretaria Municipal de Saúde do município de Breves acerca dos procedimentos odontológicos realizados na UBS Ribeirinho no período de 02 de setembro a 20 de novembro.
3 RESULTADOS
O Quadro 1 abaixo apresenta as frequências absolutas e relativas de cada variável analisada na implementação da Entrevista estruturada. Os resultados evidenciaram a prevalência de ribeirinhos que escovam os dentes duas vezes ao dia, nunca usaram o fio dental, consomem alimentos doces ou processados uma ou duas vezes por dia, vão ao cirurgião dentista para realização de exodontias, além de de já ter perdas dentais por conta de problemas na saúde bucal.
Quadro 1. Resultados da aplicação da Entrevista estruturada à população ribeirinha, n=50.
Verifica-se ainda que 46% classificaram sua saúde bucal como boa. Entretanto, no Quadro 2 observa-se que a maioria dos ribeirinhos foi em busca de atendimento odontológico para exodontia.
Os dados analisados no Quadro 2 foram coletados com base nos registros de atendimentos realizados nos consultórios odontológicos no período do dia 02 de setembro a 20 de novembro de 2024. Os procedimentos registrados foram classificados em três categorias principais: profilaxias, restaurações dentárias e exodontias. Os resultados desta análise demonstraram prevalência de ribeirinhos que vão à procura do profissional odontológico para procedimento de exodontia. Para demonstrar a representatividade de cada tipo de procedimento, foram calculadas as frequências absolutas e relativas de cada intervenção realizada, representadas abaixo.
Quadro 2. Procedimentos realizados na UBS Ribeirinho do dia 02 de setembro de 2024 à 20 de novembro de 2024.
Os resultados da pesquisa demonstram uma disparidade significativa nas condições de saúde bucal da população ribeirinha, com 32% dos indivíduos referindo dor ou desconforto, e a maior parte da população buscando cuidados odontológicos apenas em situações de extrações dentárias, o que evidencia ausência de acompanhamento preventivo regular.
Este padrão reflete uma realidade que é comum em populações de difícil acesso, onde o cuidado odontológico preventivo, como profilaxias e tratamentos de restauração, frequentemente é negligenciado até que o problema se torne mais grave. Isso é corroborado pela alta prevalência de extrações dentárias (43,86% dos atendimentos realizados), o que pode ser indicativo de uma abordagem reativa, em vez de preventiva, para a saúde bucal.
A relação entre o acesso limitado a serviços odontológicos e o estado de saúde bucal desfavorável das comunidades ribeirinhas é claramente evidenciada, a pesquisa aponta que 32% dos participantes relataram dor ou desconforto frequente (Quadro 1), além de perda dentária de 40% (Quadro 1), o que denota um quadro de saúde bucal comprometida. Além disso, a ausência de itens de higiene bucal como o fio dental e a utilização limitada de enxaguantes bucais, bem como o consumo frequente de alimentos doces e processados, são fatores agravantes que contribuem para a deterioração da saúde bucal dessa população.
A falta de conhecimento sobre práticas preventivas, como o uso do flúor e a escovação correta, também é um dado alarmante. Embora 32% dos participantes afirmam saber o que é o flúor, a grande maioria (68%) não tem esse conhecimento, o que revela a carência de informações sobre cuidados preventivos essenciais. Isso sugere que programas de educação em saúde bucal precisam ser fortalecidos e adaptados para essa realidade, oferecendo informações claras e acessíveis sobre hábitos de higiene e a importância da prevenção.
O estudo também revela que a principal dificuldade enfrentada pelos ribeirinhos para manter uma boa saúde bucal é a falta de acesso a serviços odontológicos regulares, sendo esse o principal obstáculo para cuidados preventivos. Com 46% dos participantes relatando a ausência de um dentista próximo as suas residências, e a busca por atendimento odontológico ocorrendo majoritariamente em situações emergenciais, há uma clara indicação de que a infraestrutura de saúde bucal na região precisa ser significativamente aprimorada. A precariedade dos serviços odontológicos e a escassez de profissionais capacitados em áreas remotas aumentam a vulnerabilidade dessas comunidades, comprometendo sua saúde e qualidade de vida.
Além disso, a pesquisa reflete uma realidade em que a prevenção, fundamental para evitar o agravamento de problemas bucais, ainda não é uma prioridade. A elevada procura por exodontias, em detrimento de procedimentos preventivos, como profilaxias, indica que a falta de acompanhamento regular e a demora no diagnóstico e tratamento de condições bucais estão gerando complicações sérias, como a perda de dentes. As políticas públicas de saúde bucal, portanto, precisam incorporar estratégias que facilitem o acesso a tratamentos preventivos e restauradores, com foco na educação e conscientização sobre a importância do cuidado contínuo da saúde bucal.
Dessa forma, os resultados das entrevistas e da coleta de dados dos procedimentos odontológicos realizados, servem como um alerta para as autoridades de saúde. A saúde bucal das comunidades ribeirinhas, como revelado, está longe de atender aos padrões ideais, com muitos indivíduos vivendo com dor e desconforto bucal, além de enfrentarem sérias dificuldades de acesso a serviços odontológicos regulares.
4 DISCUSSÃO
A análise dos dados obtidos sobre saúde bucal na Unidade Básica de Saúde do Ribeirinho revela aspectos cruciais sobre os hábitos de higiene, acesso aos serviços odontológicos e a percepção da população sobre sua saúde bucal. Ao compararmos esses dados com a literatura existente, podemos observar que os resultados estão em consonância com os desafios amplamente discutidos em revisões de literatura sobre saúde bucal no Brasil, especialmente no que tange à falta de prevenção, ao acesso desigual aos serviços e aos indicadores de saúde bucal.
O perfil dos procedimentos odontológicos realizados em Unidade Básica de Saúde podem refletir de forma clara as condições de acesso à saúde bucal e o padrão de cuidados adotado pela população (Leme; Seiffert, 2021). Nesse contexto, os dados apresentados demonstram um equilíbrio entre as ações preventivas, restauradoras e curativas, porém com uma ênfase significativa nas exodontias, o que permite compreender que as intervenções preventivas e curativas não estão ocorrendo de forma suficiente ou oportuna.
A realização de 26,59% de procedimentos profiláticos destaca a busca por ações preventivas, que são fundamentais para a manutenção da saúde bucal a longo prazo. A profilaxia dentária é um procedimento chave na prevenção de doenças como cáries e gengivite, problemas que, quando não tratados precocemente, podem evoluir para condições mais graves (WHO, 2023). A literatura sobre saúde bucal enfatiza a importância da prevenção em comunidades de difícil acesso, como as ribeirinhas, onde a implementação de medidas preventivas eficazes pode reduzir a demanda por tratamentos curativos mais invasivos e custosos (Gasque et al., 2020)
Por outro lado, as restaurações dentárias, que corresponderam a 29,55% dos atendimentos, indicam a necessidade de ações corretivas para tratar lesões dentárias já estabelecidas. A cárie dentária, um problema prevalente em várias populações, especialmente em regiões com acesso limitado a serviços odontológicos, pode ser controlada e reparada por meio de restaurações. No entanto, a alta proporção de restaurações também sugere que muitos indivíduos buscam tratamento apenas quando o problema já está em um estágio avançado (Araújo et al., 2020). A literatura aponta que a falta de acesso a cuidados preventivos em regiões isoladas leva frequentemente a um aumento nas necessidades de restauração dental, como observa o estudo de Figueiredo Júnior (2020), sobre comunidades ribeirinhas.
Por fim, as exodontias, que representaram 43,86% do total de procedimentos, foram o tipo mais realizado, indicando que muitos pacientes já chegam ao ponto de necessitar da extração de dentes. Esse dado reflete um possível atraso significativo no acesso ao tratamento odontológico, o que é um fator crítico em muitas regiões remotas. Quando o acesso à odontologia é restrito ou inadequado, muitas vezes o atendimento ocorre tardiamente, quando a saúde bucal já foi severamente comprometida, resultando em extrações de dentes que poderiam ser evitadas com cuidados preventivos mais eficazes (Barata, 2012).
Como evidenciado pela literatura e pelos dados da pesquisa, a saúde bucal não se limita ao aspecto estético, mas está intimamente ligada à saúde geral, podendo influenciar ou ser influenciada por doenças sistêmicas. Em comunidades ribeirinhas, como as do município de Breves, no arquipélago do Marajó, esses fatores assumem uma complexidade adicional devido a desafios específicos relacionados ao acesso a serviços de saúde, infraestrutura deficiente e dificuldades econômicas.
Os dados das entrevistas feitas apontam que, embora 100% dos entrevistados usam pasta de dente, os hábitos de higiene bucal mais completos, como o uso diário de fio dental, são quase inexistentes, 48% dos participantes mencionaram não ter o costume da utilização do fio dental, o que é um reflexo de uma prática ainda muito incipiente. Este dado encontra respaldo em estudos da literatura que discutem a importância do uso regular do fio dental na prevenção de doenças bucais. Um estudo publicado no Journal of Periodontologydiz que a prática diária de higiene bucal, que inclui o uso do fio dental, é fundamental para a prevenção de cáries e doenças periodontais (Chan et al., 2023). A literatura também destaca que a adesão ao uso do fio dental é um indicador de conscientização sobre a saúde bucal, o que se reflete no baixo índice de adesão observado na pesquisa (Cascaes et al., 2014).
Outro ponto relevante é o acesso aos serviços odontológicos, embora 52% da população tenha visitado o dentista nos últimos seis meses, as consultas foram principalmente para solucionar problemas, como dor de dente e extração de dentes, em vez de prevenção ou check-ups. Este achado reforça a conclusão de estudos anteriores que destacam que o atendimento odontológico nas áreas vulneráveis é, em sua maioria, curativo e não preventivo. O acesso a cuidados odontológicos em áreas isoladas, como as ribeirinhas, frequentemente ocorre apenas quando surgem problemas, como dores agudas ou complicações graves. A falta de visitas regulares para check-ups reflete a escassez de ações preventivas, como consultas periódicas, que são fundamentais para a redução de doenças bucais na população.
A pesquisa também revela que 84% da população já perdeu dentes devido a problemas bucais, o que é um indicador grave da fragilidade dos cuidados odontológicos na região. Esse dado corrobora a afirmação de estudos que destacam a perda dentária como uma consequência da falta de prevenção adequada, da escassez de serviços odontológicos preventivos e da demora no atendimento (Cortez et al., 2023). A literatura sugere que ações educacionais, como campanhas de prevenção, e o aumento da disponibilidade de serviços odontológicos de qualidade são essenciais para reduzir a perda dentária nas comunidades vulneráveis.
Além disso, 44% da população acredita que a alimentação tem impacto na saúde bucal, mas 35% consomem alimentos doces e processados mais de três vezes por dia. Este dado evidencia a relação entre os hábitos alimentares e a saúde bucal, como também é enfatizado na literatura. A alimentação é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de cáries, especialmente em populações com menor acesso a cuidados preventivos e de diagnóstico. A educação nutricional e a promoção de hábitos alimentares saudáveis são essenciais para combater a prevalência de doenças bucais, especialmente nas populações de baixa renda.
Portanto, ao relacionarmos os dados obtidos com os estudos existentes, é possível identificar que os indicadores de saúde bucal refletem desafios persistentes nas comunidades ribeirinhas. A baixa adesão a práticas preventivas, o acesso limitado a cuidados odontológicos e o alto consumo de alimentos prejudiciais à saúde bucal são questões que demandam atenção e estratégias de intervenção baseadas em políticas públicas, como o SB Brasil (2024), que visa expandir o acesso e melhorar a qualidade dos cuidados odontológicos preventivos. Além disso, a revisão da literatura aponta para a necessidade de campanhas educativas para promover a conscientização sobre a importância da prevenção e cuidados contínuos, especialmente nas áreas mais vulneráveis.
Ainda assim, esses resultados iniciais oferecem uma base relevante para futuras investigações, que devem incluir amostras mais amplas e abordagens analíticas mais detalhadas. A predominância de tratamentos odontológicos buscados apenas em situações de emergência reforça a necessidade de estratégias preventivas e de maior investimento em políticas públicas voltadas à saúde bucal em comunidades ribeirinhas.
5 CONCLUSÃO
A situação de saúde bucal nas comunidades ribeirinhas do município de Breves evidencia um grande desafio em termos de acesso, conhecimento e práticas preventivas. É essencial que as políticas públicas de saúde bucal considerem as particularidades dessa população, com estratégias que garantam acesso a cuidados odontológicos de qualidade, promovam a educação em saúde bucal e busquem implementar programas preventivos adaptados à realidade local. Investimentos em infraestrutura, formação de profissionais de saúde bucal e campanhas educativas são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dessa população e garantir que a saúde bucal seja tratada de forma integral, com foco na prevenção e no acesso a serviços odontológicos adequados. A ampliação de estudos futuros, com amostras mais representativas e abordagens mais detalhadas, será crucial para o desenvolvimento de soluções mais eficazes e sustentáveis para esse desafio.
REFERÊNCIAS
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ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
APÊNDICE A
Dados Gerais
Curso de Odontologia, Faculdade Ideal Wyden