REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102411291035
Fábio Pereira1
Tatiane Da Cruz Gomes1
Viviane Yllena Vieira De Souza2
RESUMO
A pesquisa investigou a água disponível nos bebedouros de 19 escolas públicas de ensino fundamental, concentrando-se na identificação de Escherichia coli e coliformes totais. Os achados indicaram a presença de coliformes totais em uma amostra, enquanto quatro apresentaram a presença de Escherichia coli. As avaliações obedeceram a padrões estritos de controle de qualidade. No Brasil, o Ministério da Saúde é encarregado de supervisionar a qualidade da água, com o objetivo de detectar perigos para a saúde pública e evitar epidemias. É essencial manter a limpeza em bebedouros e locais similares, bem como realizar campanhas de educação sobre higiene, envolvendo toda a comunidade escolar para aumentar a sensibilização acerca da relevância da higiene e prevenção de enfermidades.
Palavras-Chave: água; coliformes; escherichia coli; contaminação; enterobactérias.
ABSTRACT
The research investigated the water available in the drinking fountains of 19 public elementary schools, focusing on the identification of Escherichia coli and total coliforms. The findings indicated the presence of total coliforms in one sample, while four showed the presence of Escherichia coli. Assessments followed strict quality control standards. In Brazil, the Ministry of Health is in charge of supervising water quality, with the aim of detecting dangers to public health and preventing epidemics. It is essential to maintain cleanliness in drinking fountains and similar places, as well as carry out hygiene education campaigns, involving the entire school community to raise awareness about the importance of hygiene and disease prevention.
Keywords: formatting; water; coliforms; escherichia coli; Contamination; enterobacteria.
1. INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural insubstituível para a sobrevivência de todas as espécies que habitam o planeta Terra. Para os seres humanos, além da manutenção do equilíbrio térmico e da troca de substâncias, a água compõe cerca de 70% de sua massa corporal. Também é considerado como solvente universal e pode assumir três estados físicos distintos: gasoso, líquido ou sólido. Sua importância é tão grande que não podemos nem imaginar nosso cotidiano sem ela estar presente em nossas vidas (Brasil, Ministério da Educação, 2005).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os seus países membros afirmam que “todos os indivíduos, em quaisquer projectos de desenvolvimento ou condições socioeconómicas, têm o direito de aceder a abastecimentos adequados de água potável através da nossa organização”. Neste contexto, o termo «seguro» refere-se a um abastecimento de água que não apresenta riscos significativos para a saúde; está disponível continuamente em quantidade suficiente para satisfazer todas as necessidades domésticas; e pode ser adquirido a um custo acessível (Organização Panamericana De Saúde, 2009).
A água é um recurso farto em nossa sociedade, faz parte de nossas células e é fonte de vida. Este recurso para o consumo humano necessita estar dentro de padrões organolépticos, químicos, microbiológicos e radioativos, assim sendo considerada potável é própria para o consumo humano (Pongelupp et al., 2009).
Estabelecimentos que funcionam com cuidado, assistência ou ensino às crianças em idade escolar são reconhecidos como locais com características epidemiológicas especiais, por abrigar população com perfil característico e sob risco específico para a transmissão de doenças infecciosas, uma vez que promovem assistência de forma coletiva (Nesti;Goldbaum, 2007).
A transmissão de um agente infeccioso em um estabelecimento de ensino infantil sofre influência das características das crianças inscritas, incluindo idade, sexo, estado imunológico, presença de irmãos em casa, nível educacional dos pais e socioeconômico da família; sofre ainda influência das características da escola, como número total de crianças, tamanho das classes, número de funcionários por criança, porém particularmente dos hábitos higiênicos do manuseio das crianças e do cuidado ambiental, como por exemplo o cuidado com água e alimentos (Nesti;Goldbaum,).
Entre crianças e adolescentes, a prevalência de doenças também leva à evasão e falta escolar, o que é prejudicial ao aprendizado do aluno. Encontrar soluções em contexto escolar pode ser uma opção para promover a mudança de comportamento de uma parte significativa da população que, além de fornecer as infra-estruturas necessárias à igualdade de acesso à água e ao saneamento, também procura hábitos de higiene adequados (Costa, 2021).
2. JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se por seu caráter metodológico e científico a fim de contribuir com estudos e ações em conjunto com a sociedade, instituições públicas e privadas e trazer a importância de prover água dentro dos padrões aceitáveis para comunidade escolar de Cidade Ocidental-GO. Com isso promover a melhoria da saúde pública desta comunidade, contribuir com os dados obtidos para a formulação do perfil epidemiológico da região e para melhoria das políticas públicas de saúde, contribuir com a diminuição da evasão escolar, devido a doenças causadas por microrganismos patogênicos presentes na água, e com este estudo podendo colaborar com o aumento do rendimento escolar nos primeiros anos da educação básica neste município goiano.
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Analisar a qualidade da água nos bebedouros das escolas públicas de ensino fundamental do município de Cidade Ocidental-GO.
3.2 Objetivos Específicos
- Realizar coletas de amostras de água em bebedouros das escolas públicas de ensino fundamental do município de Cidade Ocidental-GO.
- -Identificar possíveis agentes patogênicos através de testes bacteriológicos comerciais (Escherichia coli/Coliformes Totais);
- Verificar se a água destinada ao consumo está dentro dos padrões tendo como base a PORTARIA GM/MS Nº 888, DE 4 DE MAIO DE 2021.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 – Água Potável
Após séculos de investigação ambiental, o mundo começa a perceber que os recursos hídricos mundiais são limitados e alerta que uma postura mais protetora poderá levar ao colapso literal do planeta. O primeiro problema que surge é que grande parte da água mundial não é potável. O acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, fundamental e universal, essencial para uma vida digna e reconhecido pela nações unidas A principal referência jurídica em nosso país é a constituição Federal de 1988, que não inclui a água como direito fundamental (direitos sociais), embora o encaixe na categoria constitucional. O reconhecimento da água como direito fundamental implica que o Estado seja responsável por fornecê-la a toda a população (Maia, 2017).
A água utilizada em residências precisa ser segura, ou seja, livre de microrganismos, produtos químicos e elementos radioativos que possam colocar a saúde em risco. A fim de avaliar se ela é própria para consumo humano, são adotados padrões estabelecidos por normas locais e nacionais. A PORTARIA GM/MS Nº 888, DE 4 DE MAIO DE 2021, descreve sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, a qual deve ser livre de microrganismos patogênicos (coliformes totais e fecais) (Neves-Silva et al., 2016).
A forma como os recursos hídricos são utilizados e geridos tem levado a níveis de degradação ambiental e ao risco iminente de escassez de água, afetando a qualidade de vida das pessoas. Os recursos naturais estão a ser esgotados pelas atividades humanas e em vez de proporcionarem o bem-estar social esperado, estas atividades estão a criar muita riqueza para algumas pessoas e a perder dinheiro para outras, na distribuição estruturalmente desigual do rendimento. Esta situação acontece na maioria das 4.444 economias do mundo. Dado que os problemas são sistêmicos, ou seja, interdependentes e interligados, já não podem ser resolvidos de forma discreta, como até à adoção do pensamento atual (Shubo, 2003).
Tradicionalmente, a medição de mudanças nas concentrações de variáveis físicas e químicas tem sido utilizada para avaliar o impacto ambiental em ecossistemas aquáticos. Juntamente com a avaliação microbiológica dos coliformes totais e fecais, esse sistema tornou-se uma ferramenta fundamental na classificação e no enquadramento das classes de qualidade da água em rios e córregos, seguindo os padrões para uso humano como potabilidade e balneabilidade (Goulart; Callisto, 2003).
Os padrões de água potável definidos no Brasil incluem padrões para substâncias organolépticas, microbiológicas, radiológicas e químicas (inorgânicas, orgânicas, pesticidas, desinfetantes e produtos de descontaminação). Infecção secundária, representa risco à saúde humana. Portanto, para compreender os padrões de consumo, é realizada a análise dos parâmetros físico-químicos da água para obter informações sobre a qualidade da água, e para identificar e monitorar possíveis efeitos da água na saúde humana ou de terceiros. Neste contexto, as propriedades físicas da água estão associadas à ordem estética, seguindo parâmetros estabelecidos, como cor, temperatura, sabor e cheiro; Porém, cabe ressaltar que a preferência por águas mais bonitas não garante qualidade suficiente para o consumo, pois substâncias dissolvidas que não necessariamente mudam de cor podem alterar outros parâmetros da água, como alcalinidade, oxigênio dissolvido e pH (Xavier et al., 2022).
4.2 – Indicadores de Contaminação
Embora os padrões de consumo estejam em vigor desde 1977, o monitoramento da qualidade da água para consumo humano só foi implementado no Brasil como um programa, após o estabelecimento do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental. Este programa está estruturado como um subsistema e tem como uma de suas atribuições coordenar o sistema de informações de monitoramento e controle da qualidade da água para consumo humano. No banco de dados são inseridas informações sobre aspectos físico-químicos, químicos e microbiológicos, além de dados sobre qualidade, vazão, população abastecida e localização do sistema. Teoricamente, os diagnósticos obtidos no monitoramento permitem aos gestores tomar decisões sobre sistemas de abastecimento comuns e alternativos, a fim de solicitar intervenções adequadas quando surgirem discrepâncias adequadas à qualidade da água. Este diagnóstico também pode ajudar a mapear as áreas ou sistemas mais vulneráveis técnica e ambientalmente, ajudando assim a identificar as áreas ou sistemas que necessitam de prioridade (Freitas; Bessa, 2005).
A água desempenha um papel extremamente importante e indispensável para todas as formas de vida, mas nem sempre está em condições adequadas para o uso humano. Para que as pessoas possam consumir água não poluída, devem ser levados em consideração os parâmetros de potabilidade fornecidos pelas organizações ambientais e legais. Desta forma, a utilização de critérios físico-químicos (cor, turbidez, temperatura, oxigênio dissolvido, cloro livre, pH, etc.) resistência ao calor e E. coli como critérios validados, para avaliar a disponibilidade de água potável. Com base nesses indicadores-chave, buscamos realizar avaliações visando o atendimento aos padrões de qualidade da água estabelecidos no Brasil pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que substitui o Anexo XX da Ordem de Consolidação nº 5. Parâmetros e indicadores de qualidade da água podem indicar a presença de poluentes e impurezas quando atingem números superiores aos estabelecidos para determinado uso. Dessa forma, o Ministério da Saúde e demais órgãos reguladores determinam os critérios de qualidade e potabilidade da água destinada ao consumo humano. Ressalta-se que desde a primeira Portaria BSB nº 56, de 14 de março de 1977, até a atual Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, novas definições foram adicionadas e outras definições ajustadas, e uma série de novas definições foram adicionados e ajustados. Os parâmetros monitorados aumentaram significativamente devido ao suporte tecnológico.
Ao analisar as novas regulamentações e limites permitidos, observamos alterações e ajustes nos valores de determinadas variáveis, como pH e turbidez. A contribuição mais recente fortalece, portanto, o conceito de água potável e padrões de qualidade da água. Além disso, são dosados indicadores microbianos e, em seguida, estabelecidos o tempo de contato e a concentração microbiana através de análises específicas de temperatura e pH, além de turbidez. As alterações e modificações introduzidas pela nova ordem executiva são de extrema importância para a aplicação correta e eficaz dos produtos desinfetantes. Contudo, embora a atualização dos indicadores tenha levado a melhorias no tratamento, no futuro poderão ser necessários novos parâmetros para garantir a eficácia da potabilidade. um pouco de água. Por fim, além do tratamento realizado pelas estações de tratamento, o monitoramento da manutenção da potabilidade e, portanto, da qualidade da água é de extrema importância para que as pessoas possam utilizar água saudável e purificada (Xavier; Quadros; Da Silva, 2022).
A água disponível para o consumo humano provém de mananciais, lagos, rios e lençóis subterrâneos. O contato do homem com essas fontes é direto e constante e por consequência disso, esses lugares são os mais poluídos com esgotos, resíduos industriais e agrotóxicos. A água para consumo humano, sem tratamento adequado, apresenta -se como um dos principais veículos de parasitas e microrganismos causadores de doenças, tornando-se um importante elemento de risco à saúde da população que a consome. Dentre os microrganismos mais comuns, incluem-se Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli, Campylobacter, dentre outros. Os Coliformes Totais e Termotolerantes são os indicadores de contaminação mais usados para monitorar a qualidade sanitária da água (A.C. Moura et al. 2009).
4.3 – Enterobactérias
As enterobactérias da família Enterobacteriaceae são microrganismos bacilos gram-negativos, encontrados na natureza e são constituintes da flora intestinal humana, além disso, são responsáveis por causar diversas infecções, tornando-o um potencial reservatório para esses agentes patogênicos. Essas bactérias causam infecções, como: pneumonia, peritonite, meningite, cistite entre outras. Enterobactérias, como a Escherichia coli, Salmonella ssp., Shigella ssp., Klebsiella ssp. e Enterobacter ssp., são altamente transmissíveis através do contato direto, ingestão de água e alimentos contaminados (Cunha et al,. 2020).
Enterobactérias é o maior e mais heterogêneo grupo de bacilos Gram-negativos (BGN) clinicamente importantes. Embora exista uma família completa contendo 50 gêneros e centenas de espécies e subespécies, a maioria das infecções humanas é causada por espécies ocasionais. É encontrada na flora intestinal de muitos animais, e também em humanos (Guerrero et al,. 2014).
Na clínica, as bactérias isoladas com mais frequência são: Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Enterobacter aerogenes, Klebsiella oxytoca, Enterobacter cloacae, Serratia marcescens, em especial algumas destas estão representadas pela sigla ESKAPE (E. faecium, S. aureus, K. pneumoniae, A. baumannii, P. aeruginosa e espécies Enterobacter) (Levinson, 2010).
A Escherichia coli é uma bactéria gram-negativa também conhecida como “coliforme”, mas outros microrganismos residentes do cólon, como Enterobacter e Klebsiella também se agrupam neste termo. Possui capacidade de fermentar lactose com a produção de ácido e gás. Colonizadora predominantemente do intestino, a E. coli não possui mecanismos para sobreviver por longos períodos fora deste ambiente, sendo o principal coliforme de interesse. Sua presença em uma amostra de água indica contaminação fecal, um indicativo que a água não está adequada para o consumo humano. Além disso 80% das infecções do trato urinário estão relacionadas a E. coli uropatogênica (Guerrero et al., 2014).
Enterobactérias são os microrganismos que compõem a microbiota intestinal humana e podem causar uma variedade de infecções. Em geral, os aminoglicosídeos (gentamicina, tobramicina, neomicina) são os medicamentos de escolha para o tratamento de infecções causadas por esses patógenos. Esses medicamentos atuam inibindo a síntese proteica bacteriana, porém, ao longo dos anos, diversas cepas de Enterobacteriaceae começaram a desenvolver diferentes mecanismos de resistência, tornando os aminoglicosídeos ineficazes (Cunha et al,. 2020).
Situação de resistência bacteriana ocorre quando uma bactéria tem capacidade de sobreviver à exposição aos agentes antimicrobianos, independentemente da dose, concentração ou intervalo temporal. Em resposta à apresentação desses agentes externos, as bactérias se adaptam para persistir (Silva et al,. 2016).
A água potável pode ser uma fonte de transmissão de bactérias Gram-negativas resistentes a medicamentos e multirresistentes e é um indicador de um problema de saúde pública, por isso é importante tratar a água adequadamente e monitorar os sistemas de abastecimento quanto à presença de bactérias patogênicas e resistentes a medicamentos (Martins et al., 2019).
As principais bactérias da subcategoria de coliformes termotolerantes são de origem exclusivamente fecal. Eles fermentam lactose e manitol, produzindo ácido e gás a 44,5 ±0,2°C em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, apresentaram teste negativo para atividade oxidase, não hidrolisam uréia e exibem atividades enzimáticas como β-galactosidase e β-glucuronidase. Escherichia coli é encontrada em grande número nas fezes de animais de sangue quente, incluindo humanos; recentemente foi identificada como espécie indicadora adequada para detecção de contaminação fecal em amostras de água doce (Branco, 1974).
4.4 – Coliformes totais e fecais
O grupo coliforme total compreende todas as bactérias Gram-negativas em forma de bastonete que não formam esporos e podem prosperar tanto em condições aeróbicas quanto anaeróbicas facultativas. Estas bactérias têm a capacidade de fermentar a lactose enquanto produzem gás dentro de 24-48 horas a uma temperatura de 35°C (Cardoso,2001).
Os coliformes fecais são identificados como aqueles que possuem a capacidade de fermentar lactose e produzir gás em 48 horas sob uma temperatura de 45°C. Embora algumas cepas de Enterobacter e Klebsiella também apresentem essas características, é apenas a presença de Escherichia coli nos alimentos que indica contaminação fecal considerando sua ampla presença no trato gastrointestinal de humanos e animais endotérmicos (Silva; Cavalli; Oliveira, 2006).
O índice de coliformes totais avalia as condições higiênicas, enquanto os coliformes fecais são utilizados como indicador de contaminação fecal e avaliam condições higiênico-sanitárias precárias. Isto porque assume que a população deste grupo consiste numa elevada proporção de bactérias Escherichia coli (Da Silva et al,.2022).
5. METODOLOGIA
5.1 Amostras e Metodologia
As amostras de água, foram coletadas nas 19 escolas públicas de ensino fundamental da Cidade Ocidental-GO, correspondendo 100% das escolas de ensino fundamental do município em estudo, as coletas foram feitas em 2 dias diferentes, sendo 2 amostras por bebedouro.
Aproximadamente 100,0ml de água de cada um dos 19 bebedouros foram recolhidos em frascos esterilizados, contendo tiossulfato de sódio (1,8mg/100ml) para inativar o cloro remanescente, após a desinfecção dos bicos dos bebedouros com álcool 70%, hipoclorito de sódio e ser flambado utilizando uma lamparina, foi feita a drenagem da água durante 1 minuto entre os procedimentos de desinfecção, conforme figura 1;
Figura 1 – Procedimentos de Coleta.
5.2 Teste Compact Dry
As análises bacteriológicas (Escherichia coli/Coliformes Totais) foram realizadas por meio do teste comercial Compact Dry EC. Este método de ensaio microbiológico simples, seguro e específico, que permite determinar e quantificar microrganismos de alimentos, matérias-primas e ambientais. Compact Dry EC – é um meio para E. coli e coliformes. O meio contém dois tipos de substratos enzimáticos cromogênicos: Magenta-Gal e X-Gluc. As E. coli formam colônias azuis. A contagem total de coliformes é a soma das colônias vermelhas e azuis.
5.2.1 Materiais e equipamentos necessários (porém não fornecidos pelo teste comercial) – Teste Compact Dry
- Balança;
- Homogeneizador de amostra;
- Estufa bacteriológica;
- Pipetas/ ponteiras estéreis;
- Bico de Bunsen;
- Capela de Fluxo Laminar.
5.2.2 Procedimento técnico -Teste Compact Dry
As análises foram realizadas de acordo com o manual de utilização do fabricante e operação técnica descrita no teste Compact Dry:
- Abrir o pacote laminado contendo as placas e separá-las;
- Identificar as placas;
- Realizar a diluição da amostra conforme procedimento do laboratório;
- Retirar a tampa e inocular 1ml da amostra na placa contendo o meio desidratado;
- Fechar a placa e incubar em estufa bacteriológica conforme procedimento específico;
Compact Dry / EC 35±2°C / 24±2 horas - – Após a incubação, realizar a avaliação do crescimento e proceder à contagem de colônias
- – Os resultados serão apresentados por meio de contagem de colônias microbiológicas.
5.3 Teste – Kit Colietest
As análises bacteriológicas (E.Coli/Coliformes Totais) também foram realizadas por meio do teste comercial Kit Colietest. Este teste foi desenvolvido para determinar a presença ou ausência de coliformes totais e Escherichia Coli através da técnica de cultura. O meio de cultura Colitest possui em sua formulação substâncias e nutrientes, devidamente balanceados. Inibem o crescimento de bactérias Gram-positivas, favorecem o crescimento de bactérias do grupo Coliformes e facilitam a identificação de E.coli através de fluorescência e indol.
- Crescimento (turbidez) e mudança de cor para amarelo: Na presença de coliformes totais e Escherichia coli , o pH do meio se altera, devido à fermentação da lactose, isso faz com que o meio de cultura Colietest mude sua cor inicial púrpura para amarelo.
- Fluorescência: O produto contém em sua formulação 4-Methylumbelliferyl-B-DGlucuronide (MUG) que quando hidrolisado libera um fluoróforo, que apresenta fluorescência azul visível na luz ultravioleta, quando positivo para E.coli.
- Teste do Indol: A produção de indol é característica de Escherichia coli e pode, portanto, ser usada na sua identificação presuntiva e/ou sua confirmação.
5.4 Teste por Meio de Cultura Caldo EC
O caldo EC é um meio de cultura utilizado principalmente para a detecção de coliformes, especialmente Escherichia coli, em amostras de água. Suas propriedades específicas permitem o crescimento seletivo destes microrganismos.
5.4.1 Preparação do meios de cultura
- Foi pesado 37,0 gramas do meio desidratado e dissolvido em 1000 ml de água destilada;
- Após diluído, foi distribuído em tubos de ensaio contendo o tubo Durhan invertido, 10 ml em cada tubo, tampar os tubos;
- Foi esterilizado a 121º C (1Kg/cm2 de pressão) em autoclave durante 15 minutos;
5.4.2 Procedimento técnico
- Após preparo do meio de cultura distribuído em tubos de ensaio, contendo o tubo de Durhan, foi adicionado 1 ml das amostras em duplicata
- As amostras foram incubadas em estufa bacteriológica durante 48 horas a 37 ±0,5ºC;
- Após o período de incubação, as amostras foram analisadas, qualitativamente, quanto a presença de bolhas no tubo de Durhan, uma vez que essas bactérias são do grupo coliforme bacilos gram- negativos, em forma de bastonetes, aeróbios ou anaeróbios facultativos que fermentam a lactose a 35-37ºC, produzindo ácido, gás e aldeído em um prazo de 24-48 horas.
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste trabalho foram feitos análises qualitativos provenientes da água de bebedouro das 19 escolas públicas municipais de ensino fundamental, foi evidenciado análises para a presença de Escherichia coli e Coliformes totais, foi observado que uma amostra apresentou positiva para presença de coliformes totais (conforme a tabela 1) e outras 4 amostras se mostraram com presença de Escherichia coli (conforme tabelas 1 e 2), todas as análise foram feitas provas, contra prova e controle de qualidade (CQ) negativo em métodos qualitativos.
6.1 Tabela 1 – Resultados das amostras analisadas dos 19 bebedouros das Escolas de Ensino Fundamental do Município de Cidade Ocidental-GO utilizando o kit de análise comercial Coliteste, em que uma amostra apresentou resultado como presente para
Coliformes totais e E.Coli;
Tabela 1. Análise Qualitativo para E. coli e Coliformes Totais por meio do Teste
Colitest
Amostras | E.Coli | Coliformes Totais |
0001 | Ausente | Ausente |
0002 | Ausente | Ausente |
0003 | Ausente | Ausente |
0004 | Ausente | Ausente |
0005 | Ausente | Ausente |
0006 | Ausente | Ausente |
0007 | Ausente | Ausente |
0008 | Ausente | Ausente |
0009 | Ausente | Ausente |
0010 | Ausente | Ausente |
0011 | Ausente | Ausente |
0012 | Ausente | Ausente |
0013 | Ausente | Ausente |
0014 | Ausente | Ausente |
0015 | Ausente | Ausente |
0016 | Ausente | Ausente |
0017 | Presente | Presente |
0018 | Ausente | Ausente |
0019 | Ausente | Ausente |
Figura 2 – Amostra positiva através do kit Colitest.
6.2 Tabela 2 – Resultados das amostras analisadas dos 19 bebedouros das Escolas de Ensino Fundamental do Município de Cidade Ocidental-GO utilizando placas Compact Dry E.C, em que 4 amostras apresentaram resultados presentes para Coliformes Totais e E.coli.
Tabela 2. Análise Qualitativo para coliformes Totais e E. coli, por meio de Placas Compact Dry E.C
6.2 Tabela 3 – Resultados das amostras analisadas dos 19 bebedouros das Escolas de Ensino Fundamental do Município de Cidade Ocidental-GO utilizando o meio de cultura Caldo E.C, em que 4 amostras confirmam para a presença de E.Coli.
Tabela 3. Análise Qualitativo para E. coli, por meio de cultura Caldo E.C.
Figura 3 – Amostras positivas através do meio de Cultura Caldo E.C.
6.3 Gráfico 1 – Resultados das amostras analisadas dos 19 bebedouros das Escolas de Ensino Fundamental do Município de Cidade Ocidental-GO.
Gráfico 1. Resultados das Análises das 19 amostras.
No Brasil, a supervisão da qualidade da água para o consumo humano é realizada pelo Ministério da Saúde, por meio da Programação das Ações Prioritárias de Vigilância em Saúde (PAP/VS), que serve como um instrumento técnico para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e Saúde Ambiental. O objetivo é aprimorar a capacidade de identificar, de forma precoce, fatores de risco à saúde pública, surtos e epidemias, além de implementar medidas para a prevenção e controle de doenças e outros problemas de saúde. É importante ressaltar a Portaria nº 518, datada de 23 de março de 2004, que estabelece no capítulo IV os padrões de potabilidade, determinando que a água destinada ao consumo humano deve estar livre de E. coli ou coliformes termotolerantes, apresentando ausência em 100 ml ou uma taxa de até 5% para coliformes totais, além de um limite de 500 UFC/ml para bactérias aeróbias totais (Brasil, 2004).
A água contaminada torna-se um transmissor de doenças patogênicas, ocorrendo por meio oral-fecal (Da silva et al,. 2024). A garantia do padrão da água potável para consumo humano é alcançada por meio do monitoramento da qualidade microbiológica, realizado por meio da avaliação de positividade em testes de detecção de bactérias pertencentes ao grupo das bactérias coliformes termotolerantes (Franco et al,. 2008).
A avaliação e o acompanhamento da qualidade da água para o uso humano são extremamente importantes, pois a falha em assegurar a pureza da água indica um risco elevado de contaminação por microrganismos nocivos (Almeida et al., 2017).
7. CONCLUSÃO
Tendo em vista que todas as escola estão ligadas a rede de abastecimento Municipal e que esta rede possui tratamento continuamente da concessionária responsável pela distribuição, é necessário que haja o monitoramento, controle de qualidade, higiene e manutenção de maneira periódica das caixas d’água, reservatórios, tubulações, filtros e bebedouros dos estabelecimentos de ensino.
Conclui-se que é necessário a realização de campanhas educacionais para orientar toda população escolar, em relação a higiene dos bebedouros, trocas dos filtros respeitando a orientação do fabricante, higienização das mãos, ao não contato direto nos bicos dos bebedouros, utilização de garrafas d ‘água e higienização das mãos e dos alimentos.
As campanhas de educação a saúde devem englobar a comunidade escolar e profissionais de saúde, a fim de orientar e conscientizar sobre os riscos e a maneira correta de higienizar os locais propícios de contaminação da água e/ou alimentos sejam elas diretas ou indiretamente, que os profissionais de saúde seja engajados dentro da comunidade escolar pois os mesmo possuem conhecimentos técnicos e ferramentas para realizar o perfil epidemiológico, análise de dados, educação em saúde, vigilância sanitária, desenvolvimento de estratégias e contribuir para a formulação de políticas públicas de saúde.
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1 Alunos(a) do Curso de Bacharelado em Farmácia
2 Professora Mestre em Biomedicina do Curso Bacharelado em Farmácia